O ímpeto de adolescente, ela disse

Não somos todos apenas fugitivos?

Porque temos tempo

Mas ele não é muito

Não podemos esperar até amanhã

Você tem de saber que isto é real, baby

Por que quer lutar contra?

É a única coisa que você pode escolher.

(The Runaways -The Killers)

Emma's POV

Eu tinha seis anos quando conheci o amor da minha vida, Baelfire. Não sabia que ele era o amor da minha vida nessa época, é claro. Éramos apenas duas crianças. Eu estava na vila com uma de minhas babás, algumas babás achavam bom eu ir até a vila conhecer pessoas e lugares novos, meus pais concordavam com isso. Eu adorava, eu com aquela idade me irritava ficar presa dentro de um castelo. Bom, como eu disse, eu estava na vila próxima ao castelo e um menino veio até mim, queria brincar.

Flashback

(6 anos de idade)

-Baelfire! -o menino estendeu a mão em minha direção. Eu dei um pequeno sorriso, sou muito tímida e não o tenho costume de ver outras pessoas se apresentando, fazendo novas amizades.

-Emma Swan! -Eu o cumprimentei. Meu pai sempre fala pra falar o nome inteiro, porque nós somos da realeza e assim fica mais bonito. Enfim, complicações, apenas isso.

Depois desse dia, eu e Bae quase não se separamos mais. Sempre que ia até lá eu encontrava com ele, mais pra frente até meu pai deixou ele ir até o castelo. Passamos tanto tempo juntos, a companhia dele me fazia bem.

(13 anos de idade)

Eu e Bae passamos da amizade, somos muito mais que isso. Eu sei que sou nova, mas estou completamente apaixonada por ele e ele por mim. Estamos namorando, as escondidas até então, tenho medo da reação do meu pai, ele sempre foi tão ciumento. Penso em casar com Bae, afinal, as princesas se casam tão cedo e dessa vez meu pai não vai precisar escolher alguém para mim, eu já tenho ele bem aqui. Como já estamos namorando a dois meses resolvi contar isso ao meu pai. Bae estava no castelo, como de costume já. Fomos até a sala privada de meu pai, ele estava resolvendo problemas do reino, como sempre.

-Pai? -eu disse abrindo a porta.

-Pode entrar, filha -ele disse largando o papel que tinha na mão e abrindo um sorriso para mim. Meu pai sempre foi tão bom comigo, sei que ele quer o meu bem e irá aceitar o meu namoro com Baelfire. O menino me acompanhou e entramos na sala. -O que querem?

-uhm, eu preciso te falar algo. -Eu disse com um sorriso brincando em meus lábios, estava nervosa ao contar isso ao meu pai e feliz também. Ele olhava direcionado para mim. -Bem, eu e Bae estamos... -dei uma pausa, olhei para Bae e segurei a sua mão. Ele também tinha um sorriso nos lábios, estava ansioso pela reação do rei. -juntos! -Meu pai continuou olhando para mim, não esboçou emoção nenhuma.

-Bae, você pode nós dar licença -o sorriso já tinha saído do rosto dele, estava preocupado com aquilo. Ele assentiu e saiu de cabeça baixa. Meu pai voltou o olhar para mim, sua cara expressava outra coisa, estava bravo e serio.

-O que foi? -perguntei

-Você não pode namorar ele! -ele disse com um tom de voz um pouco mais alto e com a voz mais grossa.

-Por quê? -disse indignada. Meu pai quer mandar na minha vida inteira?

-Você tem 13 anos!

-A maioria das princesas se casam com 18 anos no máximo! -rebati firme. Eu e meu pai sempre fomos muito parecidos, por isso já discuti com ele muitas vezes. Não deixamos a outra pessoa ganhar uma discussão tão rápido.

-Você pensa em se casar com ele? -meu pai gritou. Ele se levantou da cadeira e ficou na minha frente. -Emma, casar?! -ele soltou um riso, não acreditava no que eu acabará de dizer.

-É! Casar. -revirei os olhos.

