Pov. Jazmyn

Definitivamente, a decisão de ser amiga com benefícios com James foi a melhor decisão que já tomei. Claro, estamos assim há apenas dois dias, mas isso é muito, comparando ao tanto de beijos que já trocamos. Na escola continuamos fingindo ser irmãos (mesmo que James fique sussurrando em meu ouvido que quer me beijar, mas isso são apenas detalhes) e ninguém pensa diferente. Continuamos dormindo em quartos separados, mas James tem a mania de invadir o meu todas as manhãs; 'irritantemente irritante.

Seu beijo era viciante, e cada vez eu queria mais. E o pior é que ele sabia. Seu sorriso arrogante quando me recusava um beijo era extremamente irritante. E sexy. Não posso discordar que ele era sexy por si próprio, mas é sempre bom ressaltar que além de gostoso, era idiota. Ele me deixava louca, mas não só pelo seu beijo; louca de raiva também.

Agora, nesta tarde de terça-feira, eu estava experimentando roupas de meu armário. Havia prometido a Tate que doaria roupas com ele para uma instituição, mas para doar, preciso ver se elas não servem primeiro. O problema é que esse não era o plano inicial. O plano era pintar os demais quartos da casa. Havia vários quartos vazios e brancos, e eu não aguentava mais olhar para os mesmos, sem nenhuma utilidade. Porém, é claro, havia combinado com James de sair comprar as tintas, mas o mesmo apenas saiu e não me deu resposta. Irritada? Não, imagina; apenas querendo arrancar aquelas órbitas azuis de seu rosto.

De repente, ouço meu celular tocar, avisando-me que havia recebido uma mensagem. Sai do armário e peguei-o. Era James, pedindo para eu descer até à frente da casa. Irritada, fui sem nem ao menos colocar uma roupa normal. Quando cheguei à frente da casa, descobri que estava totalmente deserta. O retardado me pede para descer, e não está aqui.

Cinco minutos depois, cogito a ideia de que ele estava me testando. Queria ver quanto tempo a ruiva aqui conseguia esperar. Bom, a ruiva não gosta de esperar. Me virei para entrar pelo portão novamente, quando ouço um barulho de moto. E então, uma moto com um garoto para em minha frente. Olho-o confusa; o garoto tira o capacete, e revela-se como James. Ele sustenta meu olhar e sorri da minha expressão confusa.

– Você comprou uma moto? – pergunto incrédula.

– Eu comprei uma moto. – ele responde sorrindo animado. Ele parecia um garotinho que acabara de ganhar um presente de natal muito especial.

A atitude dele me faz rir alto e me aproximar.

– Venha comigo, madame. - ele fala pomposo entregando me outro capacete, este rosa.

– Em uma moto? - pergunto insegura.

– Então você pode fugir de mil guardas quando tinha 15, mas não pode montar uma moto? - ele retruca elevando uma sobrancelha.

– Eu não estou com medo da moto. - respondo empinando o nariz. - Estou com medo do motorista.

James fez uma careta e me ofereceu o capacete mais uma vez. Aceito o mesmo e ele sorri. Ao subir atrás dele fiquei meio incerta do que fazer, porém James me mostrou onde colocar os pés e disse para eu me segurar nele.

Coloquei minhas mãos em sua cintura, com o mínimo de contado necessário; porém no momento que ele arrancou e começou a dirigir, automaticamente enrolei meus braços em seu abdômen com força e fixei minhas coxas sobre as suas, fazendo o loiro rir.

Ele começou a dirigir por ruas tão lindas que eu nunca havia visto. Não havia me lembrado, mas não saio com muita frequência de casa a não ser para ir à escola.

– É lindo, James. – sussurro contra o vento e sinto o mesmo sorrir.

Aos poucos, ele para em frente a uma loja de tintas.

– Nós temos que comprar tinta. – ele explica tirando o capacete. Seu sorriso era simplesmente enorme.

James coloca seu capacete pendurado na direção da moto, e vira seu dorso para me ajudar a tirar o meu. Assim, o loiro coloca meu capacete junto ao seu e desce da moto.

