Puro-sangue: Amor e ódio escrita por Quele Rose


Capítulo 4
1ª TEMPORADA - Capítulo 1 - Um lugar para começar




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/62153/chapter/4

De repente, algo diferente aconteceu, pétalas de flor de lótus começaram a entrar pelas janelas e portas e a cair no salão. Todos os convidados ficaram olhando aquilo inebriados e comentavam:

– Nossa! Os pais dela devem ter muito dinheiro, olha só os efeitos que contrataram. Que lindo.

René ficou assustada e Charlie também, com os olhos arregalados e estáticos. A sua avó sorria, um sorriso no olhar que só ela entendia. Isabella não percebeu o ocorrido, apenas continuou a chorar de felicidade. Sem menos esperar, na palma da sua mão, caiu uma pétala da flor de lótus. Parou de chorar, levantou a cabeça e olhou ao redor. As pétalas pararam de cair, todos estavam sorrindo, aplaudindo e seus pais continuavam estáticos. Ela não entendeu o que aconteceu e nem a reação dos pais, que rapidamente mudaram para que ela não desconfiasse de nada, a abraçaram e desejaram um feliz aniversário. A festa continuou com música e depois foram para casa.

A última conversa entre Charlie e René sobre o evento passado, aconteceu. Isabella não viveria mais ali.

Charlie estava encostado na porta do quarto da Bella cabisbaixo, enquanto René estava sentada na sua cama consolando-a.

– Bella, é para o seu próprio bem, vai ser bom para você morar com sua avó em Forks. – ela falava enxugando as lágrimas da filha. – tem a nova escola, lá você fará novos amigos, vai se divertir muito.

– Eu não quero novos amigos, não quero me divertir, quero ficar com você e com o papai. – Bella estava relutante – Vocês não me amam mais? Por que não me querem mais aqui? Fiz alguma coisa de errado?

Agora Charlie se aproximava dela, seu coração estava em pedaços. Como viver longe de sua pequena, do seu raio de sol? Desde que Bella nasceu sua vida fez todo o sentido, fruto do seu amor. Mas, não podia deixar de concordar com René, a segurança dela vinha em primeiro lugar. Não agüentaria viver caso sua preciosa filha viesse ser arrancada de seus braços, já em Forks eles poderiam sempre visitá-la.

– Temos que agir agora Charlie. Bella não está segura aqui conosco. – René dizia após ter chegado da festa de aniversários dos quinze anos da Bella. – Você viu o que aconteceu, está muito perigoso, eu temo por nossa filha.

– Concordo com você, mas para onde vamos levá-la? Se fugirmos com ela seremos perseguidos, eles sempre virão atrás da gente. – ele argumentava confuso tentando ter alguma idéia útil.

– Nós não podemos ficar juntos, ela tem que ficar num lugar diferente da gente. Quanto mais tempo eu ficar com ela, o que está dentro dela vai despertar e seremos alvos fáceis. Vamos mandá-la para Forks.

– Para Forks? Tem certeza?

– Sim. É uma ótima idéia, ela vai morar com a avó. A cidade é tranqüila, com bastante vegetação, a casa tem o jardim que ela adorava brincar quando ia visitá-la em Forks e não apresenta perigo, além disso, sem eu por perto pode ser que ela continue sendo uma pessoa normal para sempre. E o mais importante, lá tem aqueles que a protegerão.

Para eles essa idéia não podia ser melhor. Estava decidido, só precisavam contar para Bella.

– Minha pequena Bella, é claro que nós te amamos e gostamos de te ter aqui ao nosso lado, você é muito importante para mim e para sua mãe. – falava, enxugando as lágrimas inconsoláveis da menina.

Após muitas horas de conversa e muitas lágrimas derramadas, já estava tudo resolvido. Bella iria para Forks dentro de uma semana. Sua mãe a ajudava com as malas, não esquecendo o seu violão e o seu diário, ali teria muito que escrever sobre seus tristes dias naquela cidade.

René e Charlie estavam no aeroporto despedindo da sua pequena menina, que agora era uma linda moça. Iria visita-la em breve, pois não agüentariam de tantas saudades.

Por quê? Por que tive que dar adeus a minha bela vida, ao lado dos meus queridos pais que tanto amo? Isso não é justo. Bella pensava sentada na poltrona do avião que estava prestes a aterrissar.

