Always, sister escrita por AlineEmilie


Capítulo 12
Mom Chéri


Notas iniciais do capítulo

Eu não queria ter deixado que a fic ficasse abandonada.Não queria mesmo.Mas aconteceram tantas coisas que (Entre notebooks estragados e falta de tempo) ocuparam minha cabeça e impediam a criatividade de entrar.
Mas agora...Eu espero que ela volte, e que eu possa continuar a escrever.Por que eu simplesmente amo criar e decidir o rumo destas histórias ♥



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Quando Zelena adentrou a porta da mansão Mills...Ela notou duas coisas.

1 – Regina não havia voltado.

2 – O telefone tocava no gancho.

Franzindo o cenho, a ruiva caminhou com Uni enrolada em seus braços até a sala, puxando o objeto do gancho.Colocando-o ao contrário em seu rosto, da forma que ela achava que Regina fazia, ao ouvir uma voz vinda da outra parte, virou o objeto.

— Ãnh...Oi?

— Alô?Zelena é você? – Era a voz de Mary Margaret.Novamente com a dúvida em seu rosto a bruxa tentou se acostumar com o som que vinha daquele estranho método de comunicação.

— Sim, sou eu...Algo de errado? – Ela pôde ouvir um suspiro por parte da professora morena.

— Nós...Não conseguimos falar com Regina, e...Emma ela está... – Ela não precisou terminar, os rumores que ouviu no Granny’s...Sra. Swan estava um tanto quanto “enfeitiçada” pela Rainha da Neve e com isso.Seus poderes estavam fora de controle.

— Você poderia vir para cá? – A ruiva pensou por um momento, avaliando aquela pergunta.E pensando se deveria ou não.Tudo bem que ela e Mary não tinham mais tantos ressentimentos, porém Zelena não via como poderia ser útil.

— Acho que...Tudo bem. – Ela queria ajudar e iria.Não parecia-se mais a Bruxa Má do Oeste.

— Obrigada. – Ela ouviu, mas foi apenas por um minuto, e então o som que sinalizava o fim de uma ligação soou.

Ela olhou para a gata, que apenas ronronou, esfregando o nariz frio em seu pulso.Fez com que a bruxa sorrisse, balançando a cabeça negativamente.Ela já estava criando laços com aquele pequeno felino, e isto era uma coisa boa.Ela estava se apegando.

— Não destrua meu quarto. – Pediu enquanto subia as escadas em direção ao corredor do segundo andar.Deixando Uni em um tapete felpudo próximo a sacada.Lembrando-se também de deixar água para a gata e pegar a capa.

E então saiu.Com direção a casa do casal Charming.

 

(...)

 

Irresponsável! Seus pensamentos gritaram quando novamente a morena ignorou mais uma insistente ligação, desta vez da irmã.Eles não sabiam viver um dia sem ela?

Ok, sua enteada e o marido poderiam ser bem irritantes, mas havia algo errado, até mesmo Zelena estava ligando para ela.E isso era um tanto preocupante.

Porém, todo e qualquer pensamento racional que ela poderia ter se foi quando ouviu um leve suspiro, e um certo loiro apareceu através do arco da cripta.

— Bom dia. – Ele desejou, um sorriso tomando seus lábios.

— Olhe quem resolveu acordar. – Brincou se erguendo, tentando não sorrir, ao lembrar-se do quanto o que fizeram era errado.

— Desculpe, mas este foi o melhor...O melhor sono que já tive em décadas. – Até a pessoa mais inocente perceberia o duplo sentido de suas palavras, Regina mordeu os lábios.Céus, por que o proibido parecia tão divertido.Ela sentia a mesma coisa quando fugia para se encontrar com Daniel nos estábulos.Algo em alguém dizer que era errado tornava mais prazeroso.

Talvez um pouco da rainha má sempre estivera nela.Apenas não havia percebido.

— Que tal voltarmos ao acampamento e deixar-me cozinhar o café da manhã? – A idéia era tentadora, se era.Observando os bíceps fortes, a camiseta branca que definia seu abdômen, os olhos que pareciam brasas, mas ironicamente eram tão azuis quanto o mar e as covinhas, que sempre seriam sua perdição.No entanto, seus pensamentos brigaram novamente, não, não, Regina Mills!

