Aquela manhã não parecia ter como ficar pior na mente de Isabel. Ela agora caminhava lado a lado do Professor Campos que vira e mexe mandava algum aluno voltar para a turma.

" Se não é intervalo então tem que ficar na sala" ele resmungava toda vez que isso acontecia.

Isabel só se limitava a morder o lábio inferior e seguir seu caminho para o bloco da direção. Faltando poucos metros olhou com satisfação para outra professora que passou a frente deles segurando forte no braço de um aluno que era 10 vezes seu tamanho.

Isabel sabia que aquele era Rômulo, irmão de Caio isso era algo fácil de se ver o difícil no entanto era estar preparado para diferenciar-los. Ele e Caio eram gêmeos. Isabel só reconheceu de imediato que aquele era o outro irmão porque Caio tinha ficado na turma e sua ficha, aos que todos diziam, estava a um passo de ser transferida da escola.

Por fim chegaram a sala da coordenação, a diretora estava em um congresso estudantil ou algo assim, o que fez Isabel respirar aliviada apenas por poucos minutos.
– O que houve? - questionou a vice-diretora olhando com tédio para os professores e os alunos. Professora Fernanda estava possessa enquanto Professor Campos estava tranquilo olhando para algo no pé de Rômulo. Isabel olhou também.

Parecia lama com mato, coisa que só tinha nos fundos da escola. Estragando um par de all star de cano médio. O rosto de professora Fernanda ficou vermelho de irritação e Isabel temia que algum dos adultos tivessem que futuramente tirar ela do pescoço do jovem que parecia prender o riso.
– Esse jovem - uma pausa se deu para que ela pudesse respirar - estava se agarrando nos fundos da escola com minha filha.

Professor Campos deu uma risada abafada quando o rosto de Silvana ficou sério para a mulher que ainda parecia ter virado uma espécie de Hulk vermelho versão feminina.
– Certo, agora professora Fernanda me responda isto tudo é porque ele estava cometendo algo que não é permitido, ou por que ele estava fazendo isso na companhia de sua filha aliás cadê a Suellem?
– Ela não faria isso sozinha - resmungou professora Fernanda. Silvana cruzou os braços.
– Ele também não - rebateu a vice-diretora. Isabel riu internamente, quem sabe um dia a professora de artes visse a filha que ela tem. Antes que a conversa continuasse a luz da sala apagou assim como o ar-condicionado. - professor amanhã falamos sobre o seu caso. Agora por favor poderia ir avisar os outros professores para falar sobre a viagem apenas amanhã? - professor Campos assentiu - ah, e os alunos já estão liberados - gritou para a porta que acabara de ser fechada.
– Que viagem? - perguntou Isabel.
– Amanhã, você verá - respondeu Silvana olhando a porta ser batida fortemente por professora Fernanda.
– Essa doeu em mim - riu Rômulo.
– E daí? Ninguém te perguntou nada - respondeu Isa.
– Vão buscar suas coisas e vão embora. Amanhã eu converso melhor com vocês.

Isabel foi embora, e algo em sua mente dizia que aquela tal viagem não seria uma boa ideia.