Our Imortality escrita por Vingadora


Capítulo 25
The king is dead


Notas iniciais do capítulo

Curtíssimo esse capítulo, pois é uma singela "homenagem" ao nosso """"querido""" Haz.

Estamos muito próximos de acabar a Parte 2 de OI e, sinceramente, estou melancólica, pois toda a aura de Ignis também está assim.

Eu realmente mergulhei com ela na dor agora estou sofrendo junto.

Vejam o que acontece quando ela recebe a notícia de que o rei está morto.



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O rei está morto.

Vida longa à... bem, não sabe-se quem.

Recebi a notícia da morte de meu pai, pouco depois de ser levada à uma sela privativa em uma das torres do castelo. Ao que tudo indica, eles só imaginavam mesmo é que eu estava planejando fugir com Loki e nada além disso.

Mamãe não veio me visitar, mas Iuel conseguiu uma fresta e adentrou na torre para me entregar a notícia da morte de nosso pai. Deixei que ele chorasse ao lado de fora de minha cela, incapaz de abraça-lo por conta da poderosa parede de energia que nos afastava. Chorei junto, mas não sei se pelo mesmo motivo que meu inocente irmão.

Nosso pai havia falecido devido à uma terrível e rara doença que já o perseguia há anos. Todos do conselho confirmaram a morte, bem como nossa mãe e alguns guardas do exército.

Eu não sabia como, mas minha mãe havia conseguido. Ela mascarou a morte de meu pai e, de algum modo, conseguiu o apoio de todos os membros do conselho para que reafirmassem essa terrível farsa.

A verdade?

Eu era uma assassina.

Loki estava em algum outro lugar do castelo, onde nem mesmo meu jovem irmão era capaz de deduzir. Os guardas redobraram suas forças depois de eu ter assassinado um dos que estava de prontidão em minha porta. Não reclamei desta mentira, pois me senti melhor sabendo que os que me ajudaram estavam resguardados por ela.

Meu pai estava morto.

Eu era a assassina.

Odin tomou a posição de meu pai, brevemente no conselho, apenas para reafirmar que era necessário um dia de luto total, onde ninguém da realeza ─ eu e Loki ─ poderia ser julgado ou sentenciado.

Tecnicamente, me foi fornecido um período de luto onde, de forma amigável, poderia voltar ao meu quarto para trocar de roupas e ser direcionada até o local onde meu pai seria sepultado.

Como sepultar um corpo inexistente?

Iuel ainda estava comigo quando os guardas chegaram e nos direcionou pelo castelo, rumo ao meu quarto. Ele não soltou minha mão sequer uma vez só. Temi, primeiramente, que eu fosse trancafiada com algemas, mas percebi que ser trancafiada deste modo seria muito melhor do que a crueldade a qual fui forçada a suportar.

Diversos guardas nos acompanharam pelos corredores, onde tive o desprazer de encontrar alguns lordes ou ladys que me seguiram até Asgard, entregarem-me flores prateadas. Era um ritual do meu povo e eu respeitava isso, mas... Não era costume nosso entrega-las ao assassino do qual nós prestamos luto.

Eu era a assassina.

E tive tratamento de rainha durante todo meu trajeto até o quarto.

Não havia tempo para conversas. Duas criadas, desconhecidas por mim, vieram e me entregaram um longo vestido prateado, de corpete fino e anáguas tão longas e volumosas que, quando em meu corpo, tive a sensação de ser uma elegante flor. Que destino cruel.

Um diadema me foi entregue e fui deixava para coloca-lo sozinha, pois as criadas se afastaram e me permitiram uns minutos sem ninguém por perto.

Talvez, pobrezinhas, elas tenham imaginado que eu precisava daquele momento para chorar.

Não chorei, por mais que meus olhos ardessem e minha testa doesse, bem como meu maxilar começasse a endurecer. Não deixei uma única lágrima escapar. Não merecia isso. Eu merecia sofrer, pagar por meus pecados.

Coloquei o diadema no topo do belíssimo penteado que me fora permitido receber. Meu cabelo fora trançado, de forma robusca, porém organizada, e enrolado no topo de minha cabeça, para fechar-se feito uma rosa, formosa e avermelhada.

Pedi à elas que não usassem nenhum tipo de pintura em meu rosto. Tudo que eu vestia já era mais do que eu merecia realmente.

Depois do belíssimo diadema prata com pequenas pedras vermelhas e verdes estar devidamente acomodado, sai do quarto, agora na companhia das jovens moças, e segui o meu terrível destino.

Era comum em Asgard, que grandes líderes recebessem um cortejo fúnebre com flores e lamparinas brancas, mas, de algum modo, o salão ao qual fui direcionada se parecia exatamente com o qual as minhas raízes estavam acostumadas.

