Pov. Edward

Eu não conseguia desviar o olhar dela.

Chocolate. O mais puro e derretido, com um leve tom de caramelo. Era a cor mais inusitada que eu havia visto em qualquer olho.

Ela me encarava e eu também não desviava o olhar.

– Amor?- Vic chamou minha atenção para a mesa a frente e logo me sentei, ainda perplexo.

Olhei para a garota e ela estava ali, com as mesmas curvas sinuosas, o mesmo cabelo chocolate avermelhado prendido num rabo de cavalo que caia por suas costas. Seu avental engordurado tinha um pequeno bloco de notas no bolso e um paninho de limpar mesas.

–P-Precisam de ajuda?- Aquela voz. A voz que tanto esperei ouvir, que parecia balsamo em mim. Era ela, com certeza. Meu anjo.

– Eu vou querer panquecas e um chocolate quente. E você Eddie?- Vic me chamou a atenção mais uma vez, talvez pensando porque eu encarava tanto a garçonete.

Mas o que ela não sabia é que ali, a minha frente, estava a única mulher que me fez ficar apaixonado apenas com sonhos. Sonhos nossos.

Sei que é tolo dizer, mais me apaixonei perdidamente por ela, e agora, a vendo, é como se meu sonho se transformasse na mais bela realidade.

– O mesmo- disse a olhando e ela corou graciosamente.

Apresada, ela desviou seu olhar do meu e correu para a cozinha.

– Eddie, ta tudo bem? Conhece a garçonete?- Vic perguntou em voz um tanto brava

– Não. Na verdade, nunca tinha a visto antes.

– Acho bom. Não quero nenhuma mulher tendo a sua atenção, a não ser eu. - sorri um sorriso mais parecido com uma careta e logo encarei a porta pela qual ela havia passado. Será que ela demoraria?

Quinze minutos depois, Jéssica, filha dos Stanley e namorada de Newton se aproximou de nós com os pedidos. A encarei meio raivoso, mas então vi que ela olhava para alguém na porta.

Era ela, indo embora e Renée, entrando pela mesma porta. Ela pareceu paralisada por um momento.

– Bells?- Jéssica a chamou ao mesmo tempo em que Victória falava com a mãe

– Mãe, você demorou! Eddie e eu já pedimos. - então entrelaçou seu braço com o meu e logo a vi partindo para fora em direção à fina garoa de Forks.

Bells? Seria esse seu nome?

– O que ouve com a outra garota que estava nos atendendo?- perguntei a Jéssica meio desesperado e preocupado com meu anjo. Ela parecia arrasada quando saiu.

– Bells estava sentindo um pouco de tontura, fora que o horário dela também já terminou. - tagarelou Jéssica e Vic e Renée agora me olhavam.

– Ela é nova na cidade?

– Sim, ela... - então Jéssica não terminou a frase logo que um loiro entrou. - Com licença- disse e se afastou um pouco, mais ainda pude ouvir.

– Jazz, como vai?- O abraçou e eu o reconheci. Era o novo médico do hospital de Forks. Ele trabalhava junto com meu pai e ambos eram amigos desde que Jasper Hale chegou.

– Olá Jéssica. Onde esta a Bella?

– Acabou de sair!

– Que pena, queria ter dado uma carona pra ela até em casa!- Casa? Eles viviam juntos? Será que eram um casal?

Esse pensamento fez meu coração doer.

– Edward? Tudo bem? Ainda não tocou na comida- disse Vic me encarando e eu só maneei a cabeça, ainda vendo Jéssica e Jasper Hale conversando.

– Não, estou bem, logo eu como. - então reparei que Jasper olhava preocupado para Jéssica.

– Obrigado, eu vou para casa ver o que ela tem. Ela tem estado bastante fraca durante esses meses.

– Tudo bem. Qualquer coisa me avise, Jazz. - então o loiro se afastou e saiu da lanchonete.

Meus pensamentos estavam a mil. Qual seria a ligação da mulher dos meus sonhos com Jasper Hale? Seriam parentes? Ou seriam um casal? Pelo pouco que eu sabia, Jasper Hale também vivia com a irmã.

Demorei um pouco na minha comida e Vic e Renée falavam sobre roupas e compras quando decidi me levantar.

– Vou pagar a conta.

Logo que Jéssica terminou de servir café à mulher do balcão eu a chamei, lhe entregando a conta.

– Não vai querer mais nada?- sorriu e eu acenei com a cabeça

– Não, estamos satisfeitos. - ela riu

– Sua namorada?- apontou para Victória que ainda falava com Renée

– Sim.

