As flores eram vermelhas e a decoração era em tons de branco e dourado, tudo muito lindo, eu estava ajeitando o meu vestido na frente daquela igreja e todas as mulheres da minha vida estavam comigo, Maria, minha mãe que eu havia perdoado, Lauren que havia se tornado uma grande amiga nos últimos meses e claro, a minha tia recém chegada da Bélgica, Eleonor, que havia trago consigo, três crianças de três nacionalidades diferentes, uma menina loira que era alemã, uma morena que era turca, e um menino negro que era africano, todos estavam vestidos de dourado, o que eu achei incrivelmente fofo.

O vestido de Maria era rosa bebê e cheio de babados e ela tinha seus agora curtos cabelos louros com cachos nas pontas e uma coroa de flores coloridas, ela parecia tão linda que eu pensei que se ela se casasse assim mesmo, ainda seria a noiva mais linda do mundo, mas ela com toda certeza ainda não pensava em casamento, visto que só namorava há poucos meses com Jeremy.

Jeremy estava na primeira fila de assentos na igreja ao lado de Kelly, e de outras pessoas de sua família, Maria havia implorado para que convidássemos a sua família e eu atendi o seu pedido.

Minha mãe, a senhora Matilde, vestia um vestido bege com uma especie de xale por cima, seus cabelos escuros estavam soltos e ela usava uma maquiagem esfumada que destacava ainda mais os seus olhos verdes, ela parecia uma rainha daquele jeito.

Lauren vestia um vestido preto que finalmente estava adequado para a sua idade, seus cabelos agora estavam tingidos de preto, e suas unhas estavam pintadas de vermelho, combinando com seu batom também vermelho, eu tinha que admitir que ela não estava cafona, pelo menos não no casamento do seu filho.

E ah! A minha tia? Adivinha! Um tubinho rosa choque poderoso, ela tinha um corpo incrível e aquele vestido destacava ainda mais as suas curvas, ela agora tinha o seu cabelo em um tom um pouco mais escuro, mas estava igualmente linda.

E quanto á mim? Adivinha? Eu sou a de branco! Meu vestido diferente da maioria não era todo branco, seu busto era vermelho e sua calda branca, o busto possuía algumas pedras brancas, meu véu também possuía detalhes em vermelho e meus cabelos ainda mais longos estavam parte presos e parte soltos, eu tinha uma coroa na cabeça que naquele momento estava me incomodando, mas eu sabia que deveria sorrir para as câmeras e eu estava tão feliz que eu poderia ignorar aquilo facilmente.

Meu buquê era de rosas vermelhas também, e cada vez que eu olhava para uma delas, me sentia mais nervosa, metade da cidade estava dentro daquela igreja, e dali em diante eu não seria mais a Jade filha dos Clarckson, eu seria a senhora Guire.

A marcha nupcial começou e as crianças de minha tia, entraram na minha frente jogando flores, eu entrei devagar com meu pai ao meu lado e foi quando eu o vi, o meu futuro marido, em um terno preto com a gravata vermelha, a partir desse momento, eu ignorei todos na igreja, ignorei o padre, ignorei meu pai, ignorei tudo, a única coisa que eu conseguia era pensar que a cada passo que eu dava, eu me aproximava de Peter, ele era o meu caminho, a minha única direção.

Eu finalmente cheguei perto do altar e meu pai me entregou a Peter que segurou as minhas mãos e em seguida me deu um beijo na testa.

Eu e Peter havíamos pedido que o padre agilizasse o processo, já que viajaríamos logo depois do casamento, íriamos para a polinésia francesa, um lugar que há muito tempo quero visitar.

O padre começou a celebrar a missa como tradicionalmente acontece em todos os casamentos, mas eu parecia impaciente, eu queria logo beijar Peter, dizer sim e me meter em uma cama com ele.

— Vamos aos votos. — O padre falou e todos prestaram atenção na cena.

