Pra Sempre, se For Preciso escrita por zombiepie


Capítulo 1
[oneshot]




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Sunako estava lá, sentada naquele velho sofá empoeirado, encarando a TV. Reclamara diversas vezes com Mello de que aquele sofá estava apodrecendo, enquanto Matt ria dos seus ataques, levando mais um maldito cigarro a boca.
- Jeevas...
Chamara o mesmo nome diversas vezes mais cedo.
- Sunako, eu volto, você sabe!
E ele sorria. Sempre estava sorrindo pra ela daquele jeito, fazendo tudo parecer sempre acabar bem (ou pelo menos tentando fazer com que ela acreditasse nisso).
- Jeevas, Mihael pode muito bem fazer isso sozinho!
- Você sabe que não dá. Além do mais, confiaria minha vida á Mihael.
- Não é que eu não confie nele...
- Então o que é?
Sunako suspirou várias vezes e o cencarou. Matt parou de checar os itens e a encarou de volta.
- Por favor.
Ele sorriu de novo. Desgraçado. Largou suas coisas e a abraçou fortemente, lhe dando um beijo.
- Sunako, eu volto. Além do mais você vai me esperar, certo? Ou pretende se ver livre de mim? – ele disse, debochado.
-Sabe que eu o espero. Espero pra sempre, se for preciso.
Matt sorriu mais uma vez e agarrou suas coisas, evitando olhá-la. Abriu a porta da medíocre casa e entrou no carro vermelho estacionado lá fora.
- Jeevas...
- Me espere com café. – disse piscando o olho esquerdo e colocando os óculos laranja.
Sunako teve a impressão que algum órgão vital lhe fora arrancado quando o carro vermelhou desapareceu dobrando uma esquina.

E ela vira tudo. O mesmo carro sendo cercado, Matt saindo com as mãos no alto e fazendo alguma piada de mal gosto, e então... Ele não cambaleou, gritou ou qualquer coisa do gênero; ela sempre imaginara que pessoas morriam assim. Sentiu que seu pensamento era extremamente infantil. Matt apenas caiu, apoiado no carro, o sorriso e o cigarro ainda acesos, tão característicos dele. Ela poderia pensar que ele simplesmente caíra e fingia estar inconsciente, como se a qualquer momento ele abriria os olhos e gritaria “BUH!”, como quando eram crianças. Desejou intimamente que ainda fossem.
Havia sangue por todo o corpo, e cigarro entre seus lábios caiu, queimando um buraco na camiseta listrada, e assim, apagando. Sunako sentiu seu estômago embrulhar. Desligou a TV e abraçou um dos braços do sofá, esperando que ele correspondesse ao abraço. Obviamente a resposta não veio. Se levantou e foi até a cozinha. Percebeu que fazia café inconscientemente... mas era metade da quantidade habitual. Tirou uma xícara do armário e nela despejou o líquido, dando um grande gole e sentindo a bebida quente descer pela garganta. Observou a única xícara. Riu ao pensar no aborrecimento de Matt ao chegar e ver que ela nada havia preparado para ele. E ai... os fatos a atingiram, mas fortes do que qualquer coisa que ela havia enfrentado. Matt não voltaria. Ela nunca mais reclamaria ao acordar as 3 da manhã e vê-lo jogando algum game novo, ou do desprezível gosto de cigarro que sua boca tinha. Nunca mais dormiriam juntos, nunca mais relembrariam coisas bobas. Matt morrera.
Seus joelhos cederam. A xícara agora jazia em cacos ao seu lado. Quis gritar, mas não havia voz alguma. Lágrimas desceram involuntariamente enquanto ela observava a porta da cozinha. Ele não entraria por ela de novo e a chamaria de desastrada, por mais que seu coração o gritasse. Ele não voltaria, por mais que ela estivesse ali, o esperando, pra sempre.



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