Chegamos na casa da minha tia por volta das 16:00 horas. Escolhemos nossos quartos e arrumamos nossas coisas lá. Nos trocamos e tomamos um café da tarde. Depois disso eu e os meninos decidimos ir caminhar na praia.

Ficamos em silêncio durante toda a caminhada até a praia. Ao chegarmos lá peço uma água e um sorvete de limão, os meninos tomam só água de coco. Peço para irmos na feirinha ali perto e eles concordam. Compro alguns colares e um brinco de filtro dos sonhos que gostei. Enquanto estava olhando umas coisas me perco dos meninos por alguns minutos, quando os acho eles estão com uma sacola na mão e rindo feito bobos.

Eles me entregam a sacola. Pego a caixinha q está lá dentro e abro. Dou de cara com um colar com um pingente de âncora e um timão.

–O que é isso?

–Você sempre quis um colar da amizade. Ta ai. –Davi diz.

No mesmo instante eles tiram seus colares de dentro da camisa. Davi está usando a âncora e Rodrigo o timão. Os abraço forte e peço ajuda para colocar o novo colar. Eu sempre quis esses colares, mas nunca tivemos porque é coisa de menininha. (palavras deles, não minha)

Voltamos para casa e mostro para meus pais as coisas que comprei e o colar que ganhei dos meninos. Ficamos conversando até tarde, jogamos baralho e outros jogos que minha tia achou pela casa.

Nós três vamos dormir no mesmo horário. Nos despedimos dos outros e vamos cada um para o seu quarto. Escovo os dentes, troco de roupa e capoto.

Acordo com Rodrigo e Davi pulando em minha cama e em cima de mim. Sou esmagada pelos músculos de Rodrigo.

–Saiiiiii.

Eles começam a rir e Rodrigo sai de cima de mim. Vou para o banheiro e me arrumo. Quando saio eles estão sentados em minha cama me esperando. Fazemos o café da manhã, comemos e vamos para a praia. Deixo um bilhete par meus pais.

Ao chegarmos lá os meninos tiram a camiseta e quase perco o ar com aquela visão. Não se enganem. Eu considero eles como irmãos, mas não posso mentir que eles são gatos para caramba. Estendemos minha canga na areia e nos sentamos.

Ficamos conversando por horas, damos alguns mergulhos e ficamos falando do povo da praia. Rodrigo não entra na água em nenhum momento, porque eu não deixo, por causa de seus machucados.

Eles ficam babando por umas meninas que se sentam perto da gente e que claramente se interessaram por eles.

–Deixem de ser bundas moles e vão lá falar com elas.

Eles riem e se levantam. Ficam conversando com as meninas por um tempo enquanto eu só olho. Depois de um tempo eles me chamam para ir lá. Me levanto, coloco um shorts e vou.

–Oi. –Digo e elas acenam para mim. Parece que todas estão me olhando torto. Acho estranho, mas ignoro.

Ficamos conversando por um tempo, olho no celular e vejo que já são quase duas da tarde.

–Acho melhor irmos para casa. Estou com fome.

Eles concordam e as meninas choramingam. Reviro os olhos e Davi segura a risada.

–Vamos em uma balada hoje, é bem perto daqui. Começa as sete, se quiserem ir.

Uma das meninas diz e nos da um folheto da balada. Vamos para casa em silêncio. Quando estamos quase chegando eu pergunto:

–Vocês vão?

Rodrigo sorri e diz:

–Nós vamos. –Ele diz indicam nós três.

–Não sei se estou afim.

–Ah, pelo amor de Deus. A quanto tempo não fica com alguém.

–Isso não importa. Não quero sair ficando com qualquer babaca que conheço em uma balada.

–Você só está assim, por que esta com ciúmes de nós.

–Deixa de ser criancinha Rodrigo. –Digo e entro na casa. Digo oi e vou para o meu quarto tomar banho. Coloco qualquer roupa que acho e vou comer, depois fico assistindo TV. Meus pais saem com minha tia e nós ficamos sozinhos. Evito ao máximo falar com eles. Ficamos em cômodos separados. Quando é quase 7 horas vou para o meu quarto me arrumar.

Passo maquiagem e quando estou pronta vou para a sala onde Davi já está pronto esperando.

–Decidiu ir? –Ele diz. Primeiro acho que ele está falando ironicamente, mas percebo que não.

–Sim.

Rodrigo sai do quarto e para ao olhar para mim. Seu sorriso diminui até virar uma cara de raiva.

–Você não vai assim.

–Você não manda em mim.

Pego a chave e abro a porta, Davi me acompanha e Rodrigo continua parado, estático.

–Estamos atrasados. –Davi diz tentando evitar uma briga.

Vamos em completo silêncio. Durante o percurso alguns caras mexem comigo e tenho que segurar Rodrigo para ele não avançar no pescoço deles e tapar a boca de Davi para ele parar de gritar palavrões.

Chegamos na festa e as meninas estão nos esperando na porta. Não fico surpresa por isso. As roupas delas são ainda mais curtas que a minha, e assim que chegamos elas pulam em cima dos meninos e os puxam para dentro me deixando para trás. Encontro eles em uma mesa lá dentro.

Pego um energético no bar. Entrego minha bolsa para Davi e vou para a pista de dança. Fico dançando por um bom tempo, só parei algumas vezes para pegar mais energético e ir ao banheiro. Rodrigo e Davi não chegaram perto de mim nenhuma vez, mas conseguia sentir o olhar reprovador deles sobre mim.

Quando finalmente vou para a mesa, as meninas estão todas bravas e quase dormindo sobre a mesa. Chego perto deles e digo:

–Ficaram tão preocupados comigo que perderam as meninas.

Eles olham para elas que levantam da mesa e vão embora. Rio deles que ficam ainda mais bravos, eles me pegam cada um em um braço e me carregam para fora. Sinto a brisa do mar bater em meu rosto e me refrescar. Não tinha percebido como estava com calor até agora.

Me solto deles e corro para a praia. Fico sentada a beira do mar esperando eles me acharem. Eles se sentam ao meu lado e ficamos a lua cheia. Decidimos voltar para casa. Chego tomo um banho coloco uma roupa confortável e arrumo minhas malas. Me despeço de minha tia e vou para carro. Durmo o caminho inteiro apoiada em Davi e de mãos dadas com Rodrigo.