A Garota dos Olhos de Safira escrita por Juliie Rosees


Capítulo 7
Capítulo 7 - Lar


Notas iniciais do capítulo

REVIIIIIIIIIIEWWWWWS, PELO AMOR D DEUS,SENÃO EU PARO DE POSTAR, POXA!



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A primeira coisa que vi foi um belo piano de armário, bem parecido como da escola, ostentando-se bem à frente da porta. A sala era ampla, mas não tão mobiliada.. Perto da janela de vidro, com uma leve impressão de um cantinho de reflexao, com uma planta ao lado de um divã estofado. Não havia televisão ali. Um tapete felpudo no chão ocupava boa parte do espaço – do chão, pelo menos.Mais à direita, uma mesa redonda e pequena com um par de cadeiras. A porta da cozinha era logo do lado.

            - Quer almoçar?

            - Claro. – Eu disse.

Ela largou a mochila no chão. A imitei rapidamente e fui me esgueirando até a cozinha com passos pequenos.

            Aquele cômodo era pequeno demais. Os móveis estavam amontoados – era o que parecia, ao menos. Ela tirou algo da geladeira – um pote, acho – e pôs numa panela e a colocou na boca do fogão rapidamente. Remexeu o conteúdo ali.

            - Posso esperar na sala? – Eu perguntei, mexendo na gola da blusa assim que ela se virou para mim.

            - Bobo. – E então ela acenou com a cabeça, sorrindo.

Sentei no divã e observei o jardim ensolarado.  O cheiro da casa era de limão misturado com alguma coisa bem doce que não pude imaginar.

            Imaginei esse cheiro em seu pescoço. Imaginei também a proximidade de nossos corpos quando eu cheirasse aquele aroma. Eu escutava ela chamar meu nome.

Realidade ou... O que era mesmo aquilo que eu estava imaginando?

Droga.

Só tive a reação de me proibir de pensar nessas coisas depois que já tinha me deliciado com ela.

            Sua cabeça pendia para fora do portal da cozinha.

            - Psiu, você.

A olhei.

            - Tá pronto – Ela sussurrou. – Vem cá.

Fui pulando para lá.

 

            Minutos depois estávamos ali, eu e ela sentados à mesa, dentro de sua casa bem iluminada. Eu não cansava de olhar os quardos pendurados nas paredes. Pareciam que todos foram pintados por ela.

            - Esperava ver paredes negras, manchas de sangue no assoalho, caveiras e um calabouço? – Ela interrompeu-me.

            - Não! Cla-... Claro que n-não! – Eu disse gaguejando, tentando não olhar nos seus olhos enquanto deixava escapulir uma garfada do macarrão. Agora eu estava sujo de molho de tomate.

E não posso deixar de admitir que fiquei tão vermelho quanto a fruta.

            Rapidamente ela tinha um guardanapo envolvendo seu dedo indicador e este avançou para perto de minha boca, mas detev-se quando ficou à milimetros de mim.

Abri um rascunho de sorriso amarelo de vergonha.

            - Posso?

Assenti.

            Ela limpou o canto da minha boca.

Era uma situação muito ridícula, eu sei, mas... Com ela parecia tão especial, cada segundo, cada respiração, cada movimento, cada situação tosca na qual o tempo pára...

            Estávamos corados. Respirei fundo. Eu queria perguntar isso para ela havia um mês.

            - Até quando vamos ficar assim?

            - Assim...Como?

            - Na-na...Nada, não, deixa pra la. – Eu disse, deixando escapulir.

            - Não. Você sabe que pode falar o que quiser pra mim, Bê.

            -  Não é nada demais, Lena. – Eu disse, fitando o chão abaixo de meu tênis preto e coçando a nuca, o que eu faço sempre quando sinto vergonha de algo.

            - Sabe uma coisa?

            - Hun... – Eu disse, ainda olhando o chão.

            - Minha mãe me chamava de Lena.

Engoli em seco.

            - Você se incomoda?

            - Só você pode.

            - Posso o quê? – Eu perguntei, voltando a encarar seus olhos claros.

            - Me chamar de Lena, oras. – Ela disse o óbvio.

            - Por que só eu?

Ela corou instantaneamente.

            - Ah.. Ah... Unh... Bê, para de me fazer pergunta difícil, caramba!

Ela soltei uma risadinha.

            - Quer ver o resto... Han... Da casa?

            - Claro!

            - Vamos então!

Ela agarrou minha mão e suímos correndo as escadas de madeira escura. Hellena vendou-me com as próprias mãos e me guiou até seu quarto.

            - Ai. Tô tropeçando aqui. Daqui a pouco eu perco o mindinho!

Ela riu bem alto.

            - Já chegamos?

            - Quase.

Ela em sentou em algum lugar fofo. Tirou as mãos de meus olhos mas continuei com eles fechados, à pedido dela.

            - Posso?

            -Pode.

O quarto era bonito. O lugar fofo em que eu estava sentado era um puff daqueel que voce afunda. A parede ao meu lado tinha uma cama rente à parede e esta era listrada com preto, brando e finas litras em roxo. Ao lado da cama caiada em branco, havia um criado-mudo delicado da mesma cor.

            No meu lado, havia uma mesa com uma cadeira com vários livros e papéis. Na parede à minha frente, um violão e duas guitarras penduradas por ganchos de caveiras.

O armário era branco com detalhes em preto e era singelo. O tapete no chão era redondo e felpudo, tal como o da sala, mas aqui era xadrez. Claro, em preto e branco!

            Do meu lado esquerdo uma escrivaninha com um laptop vermelho e um abajur roxo.

            - Garota...! Você dá uma banda inteira.

            - Ahh! Deixa disso. – Ela comentou, coçando as costas de sua mão esquerda.

