POV – Narradora

Percy estava em seu quarto jogando vídeo game, faltavam alguns minutos para o horário de ir pra escola, quando seu celular tocou, ele o pegou e viu que Annie estava ligando. Annabeth é sua melhor amiga desde que tinham 3 anos de idade, já haviam passado por muitas coisas juntos, e agora, com 17 anos, estava completamente apaixonado por ela. Atendeu o telefone sorrindo e disse:

—E aí loira, tudo bem?

—Oi cabeça-de alga, estou bem. Tem como você me dar uma carona pra escola hoje? Tive que emprestar meu carro para meu irmão...

—Claro, passo aí em 20 minutos, beijos.

—Obrigada, Percy – Concluiu Annie desligando.

Percy desceu para tomar café da manhã com seus pais, e logo saiu para ir até a casa dela, que ficava um pouco longe. No caminho, estava pensando no seu melhor amigo Nico dizia sobre eles, que ele deveria criar coragem e se declarar pra ela. Lógico que já pensara nisso antes, mas tinha medo de não ser correspondido, mesmo com Nico dizendo que estava na cara que eles se gostavam e que muitas pessoas achavam o mesmo.

Chegando lá, ela abriu a porta e o recebeu com um abraço e foi logo agradecendo por ter vindo. Foram para a escola conversando e quando chegaram se direcionaram para seus armários, que ficavam um ao lado do outro.

Neste momento, Percy criou coragem e resolveu chama-la pra sair, estava decidido a dizer o quanto gostava dela, e o quanto a achava linda e especial.

—Sabidinha, o que acha de irmos ao cinema hoje? – Ele não planejava nada muito grande, afinal, nem sabia o que falaria a ela ainda.

—Claro, a gente chama o resto do pessoal e vai, estou louca pra ver “The Avengers” – Disse com os olhos brilhando.

—Na verdade, pensei em irmos apenas nós dois – Ele disse corando e percebeu que ela também havia ficado corada.

—Ah claro, passa em casa às 20:00, que tal?

—Ok, até depois Annie – Percy disse e lhe deu um beijo na bochecha.

POV – Annabeth

Eu não sei porque fiquei corada quando ele disse que era apenas nós ou quando me beijou na bochecha, afinal, somos melhores amigos, não tem problema nenhum nisso. Confesso que venho sentido algo diferente quando estou perto dele, e sim, acho que gosto dele mais que como amigo.

Fui para a aula de História, uma das minha favoritas por sinal. O dia foi monótono como sempre. No intervalo fui conversar com Thalia, minha melhor amiga.

—Hoje vou ao cinema com Percy, ele disse que queria que fossemos apenas nós dois, e achei estranho ele pedir isso.

—Meu Deus, será que ele finalmente criou coragem – Ela disse baixo, mas consegui ouvir.

—Do que você está falando?

—Esta na cara que ele gosta de você Annie, e que você gosta dele– Afirmou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

—O que? Claro que não, ele nunca gostaria de mim, somos apenas amigos...

—Você é tão ingênua Annie, e admita que você gosta dele, venho percebendo isso já faz um tempo – Disse com um olhar acusatório, me fazendo corar e ficar com vergonha.

—Não vou mentir pra você Thals, sinto algo por ele, mas não acho que ele corresponda.

—Vá nesse “encontro” e vê no que da, talvez ele demonstre algo – Disse ela sendo sincera.

Quando deu o horário de ir para casa, Luke me parou, ele estava dando em cima de mim já havia algum tempo, e eu sempre o evitava ao máximo, ele é do tipo pegador, finge gostar e depois dá um fora. Ele segurou minhas mãos e me perguntou se tinha como ajudá-lo com uma matéria em que tinha dificuldade e me chamou para ir em sua casa, obviamente eu recusei, e disse que já tinha um compromisso. Ele pareceu um tanto chatedo, mas se afastou.

Fui até o carro de Percy, que observa tudo de lá. O cumprimentei com um abraço, como sempre faço e fomos conversando e ouvindo música ao longo do caminho.

—Então, o que Luke queria com você hoje? – Perguntou

—Apenas pedir ajuda com uma matéria que ele tem dificuldades – Respondi um pouco indiferente ao assunto.

—Tome cuidado com ele, aposto que só quer tentar ter algo contigo Sabidinha – Ele disse, e me pareceu estar com ciúmes.

—Percy, eu não sou boba, claro que eu sei das intenções dele, não pretendo ter nada com ele. Além do mais, acho que estou gostando de alguém – Disse a última parte num sussuro.

—Eu sei que você sabe se cuidar, estava apenas tentando entender qual é a dele – Quando disse isso já havia estacionado em frente minha casa.

—Tudo bem, eu entendo que quer me protejer cabeça-de-alga – Falei sorrindo para ele, que contribuiu.

—Bom, está entregue, passo aqui para te pegar às 20:00 então, até daqui a pouco Annie.

Saí do carro e entrei, encontrei minha mãe na cozinha conversando com meu pai.

—Mãe, hoje vou ao cinema com o Percy, ok?

—Claro, tenha juízo – Ela disse com um sorriso.

—Apenas vocês dois? – Perguntou meu pai quando estava prestes a subir ao meu quarto e quase escapando do interrogatório.

—Sim, por quê?

—Nada, apenas não gosto da ideia de minha garotinha saindo sozinha com alguém – Ele disse em um tom protetor.

—Pai, é apenas o Percy, você o conhece desde os 3 anos e sabe como ele é.

—Ok ok, diverta-se então – Acabou se rendendo, mas sem não antes me dar um abraço.

Subi para meu quarto e comecei a ler um livro para passar o tempo. Quando eram 19:00 resolvi tomar banho e me arrumar, antes que acabasse me atrasando.

