Havia chegado finalmente em casa, bom não estava nenhum pouco animado, pelo contrario nunca e minha vida nem no campo de batalha me senti tão infeliz. Eu não era o filho que eles esperavam e eles não eram o sonho de família que eu aguardava, estar nesse lugar não remetia boas lembranças.

Abri a porta e dei de cara a uma sala vazia, nenhuma recepção calorosa, muito menos um abraço longo e aliviado de minha mãe, provavelmente eles estariam em alguma reunião ou em algum jantar formal no qual a ovelha negra aqui não havia sido convidado. Nenhum deles queriam que algum de seus sócios soubessem que eles tinham um filho rebelde que não seguiu a carreira de sucesso dos Uchiha, que para poder ter a liberdade que tanto sonhava trilhou a carreira militar e para afogar suas mágoas e raiva se esconde atrás de uma arma. Joguei minhas malas pela sala, ignorando totalmente o bilhete “carinhoso” que minha mãe havia me deixado, fui para o lugar que chamava de quarto, mas que mais parecia um deposito “Itachi”, cheio de coisas nas quais não cabiam mais em seu confortável e luxuoso quarto; dava graças a deus de não conviver num lugar assim e de estar quase juntando o dinheiro necessessário para nunca mais precisar voltar para essa casa.

Procurei alguma roupa de inverno que havia deixado por aqui e dei um suspiro de alivio ao ver que elas estavam pelo menos limpas e bem organizadas; separei a jaqueta de coura a camisa de manga longa preta, os jeans surrados preferidos e meu coturno detonado. Fui para o banho e tentei relaxar. Hoje havia acontecido algo no qual eu estava acostumado, mas que de um jeito estranho mecheu comigo mais do que qualquer outra vez. Troquei olhares com uma garota de cabelos estranhos e rosados, ela parecia tão familiar e tão diferente, parecia tímida e estudiosa, suas bochechas ficaram vermelhas e seus olhos se desviaram dos meus… Mas antes disso ela me deixou um desejo incontrolável de dizer: Por favor, olhe novamente para mim, me deixe ver seus olhos verdes novamente! Eu havia reparado ate mesmo na cor de seus olhos e na maneira como suas bochechas coraram antes de desviar seus olhos de mim.

Balancei a cabeça e ri, estava pensando em alguém que nem ao menos conhecia e que também nunca deve ter me visto antes já que vivia viajando e nunca estudei em nenhuma das escolas daqui, muito menos fiz nenhuma das faculdades que existe por aqui. Tinha apenas que esquecer isso.

Fui para o quarto me secando e me trocando, queria distrair a cabeça; pelo o que havia ouvido pela cidade havia um festival na cidade que iria durar ate o final do inverno e que pelo jeito que todos em Konoha falavam sobre ele, era o festival mais importante do ano. Peguei as chaves, minha carteira e desci ate o térreo de nossa nossa casa exagerada para pegar meu carro, pelo menos algo que não foi jogado em minha cara que foi dado graças aos esforços de meu pai, aquele carro eu conquistei com muito esforço e suor.

Guardei o carro em um estacionamente seguro e parti para a diversão. Andei por um bom tempo quieto e distraído, aquilo não estava ajudando nenhum pouco, pelo contrario quanto mais aquelas meninas me encaravam com risinhos e risinhos estericos, mais eu me lembrava daquela garota.

Fui a uma das barraquinhas para comer um dos pratos locais típicos, quando vi ao longe os cabelos mais diferentes que havia passado diante de meus olhos, ela estava sorrindo juntamente a um bando de adolescentes que formavam casais e que deixavam apenas ela sozinha e pelo jeito desconcertada.

Não podia me conter, precisa saber quem ela era, seu nome… enfim! Tentei me aproximar devagar para não deixar que ela me visse; não demorou muito ate que eles estivessem em um cais, nem me lembrava mais que Konoha tinha praia, todos estavam sentados em pares em frente a uma fogueira. Quando ela se levantou vindo em minha direção, me escondi para que não me visse, o que estava fazendo afinal? Eu, Sasuke Uchiha me escondendo de uma garota que não conhecia e que me causava essa alteração de respiração e de batimentos cardíacos, que me causava frios na barriga e mãos suadas… A não, isso não podia estar acontecendo, não com uma estranha.