Cenas Cortadas
Capítulo 23 ~*

Os dois chegam na casa de Dinho, ele abre e ela entra. Ele fecha a porta e chega por trás dela dando um abraço enquanto fala no ouvido dela.
D: Tá tudo bem com a senhora?
N: Uhum, tá tudo bem Dinho! - fechando os olhos.
D: A senhora tá tão pensativa...
N: Ah você que gosta mais de falar né Dinho! (deu uma risadinha) Você tava bem quietinho também... - ele a virou e deu um beijo na boca dela.
Ele olhou pra ela, estava faltando aquele sorriso lindo que ela sempre dava quando estava com ele, mesmo quando ela tentava disfarçar.
D: É que eu começo a ficar nervoso quando fico muito tempo assim do lado da senhora, fico me controlando pra não te agarrar...mas a senhora não me engana não...aconteceu alguma coisa?
N: Dinho quantos anos você tem?
D: (achando graça) Ué isso importa?
N: Não muito! Mas acho que deveria... É muita diferença né Dinho!
D: Eu não me importo nem um pouco dona Neuta, eu me importo é de ter um bandi homem de olho na minha viúva... Não é fácil não... - Ela riu.
N: Mas Dinho falando sério, você não pensa em casar, ter filhos... ?
D: Ô dona Neuta, só se for pra casar com a senhora... Olha, vou falar uma coisa pra senhora que eu nunca falei antes! Desde a primeira vez que eu vi a senhora na minha frente assim (mostrando com a mão) eu não consigo pensar em outra mulher!
N: Mas Dinho, eu não sei se vai dar certo isso...
D: Isso o que? (Dinho tava ficando preocupado)
N: Eu não quero privar você de ter uma família sabe Dinho...
D: Mas eu quero formar família! Com a senhora... (Dinho mudou o tom, pegou no rosto dela e olhou em seus olhos) O amor que eu sinto pela senhora vale por uma família inteira dona Neuta!
Ela sorriu um pouco sem graça e depois se virou, sentando no sofá e olhando pra fora da janela.
D:(sentando do lado dela) Ô dona Neuta, eu sou um homem de família sabia!
Ela sorriu.
N: Eu sei Dinho... Eu sei disso! Eu só acho que a gente tem que saber direito o que a gente tá fazendo sabe... As pessoas geralmente sonham em construir família, ter filhos...
D: (interrompendo)... E eu sonho em casar com a senhora... (sorri) Eu sonho tanto com a senhora dona Neuta... (falando por cima)
N: (falando junto)... E eu já tenho um filho né Dinho... Não sei se terei outros...
Ele partiu pra cima dela com um beijo bem forte, deitando sobre ela em cima do sofá. Depois falou no ouvido dela.
D: A senhora ainda vai ser só minha dona Neuta! (beijou o pescoço dela).
Ele se apoiou com uma mão no encosto do sofá ajeitando o corpo dela embaixo do seu e a beijou com vontade, começando a passar a mão sobre o corpo dela. Ele apertou a coxa dela, mas ela não se moveu, ele puxou sua perna contra ele, beijando o pescoço dela, abaixou as mãos, apertou por baixo das costelas, ela arrepiou, Dinho ficava louco com isso, mas ela se afastou, empurrando Dinho pra voltar a sentar no sofá. Ela não estava nada satisfeita com o rumo da conversa. Ela olhou pra ele como se estivesse mudando de assunto.
N: Sabe Dinho, quando eu era novinha eu era muito avoada, imatura, sonhadora...
D: (desconfiado) Sei...
N: ...E eu já sofri por gostar de alguns...
D: (beijando seu rosto interrompendo) Para com isso dona Neuta! Por que a senhora tá dizendo isso?
N: ... Eu tive um pai que era muito bravo sabe Dinho... Eu não podia namorar homem nenhum... Ele achava que homem nenhum prestava pra mim! ... Acredita que eu já até apanhei de chicote?
D: Ah é dona Neuta? Uai, mas por que? Ele pegou a senhora namorando escondido por acaso?
Ela riu fazendo que sim abaixando a cabeça, dando uma risada um pouco sem graça, não gostava muito de falar dessas coisas, mas era isso mesmo!
N: Ai Dinho, quer saber? Eu já sofri muito na mão de peão nessa vida... - ela teve que tomar uma certa coragem pra dizer isso dessa forma!
D: Ah então a senhora sempre gostou de peão? - sorriu todo todo.
