Our Imortality escrita por Vingadora


Capítulo 17
Blood and fire


Notas iniciais do capítulo

Oi.
Meu Deus do céu!
Quanto tempo se passou desde a última vez em que estive aqui, ao lado de tantos leitores amados, compartilhando amores por Lilly/Ignis? Quase 3 anos, não é mesmo?

Pois é. Eu voltei. Espero que agora pra ficar.

Na verdade, pretendo explicar melhor tudo nas notas finais, para não deixar ninguém louco aqui em cima.
Não faço absolutamente ideia alguma se alguém realmente voltará a ler/comentar essa história, mas preciso terminar, pelo menos essa.
Eu devo isso a todas as pessoas que acompanharam Lilly/Ignis ao meu lado ao longo do ano mais feliz da minha vida.
Então... como de costume: aproveitem todo o sangue e fogo que virá a seguir.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/621683/chapter/17

Não era fácil ser herdeira do trono.

Menos ainda era ser herdeira do trono e apaixonada pelo irmão do noivo.

E ainda pior era ser herdeira do trono, apaixonada pelo futuro cunhado e tentar esconder os sentimentos sufocantes do próprio pai.

Papai tornou-se ainda mais presente logo depois de Thor entregar-me de presente uma linda cúpula que escondia um pequeno salão que outrora fora recoberto por joias e regalias que ele mesmo escolhera para me presentear, mas que com algum tempo de uso foram perdendo lugar para plantas exóticas e árvores que foram plantadas no lugar e enxiam o espaço com vida.

Ele sempre gostava de alfinetar meu desdem pelas joias e minha escolha antiquada de redecorar a cúpula, porém eu nunca me senti intimidada por suas palavras. Até porque o período de redecoração, mesmo tendo durado um longo tempo, foi o mais feliz de minha vida, afinal de contas, eu estava com Loki. Durante todo o tempo, usufrui da companhia de meu amor, aprendi ainda mais sobre a flora de Asgard e ensinei-lhe sobre a de meu antigo lar.

Apesar do meu pai achar uma afronta, Thor ficou muito alegre quando soube que eu adorara o espaço e estava fazendo bom uso dele. Ficou muito mais feliz quando percebeu que não teria de fazer parte da redecoração ─ assim teria mais tempo para treinar sobre técnicas de batalha que ele tanto ansiava.

As batalhas me preocupavam. Talvez, no fundo, fosse esse o motivo de meu pai se fazer tão presente nos últimos anos. Desde o meu festejo de noivado, outras nações ousaram pensar que isso era motivo para afrontar nosso reino e ameaçar-nos de guerra. Certamente Asgard tornou-se uma forte aliada, então de tempos em tempos, Thor era enviado junto de um exército para proteger nossas terras. Apesar de Loki tentar amenizar minha preocupação, eu sabia que eram tempos difíceis.

Por conta das batalhas, meu casamento com Thor foi ficando cada vez mais para o futuro, de forma que nem mais ousávamos conversar sobre ele. Haviam luas que a rainha Frigga não comentava sobre meu vestido de noiva, ou sobre a decoração do salão, ou lista de convidados… Esse assunto estava tão em segundo plano que quando alguém comentava sobre, era quase que automaticamente ignorado. Como comemorar no meio de uma guerra?

Enquanto Thor batalhava, Odin e Frigga reinavam em Asgard e Loki era solicitado de tempos em tempos em batalhas, meu destino era acompanhar meu pai em reuniões que aconteciam em Asgard, com lordes que viajavam pela ponte Bifröst até meu atual lar para conversar sobre coisas banais e sem sentido algum para mim: Como por exemplo o Ragnarok.

Ragnarok era, nada mais, nada menos, o fim do mundo. De acordo com antigas profecias, meu avô, Surt, que atualmente está em sono profundo, despertará, exterminará toda a Yggdrasil e trará a extinção dos mundos. O que, claramente era um absurdo, visto que meu majestoso avô jamais perderia seu tempo destruindo parte do que seria a minha futura família.

Esse assunto era sempre o mais pautado nas reuniões, já meu pai era filho legítimo de Surt, e, portanto, é de se esperar que nosso povo seja poupado das ameaças de Ragnarok. O que logo leva todos os lordes a pensarem que meu casamento com Thor é, nada mais, nada menos, a garantia aos asgardianos de que Ragnarok também não os atingirá.

─ Isso é um equívoco! Odin não usaria nossa aliança até tão avante assim. Ele sabe que a ira de Surt está longe de nosso controle. ─ meu pai tentava acalmar os lordes em mais uma das reuniões em que eu estava presente.

