Algo importante, ou quase. escrita por venus


Capítulo 12
.eu sei lá.


Notas iniciais do capítulo

"Eu tinha apenas 16, e já achava que eu sabia demais. Tudo o que eu tinha era um quarto e o dinheiro dos meus pais e alguns amigos que cabiam numa mão.”
— Relato de um homem de bom coração.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/620580/chapter/12

Algo estava muito diferente em Gabriel. Ele estava mudando, e não sabia se era para bom ou ruim. Estávamos em sua casa fazendo o dever de casa enquanto comíamos os biscoitos que a sra. Lee tinha feito. Ele sempre odiou o acampamento que a escola ia para fazer as competições e brincadeiras idiotas que os alunos participavam e a diretoria organizava todo ano. Era patético e clichê demais, coisas que Gabriel sempre odiou, mas por algum motivo ele queria ir esse ano. Um motivo que talvez fosse desconhecido, mas que tem nome e sobrenome: Lyla Sherman.

Isso mesmo.

Mas ele deu a desculpa de ir por causa da brincadeirinha de Dallas e Madson. Algo que elas faziam todo ano. Tinham um blog que se chamava: L.M, o Justiceiro - uma coisa estúpida, na minha opinião, mas eu tenho que adimitir que às vezes as pegadinhas eram legais. Você fazia um pedido para o justiceiro, e se tivesse um motivo bom o suficiente ele realizava seu pedido (mas tudo em anônimo). Antes das férias realizaram 19 pedidos, o mais estranho era o caso de Sarah Contrignon, alguém tinha pedido em anônimo que colocássemos um vibrador em sua mochila (ela tinha uma fama de cristã) e no meio da aula de Geografia (que tínhamos com Sarah) falar que tinha algo perdido e todos seriam obrigados a tirar o material da mochila. Ela tirou e se surpreendeu com o vibrador lá dentro. Foi engraçado. O motivo era que ela tinham espalhado a foto do pênis do namorado para toda a escola depois que ele terminou com ela. E Dallas e Mad já não gostavam da garota, então o motivo foi bom o suficiente para elas fazerem a pegadinha. E no acampamento sempre tinham a oportunidade de fazer duas ou três pegadinhas (e por incrível que pareça nunca tinham sido pegas - fato estranho, mas acho que Dallas seduz o monitor do acampamento das meninas ou algo assim, sei lá). E eu e Gabe às vezes ajudávamos também nas pegadinhas, era divertido.

Mas ele não me falava a verdade do por quê ir ao acampamento, e isso que me deixava mal. Tudo bem se ele falasse: vou por causa de Lyla - eu entenderia. Mas não, ele mentiu para mim. Aquilo estava me enchendo, era uma coisinha simples e eu estava fazendo um escarcel, mas e daí? Eu queria a verdade e só.

Estou sentindo o drama dentro de mim. Estou sentimental demais, melhor deixar para lá, ele não queria me contar e pronto. Mas eu achei que fossemos tipo melhores amigos. Aquela coisa de não esconder nada um do outro...

Tá, chega.

– Sua mãe cozinha muito bem. Não é atoa que você sempre ganhava os concursos de comida da escola.

– Eu tenho uma receita secreta. - ela disse e eu ri. Claro que tinha.

– O amor? - era receita secreta de todas as mães, tias, avós e babás.

– Jesus Cristo no meu coração. - já comentei como a família de Gabe é estranha?

A mãe de Gabriel era legal, mas muito paranoica. Ou religiosa demais. Sei lá.

– Legal. - faço algum tipo de código secreto pelos olhos com Gabe, fazendo sinal para ir para seu quarto.

– Vamos para meu quarto, Lou? Já terminamos o dever.

– Claro. - olhei para mãe de Gabe que sorria para mim e retribuí. Subíamos a escada de sua casa fazendo caretas e fomos para o seu quarto.

– Gabriel... Você já... Transou com Lyla?