– Não havia a visto pela cidade. Ela não é daqui?

– Ela é prima de Emmett. É de Seattle- Jéssica sorriu. Não é de hoje que todos sabiam que ela e a mãe eram fofoqueiras, porem Jéssica era até amável se vessemos por alguns pontos de vista. - E você e o Newton?

– Vamos nos casar!- disse eufórica e me mostrou o solitário que havia em seu dedo anelar. Mike havia sido uma dor de cabeça na minha pré- adolescência, entretanto, creio que aquilo foi uma fase pra ele. Agora ele estava se casando e controlava com pulso firme a loja de artigos de esportes da família dele.

– Fico feliz Jéssica!- sorri sincero

– É claro que você está convidado, afinal, sempre estudamos juntos e sua família também é muito amiga das nossas.

– Com certeza irei.

– Pode levar sua namorada sem problemas. Vai ter tantos convidados... - disse sonhadora e resolvi ousar.

– Entendo. A cidade tem aumentado bastante sua população com a chegada de novas pessoas.

– E não é?- me olhou. Bastava uma frase e Jéssica descontroladamente falava um monte- Agora mesmo eu estava pensando nisso. Desde que o doutor Hale e sua família chegarão, e fora os Weber a cidade tem estado bem menos parada.

– Família? O doutor Hale não tinha apenas uma irmã?

– Óh não. Na verdade Bells também é irmã dele. Ela ficava em casa desde que chegaram, doente, segundo Jasper.

– Mas era grave?

– Que fique entre nós- disse se abaixando um pouco. Jéssica não mudaria nunca- Ela tem algum trauma, segundo o irmão. Não quis aprofundar muito, é claro, mas apesar de ser uma benção aqui na lanchonete para mim e a Senhora Coope, Bella sempre vaga meio tristonha. Acho que alguém partiu o coração dela. Isso sim.

"Partiu o coração dela"

– Mas isso não importa... - continuou Jéssica- com o tempo ela fica bem. Rose e Jazz sempre estão com ela e isso passa. As vezes é um amor bobo, afinal, quem nunca sofreu na adolescência com um amor impossível?

"Amor bobo. Amor impossível."

Encarei Jéssica por uns instantes, mas logo Victória chegou me abraçando.

– Já acertou amor?

– Ah, claro, só estava conversando com Jéssica. - Vic a olhou como se Jéssica fosse uma ladra.

– Olá Jéssica!- disse enfática e Jéssica arregalou os olhos, percebendo a hostilidade da minha namorada.

–Olá, prazer. Você de-deve ser a nova...

– Sim, eu sou a nova namorada do Edward. Por quê?- perguntou ainda rude. A encarei em choque. Vic nunca tinha sido assim

– N-não, é que... - pela primeira vez na vida eu via Jéssica Stanley sem graça em frente a uma pessoa e ela me olhava agora meio temerosa- Só estava chamando Edward e sua família para meu casamento...

– Ah, claro!- disse Victória com voz cortante- Creio que isso inclui a mim, já que sou a futura noiva dele. - Noiva? Que história era essa?

– C-claro.- Aquela situação estava ridícula e logo indignado e raivoso olhei para Victória.

– Vamos logo Victória- brandeei bravo e a arrastei para fora. Renée ainda estava lá dentro tomando seu café quando apenas murmurei que já estávamos indo.

Fora do café, peguei o braço de Victória e a olhei, transtornado devido a raiva

– Que ceninha foi essa com Jéssica?

– Ceninha?

– Claro! Se você não sabe, Jéssica é minha amiga a anos.

– Ela é uma sem vergonha, isso sim. Ela estava que nem uma pateta te olhando e jogando charme.

– Enlouqueceu?- rugi- Ela não estava fazendo nada disso.

– Poupe-me, ta bom!- gritou Victória, jogando os cabelos pra trás- Essa biscate não vai te roubar de mim, está me entendendo, Edward Cullen?

– Maluca- eu a olhei, ainda bravo- Você só pode ser maluca. Jéssica só estava me falando do casamento com Mike.

– Aham, sei. Pois eu aposto que se eu não tivesse chegado uma hora dessa ela estaria com você, te agarrando sobre a mesa daquela lanchonete imunda!

– VICTÓRIA!- Brandeei indignado, não reconhecendo minha namorada. - Quer saber, vamos embora. - Disse apontando para o volvo e Victória entrou.

