Acordei sedo naquela manhã chuvosa, para muitos a chuva batendo na janela os fazia ter um sono tranquilo e longo. Porém para mim aquela manhã não conseguia me deixar tranquila, eu por algum motivo desconhecido não conseguia dormir. Talvez eu estava ansiosa porque Noah meu irmão mais novo ia voltar da casa da minha avó. Esme.

Ele as vezes antes das aulas começarem passava um tempo lá, minha avó era a pessoa que eu mais confiava no mundo ela sabia de todos os meus segredos eu adorava ela. Às vezes eu a considerava mais minha mãe do que a minha própria mãe.

Levantei sentindo meus pés tocarem o piso gélido, estremeci me arrastando até o banheiro. Fiz minha higiene matinal e abri a porta Jacob e Paul não me olharam continuavam olhando para a frente, suspirei indo até a cozinha sendo seguida pelos dois.

—Bom dia. – Cumprimentei as duas cozinheiras que estavam ali eu não lembrava o nome delas

—Oh bom dia menina vá se sentar na mesa com seus pais o café já está servido. – Uma delas parou na minha frente com as mãos na cintura

—Hum?! – Questionei a fitando sem vontade

—O que há com esses jovens de hoje em dia estão sempre cansados! – Ela exclamou e eu a fitei e sorri de leve ela era o tipo de mãe que eu sempre desejei daquelas que pega no seu pé, cozinha bem, e fica com as mãos na cintura esperando alguma reação sua

—Vou comer aqui mesmo. – Respondi por fim soltando um longo suspiro eu estava realmente um bagaço vi meu reflexo em uma jarra de prata meus cabelos estavam bagunçados e eu estava com cara de mendiga

—Então espere que já lhe sirvo. – Ela disse juntando alguns pães e bolos em uma bandeja

—Pode ir servir os soberanos que eu me viro aqui. – Dei de ombros e ela me fitou desconfiada

—Ok, só não quebre nada. – Ela mandou e eu ri assentindo

Me levantei passando pela outra mulher que estava na cozinha e pegando um pouco de café, parei em sua frente a fitando ela me olhou sem graça e eu sorri amarelo

—Algum problema? – Ela perguntou

—Hum?! .... Ah não!! – Exclamei sem jeito - Só queria saber seu nome. – Disse e ela sorriu amavelmente

—Mary. – Ela se apresentou e eu sorri

—Legal! – Exclamei me sentando na cadeira me debruçando sobre o granito gelado da mesa

—Sente direito na mesa menina. – A cozinheira que tinha saído voltou me corrigindo fiquei ereta a fitando

—Qual seu nome? – Questionei e ela se virou

—Helena. – Ela disse e eu assenti

—Seu nome é bonito. – Disse tomando um xicara de café quente

—Obrigada. – Ela assentiu voltando a fazer suas tarefas

—MANINHAAA! – Noah entrou correndo na cozinha e se jogou sobre mim quase me fazendo cair da cadeira

—Oh jesus! – Exclamei o ajeitando em meu colo ele estava ficando pesado

—Não Nessie! É o Noah. – Ele me corrigiu e eu ri

—Ok senhor engraçadinho, cadê meu abraço? – Questionei e ele saltou em meu pescoço e eu o apertei

—Aí se está me sufocando. – Ele reclamou e eu o soltei

—Sentiu minha falta? – Questionei

—Claro né você é a minha maninha que eu amo. – Ele fez uma carinha de anjo muito convincente e eu me derreti

—Ah eu também te amo peste. – O enchi de beijos e eu gemeu e olhou para Jacob e Paul e franziu o cenho

—Quem são eles? – Ele sussurrou em meu ouvido como se os dois não tivesse ouvido eles soltaram risinhos discretos pelo nariz e eu sorri

—São meus seguranças. – Disse e ele pulou do meu colo

—Legal! Vocês são que nem os carinhas da CIA. – Ele pulou animado e Jacob e Paul o fitaram rindo

—Mais ou menos. – Disse Jacob sorrindo de leve

—Deixa eu ver a arma de vocês? – Ele pediu fazendo aquela cara que ninguém resiste

Jack se abaixou retirando a arma do cinto e mostrando ao meu irmão, os olhinhos dele brilharam. Jack sorriu retirando seus óculos e colocando em Noah que correu pela cozinha

—Viu Nessie agora eu também sou seu segurança. – Ela disse apontando para mim como se tivesse uma arma nas mãos

—Nossa já me sinto mais segura. – Disse suspirando aliviada a ele cruzou os braços  

—Já está fazendo fara! – Vovó Esme entrou na cozinha Noah riu entregando os óculos a Jacob que voltou a sua posição

—Oi vó. – A abracei

—Olá querida, como você…. Nossa você está horrível, abatida, olha essas olheiras! Este cabelo seco, com pontas duplas! Você está mais magra! É tpm? – Vovó questionou e eu a fiquei boquiaberta meus seguranças soltaram risinhos baixos