– Não. - ele olhou para mim com a sobrancelha arqueada. Certamente não queria conversar sobre a sua vida sexual.

– Por quê não?

– Ela é virgem.

– Vocês planejam transar?

– Vamos transar no acampamento. Ela pediu para não contar a ninguém, mas acho que você já sabia que eu queria ir para isso. Os pais dela não deixam ela dormir fora de casa e o acampamento é nossa única chance e...

– Tá, eu só queria a verdade.

– Ótimo.

– Mas como vocês decidiram transar? Assim, do nada?

– Ah, Louise. Todos os casais pensam nisso e quando vimos já estávamos combinando e...

– Não minta para mim.

– Eu dei um livro sobre sexo para ela. - eu ri.

– Esperto você, mas e depois?

– Ah. - ele sorriu envergonhado.

– E...?

– E o quê?

– O que aconteceu?

– Ela não é burra. Perguntou se eu tinha dado o livro porque eu queria transar com ela e eu falei a verdade, ela falou que eu era esperto, mas que no momento certo iria acontecer. O momento certo é no acampamento. - ele disse sorrindo.

– Às vezes eu penso como que Lyla é amiga de Giovanna, as duas são tão diferentes... Quer dizer, tem a mesma idade, enquanto a Giovanna já liberou para sei lá quantos caras, Lyla é virgem!

– Ela diz que a Giovanna é diferente quando estão só as duas, que por traz da maquiagem e das roupas de marca a Giovanna é uma amiga legal. Eu nunca discordei.

– Você namoram faz uma semana ou menos, idiota.

– Mas a gente se pegava antes, e conversávamos sobre isso.

– É melhor assistirmos alguma coisa do que conversar sobre Lyla, Gabriel. É muito melhor, na verdade.

– O de sempre?

– Você está namorando, babaca.

– Namorar não faz uma pessoa parar de ver filme pornô. - sim, eu e Gabe tínhamos esse tipo de amizade. A gente não se pegava nem nada, só assistíamos os filmes.

***

Depois de 2 horas de sexo selvagem com uma loira peituda e um cara musculoso eu decidi ir para casa. Queria ir caminhando e se deixasse para mais tarde não poderia ir porque teria escurecido e digamos que o caminho da minha casa não é o mais seguro. Enquanto caminhava eu pude apreciar mais momentos felizes, o que de certo modo me tirou a dor de cabeça que eu tive desde que levantei. Criancinhas no parquinho, uma garota ruiva de 11 anos (ou menos) cuidava no machucado de um menino, provavelmente o joelho ralado. Será que a ruivinha sonhava em ser doutora? O menino sonhava em ser soldado? As vezes eu me pergunto o que eu gostaria de ser, tantas opções para no final eu escolher mofar sendo uma garçonete da lanchonete do point da cidade enquanto envelheço, mudo a cor do meu cabelo por mês e engordando. Não, eu não queria isso. Mas não tenho nenhuma ideia fixa do que eu posso ser. Talvez advogada, mas me parece tão comum e um sonho tão pequeno. Madson que ser presidente na nação, formada em Harvard. Dallas, atriz - já fez dois comerciais e ganhou u concurso de modelo municipal -, Gabe que ser mochileiro depois de ganhar na loteria, "andar só com a cartão de crédito, uma trouxa e visitar lugares inexploráveis. Vai ser incrível" ele diz. Eu realmente tenho um grupo de amigos mau resolvidos. Mas voltando o assunto... O que eu queria ser? Qual era o meu sonho?

Eu não tenho resposta. Nunca pensei sobre isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá! - parece um alien falando 'olá' né?

Bom, alguma dica para o nome do capítulo? Pensei em colocar "Lyla Vijona", mas seria estranho, então deixei "sei lá". O que acharam do capítulo?

Umas perguntas diga-se de passagem:

1. se uma personagem viesse aparecer na história qual nome seria melhor: Astrid ou Agatha?
2.Qual profissão, na sua opinião, combina com Louise?

Bom dia, beijoo