POV EMILY

Espera, a pessoa que ela estava falando... era você Emily?

Não era o melhor momento pra contar, mas mentir é que eu não vou.

Emily: Aham. – não tinha muito o que explicar, já que ele estava lá quando a Alison falou.

Wayne: Como? Quando você se aproximou dessa garota?! Emily, você...

Emily: Pai! – o repreendi. - Fica tranquilo... Não é nada do que você tá pensando. E olha... você não disse que precisava sair... então depois a gente conversa sobre isso.

Wayne: Tá bom. Mas eu ainda quero falar com você sobre isso depois, não fuja. – disse enquanto entrava na casa.

…

Terminei de secar o Snow, e enviei logo uma mensagem pra Alison dizendo que iria buscá-la às 10:30... depois fui tomar um banho. Passei o resto do dia no quarto, estudando e ouvindo música.

POV ALISON

DOMINGO

Acordei mais cedo que o normal e desci logo pra tomar café. Meus pais já haviam saído com Aria, o que me deixou mais tranquila. Não queria que eles estivessem aqui quando Emily chegasse. Já foi desconfortável o suficiente o momento em que eu contei que iria passar o domingo fora de casa... com ela.

Terminei de comer e subi pra tomar banho. Minha roupa já estava em cima da cama: calça jeans azul clara, converse e uma camiseta regata branca, simples.

Tomei um banho rápido e fui me vestir. Quando fiquei pronta olhei no relógio e já eram 10:23. Desci, e fui logo pra varanda esperar a Emily chegar.

Poucos minutos depois seu carro estaciona na frente da minha casa e ela nem espera que eu vá até lá. Emily saiu do carro e, nossa... como ela é linda! Parece aquelas modelos que eu vivo reblogando no tumblr. Ela vestia uma calça jeans escura meio rasgada, all star branco... camiseta gola V com o logo do Starbucks e uma camisa de flanela por cima. Seus cabelos estavam soltos, e seus olhos cobertos pelas lentes do ray-ban preto.

Emily: Bom dia. – parou à minha frente, há meio metro de distância.

Alison: Bom dia.

Emily: Podemos ir? – estendeu a mão. Pensei duas vezes como sempre, mas a segurei.

Alison: Vamos.

Emily abriu a porta do carro pra mim, e dessa vez o rádio estava ligado... tocando Lana Del Rey. Sentei, coloquei o cinto e foi o tempo que ela deu a volta e se acomodou no veículo.

Alison: Pra onde vamos? – queria fazer essa pergunta desde que ela me convidou ontem.

Emily: Um parque, do outro lado da cidade. – comentou enquanto já dirigia pelas ruas de Rosewood.

A viagem estava tranquila, perguntei a Emily como havia sido sua semana, e ela comentou que foi meio puxada devido à faculdade e coisas relacionadas ao GA. Ela também comentou que tem dois irmãos mais novos e que Wayne é dono de uma revendedora de carros. Isso explica esse Audi S3 dela.

Cerca de quarenta minutos depois nós chegamos ao parque. Confesso que não conhecia esse lugar, ele é meio escondido. Não era um local amplo como imagina-se que seja um parque. Era denso... pouco iluminado, já que as copas das várias árvores se entrelaçavam formando uma espécie de telhado que cobria toda a extensão do parque.

Descemos do carro e eu pude perceber que não havia muitas pessoas também, e num domingo às 11 da manhã os parques estão cheios, o que reforça minha teoria de que há algo de especial nesse lugar.

Mais uma vez Emily estendeu a mão pra que eu pegasse e dessa vez não hesitei. Atravessamos a rua e caminhamos pelo gramado... olhei ao redor e avistei mais à frente uma fonte rodeada de bancos de pedra, do meu lado esquerdo havia uma gangorra e 3 balanços. Caminhamos até a fonte e Emily fez sinal para sentarmos em um dos bancos.

Emily: você está te perguntando o porquê de eu ter te trazido aqui, certo?

Alison: Certo.

Emily: Esse foi o último lugar que eu estive com a minha mãe.

Não entendi o que ela quis dizer com isso. Só então me dei conta de que Emily nunca a havia mencionado antes... falou do pai, dos irmãos... mas nunca da mãe.

Alison: Você quer conversar sobre isso? – por favor, diga que sim.

Emily: Mais tarde, que tal. – forçou um sorriso. – vamos tomar um? – apontou pro carrinho de sorvete.

Alison: Claro.

Emily se levantou e caminhou na direção do senhor no carrinho. Não demorou nem 2 minutos e ela já estava voltando com os dois sorvetes, um deles era claro, e o outro era rosa, presumi que fosse de morango.

Emily: Quer qual dos dois? – estendeu os braços, um sorvete em cada mão.

Alison: Esse. – peguei o da mão esquerda, de morango. – obrigada. E ai, você vai me dizer o que minha irmã te contou ontem?

Emily: ah, já havia me esquecido, vou contar sim. – sorriu enquanto saboreava a delícia gelada. - Sabe, ela é um amorzinho. – comentou. – e muito inteligente também.

Tá Emily, não enrola, o que ela disse? – pensei enquanto franzia as sobrancelhas.

Emily: ok, vou repetir exatamente o que ela disse.

‘’Você faz minha irmã sorrir, então eu já gosto muito de você. Por favor, não se afasta dela.´´

O sangue parou de fluir no meu rosto. Engoli em seco as palavras da minha irmã de seis anos. É inacreditável o fato de ela entender o que estava acontecendo. Eu estava atônita.

Alison: Vo.. você tá fa-falando sério? – tentei voltar a respirar.

Emily: Sim. Eu disse que ela era inteligente. – comentou enquanto comia a casquinha do sorvete. - Vamos dar uma caminhada. Você precisa de um pouco de ar. – sorriu um pouco, percebendo meu estado.

…

Caminhamos pelo parque e eu pude avistar algumas crianças brincando de bola no gramado.. Passamos por elas e Emily parou próximo à uma árvore, sentando no chão e escorando-se nela.

Emily: Senta, vamos jogar.

Alison: Jogar o que? – sentei ao seu lado.

Emily: Assim, eu começo falando uma palavra e você responde rápido.. a primeira coisa que vier na sua cabeça, e assim sucessivamente.

Alison: ok, vamos.

Emily: Música.

Alison: Ed Sheeran.

Emily: Tatuagens.

Alison: Arte.

Emily: Beleza. – Me encarou. Corei.

Alison: modelo.

Emily: Festa.

Alison: Palhaços.

Emily: Trauma.

Alison: Estupro.