-Emma, você é da realeza. -fechei minha mão, não queria bater nele, mas um sentimento de raiva entrou dentro do meu corpo.

-Eu não ligo.

-Mas EU ligo! -nós dois já estávamos aos berros, mas nem tínhamos percebido. -Eu sabia! Eu sabia que se eu deixasse ele entrar em nosso palácio isso iria acontecer.

-Pai! -exclamei -Quando você casou com minha mãe, ela era o que?

-Emma, por favor -Ele fitou o chão e falou com um tom de voz mais baixo, sabia que eu estava certa. -É diferente!

-Por quê?

-Ela sempre foi uma princesa

-Mas você não sabia.

-Emma, vamos parar com isso. Você não vai namorar com ele, principalmente casar. -Ele saiu da minha frente, me deixando sem chances para responder e logo saiu da sala. Baelfire entrou e eu deixei algumas lágrimas sairem. Ele se aproximou de mim e limpou as minhas lágrimas. Sorri para ele e o abracei. Ele me fazia tão bem e me compreendia, era o único.

(15 anos)

Baelfire e eu continuamos namorando. As escondidas, é claro! Não deixaria meu pai abalar a minha relação com o menino que eu amo só porque ele não é da realeza. Eu sei que tem muito mais coisa por trás, não seria por isso que ele não deixaria ficar com Bae. Já tentei arrancar isso de meu pai, mas ele sempre foge do assunto. Minha mãe ajuda, ela sabe que eu namoro ele. Já vi ela e meu pai discutindo sobre isso. Eu já tentei fugir com Bae pelo menos 3 vezes, nunca deram cerro, afinal, meu pai é conhecido pelas tropas do reino, é meio difícil combater isso. Hoje a noite tentaremos isso de novo, não ligo quantas vezes teremos que fazer isso, uma hora vai funcionar. Eu usava uma roupa masculina, afinal é muelhor de correr com isso. Na primeira vez fui de vestido mesmo, nem cheguei a encontrar Bae e já tinham me capturado. Tinha feito uma trança com lençóis, iria sair da janela do meu quarto para não acordar ninguém. Dessa vez iria dar certo. Todas as outras vezes ele entrou no castelo, dessa vez ele vai ficar fora me esperando.

Estava quase saindo, tive que escalar um muro, o que demanda tempo. Eu ouvi um grito de dor e corri. Não poderia ser o que eu pensava, simplesmente não poder ser. Corri o mais rápido que pôde, não consegui segurar minhas lágrimas, só de pensar no que era meu coração já batia mais forte. Não pode ter acontecido nada com ele.

Cheguei perto de Bae e ele estava no chão todo ensaguentado, tinha duas flechas, uma no meio do peito e outra muito próxima. Tinham acertado seu coração e foi algum guarda real, pois a flecha tinha o brasão de minha família. Sentei-me no chão e segurei Bae para perto de mim.

-BAE! -Gritei com todo o ar que ainda me restava nos pulmões, mesmo sendo pouco. Ele abriu um pouco os olhos e tentou esboçar um sorriso, mas logo aquilo se transformou num corpo sem vida. Ele tinha morrido, deu o seu último suspiro em meus braços. Dois homens vestindo armaduras prateadas vieram até mim. Eu estava chorando desesperadamente, o meu amor verdadeiro estava morto.

-Princesa Swan, nós não sabiamos quem era ele, pensamos que era um ladrão qualquer. -Um deles falou, eu apenas encarava o rosto de Baelfire sendo coberto com minhas lágrimas.

-Chame meu pai. -ele se entreolharam. -AGORA! -disse como um garota mimada. Sabia que meu pai tinha culpa disso, nada me tirava da cabeça que ele matou Bae. Nada. Um tempo depois meus pais apareceram.

-Emma! -minha mãe disse ao me ver, ela se agachou e passou seu braço pelos meus ombros e me trouxe para perto dela. Afundei meu rosto no abraço molhando todo o robe dela.

-Você -disse saindo do abraço de minha mãe e encarando meu pai. Meu rosto queimava de raiva. Apontei para ele. -Você fez isso!

