The Black Swan escrita por Drama Queen


Capítulo 4
Mais poderosos que a maioria


Notas iniciais do capítulo

Hey manos!
Boa leitura ^^
Ps: Cara, eu sou horrível com nomes de capítulos. Pelo amor de Deus. Mas, o título tem relação com três personagens, então é issae.



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Esperar não era a coisa favorita de Emma.

E isso se tornava pior devido ao fato de que algo acontecia, e ela não podia participar.

Já fazia mais de uma hora que Regina havia entrado na prefeitura, e, desde então, não tinha dado nenhuma notícia.

Emma queria saber o que acontecia.

E ela conseguiria descobrir.

Saiu do carro, batendo a porta. Andou até a porta de entrada da prefeitura, e observou se havia alguma movimentação. Nada. Abriu a porta e entrou, tomando cuidado para não fazer nenhum ruído.

Passou pelo hall de entrada e se dirigiu às escadas que levavam até o andar de cima, onde estava o escritório de Regina e, pelo que Emma havia percebido, toda a movimentação daquele lugar.

A prefeitura, com seus corredores vazios e escuros, parecia uma casa mal assombrada que ela havia visitado quando morava com Henry em Nova York. Sorriu com a lembrança. Eram dias mais fáceis, sem preocupações estranhas sobre quem era o novo Senhor das Trevas ou se alguém ficaria preso dentro de um livro. Emma já havia passado pelas duas coisas, e, definitivamente, preferia se preocupar com a dificuldade em pegar um táxi na cidade ou a duvida entre qual sabor de pizza pedir.

Suspirou e continuou seu caminho até o escritório de Regina.

A porta, localizada no fim do corredor, estava fechada, mas era possível ouvir a agitação que vinha de dentro.

Ouviu a voz de David e a de Mary Margareth. Eles falavam agitadamente, e ela não podia distinguir as palavras. Aproximou-se mais da porta, tentando ouvir o que diziam.

Mesmo com a orelha colada à porta, era impossível escutar mais do que ruídos.

Abriu a porta só um pouco, e tentou espiar pela fresta.

David e Mary Margareth eram as pessoas mais próximas da porta, olhavam preocupadamente um para o outro. Emma já vira aquele olhar milhares de vezes antes. Era quase como uma conversa telepática entre os dois.

Regina estava de costas para a porta, ajoelhada no chão, ao lado de uma mulher que Emma não conhecia. Elas observavam alguém que a Salvadora não pode ver quem era, pois as mulheres atrapalhavam sua visão.

Desviou o olhar e viu que alguém a observava.

— Mãe. — Henry falou, assustado.

Regina ergueu os olhos para ele, mas, percebendo que não era para ela que o filho olhava, voltou-se para a porta.

— Droga. — murmurou.

Era tarde demais para fazer algo.

Todos os olhares da sala estavam voltados para Emma Swan.

***

Gwenhwyfar observava calmamente enquanto Mordred andava de um lado para o outro da sala, aflito.

Nos últimos dias, passavam a maior parte do tempo assim. Mordred irritadiço e melancólico, recusando-se a comer e a dormir, e Gwen calma. Não havia chorado nem uma vez desde que soubera da morte do marido. Algo dizia a ela que era uma mentira. Era a única esperança que tinha, portanto se agarrara firmemente a ela.

Lembrou-se de Lancelot. Ele nunca deixaria que Arthur fosse assassinado ou que mentissem para ela em relação à morte do marido. Faria tudo por seu rei e melhor amigo. Mas ela fora o motivo da desgraça do cavaleiro, e isso a perturbaria até o fim de seus dias.

— Meu rei. — chamou seu novo marido, tentando manter a voz firme. Não gostava dele, não gostava de falar com ele, desprezava-o. Mas fora obrigada a casar-se com ele.

Mordred era belo, isso era inegável. Não tão belo quanto Lancelot, mas até mesmo mais belo do que Arthur jamais fora. Mas, diferentemente de seus primos mais velhos, tão amáveis, receptivos e calorosos, o garoto era dono de uma personalidade fria. Nunca fora simpático ou adorável como o resto de sua família, e também não era adorado como eles. Mordred era distante e calculista, e, talvez por não demonstrar qualquer sentimento na maior parte do tempo, quando demonstrava algum era sempre algo ruim.

— Sim? — ele respondeu, sem olhar para ela.

— Tenho sua autorização para me retirar?

Mordred parou de caminhar e, finalmente, observou-a.

Ela estava acostumada a ser o centro das atenções de Arthur, dividindo isto apenas com sua cunhada, Morgana, e, antes de sua expulsão da corte, com Lancelot.

Esforçava-se para se sobressair às outras pessoas, mesmo com seu marido sendo completa e irremediavelmente apaixonado por ela. Seus cabelos negros estavam sempre bem arrumados, e vestia-se com cores que ornavam perfeitamente com sua pele escura. Seus vestidos sempre foram considerados os mais belos da corte, afinal, ela era a Grande Rainha e era ela quem ditava a moda em Camelot e além.