— Parece adorável... – Sorriu, sem conter aproximando-se um pouco mais, seu perfume ainda cheirava a pinheiros e sândalo, era arrepiante. – Mas nós dois sabemos que não podemos. – Robin assentiu.

— Talvez você esteja certa. – Concordou com a voz suave, sua testa tocando a da prefeita.

— O pequeno John gosta de fofoca. – Os dois riram, não exatamente de felicidade, a tensão do tema Marian, voltava a pesar.

— Aí está ele... – O loiro sentiu-se satisfeito ao vê-la sorrir largamente daquela forma. – Aquele sorriso elusivo, mas gratificante, no qual penso quando fecho os olhos. – Regina sentiu vontade de chorar, aconchegar-se ao peito quente do arqueiro e dormir por horas.Mas apenas aceitou seu beijo, não um beijo completamente intenso, mas acalentador, daqueles que passavam segurança.

— Por que não fizemos isso há décadas? – Ela jogou a cabeça para trás para permitir que ele corresse os dedos por seus cabelos e rosto.

— Talvez você estivesse sofrendo de coração partido e um pouco de autodesprezo, e eu era só um bêbado em um bar com uma tatuagem. – Robin sorria enquanto ela suspirou, tocando o pulso, onde a pele era um pouco mais delicada e macia.

— Aquele que Sininho disse que eu era destinada a ficar. – Lembranças daquela noite vieram até ela, porém ela apenas balançou a cabeça antes de erguê-la novamente. – Eu deveria ter escutado aquela fada estúpida.Talvez fosse diferente se eu tivesse escolhido você...Ao invés do mal. – Ele acariciava sua bochecha com a ponta dos dedos.Robin era aquele tipo de pessoa que possuía uma paz no olhar, como Sininho e...Henry.

— Você cometeu erros e agora está compensando por eles. – Ele não era o melhor consolador, mas era a forma que ele tentava trazer sua rainha para perto de si.A morena fechou os olhos, sua boca roçou rapidamente por sua bochecha, logo agarrando suas mãos com um suspiro.

— Ou estou errando mais. – Ela abaixou as mãos.

— Você é casado. – Concluiu sentindo uma pontada no peito, que nem mesmo Robin poderia tirar.

— Eu sei. – Exasperou em tom baixo, vendo-a através do reflexo do espelho ao qual ela se dirigia, virando-se para ele uma polegada de segundo depois.

— Mesmo se não houvesse a Marian, eu tenho certeza que isso acabaria mal.

— Você é mesmo tão pessimista assim? – Ele aproximou-se novamente.

— Você também seria se soubesse tudo o que eu fiz. – E tudo o que aconteceu comigo, sua musa interior disse, Daniel, Cora, seu pai, etc.

Regina virou-se de súbito e pegou o livro de Henry, ela o mostrou ao arqueiro que franziu a testa, fazendo com que seu maxilar forte definisse um pouco mais.

— Você já viu isto? – Questionou, lendo atentamente as letras douradas “Once Upon a Time”.

— Não. – Ele respondeu.

— É um livro de contos de fadas onde todos nós estamos escritos. – Por mais estranho que isso possa parecer...

— E aí estou eu... – Ela abriu na página marcada por uma fitinha preta.

— Fugindo de você no bar.

— De onde isso veio?

— Eu não sei...Apenas apareceu quando o Henry precisava, repleto de histórias sobre heróis e vilões. – E gigantes, e espadas, e tristezas, e corações partidos e beijos de amor verdadeiro.

— Adivinha em que grupo estou... – Ela suspirou.Ele fechou o livro com convicção.

— O livro trata-se do passado, como eu disse você não é mais a rainha malvada. – Regina estava cansada, e por um momento se viu pensando em sua irmã, afinal se Regina não conseguisse mudar seu destino, o de Zelena provavelmente seria como o dela.E ela prometera que iria ajudá-la.

Regina não era do tipo que quebrava promessas.

— Diga isso ao autor.Aparentemente existe uma regra em que vilões não podem ter finais felizes, mesmo se mudarem ou tentarem ser bons.

— Diga onde ele está...Ficarei feliz em ter bem mais que uma conversa com ele.

— Eu gostaria que fosse fácil assim. – A prefeita sentiu vontade de revirar os olhos, mas se conteve.