O caminho todo até a casa de Emmett foi silencioso, porem ao chegar ao portão eu a encarei.

– Edward, me desculpa, eu...

– Você foi uma total infantil, Victória. Eu nunca te trairia assim. Eu tenho caráter!

– Eu sei amor, eu só estava... Eu sinto ciúme de você, porque te amo.

“Porque te amo"

Victória me amava.

– Você o que?

– Eu te amo!- então ela se aproximou de mim e me beijou. Ela me amava. Mais e eu?

Não, eu sabia que não a amava. Eu amava outra. Eu amava a linda morena de cabelos chocolates. Quando o beijo terminou, Vic passou suas mãos por meu peito como mais cedo e eu me separei vendo o desejo em seus olhos.

– Vic...

– Quero que você seja o primeiro Edward. Quero você agora!- então ela montou em cima de mim, ainda dentro do volvo, puxando meus cabelos para um beijo e eu tentava a afastar. Eu não queria aquilo.

– Victória... - me separei meio arfante dela e ela me olhava predatoriamente. - Eu... Não posso.

– O QUE?- Gritou e eu a olhei

– Vic, eu preciso de um tempo.

– x -

Pov. Bella

– Acredita que aquela vaca gritou comigo como se eu tivesse nua na frente do Edward? Urgh! Odeio-a. Coisinha metida e sem classe- Jéssica tagarelava indignada sobre Victória, a namorada de Edward.

Segundo ela, ela e Edward se falaram um pouco depois que eu sai sobre seu casamento com Mike até que Victória chegou. Jéssica pareceu não encontrar palavras para expressar sua raiva pela namorada do meu amor, vulgo minha irmã e eu apenas a ouvia.

Ontem, depois que sai da lanchonete, não consegui ir pra aula. Cai em minha cama chorando, e quando Jasper me perguntou o que era eu apenas disse que era uma tontura, não queria o deixar preocupado.

– Porra, eu tenho um noivo. Um fodido e gostoso noivo. Tudo bem que Edward é um deus grego de tão lindo, mas droga, eu amo Mike. Vou me casar com ele!!

– Eu sei Jess... - eu disse abraçando seus ombros tentando a acalmar.

– Edward é tão bonzinho. Não merece uma jararaca como essa prima do Emmett. Se eu não estivesse com Mike e não o amasse, eu iria fazer de tudo pra roubar Edward dela, isso sim. Vaca!- bufou e eu a olhei

– Você acha que ele a ama?

– Amar? Por favor, Bella. Ele saiu todo estressado daqui. Ela é um problema pra ele, isso sim. - ponderei por alguns minutos- Na verdade... - Jéssica me olhou meio maldosa- Ele perguntou de você.

– De mim?- senti meu coração batendo rápido e minhas bochechas coraram.

– Bom, não de você especificadamente. Ele estava me perguntando sobre sua família, ai eu falei de você e em como você tem nos ajudado aqui- sorriu- Acho que ele estava de olho em você, em!

– JESS!- Exclamei corada

– Se eu fosse como você eu investia e roubava o Edward da jararaca ruiva. - Ri do entusiasmo inútil de Jéssica. Eu sabia que quando o cupido flechava, era pra vida toda. De nada me adiantava tentar roubar Edward. Ele já era dela.

– Vamos trabalhar.

Jéssica passou a tarde toda “me atualizando” dos acontecimentos. Eu sempre sorria para o que ela falava. Querendo ou não, Jess tinha entrado na minha vida e se tornado uma boa amiga. Rose não a achava confiável, mas eu sabia que isso se dava devido aos boatos sobre fofoca que as Stanleys, ela e sua mãe, espalhavam pela cidade.

– Você tinha que ver a cor do cabelo dela. Escute o que eu estou te dizendo Bella, Ben Cheney vai largar dela pra ficar com Ângela Weber. Está na cara que Lauren já não da mais o que ele quer- me olhou balançando as sobrancelhas e eu gargalhei

– Jess, você não se sente mal fofocando tão abertamente assim?

– Ai Bells... - Disse abraçando meus ombros- É inevitável, entende? Eu sei que não devia e sei que as vezes eu sou maldosa, mas quando eu vejo... Puff, a fofoca já saiu pela minha linda boquinha- então ela fez um biquinho e logo a senhora Coope nos interrompeu.

