“Pra que ficar pensando
O tempo está passando
E a vida é uma caixa de surpresas
Eu sei que você quer
Então não tenha medo
Esqueça a incerteza

Lembre, cada segundo passa
E não volta mais
Se arrepender depois
Não tem como voltar atrás

Eu vejo está escrito em seu olhar
Esse desejo de se entregar
Pra começar segura a minha mão
Relaxa e me abraça sem temor
Quem sabe está nascendo um grande amor
Bem mais que atração” Bem mais que atração – Não sei quem canta.

– Querida? Por quê acordastes tão cedo? – Minha mãe perguntou com sua usual preocupação, minha mãe é portuguesa e meu pai americano, então desde sempre convivo com seu sotaque.
– Lhe avisei que iria à praia com a Maria hoje, não avisei? – Eu respondi prendendo meus cabelos em um coque e dona Matilde me olhou confusa.
– Avisou foi? Pois eu esqueci! – Ela disse saindo do meu quarto e eu revirei os olhos, mães!
Me apressei para ir até a casa de Maria e quando cheguei seu pai já arrumava bolsas em sua picape, vê-lo assim nessa pose de pai de família me deixou surpresa, mas o que realmente me deixou surpresa foi a mulher loira e com seios enormes que estava ao seu lado, quando olhei para o seu rosto não restou dúvida, parecia uma cópia exata de Maria, estava óbvio que era sua mãe.
Ela percebeu que eu a olhava e então veio até mim com um sorriso tão falso quanto uma nota de três reais.
– Então você é a Jade? Juro que te imaginava menos adulta! – Ela disse sorrindo de forma que seus olhos azuis pequenos diminuíssem ainda mais de tamanho.
– É sou eu, e você deve ser a mãe da Maria, me desculpe eu sou péssima com nomes... – Eu respondi com a mesma falsidade, estava na cara que ela não havia gostado de mim e o sentimento era recíproco.
– Sou Diana, Diana Hilton – Ela respondeu estendendo a mão como se quisesse selar um acordo de paz.
– Sou Jade Clarckson, ao seu dispor madame! – Eu disse apertando sua mão e em seguida indo até Peter que ria da cena.
– E aí Peter? Eu posso falar assim com você né? Não estou invadindo sua privacidade ou coisa do tipo né? – Eu falei tudo ao mesmo tempo, eu admito, ali estava o primeiro homem que mexia com Jadeline Clarckson.
– Me chame como quiser, só não de tio, por favor! Não faça eu me sentir mais velho do que já sou! – Ele disse sorrindo e eu me perdi em sua boca por alguns segundos até eu ser trazida a realidade quando um balde de molho caiu em mim me molhando completamente, levantei os olhos e percebi o olhar perverso de Diana.
– Querida! Me desculpe! Estou tão desatenta hoje! – Ela disse tentando secar minha blusa, mas eu tive uma ideia melhor.
– Oh tia Di! Não se preocupe! Nós não estamos indo pra praia? – Eu disse arrancando minha camiseta e revelando meu biquíni verde neon que contrastava com minha pele bronzeada.
Os olhos de Peter automaticamente foram parar em meus seios, que não eram enormes como os de Diana, mas de um tamanho médio, e empinados.
– Que foi? Se estamos na chuva não tem como não se molhar, titia! – Eu disse e Peter parecia estar vermelho de tanto rir.
Entrei na casa a procura de Maria, a encontrei se enchendo de protetor solar, fala sério, assim ela não vai pegar nenhuma corzinha!
– Ei amiga, pera aí? Já de biquíni? – Maria exclamou enquanto seu nariz ficava branco de protetor solar.
– Digamos que eu possua físico pra isso! – Eu disse dando uma rodadinha, e no fundo era verdade, me sentia bem de biquíni e shorts, não tenho nenhuma neura com o meu corpo.
– Venham meninas! – Peter nos chamou e Maria me puxou em direção ao carro de seu pai, entramos atrás e fomos o caminho todo ouvindo um CD do Nirvana, cara o homem tem até bom gosto musical! Ele é de outro planeta!
Peter e a senhora “tenho peitos do tamanho de bolas de basquete” arrumaram nossos guarda-sóis, e começaram a assar carne e eu Maria abrimos as cadeiras de praia, tudo ia em harmonia até que o senhor charmoso resolveu arrancar sua blusa meus olhos foram famintos até seu peitoral e eu não pude disfarçar o olhar, ele percebeu e riu de lado.
– O velhote aqui parece ter impressionado – Ele sussurrou pra mim e eu corei
“Ele é o pai da sua amiga, afaste-se”
Uma voz dizia na minha mente, mas meu corpo parecia ignorar.
– Então que tal se a jovenzinha aqui, te impressionar também? – Eu disse puxando o short para baixo e revelando uma calcinha de biquíni bem no estilo brasileiro, pequena.
Ele parecia me comer com os olhos e a tensão entre nós era tão densa que parecia precisar de um serrote para cortá-la, um serrote ou uma vaca leitura, se você apostou na vaca leitura, acertou!
Diana vinha desfilando em um biquíni vermelho, seus peitos estavam espremidos naquele sutiã que parecia ser de um tamanho menor e seus quadris estreitos se remexiam enquanto caminhava em direção à nós, a falta de paciência e a noção do que quase estava fazendo com o pai de Maria me fizeram deixá-los a sós, mas não sem antes lançar um olhar para Peter que continuava me despindo com os olhos.
Maria me vendo veio até mim e me jogou na areia, eu suspirei e entrei na brincadeira, logo estávamos cobertas de areia dos pés aos cabelos, e eu a levantei do chão sem nenhuma dificuldade por ela ser leve e a joguei no mar, ela resmungou palavrões que nunca havia a ouvido dizer e me puxou, logo ambas bebiam a salgada água do mar.
Eu brincava com Maria na água, mas meus olhos continuavam no meu deus grego, eu sabia que aquilo era errado, mas havia se transformado em algo incontrolável, ele parecia entediado com a conversa que Diana jogava fora com ele e continuava bebendo cerveja, já era a sexta lata que eu o via bebendo, depois de horas na água decidi sair, deixando Maria sozinha.
Me sequei e fui até o banheiro do bar próximo aos nossos guarda-sóis, me surpreendi quando Peter me jogou em uma parede e disse:
– Que tal se me impressionasse um pouco mais?