—Agora me sinto muito melhor. – Murmurei sarcasticamente voltando a me sentar –A senhora vai ficar? – Questionei apoiando meu cotovelo na mesa e meu rosto na mão

—Oh não, não! Só vim trazer o Noah. – Esme disse pegando meu irmão e o abraçando

—Viu o papai? – Perguntei enquanto ela tomava uma xicara de café rapidamente

—Não, só a sua mãe. Ela está na sala lendo uma revista qualquer. – Minha avó girou os olhos e eu fiz uma careta

—Ah tá. – Resmunguei sem animo

—Vou indo meu anjo. – Esme beijou minha bochecha – Tchau querido! – Ela acenou para Noah eu estava mais entretido com um bolo se chocolate

—Tchau vovó! – Ele falou com a boca cheia acenando a mão toda coberta de chocolate

—Minha nossa que nojo! – Minha mãe atravessou a cozinha em uma velocidade sobre humana fazendo uma careta para Noah e arrancando das mãos dele o bolo que comia. Ele fez um biquinho.

—Deixa ele comer o bolo em paz! – Resmunguei girando os olhos

—Porque não vai para seu quarto, sua figura está machucando meus olhos! – Bela se virou para mim sempre com aquele olhar superior respirei longamente – E deixa que do seu irmão cuido eu! – Ela continuou limpando as mãos de Noah rapidamente

—Você é a pessoa mais exagerada, fútil e arrogante que eu conheço. – Bradei irritada me levantando de onde estava

—E você é uma garotinha mimada que tem que aprender qual é o seu lugar! – Bela ficou frente a frente comigo

—Ah eu sei o meu lugar, já você está perdida não é mamãe. – Exclamei cinicamente – Erra de quarto na sua própria casa, ou você foi parar no quarto do Jacob porque quis? – Questionei cruzando os braços

—O que eu posso dizer, seu pai não dá conta do recado. – Bela deu de ombros com um sorriso maldoso

—Ou você que é muito piranha e não consegue ficar com um homem só. – Bradei furiosa

—Meça suas palavras! – Bela gritou

—Estou farta de medir minhas palavras Isabela, quer saber isso aqui não é uma família. Uma família não esconde coisas em baixo do tapete! – Gritei no seu mesmo tom

—Mais do que é que você está falando? – Minha mãe colocou as mãos na cintura

—Tem muito podre por trás dessa fachada de família feliz que os tabloides mostram e eu vou descobrir. - Amenizei meu tom de voz

—Faça como quiser, você é irrelevante. – Ela sorriu orgulhosa – Assim como seu irmão. – Bela olhou para Noah que abaixou a cabeça

—Você que não merece nada do que tem, nem o papai. – Bradei dando um passo à frente sentindo a magoa corroer meu peito como ácido, como um veneno feroz.

—Você acha que seu pai é um santo não é mesmo? – Bela negou – Está enganada querida, o vilão desta história não sou eu! – Ela avisou seriamente

—É o que vamos descobrir. – Afirmei e ele assentiu

—Vamos Noah. – Ela saiu da cozinha puxando o meu irmão consigo bufei de ódio

Virei as costas correndo estaca a cima sendo seguida pelos dois seguranças que eram rápidos já que não deu dois segundos e eles já estavam na minha cola novamente, fui puxada para trás pelo braço me virei fitando Jacob

—Você está bem? – Ele questionou franzindo o cenho

—Fica comigo. – Pedi sentindo meus olhos embaçarem pelas lagrimas que estavam próximas

—Tudo bem meu anjo. – Jack beijou minha testa ele me puxou entrando no quarto e fechando a porta atrás de si, Jack deitou na cama me puxando deitei sobre seu peito e suspirei derrotada

—Me sinto inútil. – Resmunguei enquanto sentia suas mãos em meus cabelos

—Você não é inútil Nessie, apenas está exausta. – Ele soltou um risinho pelo nariz – Não se preocupe ficarei aqui, nada vai lhe acontecer. – Jack beijou minha cabeça

—Já não posso dizer o mesmo. – Murmurei contra seu peito

—Como assim? – Ele questionou

—Não quero te perder. – Resmunguei – Mais sinto que se eu continuar mexendo nessa história da minha família, da relação do meu pai com sua mulher e as coisas que eles escondem... sinto que posso perder você. – Franzi o cenho o fitando e ele sorriu de canto

—Você tem que esvaziar a mente, não é nada legal essa ruga enorme de preocupação na sua testa. Você está muito tensa. – Jack me abraçou contra seu peito – Eu ainda estou aqui não estou? – Ele questionou e eu assenti

—Sim. – Respondi suspirando fundo e fechando os olhos ouvindo o som da chuva batendo na janela logo meu corpo relaxou e me senti sendo abalado no sono novamente – Eu amo você.... – Resmunguei antes de cair no sono profundamente.