Ela olhou pra ele sem expressão, ainda pensativa, ela não ficava falando disso com ninguém. Mas quando era novinha, ela sempre se apaixonava pelos peões da fazendo do seu pai. Mas ele não deixava ela seque olhar pra qualquer um que fosse! De jeito nenhum! Mas mesmo com as proibições dele, ela sempre acabava se embrenhando com os peões que trabalhavam na fazenda em algum lugar, escondidos pelos cantos da fazenda. E sempre vinham com aquele papo de que aqui é mais gostoso, ali é mais excitante... Levando Neuta na lábia... Seu pai não ficava nem um pouco feliz ao saber que ela ficava de olho nos peões! Imagina! Cansou de falar uma coisa que ela demorou pra entender: "peão não presta!" e fazia questão de avisar a filha sempre que podia! Não queria ver Neuta nem olhando pra peão! Nem chegando perto! Muito menos de namoro com um! Mas parece que isso só serviu pra que ela gostasse mais ainda da raça. Uma vez ela foi pega se atracando com um peão no galinheiro (algum trabalhador fofoqueiro da fazenda fez questão de avisar). O pai dela chegou e os dois estavam quase sem roupa, ele ficou furiosíssimo e desceu o chicote nos dois ali mesmo, marcando bem o sujeito inteirinho e ela também.
Neuta colocou os dedos nos lábios dele.
N: (afirmou um pouco contrariada) Gosto de peão... Mas peão não vale nada Dinho! (E depois sorriu)
D: (segurando no rosto dela) Ô dona Neuta, mas eu amo tanto a senhora! Eu só quero fazer da senhora a mulher mais feliz desse mundo!
Ela se levantou.
N: Mas Dinho, você nunca pensou em ficar com alguém da sua idade, que gostasse de...
Ele a agarrou por trás virando sua boca contra a dele. Ele a beijou e a encostou na mesinha que havia ao lado do sofá e começou a pegar mais forte na coxa dela... Era muito difícil pra ela resistir à ela, mas nessa hora ela lembrou da foto novamente, estava bem ali na mesa, ela empurrou Dinho de leve com a mão, se afastando e depois passou a mão nos lábios, pensativa. Ela olhou pra ele como se cobrasse uma explicação, e ele olhava de volta sem entender, com um risinho nos lábios que não conseguia tirar! Ela estava encostada na mesa que estava o livro. Ela colocou a mão pra trás, puxando a foto de dentro do livro sem deixar de olhar pra ele.
N: Eu mexi aqui hoje de manhã Dinho... Desculpa mas...
Dinho olhou pra foto, olhou pra ela e sorriu. Na mesma hora ele a agarrou novamente, grudando sua boca na dela, passando a língua com vontade, e olhou pra ela, dizendo:
D: Nossa Dona Neuta! (ele pegou na mão dela) Olha como eu fico de ver a senhora com ciúme desse jeito (ele levou sua mão pra região do zíper da sua calça).
N: (arregalando os olhos) Dinho!!!
Ele a agarrou novamente, beijando seu pescoço e encostando ela na mesinha mais um vez, fazendo tudo em cima da mesa balançar. Mas ela o afastou, olhando em seus olhos.
N: Peraí Dinho! Você não vai falar nada? - indignada.
D: (rindo) A senhora tá com ciúme da Vaninha?
Ela fez uma cara de espanto de quem não gostou nadinha, colocando uma mão da cintura, ficando brava! Ele tentou beijá-la, mas ela desviou, desencostando da mesinha e dando a volta.
N: Dinho, não me faz de boba por favor!
Dinho tirou a foto da mão dela e a pegou no colo sem dar tempo pra ela se esquivar, ela ficou bravíssima e pediu pra ele soltá-la. Ele foi em direção ao seu quarto e jogou ela na cama dele, se arremessando em cima dela, colando sua boca na boca dela. Ela tentou sair, mas ele segurou seus braços.
N: Dinho não...(ele beijou a boca dela) para Dinho...(ele começou a beijar o decote dela) Dinho por favor...
D: (segurando ela) ela é (beijo no pescoço) minha irmã.
Neuta deu um pulo da cama na hora, ficando de pé, com cara de indignada!
N: Dinho, não me faz de idiota pelo amor de Deus.
Ele sorriu de uma maneira que era evidente que estava falando a verdade! Mas estava achando o máximo sua viúva com ciúme dele! Ainda mais sem motivo... Ele se esticou um pouquinho e abriu uma gaveta na mesinha ao lado da cama. Era uma foto. Na foto eram quatro pessoas, Dinho estava na foto, bem mais novo.
D: Esse sou eu e meus irmãos. (rindo, achando a maior graça daquilo) A Edna (era bem mais velha que os outros) é filha do primeiro marido da minha mãe. Depois veio meu irmão Edu e essa é minha irmã mais nova Edelvania, a Vaninha!
Neuta olhava pra foto perplexa.

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