— Mas não sei onde ele está...Ou quem ele é.Se é ele, ou ela, ou algo mais. – Sim, vivendo em Storybrooke se aprende que pode haver algo mais além de Ele e Ela.

— Procurei em todos os lugares e nunca o encontrei. – Talvez, não tenha procurado do jeito certo, pensou Robin, mas achou melhor não proferir as palavras.

— Regina deixe-me ajudar. – Os olhos castanhos brincaram entre sua boca e seus olhos, antes de sorrir nervosamente.

— Não pode. – Sussurrou.

— E isto não pode acontecer uma segunda vez. – Ela retirou as mãos do mesmo de sua cintura. – Compreende?

— Compreendo. – Ele concordou com a cabeça.

— Eu concordo...Mas... – Suas mãos novamente dirigiram-se a ela, agarrando com delicadeza seu quadril, ele a via como uma boneca de porcelana, tinha de ser manuseada com cuidado e carinho.

— Se não sairmos agora... – Regina sentia ser empurrada ao longo da sala, em direção a parede, permitiu, por que ela não imaginaria um dia em que conseguisse resistir a aqueles belos olhos, que queriam acima de tudo cuidar de si.

— Então suponho que isso ainda conta como a primeira vez, não conta? – Seus lábios encontraram os dela, logo depois sua língua, invadindo lentamente o limite de sua boca.E novamente a sensação de perigo interessante tomou seu corpo.Regina sabia que não deveria, sabia que Mary precisava dela por algum motivo, sabia que enquanto eles estavam ali, Marian estava congelada.E sabia que era errado.

Mas o interessante era que...Ela não queria ligar.

(...)

 

— Pode me devolver por favor...Meu almoço e jantar. – Will reclamou quando Robin puxou a xícara na qual ele com certeza havia depositado uma quantidade suficiente de álcool para apagar um elefante.

— Desculpe, meu amigo, mas preciso falar com você. – E necessito que esteja em uma situação que entenda o idioma humano, pensou. – E que esteja tão sóbrio quanto Frei Tuck no domingo.

— Não sei se o dia da semana faz diferença...O que está havendo? – Perguntou o jovem fora da lei.

— Regina precisa de nossa ajuda.... – Ele se virou, retirando algo da mochila.

— Este livro. – Tal livro já havia sido roubado tantas vezes, e Robin não sabia disto, e talvez não se importasse.

— Estranho, você nunca foi um leitor, Robin. – O loiro teve de conter a vontade de revirar os olhos.

— Não é meu.Roubei.

— Isso parece mais com você. – Concluiu Will.

— O que tem de importante neste livro?

— Quem escreveu isto imbuiu poderes mágicos.Poderes que podem mudar a vida de Regina para mel... – O loiro não teve chance de continuar, pois mais uma pessoa juntou-se a eles.

— Acho que nisto eu poderia ajudar. – Robin franziu o cenho, observando o homem alto que acabara de se sentar ao lado de seu amigo.

— Nós nos conhecemos? – Ele não se lembrava de conhecer ninguém que usasse preto e lenço em bordô.

— Ah, onde estão meus modos...Nunca tivemos a oportunidade...Sou Jefferson e você é...Robin Hood?Certo? – Ele aceitou a mão estendida do mesmo, podendo sentir cicatrizes próximas aos dedos.Ele reconhecia aquele tipo de cicatriz, pessoas que preferem empunhar uma tesoura do que uma espada ou um arco.

— E como poderia me ajudar? – O homem torceu os lábios.

— Você precisa descobrir quem o escreveu...Você precisa de um futuro, mas tem que começar pelo passado. – Robin o olhou inexpressivo, mas aparentemente Will compreendeu.

— Essa cidade nem sempre teve magia... – O ladrão disse.

— Mas quando ela chegou...Começou na Torre do Relógio. – O loiro fez uma expressão de “E daí?”

— Por vinte e oito anos, tive de observar minha filha em outra família, que ela achava que amava.Sozinho, apenas olhando para aquele maldito relógio, o qual os ponteiros nunca se moviam. – Jefferson suspirou profundamente antes de continuar.

— Mas então um dia...Ele funcionou.

— Sinto muito, amigo, mas receio que isto não tenha nada há ver com o livro e o autor. – O chapeleiro sorriu de forma larga, erguendo os olhos, ele tinha algo nas íris um tanto quanto perto da psicopatia.