            - Você toca isso tudo?

            - Uhun! – Ela assentou abrindo um enorme sorriso.

            - Sabe, eu também tive um violão quando era menor...

            - Por que não tem mais?

            - Rebecca. – Eu disse, rolando os olhos para cima.

            - Já entendi. Ela quebrou alguma corda e sua mãe não estava a fim de comprar outra para você e você não tinha dinheiro para comprar por si só.

            - Exatamente! – Eu disse apontando para ela. – Foi isso mesmo o que aconteceu.

            - Eu nem sei o que eu faria se alguém arrancasse uma corda dos meus queridinhos. São meus xodós, já que eu não tenho espaço para ter bichinhos de estimação.

            - É. São realmente muito bonitos, todos os três.

Ela correu para perto d aparede e apontou para o violão preto com um adorno branco em volta da boca.

            - Essa aqui é uma Hauser I. – Apontou para a guitarra azul – Uma Gibson Les Paul com afinação automática. – E apontou para o último instrumento,o mais perto da cama. – Não ria. É um baixo Fodera.

Segurei o riso. E ficamos nos olhando. Aì caímos no chão de tanto rir.

            - Vem cá. – Ela agarrou minha mão como o de costume. Me arrastou para o corredor e abriu a porta de um quarto.  

As paredes eram cinzas com pontos pretos e brancos. Havia uma bateria ali dentro.

            - As paredes aqui tem isolamento acústico. Ninguém se incomoda em me ouvir praticar até tarde da noite.

Meus olhos brilharam ao cruzar comos dela e um sorriso se abriu ao mesmo tempo em nosos rostos.

            - Eu sempre quis aprender a tocar bateria! Era meu sonho desde pequeninho!

            - Bom, aí está a maior oportunidade!

            - Você me ensinaria?

Ela bufou e rolou os olhos para o teto.

            - Dããrr. Você tem alguma dúvida? Mas... Posso te mostrar uam coisa primeiro?

            - Claro!

            - Lá em baixo.

Descemos as escadas – Hellena correndo à minha frente - e ela se sentou ao piano.

Uma melodia lenta e vigorosa começou a tocar. Ela me encarou, estacado ao pé da escada.

            - Ainda não tenho um nome para essa música. – A melodia era indescritívelmente graciosa e bem estruturada. Hellena não tinha ao menos uma folha de tabladura à sua frente  e ainda falava comigo enquanto isso. É uma saco mesmo ter amigos gênios. Principalmente quando você não é um.

            - Eu não sou bom com nomes.

            - Devia. Essa música é sobre você.

Eu abri a boca para falar mas suas palavras saíram como um turbilhão para mim. Me atropelaram como um caminhão.

            - É?

Ela assentiu, só agora voltando o olhar para as teclas. A perfeição controlada fácilmente nas mãos dela. Parecia que era a coisa mais fácil do mundo. Melodia complexa e suas mãos deslizavam por entres as teclas com leveza e suavidade.  Eu caminhei até o divã, boquiaberto sentei-me ali até a música acabar. Ela se levantoue  eu o fiz tão rápido quanto ela.

            Estávamos exatamente no meio da sala. Ficamos nos encarando – talvez imaginando o que dizer e o que esperar escutar. Eu simplesmente a abracei e ela pareceu supresa, no primeiro segundo. Mas depois rendeu-se à meus braços.

            - Eu te adoro! – Eu deixei escapulir.

Ela me encarou, ainda envolvida em meus braços. Ficou séria por muitos intermináveis segundos.

            - O que você quer dizer com isso?

            - Que você é minha melhor amiga. – Eu rebati, devagar e naturalmente, como se aquilo fosse muito óbvio de se pensar.

Nós nunca estivemos tão próximos quanto agora.

            - Ficou feliz com isso. – Ela abriu um sorriso e aninhou sua cabeça em meu ombro.

            A dúvida ainda ficava emminha cabeça. Perguntaria ou não à ela?

Respirei fundo e passei a mão por seus cabelos e ela suspirou.

            - Ahmm, Hellena...

            - O quê?

O celular começou a vibrar no meu bolso logo quando eu tinha tomado a droga da coragem de abrir a boca.

            - O celular, tá tocando.

            - Ah... – Ela disse, segundo o braço perto da altura do cotovelo com a outra mão e se separando de mim.

Atendi.

            - Bê? É mamãe, amor! Onde você tá?

            - Oi, mãe! Eu...Eu tô na casa da Hellena!

            - Fazendo o quê na casa dessa garota?!

            - Ô, mãe em neuras! E duas coisas, primeiro: ela não é uma garota, é a Hellena, poxa! E segundo: eu estou fazendo uns trabalhos aqui, ué...!

            - Tem mais alguém aí?

            - Claro que tem, Dona Martha!

            - Quem?

            - Victor e Alma!

            - Eu não tô escutando nenhum barulho!

            - Ô mãe!Pelo amor de Deus, não começa!

            - Que horas você vai voltar?

            - Até o trabalho acabar!

            - Não, não, não!

            - Ei! Calma, falta pouco aqui.

            - Pouco quanto?

Consultei meu reloógio. Eram 2 horas da tarde.

            - Uma hora e meia, no máximo duas!

            - Isso tudo?

            - Beijo, mão, depois a gente se fala!

E desliguei.

            - Que feio, mentindo para  mamãe. – Ela debochou.

            - Isso é só um detalhe. – Eu coloquei o celular no mochila – Mas então... Onde estávamos?

            Ela deu um sorriso malicioso. 

 


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Notas finais do capítulo

Sei que têm~alguns erros de digitação, mas é que eu tenho muita preguiça de corrigi-los depois de postar. Beijão e REVIEWS!



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