─ Meu soberano, precisamos ser sensatos: Odin não busca somente a paz. Asgardianos são tiranos. Desejam poder absoluto pela Yggdrasil e devem pensar que aliando aos herdeiros Surtsons, ganhará tal poder. ─ meu tio, que apesar de ser irmão de minha mãe, era um membro fiel e devoto dessas reuniões, mais uma vez estava apedrejando o povo asgardiano.

─ Basta,  Setneff. Não se esqueça que estamos abrigados em território asgardianos e que estes asgardianos, estão protegendo sua alteza real, a princesa Ignis.  ─ de soslaio, meu pai lançou-me um olhar ao final da mesa e pediu através de nossa ligação, uma posição quanto ao assunto na mesa.

Eram momentos raros, mas às vezes, eu conseguia um espaço nas conversas, para falar. Era ao mesmo tempo uma loucura e uma euforia, poder me portar aos lordes que futuramente responderiam ao meu comando e que sempre lançavam-me olhares reverentes.

─ Não há motivos lógicos para desconfiar da ajuda de Odin e seu povo. Tudo o que fizeram nos últimos anos, resultou em uma aliança forte entre os Odinsons e os Surtinsons. Aliança essa que promoverá a paz entre nossos reinos que há tempos travavam batalhas terríveis e que causaram a destruição de muitas vidas.

Minhas palavras pareceram tudo o que meu pai precisava ouvir, pois uma onda de paz atravessou a mesa e me atingiu, causando-me um conforto pleno. Finalmente eu estava fazendo a coisa certa.

No momento em que terminei meu pequeno discurso, os lordes pareceram querer finalmente finalizar a discussão sobre a confiança que depositávamos em  Asgard, mas foi insuficiente para meu tio que murmurou algo que pareceu aborrecer plenamente o meu pai, mas não me aguentei e não fiquei calada.

─ Está duvidando da minha palavra, tio Set? ─ tomada por uma nova onda de coragem, resolvi questionar meu tio diante de todos na mesa.

─ Jamais pensaria em tal ideia, alteza. ─ ele imediatamente respondeu ─ Estava apenas comentando com o Lorde Baelish sobre o quanto a senhorita amadureceu nas últimas décadas em que frequentou o espaço asgardiano.

Ergui meu queixo, pois imediatamente pude sentir o veneno debaixo das palavras do meu tio, mas não foi necessário me defender, já que meu pai imediatamente entrou em minha defesa ao dizer:

─ Ignis não amadureceu por estar em território asgardiano, Setneff. Ela amadureceu, pois, apesar de estar em território asgardiano, manteve suas crenças e amor por seu povo.

─ Mas era exatamente isso que eu estava tentando dizer, meu sob-

─ Já basta de suas palavras por hoje, lorde Setneff. Acredito que já colaborou o suficiente por um dia. ─ e assim, meu pai finalizou o discurso de meu tio e qualquer tentativa de qualquer um ali presente de tentar debater sobre a lealdade dos Odinsons ou meu futuro casamento com Thor.

Ao fim da reunião, a maioria dos lordes abandonaram a sala para caminharem em direção à saída de Asgard, contudo, Donello, pai de minhas fieis amigas Rhoda e Clodha, permaneceu ali para conversar sobre trivialidades comigo e, pela primeira vez, em anos, ouço a palavra “casamento” em uma conversa que não estava nem um pouco ligada à minha vida.

─ Alteza, preciso ser sincero. Sei que anos atrás autorizei que minhas meninas viessem para Asgard e ocupassem o árduo trabalho de acompanharem-na durante os preparativos para sua vida aqui. ─ O Lorde Donello era um homem gentil, um pai fiel e um homem honrado, temente à coroa Surtiniana. Por este motivo, meu pai sempre abençoou minha amizade com suas filhas. ─ Contudo, sabe que por somente tê-las como minhas filhas, temo pelo futuro de minha família. Nenhuma das duas foi apresentada devidamente à corte como possíveis pretendes a lordes e já estão completando anos que sequer receberem um convite formal para acompanharem um cavalheiro em um baile e...

─ Por favor, Lorde Donello, não precisa continuar. ─ tentei cortá-lo da forma mais gentil que consegui. Toquei levemente seu braço e sorri delicadamente ao homem ─ Ao aceitar que suas filhas viessem comigo, fizemos um juramento ao senhor. A árvore genealógica de sua honrosa família não acabaria com suas filhas. Sinto muito que, nestes tempos difíceis de guerra, não me passou pela cabeça que as necessidades de suas filhas e sua família foram deixadas de lado. Prometo que farei o possível para encontrar bons pretendentes à ela, apesar da terrível guerra que está prestes a explodir em toda a Yggdrazil.

