Uma coisa que o leitor precisa saber antes de ler este capítulo é a seguinte: Eu acredito em Deus.

Tudo, absolutamente tudo, algum dia muda, menos minha certeza de que ele existe E vive.

É realmente uma droga descobrir que nada, tirando ele, é ou pode ser uma certeza; atualmente, ele detém a minha absoluta confiança, já que todas as minhas tentativas de confiar nos mortais falharam. A coisa toda é bem simples, repetindo o que eu disse sobre o amor na página anterior, ele sempre virá acompanhado da dor, e isso é imprescindível, você nunca poderá compreender a intensidade dos sentimentos de alguém, assim como nenhum mortal compreenderá a sua. Eu verdadeiramente acredito que exista somente uma pessoa que compreende tudo, uma pessoa que realmente sofreu de amor por nós, e que conhece todos os nossos defeitos, desafios, dores...

Sim, eu acredito em Deus.

Caro leitor(a), recomendo que pule esta página do caderno se não tem as mesmas crenças que eu e não se sente confortável dentro deste assunto, se for de tamanha importância assim, recomendo que faça o que pedi na primeira página, abandone o livreto em algum lugar como eu fiz. Acredito que o fato de que EU creio em um Deus não mude tanto suas expectativas em relação ao caderno, mas se mudar...

É para ele que dedico esta página, a única pessoa que eu sei que nunca me abandonará, nem abandonará você, destino esta página à pessoa que não trará tamanha dor para meu peito, dor esta que sinto toda vez que sou abandonada ou deixada para trás.

Sou egoísta e patética, ingrata, e também babaca, sou ser humano, como qualquer outro, e sou falha; erro a todo momento, e peço perdão por ser assim. Nunca fui um tipo de pessoa memorável, ou que deixa marcas em alguém, sou simples, sou comum, estou fadada ao esquecimento. Tenho conhecimento de que não sou memorável, lembre-se de mim como alguém distante, alguém que pouco conheceu.

Talvez, um dos objetivos de escrever esse caderno tenha sido deixar uma marca, ou algo que comprovasse que algum dia existi, que fizesse alguém pensar: "Essa garota é diferente, não vou esquecê-la"; mas se for o caso, se para o leitor isto não seja possível, peço humildemente uma coisa:

Esqueça-me.