— Você sabe o que tem sob a torre do relógio. – Robin negou. – Uma biblioteca. – O sorriso do homem se alargou enquanto Will puxava a xícara e tomava um longo gole.Era hora de agir.

 

(...)


Já era a quadragésima vez que Zelena suspirava, Mary estava fazendo algo na cozinha ao qual ela não queria prestar atenção, David e Elsa saíram...Ou sabe-se lá o que, ela não deu atenção novamente.

Devo ser um pouco anti social, pensou consigo mesma, olhando pela janela e percebendo que a noite já chegava, ela ficara ali, todo aquele tempo, para finalmente a Sra. Ocupada Mills resolver atender o celular.Bom...Isso não vinha ao caso agora.Já que Regina, sua sis, descia lentamente as escadas.

— Como está Henry? – As palavras brotaram sem que ela pudesse conter, a morena se sentou ao seu lado com um suspiro.

— Está lendo quadrinhos, se recusando a dormir...Ele vai ficar bem.

— Problemas demais para uma criança... – Zelena murmurou, tomando um gole de limonada e pensando que poderia ser algo mais forte, como vodka.

— Ah e obrigada...Por antes. – Ela fez gesto para a blusa de seda vermelha, para a professora atrás do balcão.

— Ele já tem coisas demais na cabeça, para que eu o importune com minha vida problemática.

— Robin Hood? – A ruiva e a professora disseram juntas e Regina revirou os olhos.Sim, as duas pareciam crianças.Crianças que a estavam fazendo corar.

— Ah qual é mana, não precisa ficar vermelha...Só porque vocês... – A bruxa riu.

— Verdade Regina, se sente-se envergonhada por dormir com um homem casado...Eu também dormi. – Esta última parte fora sussurrada.

— Sei que não deveria me sentir culpada...Mas eu sinto.

— Ah...Já soube das novidades. – As irmãs franziram a testa, exatamente da mesma maneira.

— Zelena ganhou dois gatos. – E o prêmio de melhor anedota com trocadilho bobo vai para...Pan, pan, pan... Mary Margaret.

— O que?Como assim? – A ruiva revirou os olhos, Mary e sua boca grande.

— Como soube? – Perguntou mais para surpresa do que irritada, afastando um mecha de cabelo vermelho que escapara da trança.

— Essa cidade é do tamanho de uma uva Zelena e caramba...Foi bem atrás do Granny’s.

— Hello!! Alguém me explique...Por favor. – A irmã mais nova balançou os braços frente às duas mulheres ali.Zelena respirou fundo antes de virar-se para a morena.

— Mary me deu uma gata, Uni. – Regina sorriu, na verdade ela pensou consigo mesma o porquê de em todos aqueles anos ela não tivera um animal de estimação.Adorava animais, principalmente cavalos, mas gatos...Eram adoráveis.

— E... – Mary fez gesto para que ela continuasse e a ruiva lhe dirigiu um olhar fulminante.Remexendo os dedos e entrelaçando-os uns aos outros antes de continuar.

— Jefferson me beijou ou eu o beijei, tanto faz. – Disse tão rápido que a mulher a sua frente demorou a captar as palavras.Logo Regina ergueu as duas sobrancelhas.A expressão OMG de sua irmã a fez acrescentar rapidamente. – Não tenha idéias foi só um beijo.

— Não foi o que eu ouvi. – Cantarolou Mary enquanto colocava copos no lugar.

— Você não ouviu nada...Shiu. – Esticou o dedo para a outra mulher, que fingiu passar um zíper na boca, não controlando a risada.

— Z...Isso...É incrível.. E o que você disse?O que ele disse?

— Sério Regina? – Zelena sentiu o rosto esquentar, ela não imaginava como apenas se lembrar daquele momento a faria corar.Ela a bruxa malvada que governou Oz por anos, estava corada por causa de um chapeleiro com sanidade incomprovada.

— Estamos parecendo 3 garotas, vocês notaram isso? – Regina deu de ombros, o sorriso ainda em seus lábios, demonstrando o quanto ficara animada com aquela revelação.

— Quem liga?Vai me diz...Ele é sua alma gêmea? – A professora e a irmã mais nova a olhavam atentamente e sinceramente a bruxa não sabia bem o que dizer.

— Como vou saber?Foram apenas beijos.

