E se Fosse Verdade? escrita por justbecause


Capítulo 3
O Plano


Notas iniciais do capítulo

Ai, eu me sinto tão legal!!
Três capítulos num só fim de semana tão vendo?
Enfim, tá aqui o terceiro.
Muito obrigada a todos que comentaram, favoniaram ou estão acompanhando, são vcs que me incentivam!!
Só sinalizando, o final desse aqui é bem importante, uma dica.
Boa leitura!!



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Capítulo 3- O Plano

De verdade, eu não aguentava mais. Foi por isso que a minha mente, em estado total de desespero e cansaço, conseguiu pensar no plano. Desde a captura à bandeira, Matt estava mais insuportável do que nunca. E as minhas desculpas para não sair com ele estavam acabando. O que mais eu iria fazer? Rachel tinha chegado na quarta-feira, porque es férias no internato começavam mais tarde, mas ela também não estava mais aguentando o Mr. M&M.

Eu estava terminando tranquilamente meu jantar da sexta-feira quando ele veio em minha direção.

– E aí, Annabeth?! Tem fogueira hoje né?

Ai meus deuses! O que eu ia dizer? "Tem, Matt, mas eu não gosto de você"? Não parecia uma boa opção...

– Bem... é que... eu... - comecei a enrolar – Sabe, eu tenho que sentar com o Percy e a Rachel para resolvermos umas coisas.

– Ah, certo. Tchau, então. Te vejo mais tarde. – ele disse e saiu desapontado do pavilhão do refeitório.

Durante essa semana ele parecia mais indignado com o fato de eu não querer sair com ele e estava meio que "economizando" nas cantadas. Talvez ele não fosse um fonte inesgotável. Mas isso não significava que ele tinha parado de dar em cima de mim. Ah, não, de jeito nenhum.

E por mais que eu não gostasse do cara, não queria que ele se magoasse. Mas ele também não facilitava as coisas, continuava implacável. Será que ele nunca iria desistir?

Enquanto eu pensava no que eu poderia fazer para melhorar a situação, Percy se aproximou e cobriu meus olhos por trás.

Como eu sabia que era ele?

Simples.

Cheiro de brisa marítima.

Ri enquanto ele perguntava "quem é".

– Hum, deixa eu pensar... – disse, como se não soubesse que era ele – Me larga logo, Cabeça de Alga! - Ele me soltou, rindo e fingiu estar impressionado.

– Como você sabia que era eu?

– Eu sou inteligente o suficiente, não sou?!

– Mais do que você imagina. – ele concordou, sério.

Ficamos em silêncio por um minuto, enquanto eu terminava meu jantar. Quando eu acabei, ele me ofereceu o braço:

– Procurando boa companhia para a fogueira? – perguntou.

– Hum... Estou, mas com você por perto vai ficar difícil encontrar. – falei, mas aceitei o braço dele e levantei.

Ele fez uma cara de ofendido, mas então percebeu que eu estava brincando e começamos a andar para o anfiteatro, rindo. A fogueira estava quase começando, e os campistas que ainda não tinham chegado já se dirigiam para lá.

Mais ou menos na metade do caminho, passamos por um grupinho de meninas do chalé de Afrodite que conversavam baixinho (Drew não estava entre elas; eu diria que aquele era o "grupinho legal" do chalé). Elas nos viram, disseram "oi" e voltaram a falar. Assim que nos afastamos alguns metros, pude ouvir um pouco dos sussurros.

– Ai, gente, eles formam um casal tão fofo! – uma delas ia dizendo, enquanto as outras concordavam – Quando é que eles vão, finalmente, ficar juntos de uma vez?

Não sei se Percy também ouviu o comentário, e se ouviu, ele não pareceu ligar. Mas ao invés de simplesmente passar pelos meus ouvidos, como acontecia sempre, aquilo ficou se repetindo na minha cabeça, se misturando com o meu "problema M&M".

Chegamos ao anfiteatro, e eu vi Rachel sentada numa fileira bem na frente, guardando nossos lugares. (Por algum motivo estranho, ela havia se tornado mais legal desde que virara oráculo). Sentei ao lado dela e Percy ficou conversando com os irmão Stoll, perto de nós.

– E aí, Rach!? – falei, suspirando. Ela me olhou, preocupada.

– O que exatamente aconteceu?

– Comigo?

– Não, com Hades! – ela disse, sendo sarcástica – Claro que com você, Annabeth!

– E porque, necessariamente, algo teria acontecido comigo? – perguntei.

– Olha, - ela começou – se eu fosse uma pessoa normal, seria porque você chegou aqui com a animação de quem está indo a um enterro, desmoronou na cadeira, disse "e aí, Rach" e suspirou. – fez uma pausa – Mas já que eu sou o Oráculo de Delfos...

– Tá bom, tá bom! – interrompi. – Já entendi.