POV – Percy

Esse idiota do Luke, quem ele pensa que é? Claro que acabei ficando com ciúmes ao ver os dois juntos e ele pegando na mão dela, como se fossem intímos. Tem uma coisa que Annabeth falou sussurando que me deixou um pouco chateado, ela provavelmete acha que não ouvi, mas foi algo sobre ela já estar gostando de alguém... Melhor deixar pra lá e fingir que não ouvi mesmo.

Entrei em casa e disse para minha mãe que iria ao cinema com Annie daqui algumas horas, e é claro que ela não deixaria passar em branco.

—Então é um encontro? Confessa que você gosta dela – Ela disse com um sorriso sacana.

—Não é um encontro – protestei – É simplesmente Annabeth, mãe! Caramba!

—Vocês vão ao cinema.

—É.

—Só vocês dois.

—Mãe!

Ela ergueu suas mãos desistindo, mas eu podia dizer que ela estava se esforçando para não sorrir. Resolvi deixar para lá e subi para meu quarto.

Estava muito nervoso, e pensando no que iria fazer, ou falar. Resolvi ir comprou algumas flores para ela, claro que vou deixar no carro para que minha mãe não visse e começasse a insinuar coisas.

Depois que comprei, percebi que já estava atrasado, e fui me arruamar. Chamei minha mãe e pedi uma sugestão de roupa e perfume, afinal, preciso estar apresentavel. Ela escolheu uma calça jeans escura com uma camisa polo azul clara e tênis preto. Tomei banho e me vesti, desci até a sala e resolvi falar a verdade para minha mãe.

—Mãe, preciso te falar algo.

—Pode falar, filho.

—Eu gosto da Annie, de verdade, e sim, isso é um encontro. Eu realmente não tenho ideia do que fazer – Disse me abrindo.

—Eu sabia! – Ela disse com os olhos brilhando e muito animada.

—Tá legal, mas será que pode me ajudar agora? – comecei a ficar desesperado.

—Calma, é só você dizer o que sente, não tem segredo, as coisas mais simples são as mais especiais, apenas seja doce e verdadeiro. Tenho certeza que tudo dará certo, acho que ela sente o mesmo por você – Ela disse com um sorriso encorajador.

Depois disso, fui buscar Annie em sua casa. Quando cheguei lá, ela já estava pronta e abriu a porta. Entreguei as flores com um pouco de vergonha.

—Sabe, estava passando pela cidade quando vi essa flor e lembrei de você, são suas favoritas, certo? – Disse passando as mão no cabelo demonstrando meu nervosismo.

—São lindas Percy, obrigada. – Ela guardou as flores e fomos em direção ao meu carro.

A propósito ela estava linda, com um vestido branco “tomara que caia” que tinha um tipo de laço preto na cintura, a maquiagem estava perfeita, com os olhos esfumados e um batom fraco.

—Você está linda – Disse corando enquanto abria a porta do carro para ela.

—Obrigada, você também não está nada mal – Ela responder sorrindo.

Fomos o caminho todo ouvindo música no volume baixo e com um silêncio confortável entre nós.

Chegando lá, ficamos um tempo esperando na fila, mas logo chegou nossa vez e comprei os ingressos. Ela protestou dizendo que pagaria o dela, mas não deixei e afirmei que não havia problema. Acho que a partir disso ela percebeu que realmente era um encontro.

Entramos na sala e ficamos conversando sobre diversas coisas até o filmes começar. Durante o filme tentei dar algumas investidas, como por exemplo segurar sua mão que estava na cadeira, sei que é clichê, mas mesmo assim o fiz. No momento ela me olhou envergonhada, porém não disse nada, apenas contiunou segurando minha mão e prestando atenção no filme. Quando o filme terminou, ficamos até depois dos créditos para ver Thanos.

—Gostou do filme? – Perguntei quando saímos.

—Sim, é perfeito, exceto o fato do Mercúrio ter morrido. E você, o que achou?

—Gostei muito, principalmente por ter explorado mais a vida da Natasha e do Gavião – Disse sorrindo.

Continuamos conversando sobre o filme, e fomos para uma sorveteria. Ficamos falando sobre séries e livros que gostamos até o momento em que ela disse que já estava tarde, e era hora de ir pra casa.

Levei-a até sua casa. Estacionei e resolvi falar a verdade.

—Sabidinha, preciso te falar logo.

—Falar o que Percy?

—O que eu sinto. A verdade é que estou completamente apaixonado por você. Sei que somos amigos, mas não consigo mais viver assim, precisava dizer. Isso pode acabar estragando tudo o que temos, mas venho sentindo isso desde o ano passado, quando vi você conversando com outra cara, e percebi que tinha ciúmes ao ver você falando com outro garoto que não fosse eu ou algum amigo. Eu preciso saber se você sente o mesmo – Ela estava me olhando e não disse nada por alguns segundos, comecei a ficar triste, mas aí ela começou a falar.

—Eu também gosto de você cabeça-de-alga, eu percebi isso já faz um tempo, só não queria admitir o que eu já sabia. Deuses, pensei que você nunca sentiria o mesmo, até você me convidar hoje. Eu estou apaixonada por você Percy Jackson! – Ela disse sorrindo para mim, e nesse momento eu já estava sorrindo também.

Me aproximei de seu rosto e o segurei com delicadeza.

—É recíproco.

Dito isso, fechei os olhos e a beijei. Finalmente pude sentir o gosto de seus lábios, no começo foi um beijo lento, delicado, e cheio de sentimentos, mas depois se tornou algo mais rápido. Encerrei o beijo dando selinhos, fazendo com que ela risse e me beijasse a bochecha.

Continuamos um tempo no carro, apenas conversando e nos beijando, como se nada mais importasse...