T.a.r.d.i.s. escrita por Osukaa


Capítulo 1
Capítulo 1




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“Você pode sentir minha falta 5 minutos por dia,
e é melhor fazer direito. É melhor ficar triste,
espero pelos meus 5 minutos, mas o resto
do tempo Clara, todo o tempo do resto,
você tem que aproveitar, cada segundo
você deve aproveitar”
Doctor Who

Sou Angus Sgoilearach, nascido num pequeno vilarejo, encravado no meio dos highlands, um legitimo escocês, de tradições e costumes, (mas não puxei a altura da família sou o nanico mesmo com os meus hum metro e setenta e cinco, tenho rosto largo, cabelos castanhos, e olhos claros, porte forte sem ser gordo, um tipo bem comum, foi o que me ajudou bastante a passar despercebido no meio da multidão). Algo de sempre me orgulhei era de tem um bom senso de direção e localização, desde pequeno, embrenhava-me na velha floresta perto de casa, sempre achava o caminho de casa sem importar que rota tomasse, se estava dia ou noite, sol ou neve, sempre chegava em casa, era assim nos acampamentos de escoteiros ou no serviço militar, brincavam comigo dizendo que eu era bussola humana, tanto que acabei ganhando o apelido de Angus Rota Certa; mas desde que entrei aqui acabo sempre perdido nesse labirinto de corredores e salas, por mais que ele me indique o caminho, sempre acabo caindo num corredor que me leva para uma sala diferente daquela que procuro, começo a pensar em algumas opções: uma seria a versão grega clássica, como o Teseu no labirinto do minotauro, arrumo um fio para marcar o caminho e sem me perder, na tradicional arrumo um mapa ou usar a versão tecnológica no qual ele me arruma um GPS.
Já nem lembro há quanto tempo estou nessa busca, desde aquele dia em que ele comentou da existência de uma piscina, eu tento encontrá-la, mas nunca acho nada, suspeito que "ela" brinca comigo não deixando que encontre a piscina.
Abro porta, fecho porta, encontro inúmeras salas de todos os tipos, com tudo que é possível imaginar dentro, outro dia achei um quarto que deveria ser na realidade um grande closet com roupas que nunca vi o usando, em cima de um pedestal perto de uma das paredes eu pude ver um porta-gravata com vários exemplares delas penduradas, de tipos variados, tinha as tradicionais, borboleta e muitas outras, é interessante ver tantas gravatas e desde que eu o conheci nunca vi usar uma, em um mancebo pendurado havia alguns chapéus: de abas largas, panamá, até um Fez turco, o que me chamou atenção foi o grande cachecol enrolado no mancebo sobre o chapéu grande.
Havia também um portas-óculos com alguns modelos até um de 3D de papel igual aqueles de antigamente, com papel celofane vermelho e azul, em cada olho, numa das paredes era uma sapateira embutida, sapatos era outro item com um
grande número de variações, predominantemente de sapatos sociais, mas tinha all-star cano alto no meio e algumas botas, como é que ele me falou certa vez “botas são legais”, é por isso que sempre vejo usando-as.
O que dominava o ambiente eram as inúmeras araras onde se encontrava pendurado, casacos, coletes, ternos. Vasculhando as araras encontro um traje típico de jogador de críquete, nota mental, perguntar para ele se algum dia jogou esse jogo, também encontrei uma capa que lembrava a de um mágico, mas, também pude averiguar algumas roupas esquisitas por de mais, peças de um gosto bem estranho, combinações de xadrez com listras, eu me perguntei se algum dia ele usou aquilo, ou melhor, se teve coragem de usá-la.
Deixo o closet, depois de ter curtido bastante essa "viagem" na moda, voltei ao meu objetivo primordial, mas estou achando que vou passar uma vida aqui percorrendo esses corredores e nunca encontrar a dita piscina.
Numa das salas que entrei, tive a nítida impressão de ter acabado de entrar num salão de jantar da renascença, a mesa, o grande lustre pendurado, a arte por todo lado, remetia a atmosfera daquela época, pensei comigo mesmo já que estou aqui vou aproveitar essa bela mesa para fazer o meu lanche, um costume que desde pequeno eu tenho é de sair preparado, e aqui a história não é diferente, ainda mais que eu vivo me perdendo por aqui, um lanchinho de emergência sempre cai bem. Saboreei meu lanche observando tudo ao meu redor, aproveitei ao máximo o local, admirei as obras de arte, o conforto da cadeira, acabei por filosofar, se a piscina não seria uma idealização minha, a minha busca de conhecimento, me dou um tapa na cabeça, (vamos acorda cara, não é hora de sonhar, se ficar ai parado não vai mergulhar nunca nela), recolho tudo, limpo o que sujei, deixando a sala como encontrei, e parto para minha jornada.
Em todas essas salas que encontrei até as porta era algo a parte, na maioria das vezes postas automáticas deslizantes, em outras as tradicionais de maçaneta, mas cheguei a uma sala de porta deslizante, ao acaso, pois a sua vedação deixava a parede lisa ela corria para baixo e não para o lado como acontece, o acionamento era feito por um pequeno sensor tátil, quase imperceptível, só descobri a sala porque esbarrei no sensor, ao entrar na sala, mal acabei de cruzar a porta, logo em seguida essa se fechou.


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