– Ótimo.

– É só que... Sabe aquele cara, o Matt?

– Ah, se sei.

– Ele meio que fica dando em cima de mim umas 24hrs por dia e...

– E você quer achar uma solução para fazer ele parar com isso de uma vez por todas. – ela completou.

– Exatamente. O problema é: como?

– Entendo. Mas você e a sua "mente atenamente genial" ainda não pensaram em nada mesmo?

– Ha ha, muito engraçado. Bem, na verdade, eu tenho pensado em vários planos diferentes esses dias, mas nenhum deles parece realmente ser "o plano perfeito", sabe?

– Unhum.

– E a cada dia a situação piora, porque ele não é tão retardado assim, e as minhas desculpas para não sair com ele são as mais esfarrapadas possíveis.

– Annabeth, - ela disse, séria – você tem certeza de que ainda não pensou em nada que possa servir?

Eu fiquei calada e virei para o outro lado. Eu sabia que ela sabia o que eu estava pensando. Deixá-la olhar diretamente nos meus olhos só tornaria as coisas mais complicadas para mim. Ela continuou dando indiretas:

– Sabe, Annabeth, normalmente, quando uma garota tem namorado, os outros caras param de dar em cima dela, pelo menos quando o namorado está por perto... – ela falou, olhando para Percy, que, a essa altura já estava distante da gente, conversando com outras pessoas. Respirei fundo e soltei o ar, me rendendo.

– Tá bem, certo. – eu disse – Eu já pensei nisso.

Ela sorriu, satisfeita, e eu olhei ao redor para confirmar que não tinha ninguém escutando.

– Na verdade, a ideia vem surgindo na minha cabeça aos poucos, mas foi hoje a noite que eu realmente pensei nela. – continuei – Mas Rach, você já pensou em quão complicado isso pode ser? Isso sem contar que eu nem sei se ele iria topar.

– É claro que ele vai topar! E eu sei que pode ser complicado, mas... Primeiro, só eu vou saber. E depois, eu nem acho que vocês precisem desse fingimento todo. – ela comentou, sorrindo sugestivamente e olhando na direção de Percy. Estreitei os olhos.

– O que exatamente você quer dizer com isso?

– Ah, Annabeth, qual é?! É óbvio que você gosta dele!

– Claro que não! – exclamei, revoltada. Pelos céus, de onde as pessoas tiram essas ideias?!

– Ah não? Então quero ver você passar mais de cinco minutos aqui vendo o Percy conversar com aquelas meninas do chalé de Afrodite e não fazer nada a respeito. – ela desafiou.

– Então veja. – eu disse, e, discretamente, comecei a contar o tempo no relógio puxando outro assunto.

Passado o tempo certo, me levantei repentinamente e comecei a andar até Percy.

– Ei, aonde você vai? – ela perguntou, surpresa.

– Já passaram os cinco minutos. – respondi, e continuei andando, deixando uma Rachel sorridente atrás de mim.

– Percy! – falei com uma voz falsamente animada quando cheguei lá – Ah, oi meninas, como vão vocês?

Elas me olharam com desprezo. Ignorei e continuei com a minha desculpa para tirar Percy de lá... Só porque eu não gosto delas, claro.

– Então, Percy, Quíron disse que já vai começar, vamos sentar?

– Ahnn... – ele pareceu confuso.

– Por que você não senta com a gente, Percy? – disse Drew.

– Ah, ele não quer. – respondi por ele – Nós já temos um lugar bem na frente, obrigada.

E saí arrastando Percy ao encontro de Rachel.

Quando nos sentamos ao lado dela, ela ainda me olhava significativamente.

– Eu não acredito que você realmente fez isso. – ela disse. Dei de ombros.

– E eu também não. – Percy falou, revoltado – Annabeth, o que deu em você?

– Ah, Cabeça de Alga, acredite em mim, você não iria entender.

Ele abriu a boca para responder alguma coisa, mas fechou logo em seguida. Tenho fortes suspeitas de que ele percebeu que, mesmo que entendesse, teria sido melhor se manter calado. Quando eu digo que ele tem um lado inteligente...

Passei o resto da fogueira pensando no que a Rachel tinha dito, sobre não precisarmos fingir. Nem prestei atenção nos anúncios e nas canções. Num certo momento, Percy pareceu preocupado.

– Annabeth, o que aconteceu? Você tá bem?

– Estou ótima, Cabeça de Alga. Só pensando.

Ele não questionou. Pensar era uma coisa que eu fazia com certa frequência.

Passei a noite quase toda acordada, pensando e olhando no relógio para ver se o tempo estava passando. Pelos meus cálculos, para cada hora de insônia eu dormia por uns 20 minutos.

Depois que o sol nasceu, finalmente consegui dormir por um tempo razoável, e acordei na esperança de já ser tarde o suficiente para poder levantar.