– Jess, cuide da cozinha pra mim um pouco querida? Preciso ir até o salão onde a irmã da Bella trabalha- me olhou sorrindo- Dizem que a sua irmã faz um alisamento dos deuses nos cabelos das clientes e eu quero comprovar isso

– Pode ir tranquila senhora Coope, eu fico aqui no caixa e revesso com Jess- disse a sorrindo amável.

– Obrigado Bella, você é um amor. - então ela beijou meu rosto. A senhora Coope nesse pouco tempo de trabalho já demonstrou uma confiança tão grande em mim que me sinto até desconcertada as vezes. Era como uma mãe pra mim.

A lanchonete não tinha muito movimento. Principalmente nas quartas. Tudo estava tranquilo o suficiente para Jess ficar contando piadinhas e eu para rir delas. Mas tudo mudou quando eu senti aquele cheiro.

Aquele cheiro que eu estava acostumada a minha vida toda. O cheiro que eu reconheceria até mesmo depois da minha morte.

– Olá?- a voz rouca e ao mesmo tempo suave me alertou de sua presença. Eu estava de costas e temia olhar seus olhos. Temia fraquejar.

Não, eu tinha que ter coragem. Eu não podia vacilar.

Virando lentamente, vi seu lindo rosto anguloso de queixo quadrado, a barba por fazer e os lindos e esmeraldinos olhos verdes. Ele era perfeito. Perfeito o suficiente pra ser um pecado pra mim. Ainda o encarando e com a voz não mais que um sussurro o indaguei:

– Pois não?- Ele sorriu torto para meu típico constrangimento vindo com o ridículo corar das minhas bochechas.

– Eu queria um pouco de panquecas, por favor.

– Claro!- disse apenas e me virei colocando o pedido na janelinha entre a cozinha e o balcão. Jess cantarolava uma musica qualquer da radio preparando o pedido. Eu a olhava temendo por virar e vê-lo

– Com licença... - sua voz se pronunciou de novo e tremula me virei

– Sim? Algo mais?

– Sim. Seu nome. - disse sorrindo abertamente e eu arfei por um momento.

– Ahn... Bella. - disse rapidamente, ajeitando meu cabelo.

– Bella?

– Isabella, na verdade.

– Óh Claro. É um nome bonito. Combina perfeitamente com você. Bella...- o nome deslizou pela sua boca como uma caricia erótica- Seu nome remete mesmo muita coisa de você , assim como o brilho dos seus olhos- disse meio galante e eu arfei

Ele esta flertando comigo?

– Como?

– Seus olhos... - me encarou sem qualquer constrangimento e eu, hipnotizada também o olhava- Eles têm a cor mais linda que eu já vi na minha vida. – corei com o elogio

– Obrigado Senhor!- disse educada tentando me enganar como se ele fosse um desconhecido.

–Senhor me faz parecer um velho!- disse gargalhando de forma gostosa. - Por favor, me chame de você, ou melhor, me chame de Edward. Edward Cullen. - então de modo desconcertante, ele pegou a minha mão e a beijou.

– Usando de seu charme pra seduzir os outros, Cullen?- ouvi uma voz atrás de mim. Droga, Jess!

– Olá Jéssica! Como tem passado?

– Bem, é claro. Mas você parece melhor... - sorriu maliciosa para nós e Edward apenas riu assentindo.

– É claro que estou melhor. Não tem como não me sentir bem na presença de tamanha beleza- disse me encarando firmemente e Jess gargalhou.

–Pensei que tinha uma namorada, Edward. - então esse fato o fez mudar o semblante.

–Não mais! Eu terminei. Acho que já achei quem eu queria!

Desconcertada com todo o charme de Edward, pedi licença aos dois e fui apressada para a cozinha. Deus! O que Edward estava fazendo? Ele largou Victória? Por quê? Ele era louco?

– Bells?

– Jess, o que aconteceu com Edward, não foi culpa minha, eu estava...

– Ei, Ei, Ei. Relaxa Bella. Não to falando nada.

– Ele foi embora?- perguntei hesitante

– Sim. Mais mandou te entregar isso. - então em suas mãos havia um papel que logo identifiquei como sendo o do bloquinho de Jess, mas a letra, com certeza era de Edward. Eu me lembro perfeitamente de quando ele aprendeu a escrever e aquela caligrafia era unanimemente de Edward Cullen.

Encontre-me na pracinha da cidade, depois do seu expediente.

Preciso falar com você. É importante.

E.C

– Você leu?- perguntei olhando para Jéssica que ria nem um pouco culpada

– É claro que eu li. Ele escreveu isso na minha frente.

