Entro em casa e corro direto para meu quarto, não quero dar explicação ao vagabundo do meu padrasto, só minha mão não enxerga que esse cara não presta. Passo apresada em frente ao quarto do Isaac mas isso não impede dele tentar puxar assunto.

– Angela, onde você estava? – grita ele

– Por ai, depois a gente conversa – digo e entro no quarto

Ele estar como sempre, minha bagunça organizada. Deito na cama e começo a chorar, na boa o que eu vou fazer? Amo o Marcus mas olha o que ele fez comigo, não adianta ele dizer que não foi culpa dele porque ele também tem culpa. Ainda tem o Travis com esse papo de o que é melhor para mim. O que eu faço?

– Angela? Você está bem? – Pergunta Isaac do outro lado da porta

– Estou o que você quer? – digo um porco grossa demais

– Eu só queria conversar, será que rola? – ele pergunta

– Entra ai – digo

Isaac entra e se senta na minha cama, pela cara dele já sei que o assunto e serio

– Tá bom o que está acontecendo? – pergunta

– É que... É eu... – ele gagueja

– Fala logo garoto! – apresso ele irritada

– Não sei como dizer isso, calma – ele diz e respira fundo antes de continuar – Antes de tudo prometa que não vai e julgar, sei que pode parecer estranho, eu me sinto estranho mas nn sei como reagir a isso.

– Você é gay? – digo enquanto caiu na gargalhada

– Cala a boca! Não é isso, quer dizer eu não sei se é isso – ele tenta se explicar – eu conheci uma pessoa me sinto bem com ela mas nunca rolou nada, não sei como reagir

– Essa pessoa é um homem? Neh? – pergunto

– Ele é um amigo, só que me sinto bem com ele sabe? Gosto de conversa com ele de estar com ele, mas não sei se isso me define como gay – diz ele

– Você já ficou com um cara antes? – pergunto

– Não, meu negócio sempre foi mulher você sabe disso, o problema e que eu nunca me sentir assim com ninguém – ele fala

– Porque você não fica com ele então? – digo

– Tá maluca, o que vão pensar de mim? E eu nem sei se ele se sente da mesma forma em relação a mim – ele diz

– Eu já fiquei com algumas garotas – assumo

– O que? Alguém sabe disso? Você é lesbica? – ele pergunta

– A Abby sabe inclusive ela foi a primeira garota que eu fiquei, e não, eu não sou lesbica apenas experimentei algumas vezes não tem nada demais isso, experimentei e não gostei, pode acontecer com você – explico

– Mas e se a mãe descobrir? E se eu for gay como vou contar pra ela? – ele pergunta

– Pare de ficar precipitando as coisas, experimente, hoje em dia é normal isso, existe preconceitos? Sim existe mas não é nada que você não possa lidar, todos vão te aceitar se você gostar da coisa, como você pode experimentar e ver que não gosta, deixe rolar, curta – digo

– Você falando até parece que é algo fácil de se lidar – ele diz num tom sarcástico

– Isaac você e lindo, pode ficar com quem quiser seja homem ou mulher, não ligue para o que os outros falam, vá viver sua vida, se você for eu que sou a pessoa mais importante da sua vida, que suguei os seus nutrientes na barriga da nossa mãe e fiz você ficar internado durante seis meses, euzinha que quase te matei vou te aceitar e isso é o mais importante, que sua família te aceite e nós vamos te aceitar – digo carinhosamente

– Maninha eu te amo – ele diz e me puxa pra um abraço

– Eu também te amo viadinho- digo rindo e ele fecha a cara

– Ah qual foi vai começar? – diz ele irritado

– Calma lindo, tô só brincando – falo levantando as mãos em sinal de rendição

– Hum tá bom vou indo tchau e obrigado – ele fala se dirigindo a porta

– tchau – digo

Quando ele sai do quarto me vejo de novo perdida em meus devaneios, mas por algum motivo essa conversa me ajudou, tenho que ficar com quem me sinto bem com quem eu confio, com quem me sinto bem. Me sinto muito bem com Travis ele me transmite uma energia boa, ele eu sei que que meu bem, nele sinto que posso confiar. Mas também me sinto muito bem com Marcus, posso não estar com muita confiança nele depois de hoje, mas os melhores momentos da minha vida eu passe ao lado do meu tatuado e se ele não tivesse arrependido não viria atrás de mim. Entre vários pensamentos pego no sono.

Acordo assustada de um sonho, mas por algum motivo ao consigo me lembrar dele, o sol já se pôs e a escuridão toda conta do meu quarto. Olhando aquela através daquela escuridão pela janela vejo um único ponto de luz, uma luz dourada que se sobressai entre as outras luzes da rua, pode parecer loucura mais eu sei quem e o que está produzindo aquela feixe de luz. Pego meu celular e disco.

– Alô? – diz a voz sonolenta do outro lado da linha

– Você pode vim aqui? – pergunto

– Agora?

– Sim agora – digo

– Tudo bem, chego em meia hora – diz a voz e desliga

Espero ter tomado a decisão correta...