Ao sair de seu quarto Rick preferiu passar no quarto do filho para ver o que o menino queria com ele.

—Posso entrar? - Perguntou Richard batendo na porta do quarto do filho.

— Claro que pode pai.

— Então o que queria comigo, campeão?

— Queria saber o que aconteceu com a Lorena. O porquê dela ter feito todo aquele barulho logo de manhã.

— Nick, eu acredito que você saiba o motivo daquela gritaria logo de manhã.

— Foi por causa de ontem, ou melhor, de hoje de madrugada?- Mesmo sabendo a resposta o garoto resolveu perguntar.

— Exato. Filho, vocês saíram ontem pela primeira vez sozinhos e sem horário para voltar, sua mãe e eu confiamos em vocês. Eu confiei em você, pensava que vocês saindo juntos a Lorena não iria fazer nenhuma besteira. E agora como poderemos confiar em vocês novamente?

— Pai, eu sei que eu tinha que manter a Lorena por perto, mas o senhor a conhece e sabe que quando ela põe alguma coisa na cabeça ninguém tira. Minto. Só a mamãe consegue faze-la mudar de ideia.

— Eu sei bem como é isso. Nem você, muito menos a sua irmã tem noção do que eu já sofri nas mãos da Kate – Rick falou deixando transparecer o que parecia ser um momento de nostalgia.

— Pai?

— Ah, sim. Voltando ao que eu estava falando. Vocês erraram e a Kate ficou bem preocupada com o que poderia ter acontecido, mas  digamos que ela tenha exagerado um pouco na hora de demonstrar a preocupação que sentira no momento em que ouvira vocês entrando em casa. E nunca mencione isso para sua mãe, estamos de acordo?

— Claro papai. Então é sobre isso que ela vai querer falar comigo?

— É bem provavel. Filho só me prometa uma coisa – Pediu Castle ao filho

— Pode falar pai.

— Caso a sua mãe se altere novamente não brigue com ela. Qualquer coisa eu falo com ela depois, mas no primeiro momento só concorde com tudo que ela falar. Posso confiar em você?

— Pode sim, farei isso.

— Muito obrigado, agora deixa eu ir fazer o café da manhã senão vai acabar sobrando para mim. E acredite filho, é pior do quê vocês pensam. - Castle falou saindo do quarto e indo direto para a cozinha.

Quando Kate saiu do banho foi direto para a cozinha ver se o marido havia feito o que ela tinha pedido a ele.

— Nossa, faz quinze anos que estamos juntos e você ainda continua fazendo o melhor café de todos os tempos.

— Hm, é preciso continuar agradando. Você sabe, são quinze anos. Mas o café da manhã não está totalmente pronto, ainda faltam as panquecas, porém o seu café de sempre já está pronto.

— Ótimo.

— Enquanto eu estou terminando aqui você poderia ir lá conversar com o seu filho, ele está no quarto esperando por você.

— Tudo bem, vou indo lá. - Ela disse beijando-o

No quarto do filho depois dele ter falado para ela entrar, ele começou a puxar o assunto.

— Oi mãe, a senhora queria falar comigo?

— Quero sim e acredito que você já saiba o assunto

— Sei sim. Mãe, tente entender, eu sei que nós erramos e que provavelmente eu serei castigado, mas peço para que você não ache que a Lorena fez o que fez por achar que estava certa, ela só queria aproveitar ao maximo esse momento de liberdade.

— Filho eu sei disso, dessa vez quem errou foi ela e da próxima vez pode ser que seja você, afinal vocês estão descobrindo as novidades da vida agora, mas vocês erraram e como eu sempre digo: “ Toda ação tem uma reação”. E a ação de vocês resultou numa reação minha que é: Tanto você quanto a sua irmã irá fazer alguns trabalhos no meu gabinete.

—Eu entendo.

— E por favor, não faça nem um escandalo como a sua irmã. Não veja isso como uma punição e sim uma forma de educação.

— Tudo bem, mãe – O menino falou mesmo não concordando com a 'forma de educação' da mãe, ele resolveu não discutir, afinal tinha prometido ao pai que não faria.