— Espere...Foi mais de um? – Essa conversa iria longe, constatou a ruiva, tomando o restante de suco em seu copo. – Quer saber não importa.Sis, vocês se beijaram. – Zelena olhou estranhamente para a morena quando esta a abraçou.É definitivamente, as pessoas dessa cidade tinham um fraco por abraços.

— Você está seguindo o caminho do bem e isso me deixa orgulhosa. – A ruiva balançou a cabeça negativamente com um sorriso, dentro de sua própria cabeça ela perguntou-se “Como alguém poderia querer fazer mal a uma pessoa tão doce quanto Regina?”, uma pessoa que neste momento, mesmo com seus aparentes problemas na vida amorosa, estava feliz por sua irmã mais velha estar se afeiçoando ao chapeleiro maluco.

— Essa conversa está muito melosa para nós duas, sis. – Regina ergueu-se, constatando novamente a forma como sua irmã conseguia passar de fofa para coração de gelo em dois tempos.

David então entrou na cozinha fazendo com a morena franzisse a testa com um olhar confuso.

— O que faz aqui?

— Como assim? – Questionou o loiro.

— Alguém não deveria estar procurando pela Emma? – Regina já podia sentir sua percepção estalar.

— Mary Margaret não lhe contou...Ela ligou e encontrou um jeito de se livrar da magia.

— E vocês estão de acordo? – Agora, Zelena também parecia estática, como ela não notara quando Emma ligara, ou esta mais nova revelação.

— Apoiamos nossa filha. – David disse, a ruiva revirou os olhos, será que apenas ela e Regina pensavam naquela maldita cidade?

— Isto não é um par de sapatos velhos. – Retrucou a prefeita com a voz alterada.

— Pode parecer drástico, mas é a única forma de Emma ter certeza de que não machucará mais ninguém. – A irmã mais nova levantou-se consternada.

— Essa talvez tenha sido sua pior idéia e vocês contrataram a Bruxa Má do Oeste como babá.

— Hey...Eu estou aqui, obrigada. – A outra mulher balançou os braços para demonstrar sua presença, a qual Regina ignorou.

— Pode ser bom para ela Regina...Ser normal. – Ela revirou os olhos novamente.

— Deixe eu lhe fazer uma pergunta...Sabe do que mais me arrependo? – Sua pergunta foi retórica, mas aparentemente todos tinham uma resposta formada.

— Milhares de vidas inocentes destruídas? – Sugeriu David.

— Não ter apertado meu coração quando teve chance? – Foi a vez de Mary.

— Não ter conhecido sua linda irmã antes? – Zelena, como sempre, trazendo o humor a conversa.A outra mulher revirou os olhos.

— Não ter apoiado Henry quando ele percebeu que era especial. – O casal suspirou, enquanto Regina gesticulava.

— Vocês devem se lembrar que tudo começou quando você lhe deu aquele livro...Abriu um novo mundo a ele...Mas eu tinha tanto medo de perdê-lo... – A ruiva tocou o ombro de sua irmã, apenas para não permitir que ela mergulhasse no passado, Henry estava ali, e ela também.

— Que tentei convencê-lo de que estava louco, e que ser normal melhoraria as coisas... – Ela olhou para as escadas, apertando a mão de Zelena sobre seu ombro.Mesmo aquele simples gesto de sua irmã mais velha lhe passava uma segurança extraordinária.

— Ainda bem que ele não me ouviu. – Constatou, oferecendo a resposta aos pais de Emma, eles não podiam deixar que ela entregasse sua magia assim, pelo simples fato que a magia fazia dela a Emma que era e essa Emma salvara todos várias vezes.Soa um pouco insano.

— Regina tem razão.

— Não podemos tirar o que ela tem de especial. – Completou David, às vezes a mania que o casal tinha de completar as frases um do outro, irritava, e muito.

— Então vamos buscá-la. – Sem esperar por resposta, a professora deu a volta no balcão, olhando para a mesa e notando a falta de algo.

— Regina...A sua poção localizadora...Sumiu. – A morena virou-se confusa.

— Onde está a Elsa?

— E lá vamos nós de novo. – A bruxa ruiva concluiu com um suspiro de descontentamento.

 

(...)