-Emma, eu nunca faria isso! Nunca mandaria matar alguém inocente. -Eram mentiras, não acreditava em uma palavra.

-Não minta para mim! Seu assassino! -cuspi as palavras. Meu pai poderia dizer o que quiser, nunca acreditaria nele. Não mais.

-Emma, filha -minha mãe disse com a voz mais calma, era muito tarde e ela queria separar a confusão, sabia que eu e meu pai não iriamos chegar a nada. -Vamos dormir, amanhã vocês falam sobre isso. -mesmo não querendo isso, assenti, estava muito nervosa e não resultaria em nada agora, ele já estava morto de qualquer jeito.

Fim do Flashback

Narrador's POV

Mais três anos se passaram, a raiva de Emma tinha passado, mas não totalmente. Ela nunca mais conseguiu olhar seu pai com os mesmo olhos. Ela estava começando acreditar que ele não tinha matado Baelfire mesmo, mas ainda uma pontinha raiva existia em seu coração. Emma se aproximou mais de sua mãe, Snow White, nesses últimos anos. Sua mãe sempre aprovou o namoro, mas nunca teve voz contra o pai, não porque ele um carrasco, mas sabia o real motivo dele não deixar sua filha se envolver com o menino, ela respeitava aquilo.

O rei Charming não tinha matado ou mandado matar o grande amor da filha, nunca faria isso, mesmo não aprovando o namoro. Tudo não se passou de um grande engano dos guardas reais, que já foram substituídos.

Hoje será uma grande dia para Emma, é o seu baile de aniversário de 18 anos! O castelo se enchia aos poucos, tudo já estava preparado. O salão principal decorado com vermelho e dourado, as cores preferidas de Emma. Ela sabia que precisaria encontrar um par, mas não estava interessada no amor, sabia que não iria superar Baelfire tão fácil. Emma também sabia que seu pai tinha escolhido alguém para ela, como todo rei faz com sua filha aos 18 anos.

Emma estava sentada no trono que ficava no fundo do baile, ficava em um lugar alto, como um palanque, para que todos pudessem ver a princesa. Seu vestido era divino, ela vestia um corpete dourado claro com detalhes em preto e a saia era longa toda dourada com um tule preto por cima. Não era apenas o vestido que chamava atenção, suas jóias também. Ela brilhava de todos os jeitos. Os pensamentos da garota voavam, quando voltou a perceber, viu o quão cheio estava o local.

-Emma -seu pai a chamou, ela o encarou e deu um sorriso fraco. -Esse é Tenente Jones.-Um homem surgiu atrás do pai dela. Ele era muito atraente, não tinha como negar. Ele tinha o cabelo escuro, era comprido, pois tinha um pequeno pedaço do cabelo amarrado atrás. Seus olhos são azuis profundo, o seu sorriso era encantador. Não tinha um pelo em sua barba, era perfeitamente bem feita. Sua roupa o deixava mais atraente ainda, vestia uma calça de couro azul marinho, um colete branco e um casaco por cima curto de cor azul marinho, tinha ombreiras mais simples, pois eram de Tenente. Ele se ajoelhou em frente a princesa e pegou a mão dela.

-Killian Jones, m'lady, ao seu dispor. -Ele disse e deu um beijo eu sua mão, ela a arrancou logo.

-Emma Swan! -Ela disse seca. Não queria falar com ele, sabia que seu pai tinha o escolhido para ela, isso já era motivo suficiente para não gostar dele. Não sentia raiva do homem porque não ele era uma pessoa ruim ou qualquer do tipo, mas pelo simples fato de ele ser o escolhido pelo pai a fazia ter enjoos no estômago. Killian tinha percebido que a princesa não tinha gostado dele, mas ele precisava insistir, o rei tinha mandado ele fazer isso.

-Me concede essa dança? -ele já estava de pé quando a chamou para dançar.

-Nã... -Seu pai jogou um olhar para ela, ela não podia recusar isso. -Tudo bem! -ela disse com uma falsa animação. Se levantou e foi dançar com o seu novo par. Os dois foram para o meio do salão onde estavam vários casais dançando valsa. -Eu não sei dançar isso -ela disse em meio de risadas.

