Our Imortality escrita por Vingadora


Capítulo 34
Goodbye, Asgard


Notas iniciais do capítulo

OI, OI, OI! (Um Oi e, ao mesmo tempo, a sigla de Our Imortality, quer coisa melhor?).

Primeiro de tudo: O CARNAVAL DE VOCÊS DEVE ESTAR MARA PRA AINDA ME DEIXAREM SEM COMENTÁRIOS!

Por este triste motivo, acabei ficando um pouquinho desmotivada para escrever, porém minhas forças foram renovadas ao ver a repercussão da divulgação no Facebook.
EU AINDA ESTOU DE PÉ E VOU LUTAR POR ESSES COMENTÁRIOS, APESAR DOS TIROS DO VAZIO QUE LEVEI!

Como prometido, deixarei nas notas finais o link do TEASER da 4ª temporada.

Além disso, se tudo der certo, por conta desse capítulo ser curto, tentarei postar o próximo capítulo que, queridos, SERÁ O ÚLTIMO CAPÍTULO (sem contar o Epílogo, claro).



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Haviam tantas feridas em meu coração que eu, simplesmente, não poderia vestir uma capa e disfarçar a dor que carregava comigo. Não havia formas de esconder os cortes que os poucos dias em que fiquei aqui me proporcionavam. Eu sentia algo molhado, mas não havia uma mancha sequer em meu corpo de sangue, lágrimas ou suor. Era, na verdade, minha alma que chorava silenciosamente, pois sofria internamente com a decisão que precisava tomar.

Vim para Asgard, com a intenção de me curar, me livrar daquelas lembranças que, de acordo com Thor, se não as controlasse, eu morreria. Eu vim como uma guerreira, pronta para defender meus ideais e quando cheguei fui transformada numa boneca, seguindo os passos coordenados que me eram fornecidos. Eu era uma marionete na mão daquela gente.

Fui instigada à recordar de lembranças que não eram minhas, de uma vida que não me pertencia, somente para desvendar um mistério cruel que revelou-me uma culpada surpreendente. E, no fim de tudo, ao voltar, ninguém mais queria saber do desfecho dessa história. Talvez, ao invés de marionete, eu fosse a boba da corte, disponível para alegrar e fazer rir àquela gente.

Eu vim para evitar minha morte e hoje penso que existe mais de uma forma de morrer.

Aprendi muito ali; mais até do que eu esperava ou queria. Conheci melhor algumas pessoas e descobri que um simples ato de amor pode destruir muitas vidas. Como isso é possível, afinal? Como o amor, considerado por muitos, o sentimento mais belo pode destruir a vida inteira de uma família e uma nação completa? Talvez... o amor não seja tão glorioso como acreditamos ou, ouso dizer, realmente existem pessoas que não saibam amar.

Eu me orgulhava de minhas origens. Gostava do fato de ter sido criada por Fury que me tornou uma guerreira, enquanto a vida me ensinou a lidar melhor com os humanos. Eu me conhecia perfeitamente na Terra. Eu estava completa. Era um cálice cheio, não havia nada lá que eu não soubesse. Mas, foi só um cubo de gelo, o Tesseract, que veio de outro mundo, cair lá para esvaziar meu cálice novamente e eu me encontrar, hoje, sentada no chão de um imenso quarto que pertencia à um castelo flutuante de um lugar chamado “Asgard”.

Hoje, eu não era mais a pequena menininha de Fury, um soldado da S.T.R.I.K.E, melhor amiga de Tony Stark, sua assistente, namorada de Steve Rogers, amiga confidente de Clint Barton ou Natasha Romanoff. Contudo, também não era Ignis Surtison, filha de Haz e Semha Surtson, irmã de Ilidia e Iuel, ex-princesa regente do trono de fogo e gelo, exilada por Odin, o pai de todos, ex-noiva de Thor Odinson, amante e esposa de Loki Odinson... ou melhor, Laufeyson.

Eu era algo mais; algo complexo e difícil de identificar. Eu não possuía apenas uma identidade e agora aceitava isso. Ironicamente, hoje me sentia muito mais uma mulher de um milhão de faces do que em toda minha vida. Antes, eu era apenas uma mesma mulher repleta de nomes para se esconder de um passado que não queria mais vivenciar. Hoje, sou repleta de possibilidades de um futuro, tenho mais incertezas e linhas temporais que se é possível vivenciar. É, talvez fosse isso o que eu era, afinal: a mulher de um milhão de faces.

Quando fugi do almoço em família, não me dei conta que já havia entregado à eles minha resposta: não poderia ir com eles para o lugar que identificam como casa. Ignis, antes de partir, sabia que aquele lugar jamais voltaria a ser seu lar; não depois de todas as histórias que criou dentro do castelo asgardiano. Com isso, conclui rapidamente que eles não voltariam a me procurar para obter uma resposta verbal, já que fui muito clara ao correr direto até Odin e expressar minha vontade de voltar à Terra.

