Sentei-me na mesa do café da manhã, disposta a tentar se outra pessoa. Eu era uma fraca. Eu sou Eadlyn Schreave. Ninguém tem mais poder do que eu. Pedi ao mordomo para entregar dois bilhetes a dois selecionados.

Espero por você uma hora, na sala de música.

–Eadlyn.

Espero por você, quatro da tarde no mesmo lugar onde tivemos o nosso primeiro encontro. Desculpe pelo outro dia.

–Eadlyn.

Minutos depois o mordomo disse que os havia entregado. Tomei café em silencio como meus pais e meus irmãos. Depois disto fui para a sala de música esperar meu convidado. Então, esperar nunca foi muito meu forte. Dedilhei algumas notas no piano, iniciando uma música que eu mesma não sabia qual era. Era algo triste, era algo confuso, era algo determinado. Depois disso ouvi palmas vindo da porta, e virei dando de cara com Kile encostando na porta de um indiscutivelmente lindo.

–Por que chamou aqui, alteza? –Ele diz com seu jeito irrevogavelmente debochaodo.

–Também não sei. Ainda estou com raiva de você. –Suspirei seca.

–Por que está brava comigo? –Ele pergunta na maior cara de pau. Olho para ele indignada e levanto de braços cruzados.

–Por que seria? –Ironia querida, você por aqui? –Deve ser por que sua ex-namorada ficou me enchendo, se insinuando para você, e hum... –Me fiz de desentendida. –Você correspondeu. Deve ter me esculachado lá na sala onde você estava presenta e não moveu um dedo para me defender.

Explodi tudo de uma vez contando nos dedos. Eu estava com raiva mesmo!

–Calma ai. Era brincadeira Eadlyn. –Ele pareceu se divertir com minha explosão.

–Uma brincadeira de muito mau gosto...Por que...-Eu tentei falar sendo calada por lábios macios e quentes. Kile estava me beijando. Gente, eu juro que eu o chutei, o bati, o empurrei, mas sabe...

Nunca fui boa com juramentos.

Seus lábios moldaram os meus pedindo passagem e eu cedi. Eu não era mais dona de minha consciência. Minhas mãos involuntariamente foram para seus cabelos, e suas mãos rodearam minha cintura me puxando para mais perto. Era como um primeiro beijo, mas era melhor. Muito melhor. Nós separamos quando o ar foi preciso e eu fiquei sem saber o que fazer.

–Você é um idiota. –Tentei soar séria, mas um sorriso incontido saiu. Seus cabelos estavam bagunçados, diferente do que sempre é.

–Ei. –Ele reclamou rindo gostosamente.

Quando eu iria me imaginar beijando Kile e depois falar que ele riu gostosamente? Essa seleção está mexendo com minha cabeça. Depois eu ri. Ri como uma maluca o levando a rir também.

–Do que estamos rindo mesmo? –Ele perguntou.

–Sei lá. –Respondi.

Depois do momento: Estou meio maluca sentamos no sofá perto dos instrumentos.

–O que queria falar comigo? –Ele pergunta.

–Hu, é...Você foi mesmo no quarto da Hillay? –A pergunta saiu involuntariamente.

–Claro que não Eadlyn. Você é doida? –Ele fala me olhando de sobrancelha arqueada.

–É que...Olha...-Eu tente explicar mas nada saia.

–Fala ai, majestade. –Desafiou com seu deboche.

–Ah, ela só faltava escrever um cartão de me pegue. Faça-me o favor! –Falei cruzando os braços.

–Você não pensou que eu estava afim dela, eu estou na seleção Eady. –Ele fala como se fosse óbvio demais.

–Mas, ela está afim de você. –Constatei. Meu Deus no que eu me tornei? Eu estou parecendo aquelas namoradas malucas de filmes americanos.

–Tenho que ir, mamãe me pediu para falar com Josie. –Ele diz revirando os olhos.

–Por que? Que aconteceu? –Perguntei curiosa.

–Curiosa em?

–Ah, fala logo!

–Ela estava com uma de suas tiaras de novo. –Ele diz meio hesitante.

–OH, não tem nada não. –Dei de ombros.

–Por que não? –Ele pergunta confuso.

–Eu tenho tantos problemas, que tiaras eu nem ligo mais. –Suspirei. –Mas não vá dizer isso a ela.

–Pode deixar. –Ele sorri de lado. –A gente se vê mais tarde, até.

–Até. –Acenei sorrindo.

Quando Kile saiu, uma coisa veio a minha cabeça. Eu estou me apaixonando por Kile Woodwork?

OH, eu estou sim!

E só uma coisa está passando pela minha cabeça.

EU

ESTOU

TÃO

FERRADA