 


Zelena se sentiu feliz por lembrar de ter pego a capa.O rastro de Emma parecia-se abrir diante de seus olhos, como se suas pegadas brilhassem em dourado, ela não sabia que tinha essa habilidade.Aquelas pessoas estavam contando com ela, seu sobrinho, sua irmã e ela devia considerar David e Mary como sobrinhos também?Afinal Regina era madrasta de Mary e...Ah esqueça, não era hora de tentar entender a árvore genealógica, teria tempo para isso depois.

— Tem certeza de onde está indo Zelena? – David se colocou ao lado dela, olhando por sobre o ombro, coberto pelo tecido negro da capa, pôde constatar que ele só estava ali porque Regina e sua enteada estavam tendo uma conversa de mulheres, a qual ela não estava com vontade de participar.

— David, eu demoraria anos para explicar a você como se usa magia, então sim...Tenho certeza. – Ele não riu, mas balançou a cabeça negativamente.

— Então você realmente está tentando se redimir. – A ruiva assentiu, por segundos que foram uma eternidade, aquela palavra ainda era um pouco estranha, redimir, redenção, tentar buscar o perdão.Bom, ela estava tentando.

— Regina conseguiu...Por que não eu? – Ele assentiu, Regina fizera tantas coisas contra ele e Mary que perdoar Zelena seria a coisa mais simples do mundo.

— Fico feliz com isso...Bom é um a menos na listinha de pessoas que ainda querem minha cabeça. – Ela franziu a testa, estava pronta para questionar o que ele queria dizer com isso, no entanto foi interrompida por sua irmã mais nova que tocou seu ombro.

— Tenho que ir...Robin achou algo...E por algum motivo ele está com Jefferson. – A ruiva arregalou os olhos, o azul sumindo na escuridão.

— É eu também não entendi. – Regina comprimiu os lábios. – Você vem? – Zelena olhou para o caminho, para David, logo depois para Mary e novamente para sua irmã.

— Tenho que ajudá-los. – Desta vez a prefeita sorriu largamente.

— Sei disso, parabéns, heroína.Te vejo em casa. – E ela saiu, caminhando pelo lado contrário ao qual estavam indo.

E a palavra ecoou pela mente da bruxa, não mais malvada.

Heroína.

 

(...)

 

Um pouco tarde demais...Murmurou Regina em seus pensamentos notando que Henry dormia profundamente em sua cama.Ela olhou para o despertador de algum herói dos quadrinhos em cima de alguns livros.

1:34 da manhã.Realmente era um pouco tarde.

Ela aproximou-se, afastando um pouco do cabelo liso e castanho de sua testa, para depositar um beijo ali.Ele podia não ter saído de si.Mas era seu filho.Seu pequeno filho.O garotinho que havia conquistado seu coração há muito tempo.Bom, ele não era mais um garotinho.Mas ainda tinha seu coração em mãos, com toda certeza.

Ela levantou-se com um suspiro, mas um suspiro contente.

Talvez Robin realmente lhe fizesse bem.

— Hey!Não, na minha cama não. – Ela virou a cabeça lentamente para a porta do quarto de Zelena, se questionando o que estava acontecendo.E que escolha maravilhosas de palavras.

— Z... – Ela bateu 2 vezes na madeira branca.

— Você está bem? – Questionou, estranhando o silêncio que se seguiu.

— Estou...Tendo problemas com uma certa gata, eu juro que mato Mary Margaret. – A morena riu enquanto abria a porta, vendo uma cena que a faria gargalhar apenas de lembrar.Zelena tinha os cabelos bagunçados, o quarto estava uma bagunça e uma pequena bolinha de pêlos negros estava enrolada entre lençóis verdes da cama.Sua irmã parecia a ponto de um colapso.

Os tapetes estavam desorganizados, enquanto grande parte das roupas da bruxa estavam jogadas pelo chão, aparentemente Uni as usara como travesseiro.

— Essa bolinha de pêlos fez tudo isso? – Questionou Regina se aproximando, rindo histericamente, da situação da ruiva.Ela estava deitada no chão, o braço sobre os olhos.

— Eu também não acreditei quando vi... – Pegando a felina nos braços, a prefeita sorriu.

— Ela sentiu sua falta...Pegou suas roupas.

— Eu nem mesmo sei como ela fez isso...As portas do armário estavam fechadas. – A voz de Zelena estava abafada, ela estava frustrada com a própria situação.