– Jess, eu não vou fazer isso!

– E por que não?

– Ele acabou de terminar com a namorada! Você não vê? Eu não quero ser uma distração pra ele- “Isso me machucaria demais”, terminei mentalmente.

– Bella, o que isso tem a ver? Se ele terminou com a jararaca ruiva, melhor pra você, amiga!

– Mas e se eu estiver interferindo no futuro dos dois? Jess, eu nunca vou me perdoar se fizer isso a Edward.

– Bella, você é Deus ou algum ser divino pra saber se ela é o amor da vida dele? E se o amor da vida dele for você?- “Ah Jess, se você soubesse...”

– Não posso.

– Ah, pode sim. E você vai. Bella, não precisa você ficar com ele. É só conversar amiga. Por favor- seus olhos brilhavam e Jessica me encara como se eu fosse viver uma grande aventura e não uma grande encrenca

Pov. Edward

Eu havia pensado muito antes de fazer o que fiz hoje. Passei a noite toda revivendo cada sonho que tive com ela, só que agora, havia um rosto para completar a figura misteriosa.

Em meus desenhos um novo rosto se formou e com ele, seus olhos lindos e angelicais.

– Bella... - deslizei seu nome por meus lábios para sentir como ficavam e gostei daquilo.

Havia feito um desenho extremamente erótico nosso onde seus cabelos esvoaçavam acima do meu corpo, também entregue ao prazer. Na verdade, eu sonhava com aquilo. Desejava ardentemente que seu corpo envolvesse o meu e que de alguma forma eu pudesse tê-la pra mim assim, só minha. O mundo podia se acabar se eu a tivesse.

Ainda olhando o desenho e dentro do meu carro, eu encarrava o relógio. Faltava exatamente três minutos pro seu turno acabar segundo o que Jéssica tinha me falado. Será que ela viria?

Com esse pensamento, guardei o desenho novamente em minha agenda que ficava no porta luvas e sai do volvo sobre a fina garoa da cidade.

Era fim de tarde e a praça estava deserta, assim como tudo em volta.

Quinze minutos depois, eu vi, ao longe, uma figura feminina e miúda se aproximando. Era ela.

– Você não ia vir!-Não era uma pergunta. Ela me olhou profundamente

– Pensei melhor.

– E a qual conclusão chegou?

– Que era melhor me arrepender por algo que eu fiz do que me arrepender por algo que tinha sonho em fazer. - então ficamos nos encaramos. - você queria me falar algo?

– Sim. Quer se sentar?- apontei para o banco ao nosso lado e tirei meu lenço do bolso para ela sentar. Ela me agradeceu e sentou. - Sei que posso parecer muito pretencioso em ter te deixado aquele recado na lanchonete, mas... Eu não consigo parar de pensar em você!- disse a encarando. Eu tinha que ser o mais honesto possível com ela.

Ela pareceu paralisada por um momento e seu olhar se tornou uma confusão de chocolate caramelado.

– Edward... - ela chamou meu nome e encantado por ouvi-la dizer, sorri- Eu creio que esteja confuso. Jéssica me contou sobre seu termino com sua nova namorada e talvez...

– Eu não a amo. Terminamos porque eu não posso ficar com alguém só por conveniência.

– Faz um dia...

– E quem manda nas coisas do coração?- a perguntei encarando suas orbes e peguei em suas delicadas mãos. Sou pele parecia seda pura deslizando pela minha e seu toque me arrepiou, e creio que o mesmo aconteceu com ela, mesmo suas mãos estando gélidas.

– Edward, eu acabei de conhecê-lo. Creio que esteja encantado com a ideia de eu ser uma novata na cidade e você pouco conhecer sobre mim e minha família, já que sempre viveu nessa cidade e soube sempre quem era todos. Mas acho que me interpretou mal...

– Há alguém em sua vida, Isabella?- perguntei.

– N-Não...- corou- Não é bem isso. É só que... - então ela me encarou firmemente- Acho que não sou pra você. Pra um cara como você. Vi ontem como você estava com sua namorada e ela me parece uma boa pessoa- sorriu fracamente- Eu quero que você seja feliz, Edward. Sempre quis isso pra você!

Então ela se levantou e eu a olhava confuso. Sua ultima frase não fazia sentido pra mim. E antes que ela fosse embora eu a chamei

– Bella?- ela olhou- Nós já nos conhecemos? Antes?

Ela sorriu doce e triste e respondeu.

– Sim. Dos meus sonhos.

E então ela partiu.