Não posso negar e dizer que não passou pela minha cabeça encontrar Iuel e explicar meus anseios mais profundos quanto ao seu pedido, contudo uma vozinha fraca me alertou que o menino agora precisava de tempo para assimilar tantas novas informações e achei justo ir e permanece no espaço destinado à minha privacidade: o quarto de Loki.

Ficar neste lugar, depois da conversa calorosa que tivemos não era despertava os mesmos sentimentos que antes de nossa discussão. Agora, ao dar cada mínimo passo ali, conseguia sentir o cheiro dele nas coisas, imaginá-lo sentado no sofá e até mesmo deitado na cama. Além disso, a pior e mais traiçoeiras das visões fora de imaginá-lo acomodado na banheira, relaxado, esperando por algo ou alguém. Ao me pegar pensando nisso, forcei minha memória instantaneamente para recordar de Steve em seu minúsculo apartamento na gigantesca cidade de Nova Iorque, onde, possivelmente, ele estaria ouvindo um de seus discos de vinil favorito, fazendo alguma panqueca ou assistindo televisão para recuperar as décadas cinematográficas perdidas. Eu sabia que, caso chegasse agora e invadisse seu espaço, interrompesse seu conforto e descanso, Steve me aceitaria, arrumaria um espaço para minha bagagem em seu apartamento e, principalmente, em seu coração. Talvez fosse isso que tivesse me encantado naquele homem em tão pouco tempo. E, era isso que mais me motivava à voltar para a Terra: saber que havia alguém me esperando lá.

↜❁↝

Não haviam bagagens para arrumar, além, claro, de trocar de roupas e guardar o presente que Thor me entregara em uma das gavetas de uma cômoda no quarto. Se eu queria deixa Asgard para trás, era necessário fazer isso da maneira correta. Então tomei um banho decente, sem a ajuda de Máwli ou qualquer outra pessoa ─ até porque ninguém apareceu, respeitando meu momento sozinha.

Eu sabia que minha roupa de chegada estava naquele quarto, pois eu verifiquei antes de formular uma ideia concreta do que fazer para esperar até o dia seguinte. Quando a vesti, pude sentir razoavelmente o cheiro de casa novamente. O amaciante que eu usara para lavar minha roupa estava misturado no fraco cheiro de queimado do Bien Sür. Aquela fora uma das poucas peças de roupas que consegui recuperar intacta do lugar e quando a vesti, no dia, havia combinado muito bem com o cabelo vermelho e os olhos esverdeados. Hoje, só de sentir o conforto de uma roupa humana novamente já me via em vantagem. Pouco me importava se o verde água da camisa não era mais capaz de destacar a cor dos meus olhos castanhos claros, ou que o loiro do meu cabelo ficasse um pouco apagado diante de toda a negritude e reflexos do Glitter da roupa.

Após realizar a única obrigação ─ que era a de guardar a roupa de Asgard ─, sentei-me na ponta da cama e comecei a encarar o espaço a minha volta, me esforçando para não cometer o deslize de pensar no antigo dono. Aquele luxo todo era muito mais do que a antiga Lilly almejava e isso era um dos pontos mais altos que a diferenciava de Ignis.

Após essa breve reflexão, comecei a listar semelhanças em qualidades e defeitos que ambas possuíam e, por fim, conclui que o mais grave dos defeitos era a incapacidade de dizer um adeus com dignidade.

Quando Ignis se entregou à Semha, ela não se despediu dos irmãos, não foi capaz de dizer “adeus” à Loki, que ela forçou à não comparecer na comissão, além de não se despedir da alma de seu pai no momento fúnebre dedicado à isso. Lilly também possuía uma lista grande nesse quesito, pois, quando escapou pela primeira vez das garras da S.H.I.E.L.D., ela foi incapaz de proferir qualquer palavra que indicasse uma despedida à Fury, bem como à Maria Hill, que a apoiou fortemente em sua decisão de partir. Além disso, quando foi acuada a se separar de Steve pelo próprio pai, ela sequer deixou-lhe alguma explicação. Simplesmente fugiu do mapa do homem. E, é claro, seu último contato com seus amigos e parceiros na batalha contra Loki que a acompanharam até sua partida para Asgard. Ela tinha que ter se despedido deles, pois, sinceramente, no fundo de seu coração, talvez ela soubesse que jamais conseguiria retornar como a mesma mulher que partiu.

Dizer adeus não é algo fácil, mas era uma aprendizagem necessária.

Então, senti em meu coração o terno aperto de fazer algo que indicasse minha partida eternamente daquele lugar.

Se, em meu coração, existia mesmo o desejo de partir e nunca mais retornar, eu precisava me despedir para sempre.

Ergui-me da cama num salto rápido e caminhei em passos firmes até uma longa escrivaninha, onde era possível encontrar papel e uma pena e tinteiro. Um tanto quanto antiquado, porém seria muito útil e o único material disponível para aquela ocasião.