— Eu proíbo você de ficar brava com ela. – A morena olhou nos olhos da gata, vendo nada além de bondade e um pouquinho de euforia.

— Não se engane com as expressões angelicais dela...Olha o que ela fez com o meu quarto. – Finalmente a bruxa ergueu-se, apoiando um braço no chão, para sentar-se em perna de índio.

— Ela ainda é uma filhote...E não destruiu nada. – Zelena revirou os olhos.

— Vem...Vou te ajudar a arrumar essa bagunça. – Ela aceitou sua mão estendida, levantando-se e pegando a gata nos braços.Observando suas expressões, ela percebeu que não conseguiria ficar realmente furiosa com sua pequena mascote.

— Vou providenciar uma cama para ela... – A mais velha apenas assentiu, sentando-se no puff frente à cama, os olhos pesando, e a cabeça latejando um pouco.Ela precisava desesperadamente dormir.

Logo Regina voltou ao quarto com uma cama propriamente para gatos, em cor verde.Ao ver o olhar questionador de sua irmã ela explicou com uma única palavra. – Transfiguração.

As duas demoraram algum tempo para arrumar tudo, até que o quarto estava em perfeito estado novamente.E as irmãs Mills se jogaram de costas na cama.

— Ah eu quase me esqueci. – A morena pegou um pedaço de papel em uma das mesinhas de cabeceira.

— Jefferson pediu para que eu lhe entregasse isso. – A bruxa estreitou os olhos e a outra ergueu os braços em inocência.

— Eu não li...Juro. – Zelena pegou o pedaço de papel, mas não o leu imediatamente.

— E...O que ele fazia com Robin? – Regina pareceu se tocar de que não havia contado suas mais novas descobertas à irmã, então rapidamente se jogou novamente de costas, na confortável cama.

— Acredite se quiser, os dois estavam procurando pistas do autor na biblioteca pública. – Ambas riram com o tamanho do absurdo.

— Eles acham o que, que sua vida está escrita como a de John Stuart? – Novamente...Como ela conhecia aquele filósofo britânico?Bom...Não vinha ao caso.

— Mas...Robin achou algo...Na mochila dele.Uma página que mostra uma possibilidade, ela se encaixava perfeitamente na página em que eu fugia de Robin no pub.Nesta nós estávamos juntos...Nós..Achamos que é um sinal.

— E talvez seja. – Ela apoiou-se no cotovelo para encontrar os olhos azuis da ruiva, que mantinha Uni aconchegada em seus braços. – Regina...Se até mesmo eu...Beijei um cara...Você conseguirá mudar sua história. – Sorrindo a prefeita balançou a cabeça.

— Melhor dormimos então...

— Você sabe onde fica o Everett Crowley Park?  - Zelena disse de repente, fazendo com que a outra mulher franzisse o cenho.

— Sei.

— Então...Acho que tenho um encontro amanhã. – Declarou com um sorriso brincando em lábios.Regina entre abriu a boca e arregalou os olhos.

— Mentira? – Ela praticamente jogou-se sobre a irmã, pegando em mãos o pequeno bilhete em letras delicadas. – Z...Não acredito, ele te chamou de “Mom Chéri”. – A mulher gargalhou.

— Um pouco antiquado, fofo. – As duas ficaram por um bom tempo ali, como duas manas, conversando sobre tudo o que estava acontecendo, desde a magia de Emma até as novas possibilidades para o novo destino da ex-rainha má.

Desta vez Zelena pensou em como ela já considerava sua irmã, sua melhor amiga.

Elas iriam criar uma nova história, juntas.Claro, ainda havia um grande caminho pela frente, a Rainha da Neve e seu plano mirabolante para conseguir uma nova família e mais desafios que teriam de enfrentar até um período de paz naquela cidade.

Não importava.

A vida era um pouc...Muito curta para que não aproveitassem cada momento, tanto juntas quanto separadas.Mesmo que seus relacionamentos dessem errado, ou doesse muito.Elas iriam continuar.Elas iriam viver.

Zelena foi a primeira a dormir, Regina ajeitou-a na cama, com Uni, que se recusava a ir para a própria cama, cobriu a irmã com cuidado e se retirou.Era hora de dormir em seu próprio quarto, pensou sorrindo.

E naquela noite, ao menos naquela noite.Nada perturbou o sono das irmãs Mills.


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