Um Belo Errado escrita por Mila Karenina


Capítulo 20
Mãe aos dezessete?


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiiiiiiiie gente! Nossa hoje a inspiração bateu bonito na minha porta! Mais um capítulo!
Enjoy



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Acordei sob os olhares de minha mãe, meu pai e minha tia, levantei em um pulo da cama, graças aos céus minhas dores haviam passado e eu me sentia bem disposta.

— Filha... você acordou... — Minha mãe começou a falar tímida e eu não entendi o motivo.

Meu pai e minha tia saíram do quarto rapidamente, minha tia saiu acenando pra mim e rindo ao mesmo tempo e meu pai com o semblante sério.

— Vou ir direto ao ponto. — Minha mãe falou séria e eu arregalei os olhos.

— Sua menstruação está atrasada? — Ela perguntou e eu entendi exatamente onde ela queria chegar.

Pensando nisso tudo fazia sentido que ela pensasse isso, eu estou vomitando sem parar, em todas ás vezes que transamos nunca usamos preservativo, mas ainda tinha um detalhe que me salvava, a minha menstruação não estava atrasada, talvez eu não estivesse grávida.

— Não. — Respondi alegre por dentro, ter um filho com essa idade seria muito duro.

— Tem certeza? Eu me lembro quando estava grávida de você e bem, ás vezes a menstruação não atrasar pode não significar que não está grávida, é melhor fazermos o teste de qualquer forma. — Minha mãe falou decidida e eu abaixei a cabeça pensando nas mil e uma possibilidades.

— Mãe... — Eu comecei a falar e logo me vi com os olhos cheios de lágrimas, eu não queria ter um filho.

— Querida... se você estiver mesmo grávida... não é o fim do mundo... olhe pra mim. — Minha mãe pediu e eu a olhei.

— Você sabe que podemos tirar o bebê de você e vai ficar tudo bem... — Ela me garantiu e eu não entendi o motivo, mas me senti mal só de pensar em fazer um aborto, aquele filho seria indesejado, mas eu tinha certeza que o amaria com todas as minhas forças.

— Se eu estiver grávida eu assumirei a responsabilidade e não abortarei meu filho! — Falei decidida e me levantei.

— Calma filha! Sabe que você tem um futuro pela frente! Não pode deixar que uma criança indesejada estrague tudo! — Minha mãe gritou e eu comecei a chorar ainda mais.

— Não diga isso de uma criança que não pediu pra existir! — Eu gritei de volta e caí no chão aos prantos, ela veio em minha direção e me abraçou.

— Vamos fazer o teste e... depois vemos o que vamos fazer. — Minha mãe me acalmou, mas não adiantava, minha cabeça agora era um turbilhão de emoções.

Comecei a pensar no rosto da criança, talvez ela tivesse as sobrancelhas grossas de Peter, talvez ela tivesse olhos grandes como os meus, mas com toda certeza teria cabelos castanhos.

Foi aí que eu pensei nele, em Peter, ele precisava saber do que estava acontecendo, e em seguida pensei em Maria me xingando por lhe dar um irmão indesejado, seria difícil, mas eu estava disposta a enfrentar tudo e todos se isso significasse a sobrevivência do meu filho, eu não entendi, mas eu parecia já amar loucamente esta criança que eu nem ao menos sabia se existia de fato.

Minha mãe saiu do quarto rapidamente e voltou depois de quase uma hora com uma caixinha rosa que tinha escrito em grandes letras "teste de gravidez", agarrei a caixinha e fui até o banheiro, eu agora saberia se eu estava mesmo grávida ou não, mas não me senti no direito de saber disso sem a presença de Peter, então tapei o pauzinho do teste, eu sabia que se ali tivessem dois risquinhos eu estava mesmo grávida, mas se tivesse apenas um, eu estava livre.

— Mãe, vou até a delegacia. — Falei jogando o teste dentro de minha bolsa.

— Não me mate de curiosidade! Veja logo se vou ou não ser avó! — Minha mãe gritou nervosa, mas me mantive firme em minha decisão.

— O Peter tem de ser o primeiro a saber! — Falei decidida e ajeitei meu cabelo na frente do espelho, minha mãe saiu de meu quarto batendo a porta com força, ela estava com raiva e eu entendia perfeitamente.

