Algo importante, ou quase. escrita por venus


Capítulo 14
.Agatha.


Notas iniciais do capítulo

"Tem gente que pede socorro fazendo silêncio."
— A menina que colecionava borboletas.



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– Você está namorando, Gabriel?

– Estou. Você não estava...

– E você, Louise? Está namorando? - ela perguntou. O cabelo roxo claro na altura dos ombros a destacava, fumava um cigarro enquanto andavámos por uma rua deserta.

– Não.

– Lembra como tudo era antes? - ela perguntou. Agatha e eu já fomos muito amigas e teve algo a mais nisso, mas ela não quis e fugiu de casa com o namorado da época, o Colin. E agora está de volta.

– E o Colin, Agatha? - Dallas pergunta. Agatha revira os olhos e olha Dallas com deboche.

– O namoro não era sério.

– Por isso fugiu com ele? - Dallas provoca.

– A educação mandou lembraças, encherida.

– Até parece que você sabe o que é educação, sua vadia!

– Do que me chamou? - eu e Gabriel nos encaramos meio entediados. Agatha me abalava de certo modo, mas se eu fingisse que tudo estava bem, nem notariam.

– DE VADIA! PORQUE, QUERIDA, É ISSO QUE VOCÊ É! UMA VADIA DE QUINTA. - Dallas gritava. As duas eram amigas, bem amigas, eram um trio. Comigo e com o Gabe de sobra. Dallas, Mad, Agatha eram melhores amigas, então Agatha começou a transar por dinheiro com garotos bonitos. Pra gente, ela só queria ganhar uma grana se divertindo, dando uma de rebelde. Achamos que era temporário, os pais dela brigavam muito e tal, e que talvez aquilo fosse uma fase. Então ela transou com o namorado de Dallas, depois disse que me amava e parou de transar por dinheiro, se redimiu, mas Dallas e ela não se deram muito bem depois disso. Namorei escondido com Agatha por um mês, até ela inventar de fugir com Colin Witte. E agora ela estava de volta.

– Vejo que te afetei bastante, não é Dallas? Guarda até rancor. Mas saiba que o Mason que me procurou, e pagou beeeem caro. Não podia fazer essa desfeita com o namorado da minha melhor amiga. Seria rude demais, não acha?

– Mason não presta e muito menos você, Agatha. Mas eu espero que a vida lhe devolva tudo o que fez em dobro. - Dallas apenas era impulsiva o bastante para se apaixonar pelos caras errados e estúpida ao acreditar que podia fazê-los se tornarem certos. Nunca pôde.

– A vida já está devolvendo, querida. Só de ouvir essa sua voz irritante eu quero morrer. - disse e piscou para mim. Olhei Dallas, a puxei pelo braço e disse que não valia a pena discutir.

– Você está tão boazinha, Louise. O que houve com a garota que só com o olhar fazia as pessoas calarem a boca? - sim, eu já tinha sido a "garota limão" da turma. Tudo o que me falavam era motivo de discussão, mas isso durou até os meus 14 anos.

– Ainda está aqui, Agatha. É só continuar provocando que ela logo aparece. - sorri de canto. Agatha tinha medo de mim, eu sabia disso. Não era medo fisicamente, mas das minhas palavras. Agatha era uma pessoa frágil que fingia saber de tudo, como qualquer adolescente, mas não admitia isso. Discutia e brigava com qualquer um que a afrontasse como se fosse a dona da razão. Menos comigo.

– Acho que quero ver ela mais tarde, agora não.

– Concordo que agora não é o momento certo. - Eu e os meus dois amigos fomos para o boliche.

***

– Eu quero matá-la! - Dallas chorava. Gabriel tentava a consolar, mas era quase impossível e eu ja estava cheia daquele drama.

– Dá pra calar a boca, Dallas? Eu sei que dói, mas logo passa, ok? Pare de tanto drama.

– Sua megera insensível. Está falando isso porque nunca perdeu niguém! Ah, perdeu sim, não é? Mas aposto que deu graças a deus quando sua mãe morreu! Sua bastarda. Você só liga para os seus sentimentos! Já notou o quanto é egoísta? - dei um passo para trás e a olhava meio perplexa.

– Você não sabe de nada, Dallas. - falo. - E se soubesse, duvid que entenderia. - falo e saio andando do boliche, Gabe vem atrás de mim.

– Cuide de Dallas. Ela falou sem pensar - eu falo. Vou para o estacionamento da escola e lá encontro Logan sentado em cima de seu noco automóvel. Uma camioneta. Reviro os olhos e quando viro as costas para sair dalli, ele me para.

– Tudo bem, Louise? - ele pergunta preocupado. Era boa a sensação de ser imortante. Sorri para ele e fiz que sim com a cabeça. - Não me parece bem. Matou aula, não é? Quer que eu te leve para casa? - aquilo não me parecia uma idéia ruim.

– Claro.

No carro tocava rock clássico provávelmente em alguma estação de rádio, já que Logan não gosta de músicas assim.

– O que houve, Lou? Está mais abatida que o normal. - eu sorri.

– Como assim? Eu já pareço abatida normalmente?

– Quer dizer... Ah, sim. Você sempre olha para os lados não importa onde você esteja, fica com uma face desconfiada para todos, sabe?

– Sei. - sorrio.

– Ei, você quer sair comigo?

– Quê?

– É... Sair.

– Já não deixei clao que não estou procurando um namorado?

– Vamos sair como amigo, então?

– Claro, mas só se você não for tentar nada.

– Claro. - olhei para os lados quando ele parou o carro e vi que tinha chegado em casa. - Te vejo sábado.

– Hã... Sabádo eu não posso. Pode ser domingo?

– Com certeza! - ele sorri e beija a minha bochecha.

– Até logo - eu disse. Entrei em casa e encontrei meu tio Richard vermelho com um cara não muito boa.

***

– Como você não foi hoje? Onde estava? E as três faltas da semana passada? Pra quê você mata aula?

– Calama, maninho. Você matava muitas aulas e hoje tá aí formado. Chega de escândalo! Louise, se descobrimos que você matou aula, fica sem tv e celular. Prnto, eu resolvi o problema.

– Ei, não e não. Ela também vai ficar sem ver o amigo e sair.

– Pra qua tanto exagero, Richard? Deixa essa pra próxima vez que ela aprontar!

– Ah, eu vou ir trabalhar. Me esqueçam. - eu sorri para os dois.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas. Meu avô morreu e estávamos arrumando a casa dele para venda, além de eu ser muito apegada a ele e ficar chorando em uns dias.
Mas eu estou de volta, obrigada por ler e comente o que achou. Beijo