Billy já estava lhe esperando no aeroporto, pois ainda tinha um pedaço de estrada até Forks. Ele estava sorridente, a última vez que tinha visto Bella, ela tinha onze anos. Desde que era criança costumava passar os verões em La Push com Charle e René. Billy sempre foi amigo do casal, bem antes da Bella nascer e se preocupavam em manter os laços das amizades.

– Bella, como você cresceu. Está linda, uma moça. Como estão Charlie e René? – ele perguntava abraçando-a, não podia estar mais feliz.

– Oi Billy! Que saudades, quanto tempo, hein? Meus pais estão ótimos. – não conseguiu esconder a tristeza que emanava seu coração.

– Fico feliz que eles estejam bem. Não se preocupe logo eles vêm lhe visitar e prometo que você vai gostar de morar com sua avó, ou melhor, conosco já que sempre iremos lá saber como está. – tentava alegrá-la – Já ia esquecendo, temos que ir logo porque tem uma pessoa que está louca para te ver, foi difícil convencê-lo não vir para o aeroporto te pegar.

A tarde em La Push estava nublada, esse clima já estava se tornando comum mas, o pior era não ter muito o que fazer. Depois de chegar da escola e comer um bom almoço, afinal de contas está cada dia mais difícil saciar minha fome – acho que é porque estou em fase de crescimento –, fui dar uma volta na praia, queria pensar em algumas coisas, melhor, lembrar de algumas coisas.

Lembrar de quando corríamos pela praia ainda criança, enche meu coração de alegria. Sempre ansiei pelos verões, ver seus cabelos brilhando ao menor suspiro do sol e seu lindo sorriso fazia meu coração saltitar de tanta felicidade. Que saudades. Ainda escuto o barulho do mar ao colocar uma concha no ouvido, gostávamos muito de procurar conchas do mar, seu belo som é reconfortante.

Já estava escurecendo, tinha que voltar para casa, essas boas lembranças sempre me fez esquecer as horas, faz o tempo passar mais rápido. Fui me arrastando, tinha apenas a lição de casa para fazer, depois jantar, dormir, e mais um dia igual aos outros.

Quando acordei sentia algo diferente, não entendia, mas meu coração estava acelerado, eu estava ansiando por algo, porém não sabia o que era. Tomei um banho rápido, praticamente engoli meu café da manhã e estava saindo para ir à escola, quando algo aconteceu, era bom demais para ser verdade, minha vida se encheu de luz.

– Jacob, hoje não vou poder te levar até a escola, você terá que ir com o Paul, vou ao aeroporto pegar a Bella. – falava sorridente, sabia da boa notícia que estava me dando.

O que ele falou? Foi isso mesmo que eu ouvi? Acho que foi. Eu não parava de pular no mesmo lugar, meu pai me olhava como se eu fosse um pateta.

– Ué, não é verão. – pensei aquela visita era inesperada – Por que a Bella veio nesta época do ano passar as férias conosco? – não que eu me importe, desde que ela esteja aqui para mim já está mais do que ótimo.

Meu pai pensou um pouco, levou um tempo para responder, na verdade muito tempo. Por que tanta demora em responder uma pergunta tão simples? Já sei, ela vai ficar apenas três dias, não. Ela já vai embora amanhã. Tomara que não. Não vou agüentar.

– Ela vai morar agora aqui Jacob, com a avó dela. – o que ele falou? Petrifiquei.

– Jake, você ouviu? Você está bem? – agora ele me sacudia. O que posso fazer? Não se dá uma notícia assim desse jeito, quer me matar do coração, deixe-me assimilar melhor o que ele falou: Ela vai morar agora aqui Jacob, com a avó dela. É, foi isso mesmo que eu ouvi.

– Hu hu hu. Iupiiiii....éééé. – Jacob não se continha de tanta emoção.

Billy foi ao aeroporto pegar Bella, enquanto Jacob foi para escola da reserva contando a novidade para todos. Ele tentou de todas as formas convencer seu pai de ir junto pegar Bella. Mas Billy não concordava com ele faltando à aula, ainda mais agora que ele já estava no colegial. Jacob foi assim mesmo emburrado para escola, mas a boa notícia não ia lhe deixar triste. Era uma grande notícia, pois sua vida sem graça estava preste a mudar. Depois da escola, ia vê-la.

– Billy, como o Jake está? Já faz tanto tempo que eu não o vejo. – era um conforto para Bella ter seu único amigo de infância por perto, ia tornar seus dias menos infelizes.