Todos os asgadianos desposavam de seus melhores trajes negros, enquanto todos os de meu povo, sendo eles de Niflheim ou Muspelheim, usavam suas vestes mais humildes e prateadas, apesar da cor não lhes permitir muito a humildade.

Tochas de fogo vermelho foram acesas por todo o salão, e os presentes seguravam uma vela prateada, ainda apagadas, aguardando os familiares se aproximarem.

Falando nos principais envolvidos, minha mãe e irmãos estavam no portal de entrada quando me aproximei escoltada pela guarda.

Com um comando invisível, os homens se afastaram, me fora entregue uma vela avermelhada, da mesma cor que a de meus familiares e eu pude me aproximar.

Participei de poucos funerais ao longo de minha vida, mas sabia perfeitamente o que era preciso fazer.

O líder da família receberia a vela acesa e, de um em um, ele iria acender as demais velas presentes dos familiares mais próximos e esses, por sua vez, passariam as chamas aos outros mais distantes, que acenderiam a de outros e assim, sucessivamente, todos teriam suas velas acesas.

Mas dessa vez seria diferente.

Mamãe não carregava a vela acesa e isso, por um instante, me assustou.

Só quando começamos a caminhar, lado a lado, feito uma escada ㄧ a rainha, a princesa regente (Ilídia), eu e Iuel ㄧ que senti minhas pernas estremecerem pela possibilidade de ver o corpo de meu pai desfalecido. Além disso, algo mais surgiu: curiosidade. Como mamãe havia recuperado o corpo de meu pai?

A resposta não demorou, pois ao me aproximar mais, vi um imenso caixão de madeira presente e, o máximo que pude vislumbrar de meu pai, era o formato de seu corpo entalhado na madeira.

Ela havia feito aquilo para esconder a verdadeira causa da morte dele? Possivelmente.

Ficamos enfileirados, ao lado do caixão, de frente para uma parte daqueles ali presente.

─ Apesar dos esforços de meu querido amor para esconder sua doença, de forma terrível e ab-rupta ela chegou ao conhecimento de todos. ─ a voz melancólica, porém fria de minha mãe soou claramente, de modo que todos pudessem ouvi-la sem esforços ─ Hoje desejo meu último boa noite ao meu amado marido. Hoje, meus filhos terão seus últimos momentos ao lado do amado pai. Hoje, Asgard, terá presente em suas terras, pela última vez, o rei surtniano. Hoje, o universo, receberá as cinzas do glorioso Haz Surtson.

Esperei pelo momento em que a vela de minha mãe, num passe de mágica, adquirisse claridade, mas nada foi feito.

─ Conhecia meu marido melhor do que todos aqui presentes e sei o quanto ele odiava a demora terrível dos cortejos fúnebres. Então, neste momento, solicito à minha filha Ignis, herdeira do trono de Surt, a eleita, renascida do fogo, a fênix, que nos conceda a honra de presenciar seu poder neste mesmo instante.

Encarei minha mãe um tanto quanto chocada e ao mesmo tempo surpresa. Tantas palavras ditas ali não faziam sentido e eu não consegui listar rapidamente uma sequência de prioridades para as mais absurdas.

─ Não vamos prolongar o descanso de seu pai. ─ ao dizer isso, ela se afastou em alguns passos do caixão, assim como Ilídia e Iuel, enquanto eu permanecia ali, parada, tentando compreender seus desejos.

Até que, depois de irrefutáveis segundos, entendi.

Não precisei me afastar, bem como os outros precisaram.

De início, achei correto olhar em meu torno e enquanto olhava para o máximo de pessoas possíveis, focalizei todo meu poder e acendi todas as velas ali presentes.

Em seguida, utilizando a chama de minha vela, passei a pequena lavareda pela palha dourada entorno do caixão. Não satisfeita, usei uma fagulha criada por minha mão livre e terminei de exercer as chamas por toda a palha que, em questão de longos segundos, começou a consumir todo a madeira ali disposta.

Não me afastei dali nem um segundo sequer.

Eu precisava sentir o calor em minha pele.

Precisava sentir os efeitos de meu ato.

Enquanto a silhueta de meu pai entalhada na madeira era definhada nas chamas, senti algo muito quente deslizar pelo meu rosto. Lágrimas. Lágrimas de fogo.

Eu era a assassina de meu pai.

E deveria pagar por isso.


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Notas finais do capítulo

"Eu era a assassina de meu pai e deveria pagar por isso"

Pobre Iggy.

Que ela acalme sua alma e que ela tenha um final feliz... ou não.

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