Dark escrita por Amin


Capítulo 1
❝Close my eyes, here you are❞


Notas iniciais do capítulo

HEY HEY HEY! Escrevi essa em duas horas, yeah new record! Esses capítulos do mangá deram uma inspiração divina pra gruvia!

Dessa vez o foco é no Gray (dark), espero que vocês gostem de ler como eu gostei de escrever esse lado dele, hihihi. Aproveitem!



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Na calada da noite, uma equipe de vigilância composta apenas por magos negros desbravava as trevas da solidão e do silêncio presentes na floresta Mikage em busca de possíveis inimigos aliados ao Conselho Mágico.

Atualmente, com o Conselho misteriosamente sabendo sobre seu plano de purificação, a Avatar decidiu por tomar algumas medidas preventivas para o caso de terem certos obstáculos que atrapalhem o funcionamento de seus planos, como uma invasão surpresa a base. E uma dessas medidas fora a missão de ronda às noites na floresta onde seu quartel general ficava escondido.

O clima entre o pequeno grupo de magos era hostil e o silêncio perturbador, sendo que este era quebrado unicamente pelo barulho natural dos insetos que habitavam o local ou da gelada brisa noturna que brincava por entre os galhos retorcidos e secos das medonhas árvores que compunham o ambiente silvestre.

Constantemente e silenciosamente, pingos de chuva marcam o chão em uma pequena mancha úmida em formato de círculo, até que a sequência de pingos que caem do céu escuro e sem estrelas se torna mais frenética, transformando as marcas em pequenas poças de água.

Gray, que comanda a frente do grupo, descrente, eleva seu olhar ao céu, logo sentindo alguns pingos escorrerem pela parte de seu rosto marcada pela mancha negra.

— Merda! — pragueja baixinho quando os pingos se intensificam cada vez mais.

Apressa o passo enquanto se divide entre dar passos largos e precisos e fechar a capa negra que veste de modo a tentar se livrar de ficar molhado.

— É apenas uma nuvem passageira — afirma Jerome em sua voz esbanjando tranquilidade e sem nem observar o céu, seguindo apenas uns dois passos atrás de Gray.

Logo atrás deste, a menor Mary caminha a passos mais lentos, preocupada em examinar minuciosamente cada pequeno espaço daquela floresta assustadora, amedrontada. A intimidadora Briar caminha junto a Jerome, mantendo a cabeça erguida perante a equipe e a situação.

— Né, Briar, já podemos voltar? Acho que posso ouvir o vovô me chamando... — Mary alega, caminhando mais rápido para ficar próxima a mulher malvada, sendo extremamente ágil ao segurar-lhe o braço ao que um clarão rompe o céu, mas a mesma logo trata de se afastar, fingindo não escutar tal choramingo.

Gray está alheio aos sussurros dos outros, apenas concentrado na chuva que cai sobre si. O único barulho que consegue detectar é o gotejar dos pingos que escorrem pelos galhos secos e retorcidos das árvores e caem em poças no chão de terra agora úmido.

Pinga, pinga, gota.

A escuridão quase parcial da floresta e os pingos danificavam seu campo de visão, o fazendo criar imagens distorcidas em seu subconsciente. Desde que iniciara sua missão de infiltração na Avatar, Gray percebeu que tinha receio ao escuro, pois, ao fechar os olhos, nada impedia sua mente de fantasiar que estava ao lado de certa mulher da chuva que havia sido deixada para trás.

Agora, precisamente, via-a em sua personalidade de mulher da chuva, sentada em um banco em frente à casa deles debaixo de uma chuva torrencial e com lágrimas escorrendo pelo rosto pálido ao perceber que ele não chegava. Ouviu os lábios trêmulos de frio soprando ar para fora com tamanha dificuldade e sussurrando:

Gray-sama — em um chamado incessante.

Daí por diante, a voz se perdia entre soluços e ele voltava à dura realidade a qual estava submetido ao longo de meses.

Parou de caminhar, exasperado em tentar se livrar de tais pensamentos perturbadores e dos pingos de chuva, com o corpo quase trêmulo.

— Não gostas da chuva? — o timbre relaxado da voz de Jerome lhe pareceu deveras debochado, aguçando seus sentidos novamente.

Assim, Gray se recompõe em um milésimo de segundo e vira-se subitamente para analisar o mago curioso. Jerome, por sua vez, quase treme na base ao receber tamanho olhar duro e sombrio que lhe é dirigido através daqueles olhos em um tom intenso de azul. Intimidador, Gray se vira de modo que apenas a parte manchada em negro de seu rosto possa ser visível, pois o resto a própria sombra da noite trata de encobrir. Mesmo assim, Jerome é capaz de imaginar a expressão forte que une sobrancelhas num semblante aterrorizador.

— Não fale sobre o que não conhece — aconselha Gray em tom pouco amigável, com uma ameaça subtendida em tal frase. Não sorri debochado, seus lábios formam apenas uma linha dura e reta que não expressa coisa alguma. — É desprezível, até pra você.

Transparecendo força e potência, finaliza suas palavras que mais parecem socos e volta sua atenção ao caminho que ainda tem de percorrer, preferindo fazê-lo sozinho.

Gray deixa para trás um loiro intimidado, uma Mary que sente um bolo na garganta e que, ao vê-lo partir, trata de engolir à seco, e uma Briar que tem a sensação de pavor lhe excitando.

"Sombrio...", ela pensa.

— Com desprezível ele quis dizer pequeno, insignificante, talvez miserável? — Mary questiona os magos, confusa.

— Seu vocabulário que me parece miserável, língua venenosa — Briar contra-ataca, logo ouvindo a menina lhe acusar de ser malvada demais.

— Briar? — Jerome chama, apenas obtendo um murmúrio da maga como resposta, ainda estático ao olhar para o percurso que Gray tomara. — Acho que prefiro quando me chama de mal vestido.

Briar apenas solta um murmúrio de tédio e os três logo se preocupam em terminar a ronda, mas dessa vez tomando um caminho contrário.

A chuva tem fim pouco tempo depois, deixando Gray com vários questionamentos sobre as fantasias que anda tendo com Juvia e com a única certeza de que estar ao lado daquele bando de idiotas estava lhe torturando a mente.

Todavia, não poderia deixar de ser agradecido a tais fantasias; não que admitisse em alto e bom som, mas quando estava beirando ao desconhecido e a solidão, querendo ou não era uma forma de lembrá-lo de seus objetivos.

Tinha essa necessidade de pensar em Juvia e nesse laço que não pretendia quebrar.

Não era saudade, apenas o gosto amargo e tão conhecido de algo chamado culpa.


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Notas finais do capítulo

Inventei mesmo isso de missão de ronda né, não sou muito boa com isso de adequar cenário e tempo do mangá com as coisas sem noção que escrevo, então usem um pouco de imaginação :v

Aqui um último desabafo de quem estava com uma puta raiva do Gray, mas não resistiu ao charme que ele possuía com esse lado dark: voltarei a categoria em breve, acho. Aguardem! EUEHUEH