-Você só precisa ter o parceiro certo -ele deu uma piscadinha para ela. Ele segurou a mão dela e passou o seu braço pelas costas dela. Começaram a dançar e ela estava bem longe dele, ele apertou mais o corpo dela e a trouxe para perto dele, agora estavam tão próximos que sentiam a respiração do outro. Ela percebeu o quão azul eram os olhos dele, poderia ficar horas olhando para aquilo e não se cansaria. Ele pensava o mesmo dos olhos verdes dela. Ela olhou um pouco ao seu redor e viu seu pai sorrindo. Não gostava disso, nenhum um pouco. Emma pisou no pé de Killian de proposito.

-Desculpa -ela disse dando um sorrisinho cínico.

-Eu sei o que está tentando fazer, mas temos que continuar assim, tudo bem? -Ela revirou os olhos e não deu ouvidos ao homem, novamente pisou e com mais força, fazendo-o soltar dela, assim ela pôde andar para longe dali. Killian a acompanhou com o olhar. Ele respirou fundo e foi atrás dela. Era preciso. Ela tinha ido até uma salinha que ficava um pouco longe daquele tumulto todo. -Ei, princesa?

-Sai daqui! -Ela falou mais alto e ele arregalou os olhos. Killian caminhou até a princesa e ficou na frente dela, ela tinha uma expressão emburrada, parecia uma criança mimada.

-Eu sei que você não quer fazer isso. Eu também não quero -Emma olhou com estranhamento jutando as sobrancelhas.

-Não? Por que tem que fazer?

-Eu odeio isso tudo, ta bom? Mas eu preciso fazer o rei feliz, esse rei é o seu pai, ele mandou eu conquistar o seu coração. Sim, ele mandou. Então por favor vamos para lá e finja que está se apaixonando por mim. -Ele deu um sorriso de canto -Bem, o que não é tão díficil, eu digo, olha para mim. -Ela revirou os olhos.

-Eu não quero -Ela falou com uma pirralha teimosa.

-Vamos, Swan, seja legal.

-Não, Jones, sai daqui!

-Vamos ser adultos, tudo bem? Eu preciso fazer o rei feliz para conseguir mais missões e assim ter mais dinheiro para comprar cortesãs -Emma ouviu aquilo e novamente revirou os olhos. toda aquela situação e aquele homem a irritava.

-O problema é seu! Eu não ligo. Já disse. Sai daqui, Jones. -Ele estava começando a se irritar com aquilo. Ele colocou suas mãos no ombro dela e a fez olhar para o rosto dele.

-Faça isso e nunca mais falo mais nada com você. -eles dois se olhavam com raiva, começavam a se odiar. Ele soltou o ombro dela, deixando-a livre.

-Promete? -Ela tentou abrir um sorriso.

-Não... -ele diminuiu o tom de voz.

-Ah, vamos lá!

-Não posso, Swan, preciso deixa seu pai feliz, isso é tudo.

-Então você vai ter que arranjar outro jeito.

-Acho que ele deve estar gostando de não nos ver lá, ele deve ta pensando que estamos se agarrando pelo castelo -ele abriu um sorriso safado e Emma deu um tapa em seu braço.

-Nojento! -Ela lançou um olhar furioso para ele. Ela finamente saiu da frente dele e seguiu caminho para o salão. -Não vem, Jones? -ele apenas assentiu e seguiu a menina. Raiva, era tudo que sentiam. Como ela pode ser tão mimada? O tenente pensava, tinha que ser tudo do jeito dela? Ele sempre soube que princesas eram assim por terem tudo o que queriam, mas uma ajuda não mataria ninguém. Emma apenas pensava o quão babaca ele era, queria fingir tudo aquilo pra ganhar dinheiro e sair gastando com mulheres? Queria estar dançando com Emma apenas para ganhar a droga do dinheiro? Emma era uma mercadoria? Sentia nojo desse homem, apenas isso.