Os olhos do lorde arregalaram no mesmo instante após eu proferir meu breve pedido de desculpas.

─ Ah, alteza! Por favor, eu é quem me devo desculpar. Jamais passou pela minha cabeça que eu estaria neste exato momento pensando de forma egoísta! Mas é claro que sua família anda ocupada, vejo bem seu pai tenso com tantos problemas. Por favor, por favor. Desconsidere meu pedido!

Sorri de imediato para o homem e neguei com a cabeça.

─ Absolutamente não, Lorde Donello. O senhor tem razão quanto à sua solicitação. Lhe dei minha palavra e prometo cumprí-la, assim que possível, claro.

Acredito que o homem ficou tão desnorteado que simplesmente se reverenciou e se afastou instantaneamente, deixando como adeus apelas algumas poucas palavras em agradecimento.

O fato era: aprendi a fazer exatamente aquilo com a rainha Frigga.

Ela havia me alertado sobre pedidos que surgiriam, favores desnecessários que seriam cobrados e qualquer outro tipo de solicitação realizada pelos súditos ansiosos que fugiam da gravidade atual. Não que eu não desejasse o casamento de minhas amigas. Muito pelo contrário! Sonhava com a felicidade de ambas. Contudo, em que mundo aquele homem pensava viver naquele instante? Com uma guerra eminente, de que maneira ele planeja casar suas doces filhas inteiramente ligadas à realeza surtiniana?

  Sinceramente, algumas pessoas passavam dos limites permitidos.

Não me demorei na sala de reuniões, logo após meu breve diálogo com o pai preocupado em casar suas filhas e, por a reunião não ter se estendido tanto noite à dentro, resolvi que seria um bom momento para apreciar a lua de meu lugar especial: a minha cúpula.

 Antes que eu terminasse de virar totalmente a primeira bifurcação no corredor, pude ouvir um grunhido estridente vindo detrás de uma das portas ali perto.

─ Nunca mais, ouviu bem? Nunca mais, mesmo, Setneff.

Papai? O que ele estava falando com meu tio que o fez perder a linha de uma forma tão brusca?

A boa educação que recebi me alertava para sair às pressas dali e seguir meu caminho, contudo, a curiosidade cresceu feito uma chama e quando percebi, já estava encostada na parede que me separava da discussão entre meu pai e meu tio, controlando a respiração para não chamar muita atenção indevida.

─ Eu juro pelo fogo eterno que jamais foi minha intenção colocar suas intenções de casamento de Ignis, sangue do meu sangue, com o Odinson contra o conselho, meu irmão.

─ Você não é meu irmão. Você não é um Surtson e, portanto, não tem direito de jurar pelo fogo eterno.

Não foi necessário usar nossa conexão para sentir toda a ameaça por trás das palavras do meu pai e um frio na espinha fez-me arrepiar por completo.

Ouvir esta conversa me fez perceber que havia muito mais por trás da realeza do que eu esperava. E, sinceramente, não sabia se meu coração estava preparado para todas as verdades que viriam no momento em que eu decidisse cavar mais um pouco este buraco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi, de novo.

Sabem... eu fui assistir Ragnarok na penúltima quarta-feira, ao lado do meu namorado e minha cunhada, e simplesmente me recordei de Our Immortality. Sabem quando vem um flash e te traz a tona à realidade? Foi o que aconteceu.

Por que demorei pra voltar?
Primeiro: precisei de coragem, pois assim que voltasse, meu coração ia doer pela vergonha de ter sumido.
Segundo: eu reli TODA a história e preciso ser sincera: no início eu escrevia mal pra carambaaa (risos eternos)!
Terceiro: eu reli TODOS os comentários, verifiquei as atualizações de presenças na história e me surpreendi, pois ontem mesmo a história recebeu DEZENOVE acessos. Tem noção?? Isso é demais pro meu coração.

E, por fim, precisei encontrar os roteiros, o arquivo com este capítulo que, sinceramente, já estava pronto e meu único trabalho foi de vir aqui e postar.

Quero dizer que não falta muito para começarmos a desvendar, FINALMENTE, os mistérios que rondam o território asgardiano e, portanto, prometo recompensar vocês com uma escrita decente (risos).

Espero que ainda existam pessoas dispostas a comentarem e conversarem comigo de novo.

Beijos,
ainda amo vocês,
da sua eterna e renascida "Vin".



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Our Imortality" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.