Valentino‏ escrita por TM


Capítulo 34
Fratelli




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Passaram-se meses, e nesses meses, fui-me acostumando e acomodando-me com a ideia de ser mãe. Até Cesare parecia acostumar-se com a ideia de ser pai de uma menina, da nossa Isabella. Todavia, nem todos ficaram tão feliz com minha gravidez, e uma delas, que já deve ser adivinhada, és meu marido, Bartolomeo.

Vossa Graça ficava imensamente incomodado com a ideia de Cesare admitir o filho como seu, mesmo sendo do sexo oposto. O primeiro, queria Isabella com teu sobrenome, para que assim, quando perguntassem, não passasse tanta vergonha quando respondesse que assim como minha primogênita, eu também não o pertencia como legítima esposa. Prometeu-me fazê-la duquesa assim como nosso filho adotivo, e seria tratada como legítima.

Era uma noite fria, meus pés suavam e eu estava com dor nos miolos, parecia que ia estourar minha cabeça junto com meu ventre.

— Bartolomeo! Chame um médico! — Foram as únicas palavras que consegui falar antes de soltar um rugido de dor e deitar-me na cama rapidamente.

Isabella estava pronta para vir ao mundo, e pelo tamanho de minha barriga, apostaria que daria uma baita moçoila tão bela quanto os Borgia. O duque de Valentinois chegou apressado em meu quarto, deixando seus cabelos voarem no ar, ele e meu marido trocaram olhares enciumados. Cesare segurou minha mão e exibiu seus dentes para mim.

— Só mais um pouco, nossa filha está quase chegando. — Ele disse com uma voz triste, como se tivesse filha fosse uma maldição dos deuses.

O médico gritava para que fizesse mais forças enquanto Bartolomeo assistia tudo aquilo de braços cruzados no canto do quarto, indiferente. Juntei todas as minhas forças e fiz com que Isabella nascesse.

— Nasceu! Nasceu! Isabella Borgia nasceu! Anotem o horário e o dia! — O médico sorria. — Esperem, não acabou, tem mais um.

Arregalei meus olhos mas não tinha mais forças dentro de mim, apenas entreguei-me á escuridão e deixei estar. Depois, fiquei sabendo que o doutor teve de tirar meu filho com uma espécie de gancho, e que por conta disso, eu teria de usar gorduras de porcos em minhas partes e não poderia fazer-me como esposa de Bartolomeo durante um mês, senti-me triste por ele.

Cesare Borgia chegou em meu quarto com a roupa preta — como sempre esteve — com um sorriso no rosto. Eu tinha dado á ele um filho, uma coisa que Charlotte nunca poderia tê-lo dado.

— Meu amor! Eu sabia que você era a mulher certa. Tu me deste um herdeiro, e junto á ele, uma pequenina loura da qual farei duquesa, acredite em minha palavra.

— E são lindos?

— São maravilhosos! Puxaram os Borgia, devo admitir. — Meu sorriso se desfez com seu ego inflado. — Papai vai os batizar, e teremos que escolher os nomes e os padrinhos.

— Maria Isabella Borgia e Cesare Romeo Borgia. Estamos de acordo? — Ele sorriu e concordou com a cabeça. — Os padrinhos podem ser Lucrezia e Nicolau, meu pai. Falando nisso, como estão? As amas de leite estão os tratando bem? Quando posso vê-los?

— Sim, Dannata, estão tratando os tão bem quanto se fossem verdadeiros reis. Vossa senhoria poderá os ver quando ficar melhor, no momento, tu estás horrorosa, devo dizer. Estás pálida com várias bolsas debaixo dos olhos, nem parece a mulher com quem me envolvi meses atrás e que apaixonei-me.

— E quanto tempo duraria minha reabilitação?

— Um ano, talvez. — Desabei-me a chorar.


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