– Resolveu trocar seu estilo de roupa? – ele pergunta olhando para minha barriga descoberta.

Eu ainda estava sentada, pois a moto era alta, e eu não tinha tanta confiança em saltos quando os mesmos não se encostavam no chão direito.

– Você se esqueceu de mim, então fui experimentando roupas. – falei fazendo biquinho.

– Eu nunca me esqueceria de você, 'Lovebird. – ele responde dando um sorriso de lado, que ele sabe que me derrete.

– Me ajuda a descer. – peço estendendo meus braços em sua direção.

Ele se aproxima e me pega pela cintura, fazendo meus braços se enrolarem em seu pescoço. O loiro me puxa da moto e coloca-me firmemente no chão, porém ele não me larga. Seus olhos buscavam os meus, e então encararam minha boca. Dei-lhe um sorriso, e isso o encorajou a me beijar. Eu já estava acostumada com seus beijos, e cada vez era melhor. Como ele entrelaçava, de maneira ciumenta e protetora, suas mãos em minha cintura, às vezes um pouco abaixo. A maneira que sua língua pedia passagem em meus lábios. E seu sabor. Seu sabor de menta simplesmente me enlouquecia. Minhas mãos sempre em volta de seu pescoço, hora acariciando-o ali, hora em seus cabelos loiros, brincando com seu topete indestrutível. E a maneira como ele nos separava, dando-me diversos selinhos, e por fim um beijo em minha bochecha ou em minha testa. Ele me deixava louca.

– Nós temos que comprar tinta. – sussurro divertidamente em sua orelha e, sorrindo, me afasto de seu corpo, entrando na loja.

James me segue rapidamente, e logo vamos comprar as tintas e pincéis. O garoto do caixa era uma gracinha, e pelo visto tinha bom gosto, já que não parava de me olhar de um jeito que funcionários não deveriam olhar compradores. Porém, eu não fui a única a perceber isso, e James logo me puxou para seu lado, colocando seu braço em volta de minha cintura.

Seguimos para sua moto e, com dificuldade, chegamos em casa com as diversas sacolas. Logo tirei meus saltos e fui colocar uma blusa e uma jeans simples, e então segui a um dos quartos. James já estava lá e, pelo visto, havia escolhido começar pela cor azul bebê.

– Sua moto é idiota, não conseguimos levar nada direito. – comento me aproximando do mesmo. – É melhor que você não se acostume com essa coisa.

– Sophie não te fez nada, favor não falar mal dela. – ele responde calmamente.

– Oh não. Por favor, diz que você não nomeou sua moto.

– Sophia Materazzi, com licença. – ele responde ofendido.

– Oh Deus. – reclamo encarando o teto.

– Essas cores que você escolheu são muito idiotas. – ele reclama passando o pincel pela parede.

– São lindas. – respondo pegando um pincel também.

– Não, nenhum homem que se preze dorme em um quarto azul bebê.

– Você vai dormir aqui? – pergunto divertida.

– Não, nosso filho, quando tivermos algum. – ele responde calmamente.

– Você pensa em ter filhos? Comigo? –pergunto o olhando.

Nunca havíamos falado sobre esse assunto. Claro, estamos juntos há dois dias, apenas. Mas, mesmo assim, nunca pensei que James fosse ter esse tipo de pensamentos.

– Com quem mais? – ele pergunta sorrindo, me fazendo retribuí-lo.

Seria divertido ter filhos e... Simplesmente ter uma vida normal. James me ajudava a esquecer do fato de que eu era uma princesa, e um dia seria rainha. Com ele, eu não lembrava de que, um dia, precisaria governar um país. Antes, eu pensava que, com sorte, eu não precisaria governar nada, pois Dominique é mais velha, mas agora tenho a obrigação de governar Nova Zelândia. James é filho único, portanto era óbvio que precisaríamos governar aquela ilha inteira. Mas quando ele simplesmente fazia-me rir, ou me pedia para subir em seus ombros para pintar a parte mais alta da parede, eu não conseguia pensar em mais nada. Mais nada além do quanto eu o adorava.