I'm going back to 505 escrita por Fluorescent Adolescent


Capítulo 1
I probably still adore you


Notas iniciais do capítulo

Hi Hi! Antes de começarem a leitura quero acrescentar umas coisinhas simples, mas não com menos importância. Primeiro, essa pequenina história thalico é inspirada na música 505, portanto, vocês vão encontrar algumas frases misturadinhas no texto que não pertencem a mim, e sim ao Alex Turner (autor da música). Segundo, o Nico gato di Angelo e a Thalia diva Grace também infelizmente não me pertencem, e sim ao Tio Rick. Terceiro... Aconselho ler escutando a música tema. Não vão se arrepender! Bem, boa leitura.Espero que gostem!



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Azul. É tudo o que vejo pela janela do avião. O céu está pintado de um azul tão intenso que chega a doer, mas não desvio meu olhar, continuo a fitar o céu não porque é belo, mas pelo simples motivo de que ele só me faz lembrar de você. Os seus olhos. Tão azuis, tão elétricos, e pelos Deuses, tão lindos. Você, o motivo da minha volta e do meu sorriso. Um turbilhão de memórias atinge meu pensamento como uma bomba nuclear atinge uma cidade, o me fez ficar sem ar por um momento.

Recordo-me de como chorou no dia. Mas eu desmorono completamente quando você chora. Suas lágrimas eram incontroláveis e não parava de me xingar. Talvez porque mais uma vez você tinha que me cumprimentar com um adeus. Lembro de como a abracei, enlaçando sua cintura e seus ombros, e a nostalgia me faz estremecer na poltrona do avião. Adoro as suas mãos no meu pescoço, ou pelo menos adorava até a última vez que conferi.

Mergulho no tempo e sinto como se fosse verdade a sua mão se entrelaçar na minha. Tínhamos 18, eu acho. Era uma tarde fria de outono e as árvores já exibiam aquelas folhas num tom de laranja que só se via nessa época do ano. Os sons eram de pássaros que batiam asas para o sul, folhas voando e o vento uivando em nossos ouvidos. Você estava usando aquela jaqueta de couro preta que eu amava. Preto sempre foi uma cor que lhe caía bem, até onde eu lembro.

Caminhávamos em silêncio, e você me encarou intensamente com seus olhos azuis e disse que me amava pela primeira vez. Lembro que senti como se o peso do mundo tivesse caído de minhas costas. Nos beijamos e cantamos nossa música favorita, do início para o que deveria ter sido a eternidade.

Dói pensar que eu abandonei você. Dói muito admitir. Mas estou voltando, e já posso ouvir meu nome saindo de seus lábios. Aquela voz que chorou e xingou, aquela linda voz, vai mais uma vez, dizer que me ama. Irei sentir seu embriagante perfume e fazer você gargalhar por muito tempo . Eu... Eu prometo.

Amo o jeito como é determinada. Tem o controle de tudo nas mãos, e eu nunca me importei com isso. Por mais que estivesse à frente, você sempre virava o rosto para me olhar e sorrir. Meus devaneios me levam ainda mais fundo. Éramos tão jovens, ainda amigos, mas já sabíamos tanto da vida. Estávamos naquele lugar, que como em todas as histórias de amor, era só nosso. No pensamento, apenas.

Você olhava o pôr do sol fixamente, estava tão bela. Seus negros e bagunçados cabelos, a pele pálida fazendo as sardas de seu rosto transparecerem, e seus olhos irradiavam como se tivessem roubado todos os raios de uma noite de tempestade para presentear seus tão lindos olhos azuis. Tinha expressão forte que demonstrava poder e confiança. Como sempre, e dito antes, linda.

Foi neste dia que eu descobri que te amava. Me balanço desconfortavelmente nesta poltrona, minhas entranhas apertam cada vez mais. Este é o efeito colateral de ficar longe de você. Mas eu estou voltando. Para tocar seu rosto e sentir você tocando em meu pescoço. Eu provavelmente ainda adoro você, com suas mãos em meu pescoço. Ou adorava da última vez que chequei.

Acho que o que mais sinto falta é do seu sorriso, de lado, engraçado, irônico, sexy, e até um pouco pervertido. Você sabe que me tem na mão. Pare e espere um segundo. Quando você sorria e olhava daquele jeito pra mim... O que você esperava? Seja cruel comigo, porque eu sou um tolo por você. Não espere por nada, agarre meu pescoço e faça-me sentir como se estivesse impedido de entrar no céu, por muito tempo.

Uma súbita lembrança me domina e faz com que eu me arrepie. Recordo como se fosse ontem, à noite no 505, você lembra? Aquela em que nos beijamos como nunca. Estávamos meio bêbados e um pouco elétricos. Eu pude tocar e beijar você, por cima das suas roupas, e depois sem as roupas. Você estava tão linda. E foi tão lindo ver você de manhã do seu lado da cama, com as mãos entre as pernas.

Pensar em nós dois faz meu cérebro virar geléia. E como éramos tão completos, você e eu. Odeio como estou sempre a ponto de acabar com a surpresa, tirando minhas mãos dos seus olhos cedo demais. Agora que me lembro, sinto que deixar você nunca valeu à pena. Por que fui embora mesmo? Os argumentos nunca serão tão convincentes aos meus olhos. O que é um dia, uma semana, um mês ou uma vida inteira de liberdade neste mundo, se eu não posso passar um segundo olhando para você?

Querida... Eu espero que quando esteja lendo isso, você emende o seu machucado coração, para abri-lo novamente para mim. Pois vou voltar para jamais te ver chorar, porque eu desmorono completamente quando você chora e nunca mais terá que me cumprimentar com um adeus, como da outra vez.

Meu amor, eu sempre vou voltar para o 505, se for um voo de 7 horas ou 45 minutos dirigindo. No meio da aventura, parece o lugar perfeito pra começar. O que você esperava? Eu provavelmente ainda adoro você, com suas mãos em meu pescoço.

Em minha imaginação, você está esperando deitada do seu lado da cama, com suas mãos entre as pernas.

E um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?Deixem seus comentários!Beijos e pizza ;*



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