Disclaimer: O único Naruto que eu, supostamente, sou dona é meu gato de estimação.

Essa fic se passa durante o espaço de tempo que o Naruto saiu para treinar om o Jiraiya.

Diferente

Numa manhã você a olha como se a nunca tivesse visto antes. Você ouve sua voz cálida lhe desejar bom dia, o rosto não mais tão de menina lhe parecendo completamente diferente do que lhe deu boa noite. Ainda que as maçãs do rosto redondo ainda se tinjam de vermelho, exatamente somo no dia anterior, ainda que o sol da manhã a faça apertar os olhos e franzir o nariz exatamente como em todas as manhãs. Ela está diferente, mas foi você quem realmente mudou.

Ela entra em posição de luta ao seu comando e se move de acordo com suas ordens como se fosse você seu mestre e não o contrário. Ela erra somente no final, seu rosto se colorindo ainda mais de carmim, sua respiração descompassada quando ela se curva humildemente se desculpando.

E você se pergunta como, uma vez, foi capaz de odiar tal criatura.

Você ainda consegue se lembrar dos motivos e a parte analítica de seu cérebro encontra razões plausíveis neles, mas é o músculo negligenciado que é seu coração não mais queima quando você a vê. Ele não mais se contrai dolorosamente com rancor, não há mais raiva para encobrir seus olhos e não há mais dor que o faça querer um mundo em que a figura diminuta a sua frente seja trocada por a de um homem quem você nem ao menos consegue se lembrar mais e, ao mesmo tempo, de quem nunca se sentiu tão próximo como agora que não se sente consumido pelo ódio.

Agora que desconfia que exista por quem valeria a pena morrer.

Agora que seu coração não aperta, mas dispara somente em pensar num mundo em que Hinata não exista. Tal mundo seria uma aberração, você conclui e não pensa mais sobre o assunto, especialmente quando o passado lhe sopra que, por pouco, você mesmo não foi o responsável por tal distopia.

O ódio que você sentia parecia tão velho, não intrínseco de sua condição quanto o selo em sua fronte, tão eterno quanto, tem seu lugar trocado por algo ainda mais antigo, mais puro.

Algo espontâneo e seu antes que surgissem as amarras, algo que te faz se perguntar se destino é mesmo um conceito a ser descartado.

Talvez, você pensa, enquanto ela se esforçar para ficar mais forte e proteger alguém que um dia te salvou da escuridão e hoje ameaça roubar o sol pelo qual você orbita, o destino seja algo menos óbvio, mas tão cruel e inescapável quanto você julgava que fosse no passado.

N/A: Eu deveria estar escrevendo o cap 6 de Oito Estações ou estudando pra prova de anatomia, mas estou aqui escrevendo ficlets para meu fave morto, oh vida!

Reviews são bem vindos.