– Você vai ver quando chegar. Nada melhor do que a surpresa. – deu uma piscadela para Bella.

No caminho para casa da sua avó, eles foram conversando sobre o que tinha mudado na cidade, quase nada claro, sobre os garotos de La Push, como estavam crescidos, e tudo o que Billy pôde lembrar.

Quando pararam o carro em frente à casa da sua avó, não se sentiu tão triste. Aquela casa era acolhedora, era o local onde tinha passado férias maravilhosas, não tinha lembranças ruins dali. Exceto, agora que não estava ali de férias e sim para viver, de agora em diante, longe de seus amados pais.

A casa estava igual, era toda branca, com uma varanda na frente, rodeada de flores – a avó Ana sempre gostou de flores – e tinha uma cadeira de madeira com dois lugares que balançava.

– Bella! Que bom que você chegou. Entre, vamos colocar suas malas lá em cima. – sua avó a ajudava, juntamente com o Billy a levar suas malas para o seu quarto.

– Billy, foi muito gentil da sua parte buscar a Bella no aeroporto. – agradecia timidamente.

– Imagina, foi um grande prazer. – pegou na sua mão, num tom de gentileza e deu um singelo beijo – Sempre as suas ordens. – sua avó Ana agora estava corada.

– Então, Bella mais uma vez seja bem vinda. Vou agora para reserva, volto mais tarde com sua surpresa. – se despediu e foi para sua caminhonete.

Bella dirigiu-se para seu quarto, ele ficava no andar de cima. No total eram três quartos, uma suíte que era o quarto dela, sorte ter um banheiro no seu próprio quarto. Ao lado tinha o quarto de hóspedes, em seguida um banheiro social e por último o quarto de sua avó.

Seu quarto continuava bem arrumado e cuidado, como se estivesse sempre esperando por ela, ou melhor, como se estivesse sempre morando ali. Ele era bem espaçoso, tinha uma cama de casal no meio – sua avó era exagerada, dizia que um dia ela ia casar e ia precisar de cama de casal, que neste caso seria melhor tê-la logo para não precisar comprar depois, bom para ela que podia se esparramar. Ao lado da cama tinham os criados-mudos e em frente uma estante com uma escrivaninha, em cima prateleiras onde colocava seus livros e CD’s favoritos, além disso, tinha uma TV e um aparelho de som.

Sua avó lhe deixou só no quarto para que pudesse tomar um banho, arrumar suas coisas no closet e descer para almoçar. As duas comiam e conversavam de tudo, sobre a antiga escola, sobre os garotos, o evento com o garoto que pegou em sua mão e qual era a sua expectativa naquele lugar, que para falar a verdade não eram muitas.

 A sua avó Ana tinha uma floricultura, onde já estava combinado que Bella a ajudaria duas vezes por semana, assim não atrapalharia nos estudos e teria alguma coisa para fazer naquela cidade pacata. Ela iria para escola Forks High School em breve, já estava com a transferência e matrículas tudo em ordem. A campainha tocou, a surpresa chegou.

Cheguei correndo em casa, tomei um banho mega ligeiro e fui ver aquela que tornaria meus dias mais felizes de agora em diante. Chegando à porta de sua casa, toquei a campainha e quando a se abriu, lá estava o motivo para acelerar meu coração.

– Oi Bella! Que bom que você está aqui em Forks. – não podia perder a oportunidade, fui logo lhe abraçando.

– Oi Jake, que bom lhe ver. Como andam as coisas? – ela também estava feliz em me ver, que bom.

– Você está tão bonita. – pronto que agora devo estar igual tomate, por que sou tão espontâneo?

– Obrigada Jake. – acho que ela ganhou de mim, estava com certeza mais corada que eu – E você está tão... forte? Está tomando vitaminas?

E ficamos assim a tarde toda, conversando, rindo, rindo, conversando. Combinamos de irmos a La Push no final de semana de sol, tinha que matar a saudade. Vê-la novamente, e melhor tê-la aqui para sempre não podia ser mais sortudo.

Jake é meu melhor amigo, lembra da minha infância. Sinto-me bem quando estou ao lado dele, me sinto segura. Vê-lo sorrindo me faz sorrir. Minha única alegria aqui neste triste lugar. É uma pena ele não estudar na mesma escola que eu, seria bom ter algum rosto conhecido lá. Jake é o meu sol particular.