Desci as escadas com a minha bolsa sob os olhares de todos da casa e saí sem dar tchau, sempre odiei que me olhassem assim, dessa vez não estava bem para caminhar, então chamei um táxi.

Entrei no carro amarelo e tirei o carteira da bolsa.

— Para a delegacia por favor. — Pedi ao motorista que já era idoso e ele acelerou o carro.

Chegamos em menos de dez minutos, eu paguei e agradeci e saí do carro animada, a delegacia era sem dúvida diferente do resto da cidade, ela havia sido reformada e contava com uma pintura em azul e branco.

Vários policiais entravam e saíam e alguns me lançavam olhares curiosos, como se soubessem de algo, me senti mal na hora, mas depois relevei.

Uma mulher negra com um corpo em forma de pêra me olhou de baixo em cima, ela com certeza era a recepcionista, eu sorri para ela que apenas ignorou.

— Eu preciso falar com o senhor Guire. — Falei nervosa e ela revirou os olhos.

— O senhor Guire está ocupado. — Ela respondeu ríspida, estava na cara que eu não tinha agradado.

Então resolvi que precisava ser um pouco mais dura na queda, sorri ironicamente e disse:

— Ele nunca está ocupado para sua noiva!

A mulher pareceu chocada e ao mesmo tempo decepcionada, sorri por dentro e fiz uma expressão arrogante que com toda certeza lhe tirou o ar.

— Vou ver o que posso fazer por você... — Ela respondeu e entrou em uma sala que deduzi ser a dele.

Minutos depois ele apareceu de terno e gravata e com o cabelo completamente arrumado, achei engraçado o fato dele estar assim, porque na maioria das vezes ele está bagunçado.

— Como assim? Minha noiva? — Ouvi ele perguntar confuso para a mulher que parecia nervosa e com raiva.

— Sim, ela disse que é sua noiva, na verdade ela garantiu que é sua noiva. — Ela continuou falando e ele parecia cada vez mais confuso.

Peter então caminhou até o balcão onde a mulher estava e me olhou, então soltou uma gargalhada, ele caminhou até mim parecendo se divertir com a situação.

— Olá futura senhora Guire. — Ele me cumprimentou com um selinho.

— Me desculpe... eu precisei fazer isso. — Eu respondi sem graça porque a mulher ainda nos olhava e eu sabia que não seria de bom tom que todos soubessem do nosso envolvimento.

— Sem problemas... eu acho que ela ainda está chocada! — Ele falou ainda risonho, ás vezes eu acho que me deram a descrição errada de Peter quando disseram que ele era chato e mandão, ele sempre parecia tão risonho.

— Nós precisamos conversar, e conversar seriamente... — Eu falei e ele não pareceu surpreso, o que me deixou intrigada.

— Vamos até meu escritório. — Ele falou e pegou minha mão, passamos de mãos dadas na frente da mulher que parecia prestes a infartar.

Seu escritória era escuro, mas completamente arrumado, me surpreenderia saber que é ele quem arruma, nas paredes haviam alguns quadros aleatórios e em sua mesa fotografias, haviam algumas de Maria e me surpreendi quando vi um retrato meu, eu estava dormindo na foto e parecia serena, senti vontade de beijá-lo quando vi a foto, mas me conti.

— Diga querida. — Ele pediu e eu tirei o teste da minha bolsa.

— Eu acho que isso explica tudo! — Eu falei o entregando o teste e dessa vez ele pareceu se surpreender de verdade.

— Você acha que está grávida? — Ele perguntou inocente.

— Eu não... mas meus pais sim... — Respondi calmamente.

— A sua mãe... ela ainda quer me matar? — Ele perguntou desviando o assunto com facilidade.

— Provavelmente, e agora ainda mais. — Eu respondi sendo sincera e ele mais uma vez pareceu se divertir com a situação.

Peter pegou o teste e finalmente olhou, mas ele não esboçou nenhuma reação, apenas ficou parado e dessa forma eu nunca saberia se estava ou não grávida.


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Notas finais do capítulo

Responda nos comentários: Grávida ou não?