Me virei na cama e olhei para cima. O chalé de Atena estava cheio, o que significava que, provavelmente, ainda era cedo. Procurei o relógio na minha cômoda, mas antes que eu o achasse meu olhar bateu no porta-retratos que eu mantinha ali. Era uma foto antiga, que mostrava eu, Percy e Grover juntos, abraçados, no verão em que nos conhecemos. Não pude deixar de sorrir, sentindo falta dos velhos tempos. Seria tão mais simples se tudo fosse como antes... Tentei parar de me lamentar por ao menos um minuto e voltei a olhar o relógio. 8:13. Não estava tão cedo assim. Respirei fundo e levantei da cama para me arrumar para o café da manhã.

Quando cheguei no pavilhão do refeitório, já passava das 8:30. Eu sentei sozinha na mesa de Atena, já que Percy e todos os meus irmãos ainda estavam dormindo, e comecei a comer meus waffles. Alguns poucos campistas já estavam lá, mas a maioria ainda estava dormindo. Afinal, sábado era um dos dias mais "livres" que tínhamos no Acampamento. Poucas pessoas acordavam antes das 10:00. Infelizmente, Matt era uma delas.

Não dei nem uma garfada e ele apareceu.

– Bom dia, Srta. Google.

– Ah, oi, Matt. – eu respondi. Não estava com humor para ficar fazendo piada e chamando-o de "Mr. M&M".

– Acordou cedo?

– Unhum.

– Algum motivo especial?

– Na verdade não. Só estava sem sono e resolvi levantar. E você?

– Hum. É que eu tenho costume de acordar cedo. Mas isso não é tão bom assim, já que eu passo menos tempo com você.

– E por que seria isso? – perguntei, me arrependendo assim que as palavras saíram da minha boca.

– Porque você é a garota dos meus sonhos. – ele disse, piscou e saiu andando para a mesa de Apolo.

Foi aí que eu me desesperei. Eu já estava começando a achar que talvez, só talvez, eu tivesse exagerado um pouco, e que eu não precisaria tomar nenhuma medida drástica. Mas depois dessa, percebi que eu tinha que agir rápido.

Os campistas de Atena foram chegando, e em poucos minutos a mesa já estava cheia. Engoli meus waffles e voltei correndo para o chalé. Eu precisava de um lugar tranquilo para pensar melhor.

Tranquei a porta, peguei alguns lápis, papéis e o meu laptop de Dédalo e sentei na bancada cheia de livros. Respirei fundo e me envolvi em pensamentos.

Depois de um tempo, ouvi batidas na porta e meu nome sendo chamado. Era Malcom. Tentei ignorar, mas ele continuou gritando. Respondi que não estava me sentindo bem e que iria ficar ali até melhorar. E depois o proibi de entrar.

Durante o resto da manhã, não fui mais incomodada por ninguém. Bem, eu acho. Certo, eu não prestei atenção. Depois de algum tempo, admiti que não havia como fugir ou esquecer a situação, e comecei a trabalhar em planos que pusessem resolver o problema. Precisei pensar muito para perceber que não haveria nenhuma outra solução que não fosse aquela que tanto me atormentava.

Lá pra hora do almoço, Percy apareceu no chalé.

– ANNABETH! ABRA ESSA PORTA AGORA!

– Não estou me sentindo bem, Percy.

– ME DEIXE ENTRAR, AGORA! VOCÊ NÃO COME NADA DESDE O CAFÉ DA MANHÃ!

Levantei e abri a porta para ele. Eu precisava contar, de qualquer forma, não é mesmo?

Ele sorriu e eu fechei a porta novamente.

– Eu trouxe um sanduíche pra você – ele disse.

– Obrigada – respondi, pegando a comida na mão dele.

– Então, você vai me contar o que aconteceu? Ou eu vou ter que adivinhar?

– Percy, eu... Eu tenho que falar com você.

– Estou ouvindo.

– Eu tenho um plano. Para tirar Matt do nosso pé.

– Eu sabia que você ia pensar em alguma coisa. – ele sorriu.

– Mas você tem que concordar.

– Tenho quase certeza que vou. O que é?

– Eu... hum... – comecei a enrolar. Então resolvi falar de uma vez. – O que você acha da ideia de fingir ser meu namorado?

"Eu fiquei pensando no verbo lidar, e em todas as coisas não lidáveis com que se tem de lidar."

Hazel Grace- A Culpa é das Estrelas


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso!!
E aí gostaram? hahaha o que será que ele vai dizer? ;)
Bom, gente, eu sinto muito ter de avisar que, assim, existe uma coisa chamada escola, sabe, então é meio que um pouco (muito) inviável pra mim postar durante a semana.
Então, provavelmente só vai rolar na sexta :
Desculpem meeeesmo, mas eu realmente não tenho como.
Bem, espero que tenham gostado.
Beijos, e até a próxima.



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