Depois de conversarmos sobre várias coisas, combinarmos de ir ao fim de semana a La Push e vermos TV comendo os deliciosos biscoitos da vovó, me despedi dele. Prometemos nos ver mais vezes. Meu sol tinha ido embora, agora só me restava o cinza de Forks. Estava muito cansada, fui para o meu quarto, tomei um banho, coloquei meu pijama de moletom confortável e quentinho e fui dormir, corrigindo, adormeci depois de tanto chorar.

O que é pior: não ter o que fazer o dia todo ou não ter o que fazer pela eternidade? É claro que não ter o que fazer pela eternidade. Minha única distração é...

“Edward, para de ser ranzinza e vem jogar xadrez comigo.” – Por que Alice gosta de me irritar? E pior, a irritação é desproporcional ao seu tamanho.

Essa eu nem precisei responder, fui para o meu quarto emburrado, coloquei o som bem alto, porque não queria ouvir mais ninguém. Sempre tento respeitar meus irmãos e meus pais, não ouvindo seus pensamentos. Não queria invadir a privacidade deles, mas às vezes era tão inconveniente poder ouvi-los.

“Sei que um dia ele será feliz. Ele merece que algo de sublime aconteça em sua vida.” – Esme, minha mãe para todos os efeitos, pensava com tristeza. Era difícil para ela me ver sozinho por todo esse tempo.

Como ela pode ser tão otimista? O que um vampiro como eu pode esperar que algo sublime aconteça que não seja o tédio da eternidade?

Às vezes para me distrair gosto de ler, tocar piano e ajudar meu pai no hospital, mas nem sempre consigo, não tenho o autocontrole que ele tem com o cheiro de sangue humano. Queima a garganta só de pensar.

“Edward! Eu, Rosálie, Alice e Jasper vamos caçar. Não quer vir conosco?” – Emmet, meu irmão, digamos mais velho (de tempo de vida humana, mas não de transformação) me convidou.

– Obrigado Emmet, mas recuso a oferta. Vou me auto-flagelar e ver até onde agüento.

– Você é quem sabe. – eles foram em direção a floresta para caçar.

Prefiro ficar aqui mesmo, tentando imaginar o tédio que será a escola amanhã, depois e depois...

– Filho, estou indo para o hospital. – Carlisle se despediu preocupado – “Me dói vê-lo assim.” – pensou.

No dia seguinte acordei com dor de cabeça, isso foi conseqüência de ter chorado a noite toda. Entender porque meus pais fizeram isso comigo vai ser impossível. Levantei grogue e fui tomar uma ducha, fiquei um bom tempo debaixo da água morna, queria relaxar meus músculos, hoje eu vou dar uma volta pela minúscula cidade com minha avó Ana.

Peguei uma calça jeans do meu closet, hoje o dia estava frio e parece que esse clima é bem comum aqui. Coloquei meu Twin Set rosa, vesti o casaco, calcei uma bota, arrumei meu quarto – sempre fui extremamente organizada – e fui tomar o café da manhã com minha avó.

– Bom dia vó!

– Bom dia minha querida Bella. Está animada hoje para dar uma volta pela cidade? – sorria com bolo, biscoitos e suco de laranja na mesa, como minha avó conseguia todo esse bom humor de manhã?

– É um pouco. – impossível me animar com isso.

Terminamos o nosso café, entrei no carro da minha avó, uma pickup Chevrolet K2500 de 1990 e fomos para cidade. No decorrer do caminho ela ia apontando as coisas e lugares, dando explicações. Eu não prestava muita atenção. Fomos à sua floricultura deixar alguns adubos com a Leah Clearwater, que trabalhava com minha avó e tinha a mesma idade que eu, morena de cabelos lisos pretos brilhantes e não muito, digamos, simpática pelo menos comigo. A floricultura era como qualquer outra, pequena, bonita e cheia de flores.

– Bella, você se importa de dermos uma passada no hospital?

– Por que vó? Tem alguém que você conhece que está lá doente? – espero que não tenha acontecido nada com o Billy.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tadinho do Ed. Tão dedrê.... É porque ele não me conhece ainda. Vem que eu te consolo Ediiiiiiiinhooo.
 
O que aconteceu como Billy?
 
Façam uma autora feliz!!! Deixe reviews...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Puro-sangue: Amor e ódio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.