Meu segundo ano em Hogwarts estava para começar, nada poderia me deixar mais feliz do que sair daquele orfanato cheio de trouxas, pelo menos meus livros de magia haviam me mantido ocupado e ninguém jamais ousava me perturbar, assusta-los foi além de útil, muito divertido. Permaneci deitado em minha cama fitando o teto, perdido em pensamentos, até que ouvi um alvoroço na sala de recepção do orfanato, pelo que pude escutar das conversas uma nova criança havia chegado. Não me importei, caso me desse problemas poderia praticar o que aprendi em Hogwarts.

- Oi! – Ouvi uma voz animada vindo da porta. Era uma garota de cabelos ruivos ondulados, pele branca e olhos azuis como se fossem safiras.

- Tudo bem?! Eu estou procurando um quarto que esteja mais vazio para ficar. – Continuou a garota enquanto eu a fitava com os olhos – os outros estão muito cheios e este aqui parece mais vazio – desta vez sussurrou sorrindo.

- Você não pode ficar aqui.

- Hein?! Mas este quarto só tem você! – Exclamou a garota ainda sorrindo. – Ah, já sei, é porque eu ainda não me apresentei não é? Sou Sofia Witter, tenho onze anos, gosto de escrever e sei tocar um pouco de piano, se tivéssemos um piano poderia lhe mostrar! Por falar também sou boa em desenhar, depois que desfizer minhas malas eu te mostro!

Tom já se sentia incomodado com tanto falatório, deveria manda-la embora agora ou ensina-la o porquê de ter um quarto somente para ele? Ficou pensando nessa questão enquanto a garota ainda se apresentava.

- Então, eu me apresentei, e como é seu nome?

- Tom Riddle.

- Prazer Tom! – Disse adentrando o quarto.

- E você está aqui a muito tempo?

- Acredito que tenha nascido aqui. – Disse enquanto me levantava da cama

- Nossa... isso é triste, meus pais morreram recentemente... e meu irmão está desaparecido... – Neste momento ela abaixou sua cabeça, sua voz animada sumia aos poucos, talvez as lembranças não fossem boas.

No exato momento um copo d’água que estava sobre a escrivaninha de Tom se trincou.

- Como fez isso? – Perguntou Tom

- Ah... – entristeceu-se – Isso costuma acontecer quando me lembro de momentos tristes... eu sei, sou estranha... vou indo... – Disse a garota indo em direção a porta.

- Espere, você não é estranha, é especial como eu.

A menina Olhou para os olhos de Tom – Quer dizer que também faz isso? É um bruxo também?

Tom arregalou os olhos, como poderia ela saber isso? – Mas como você...

- Meus pais eram bruxos, na verdade descobri instantes antes deles morrerem...

- Senhorita Sofia! – Exclamou a voz da Sra. Cole no fim do corredor – Você não pode ficar na ala dos dormitórios dos garotos.

- Ah, desculpa Sra. Cole, estou indo ai! Até mais Tom, foi um prazer te conhecer, depois nos falamos mais. – A garota parecia ter saído de um transe e sua voz animada reapareceu.

- O prazer foi meu senhorita Sofia.

Tom fechou a porta de seu quarto, sorriu, que menina agitada e ao mesmo tempo misteriosa. Talvez os dias no Orfanato Wools tivessem acabado de se tornar interessantes. Agora o problema era, tinha de buscar um novo copo d’água, pensou consigo olhando ao copo trincado.