Mas estas coisas de nada adiantavam com Mordred.

A única coisa que ele queria era ocupar o lugar que fora de Arthur, e isso havia sido mais fácil e conveniente caso se casasse com a viúva do rei.

— Sabe que pode andar livremente por Camelot, querida esposa. E sem minha autorização. — Mordred sorriu-lhe docemente. Era assustador. — Só peço para que não visite as masmorras.

Aquele pedido havia sido feito logo após Mordred ter anunciado que Arthur e Morgana estavam mortos e que ele era o novo Grande Rei da Bretanha. Gwen suspeitava do que era escondido lá, mas era inteligente o suficiente para não fazer perguntas para seu agressivo e impaciente novo marido.

Gwen se levantou de sua confortável poltrona e, sorrindo docilmente para Mordred, respondeu-lhe:

— É claro que não desobedecerei às suas ordens, meu senhor.

***

Hook percebeu a agitação na prefeitura assim que passou em frente ao local.

Observou seu redor.

O carro de Regina estava lá, estacionado poucos metros depois da entrada. A picape de David também, assim como o carro vermelho cereja de Ruby.

— O que acha que está acontecendo?

Robin corria em sua direção, com seu arco na mão e a aljava de flechas às costas.

— Isso é o que quero saber.

O ladrão indicou o carro de Regina com a cabeça.

— É melhor entrarmos.

Hook assentiu.

— Sem dúvidas.

***

— Emma.

Mary Margareth e David sorriam como duas crianças que acabaram de abrir seus presentes de Natal.

Emma se afastou da porta, pronta para fugir daquele lugar.

Estava agitada e irritada. E sentia tanto frio. Daria tudo o que tinha para ter sua jaqueta naquele instante.

Virou-se, pronta para correr, e se deparou com duas pessoas correndo em sua direção.

— Swan?

Hook corria em sua direção. Robin acompanhava-o, com uma expressão espantada no rosto.

A Salvadora percebeu que não tinha saída. Estava presa naquele corredor, encurralada entre duas partes de sua família. Podia machucar qualquer um deles com um mínimo movimento. Esforçou-se para ficar calma, missão que era praticamente impossível com tanta gente ao seu redor, esperando qualquer reação positiva.

Fechou os olhos por um momento, tentando se concentrar.

Todos os ruídos ao seu redor diminuíram lentamente até um completo silêncio.

Abriu os olhos e olhou ao redor.

As pessoas ainda estavam lá, cercando-a, sufocando-a. Mas elas não se moviam. Pareciam paradas no tempo.

Hook e Robin estavam parados, ainda em posição de corrida.

Henry tinha um sorriso congelado no rosto, ao lado de Regina, assustada com algo. Mary Margareth e David olhavam para Emma, preocupados. Ruby sorria, animada. Leroy tinha sua expressão mal humorada de sempre, e Archie observava Henry, com as sobrancelhas arqueadas. Típica expressão eterna de dúvida que psicoterapeutas sustentavam.

Emma podia ver também o homem deitado no chão. Ele era bonito, mas parecia muito ferido.

Só então se lembrou de que faltava alguém naquela cena.

— Emma, certo?

A mulher que antes estava ao lado de Regina agora observava Emma com curiosidade.

— Como...?

— Você é o assunto principal dessa sala e quando aquele garoto viu você, disse seu nome. — interrompeu-a, estendendo a mão para cumprimentá-la. — Imagino que você me conheça de algumas histórias, apesar de eu ter certeza de que essas histórias distorcem muito minha personalidade. Sou Morgana.

Emma apertou a mão dela, ainda desconfiada. Decidiu-se que não gostava daquela mulher, mas ainda não sabia por que.

— Você é diferente das outras pessoas aqui. — Morgana continuou, soltando a mão de Emma e voltando a se ajoelhar ao lado do homem caído. — Ah, sim. Este é meu irmão. Você o conhece como o bravo e galante Rei Arthur, mas nada disso impediu de que nosso primo mais jovem tomasse o trono. Ingênuo Arthur. — suspirou e colocou a mão sobre a testa do irmão.

— Deveríamos levar ele ao hospital...

— Sim. Mas, enquanto o tempo estiver parado, ele vai ficar bem.

Morgana sorriu para o irmão e se levantou, voltando a ficar frente a frente com Emma. Só então ela percebeu a exótica cor dos olhos da feiticeira: um era verde escuro e o outro brilhava, amarelo como ouro.

— Você disse que eu era diferente das outras pessoas. O que isso quer dizer? — perguntou, afastando-se de Morgana e de seus aterrorizantes olhos.