— Agora deixa eu ir falar com sua irmã e tentar acalma-la.

— Boa sorte com isso.

— Obrigada- Kate falou saindo do quarto do filho e indo em direção ao quarto da menina.

— Posso entrar?

— A casa é sua, faça o que tiver vontade.

— Lorena, por favor filha, abaixe essa guarda. Deixe-me explicar o porquê eu ter feito tudo aquilo.

— Estou esperando – Lorena não parava de contra- atacar cada frase que a mãe falava.

—Filha como eu acabei de falar paro o seu irmão, o que estou fazendo não é uma punição, para fazer isso era somente seu pai e eu cortamos a mesada de vocês por alguns meses e pronto, isso sim é punição. O que estou tentando fazer é educar vocês. O Nick e você precisam de limites e essa foi a forma que eu encontrei de você entender que em algum momento da sua vida ele vai aparecer e é bom você já conhece-lo e melhor ainda é que quem apresente ele a vocês sejam os pais de vocês. Pois caso seja vida, vai por mim, você não vai gostar nem um pouco e não vai adiantar sair gritando e batendo o pé pela casa, porque não vai ter volta.

— Mas, mãe... - A menina estava mais calma agora.

— Filha, trabalhar não é nenhum sacrifício e o seu irmão ainda vai estar lá com você. Lolo, quero que saiba que seu pai e eu não vamos tirar vocês das atividades extracurriculares de vocês.

— Eu sei que a senhora só quer o melhor para nós, mas eu...

— Lorena, entenda. Nada que você falar irá fazer com que mude de ideia.- Ela disse para poder dar um fim naquele assunto. - Estamos bem? - Kate perguntou abraçando a filha

— Estamos – Lorena respondeu sem emoção alguma na voz

— Então agora me diga, desde quando está acontecendo alguma coisa entre você e o Henry?

A menina ficou sem graça, mas mesmo assim respondeu a mãe. - Nós estamos conversando bastante tem algum tempo e nós vimos ontem e ficamos conversando por um longo tempo e aconteceu

— Entendi. Seu pai mandou uma mensagem ao Ryan falando que precisa conversar com o Henry.

— Não acredito que o papai fez isso. Se o tio Ryan contar ao Henry o que ele vai pensar de mim.

— Nada demais, ele já te conhece.

— Mãe, eu sei que a senhora está tentando ajudar, mas não é assim que funciona hoje em dia.

— Eu sei muito bem como as coisas funcionam

— Serio mãe. Mesmo casada à quinze anos?

— Vai por mim, as coisas não mudaram tanto.

— Então me diga como seria se isso acontecesse quando você tinha minha idade – A menina perguntou já esquecendo totalmente que estava brava com a mãe.

— Ele provavelmente pensaria que eu estava com medo do que pudesse acontecer. Não é isso que vai acontecer.

— Oh, não. Ele deve estar pensando em como sou virgem que tenho que falar quem eu beijo por ai para os meus pais e depois disso ele nunca mais vai querer me ver – A menina falou deitando na cama e colocando o rosto sobre o travesseiro.

— Filha, sobre isso fique sabendo que quando você se sentir pronta e quiser conversar com alguém é só chegar e me falar.

— Pode deixar mãe, eu não pretendia fazer diferente.

— Ainda bem. Agora vamos chamar o seu irmão para o café da manhã que seu pai fez.

Elas passaram no quarto do garoto e o chamaram para segui-las em direção a cozinha.

—  Finalmente, pensei que estivessem esquecido do velho aqui.

— Jamais papai – Os filhos responderam juntos.

— É, jamais meu amor. - Disse Kate

— Eles tomaram café da manhã todos juntos e os filhos não pararam de falar em como os pais estavam famintos naquela manhã e deveria ser por causa de todo o exercícios que eles praticaram durante a noite e pela manhã. Deixando os pais completamente envergonhados. E depois de um furacão ter passado pela manhã naquela casa agora era hora da calmaria.