Sentei-me na cadeira ali disposta e tomando a pena em mãos, mergulhei sua ponta no tinteiro.

 

À todos aqueles que desejam um adeus.

Nunca fui boa com cartas, e, para ser franca, essa é a primeira vez que escrevo algo semelhante, portanto tenham paciência.

Ignis está morta e, do fundo do coração, essa foi uma boa notícia por um prazo curto de tempo. Se eu pudesse, dividiria meu corpo em dois e permitiria que ela ficasse com uma das partes para, finalmente, completar seus desejos, viver sua vida de forma livre e amar tanto quanto desejasse.

A Ellizabeth que veio à Asgard, cheia de agressividade, totalmente na defensiva também morreu, felizmente ou infelizmente ─ quem sabe? ─. Ela não conseguirá voltar à Terra e prosseguir com suas batalhas contra o mundo que a cerca.

Uma nova “eu” nasceu aqui em Asgard, e achei útil detalhar isso para que vocês entendam minha decisão de partir. Não poderia viver em Asgard, pois o que desejam é uma Ignis que nunca voltará. Não poderia ficar também como Ellizabeth, pois ela não seria útil à nenhum de vocês. E... para ser franca, esta que nasceu não deseja ficar neste mundo. Conheci pessoas demais, dramas demais, segredos demais para almejar ficar aqui de boca calada e assistir o circo pegando fogo, incapaz de fazer alguma coisa por conta das promessas que fiz.

Meu coração dói neste momento, mas é porque deixarei pessoas aqui pelas quais me afeiçoei de verdade. Contudo, alegro-me em saber que, bem ou mal, as coisas estão se acertando.

Iuel, o doce menino, de nobre coração e intenções puras, agora tem sua mãe de volta.

Ilidia, ouvi de uma boa fonte, que voltará ao trono de fogo e gelo repleta de novas ideias e imposições contra a tirania de Setneff que, sinceramente, só fui saber muito recentemente.

Semha, agora uma alma livre da culpa, pode aproveitar os filhos e viver sua vida com a certeza de que sua filha descansará para sempre.

Deixo também a gentil rainha Frigga, uma alma inteligente, amorosa e gentil. Thor e Loki tiveram sorte de ter uma mãe tão incrível como ela.

Além de todas essas pessoas, deixo Loki. Gostaria que alguém fosse até sua cela e lesse este pequeno trecho que dedico especialmente à ele: “Que você pague todos os dias pelas vidas que tirou da Terra, mas que a sentença diminua somente um pouco, pois senti de verdade sua dor ao saber que Ignis, seu verdadeiro amor, partiu para sempre.”.

Quando eu partir, quero sentir que todo esse peso que agora esmaga meu coração ficará aqui, então, como minhas palavras finais, gostaria de pedir perdão. Perdão por Ignis, que falhou com tantas pessoas, apesar das intenções nobres. Perdão por Ellizabeth, que chegou à este lugar afrontando a todos. E, por fim, perdão por mim, uma renascida mulher, que, em seus minutos finais, tenho certeza que falhará com alguém, pois algo que nós três temos é a sina para cometer erros absurdos sem fazer muito esforço.

Adeus, reino de Asgard, que abraçou Ignis e deu-lhe um lar por um milênio.

Adeus, reino de Asgard, que recebeu Ellizabeth com sua alma ferida e fez o possível para curá-la.

Adeus, Asgard.

 

Finalizei a carta e olhei para as letras ali rabiscadas. Esperei que a sensação de angústia por deixar explícito ali meus verdadeiros sentimentos, contudo, o que realmente senti foi uma pontada de leveza ao deixar fluir nas palavras o que eu realmente guardara durante tanto tempo.

 

Uma nova Ellizabeth nascia e estava, finalmente e completamente, pronta para partir.


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Notas finais do capítulo

Por que o capítulo é tão curto?
Bom, não vi absoluta necessidade ALGUMA de incluir diálogos, pois este é um capítulo inteiramente reflexivo sobre ela e suas mudanças. Além disso, colocar este capítulo + o próximo teria uma história muito picada, o que não gosto.

Prometo que, se eu realmente conseguir finalizar o capítulo ainda hoje, eu postarei-o imediatamente, sem aguardar o prazo das 2:30 do dia seguinte.

Aviso sobre o teaser: É CURTINHO MESMO! É só um gostinho, uma "provinha" de quem a Lilly encontrará na 4ª temporada. No diálogo final do próximo capitulo, vocês logo compreenderão o porquê dela encontrar essa pessoa.

Com vocês, o link do teaser: https://youtu.be/ad6ts88ymDs


EU DUVIDO QUE VAI APARECER ALGUÉM PRA OPINAR SOBRE O TEASER NOS COMENTÁRIOS. DESAFIO VOCÊS!



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