— Seu poder é diferente... Nunca vi algo assim. — Morgana analisava Emma cuidadosamente. — Nasceu com ele? Não. Você conseguiu... — a feiticeira arregalou os olhos, assustada. — Impossível...

E então, tudo voltou ao normal.

— Mãe! — Henry chamou, despertando Emma.

As pessoas se reuniram ao seu redor, sorridentes.

Mas a atenção de Emma estava voltada para o canto da sala onde Regina e Morgana conversavam.

***

— Ela é mais poderosa que você.

Morgana andava de um lado para o outro, pensativa. Não havia se preocupado mais com o irmão desde que Emma chegara ao escritório.

Após o choque inicial da aparição de Emma, Regina ordenara que Robin e Archie levassem Arthur ao hospital, designara Ruby e Leroy para avisar a toda cidade que Emma estava bem e não era mais necessário procurá-la.

E então, viu-se presa em seu próprio escritório junto com a exemplar família Charming, seu pirata e a rainha feiticeira neurótica.

— Você vai falar isso quantas vezes mais? — perguntou para Morgana, irritada. Já era a terceira ou quarta vez que ela repetia que Emma era mais poderosa que Regina.

Morgana parou e observou a Salvadora, assim como todos na sala faziam.

Henry e Hook prendiam-se nela como se pudessem perdê-la a qualquer momento. David e Mary Margareth sorriam, felizes ao ter a filha de volta. Apesar disso, qualquer tentativa de conversa era ignorada por Emma, que só tinha olhos para o filho.

— Desculpe. — Morgana sentou-se na cadeira do outro lado da escrivaninha, encarando Regina. — Só é...

— Impossível que alguém faça o que ela fez? — a prefeita deu um sorriso irônico. — Me parece que não. Aliás, ela sempre foi mais poderosa que eu. Fruto do amor verdadeiro, o amor supera tudo e toda essa frescura. Só não sabe usar os poderes que tem... E nem acredita em si mesma.

— Potencial desperdiçado.

— Com toda a certeza. — Regina suspirou, lembrando-se das tentativas de ensinar Emma a controlar sua magia. Seria muito mais difícil agora. — Agora, diga-me, como você e Arthur vieram parar aqui?

— Nosso primo nos enviou pra cá. — Morgana deu de ombros.

— Como?

— Portal. Viagem entre mundos. Esse tipo de coisa.

— Impossível. — Regina estava pronta para explicar para Morgana o porquê de uma viagem entre mundos ser impossível, mas foi interrompida por ela.

— É possível. Mordred é... Extremamente poderoso. Consegue fazer coisas que matariam qualquer ser mágico que tentasse. A aura dele se assemelha muito à de... — e, baixando a voz, completou. — Emma.

Regina deu um sorriso irônico. Aquele dia todo estava sendo muito irônico, na verdade.

— Afinal, ela não podia ser só a Salvadora e a Senhora das Trevas.

— Ela é especial.

A prefeita assentiu e viu-se assombrada por uma dúvida: Devia perguntar para Morgana sobre Merlin? Devia confiar naquela mulher, mesmo depois de tanto tempo e tantas mudanças na vida das duas?

Decidiu que não era hora ainda. Deveriam esperar. Emma devia aprender a controlar e usar seus poderes antes de tudo, e teriam que se preparar para a viagem até Camelot. E existiam outros problemas também: Zelena, Robin e o filho deles, Gold em coma por tempo indeterminado, a segurança de Henry... Tanta coisa para se pensar em tão pouco tempo.

Pegou a adaga de Emma de uma das gavetas de sua escrivaninha, onde tinha guardado-a pouco tempo antes, e levantou-se, andando até onde a feliz família se reunia.

— Imagino que queira ficar com isso. — disse, oferecendo a adaga para Emma.

Ela cuidadosamente analisou o objeto nas mãos da prefeita. Regina notou que a Salvadora parecia ter medo de tocar na adaga, talvez temendo que algo acontecesse se ela segurasse o cabo.

— Eu...

— Nada demais vai acontecer se você tocar na adaga, Emma. — Mary Margareth afirmou, sorrindo para a filha.

— Rumpelstiltskin andava com isso para todos os lados. — Hook deu de ombros, sorrindo despreocupado.

— E sabemos o que aconteceu com ele. — Emma respondeu para ninguém em especial. — Regina, pode guardar isso com você?

Todos os olhares na sala se voltaram para a prefeita.

Guardar a adaga consigo implicaria em diversos problemas, como Regina sabia. Qualquer um que quisesse controlar a Senhora das Trevas iria enfrentá-la em primeiro lugar, e, se Emma perdesse o controle de suas ações, ela seria sua principal vítima.

Mas não podia negar que, com ela, a adaga estaria mais bem protegida do que com qualquer outra pessoa em Stroybrooke.

— Posso. — respondeu, deixando que um silêncio mórbido caísse sobre a sala.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Que R'hllor nos abençoe.



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