Eu senti minhas bochechas queimarem, mas eu sabia que devia falar os meus votos, havia ensaiado muito e não podia errar, então olhei para o rosto de Peter que parecia esperar que eu dissesse algo, respirei fundo e comecei:

— Eu Jadeline, prometo amar-te e respeitar por todos os dias... Quer saber? Não vou falar nada decorado, o negócio aqui é o seguinte, eu te amo muito, muito mesmo e eu sei que isso começou de uma forma completamente louca, mas foi a melhor loucura que me aconteceu até hoje, eu não prometo que serei uma esposa perfeita, pois sei que não serei, mas prometo que mesmo com a minha imperfeição tentarei de tudo para te fazer feliz, porque a sua felicidade é a minha felicidade, e se você estiver feliz, automaticamente, eu estarei também, portanto quero dividir o meu destino com você, pois sei que juntos conseguiremos arquitetar o nosso futuro melhor, e qualquer perspectiva sem você, se torna sem graça se você não estiver ao meu lado. — Falei e Peter sorriu de forma sincera, ele parecia estar realmente surpreso com as minhas palavras.

— Sei que ás vezes não sou o parceiro ideal, e que ás vezes te deixo chateada, mas se tem uma coisa que eu posso te prometer, é o meu amor, isso é algo que mesmo se eu quisesse muito, eu não conseguiria, pois você é a coisa mais linda que eu já conheci, e se eu não te amar, isso significaria a minha morte, pois você é a minha vida. — Ele disse olhando em meus olhos e eu não pude conter a emoção, chorei ali mesmo, mas parei pois eu sabia que estava borrando a minha maquiagem.

O padre disse mais algumas coisas que eu ignorei e em seguida, eu sabia que estava chegando o momento mais esperado do casamento.

— Você, Jadeline, aceita Peter como seu legítimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo até o fim da sua vida? — O padre perguntou e eu já sabia a minha resposta há séculos.

— Sim. — Respondi animada.

Então o padre voltou o seu olhar para Peter, que também parecia animado.

— E você Peter? Aceita Jadeline como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la até o fim da sua vida? — Ele perguntou e Peter abriu um sorriso que contagiou a todos.

Peter então pois uma de suas mãos em seu rosto e fingiu estar pensativo, ele estava claramente de zuação com a minha cara, até no nosso casamento somos capazes de sermos idiotas.

— Deixa eu pensar... Claro que sim! — Ele respondeu e me puxou, colando nossos lábios em um beijo demorado, antes mesmo do "Pode beijar a noiva"

— Eu ia dizer pode beijar a noiva, mas já vi que eles estão bem ansiosos! — O padre falou divertido e nós nos soltamos um do outro, o que me deixou triste, pois queria continuar o beijando.

Saímos da igreja sob os olhares de todos que ali estavam, recebemos os parabéns e em seguida demos no pé, tínhamos um voo para daqui há uma hora.

No meio do caminho troquei meu vestido de noiva por um jeans e uma camiseta e Peter por uma blusa de botões verde escuro e uma calça skinny que acabou por lhe cair muito bem.

O aeroporto estava lotado, inúmeras pessoas, depois de fazer o checkin, nos sentamos e esperamos nosso avião chegar, eu queria logo me jogar naquelas águas cristalinas.

E foi ali sentada ao lado de Peter, que eu vi que todo o sofrimento tinha valhido a pena, todas as vezes que chorei, todas as vezes que lutei pelo nosso amor, todas as vezes que sofri, tudo aquilo não tinha sido em vão, ele é a minha felicidade, e sempre vale a pena correr atrás da sua, bem, eu corri tanto atrás da minha, que agora vamos voar juntos, rumo ao nosso paraíso particular.

E eu sabia que mesmo que não fossemos para a Polinésia, mesmo que passassemos a nossa lua de mel, em uma humilde cabana, eu estaria feliz, apenas pela presença dele comigo.

Depois de alguns minutos de atraso, finalmente decolamos, eu apertei minhas mãos nas dele e me senti segura, completamente segura, pois ele era o meu alicerce, e se uma casa é construída em um bom alicerce, a construção dura muito, no nosso caso, ela vai ser sempre eterna.