Cicatrizes escrita por AuroraEverlark
Notas iniciais do capítulo
Hey! I come back.
Eu tive sérios problemas essa semana, onde um deles foi o meu notebook que parou de funcionar.
Porém tentarei recompensar o tempo que fiquei sem postar...
Espero que gostem! ♥
Isso é um fato. Odeio casamentos.
Os corredores do castelo estavam cheios e agitados, os funcionários estavam finalizando os últimos detalhes da cerimônia, além de recepcionar as famílias reais que haviam chegado.
Eu estava andando, lê-se correndo, despreocupadamente pelos corredores usando meu jeans rasgado. Até que para minha alegria, esbarrei em uma muralha. Na verdade era apenas o Bryan fazendo ronda.
— Você deveria ter mais cuidado, uma princesa não fica correndo por aí assim. – Falou enquanto me ajudava a levantar. – Mas você não age como uma princesa mesmo, então...
— Exatamente, meu caro amigo. Eu apenas tenho o título de princesa.
Ele balançou a cabeça em forma de negação e colocou um sorriso singelo no rosto.
— Você não vai trocar de roupa? -Perguntou analisando a calça cheia de buracos. – Colocar um vestido pomposo e uma maquiagem de palhaço.
Esse é um dos motivos para eu gostar tanto do Bryan, ele é alheio às extravagâncias da realeza.
— Eu estava justamente indo me arrumar, mas você brotou no meio do caminho.
— Então vai logo, pirralha. - Fiz uma careta e voltei a correr em direção do quarto da minha mãe. Infelizmente, ela fez questão de ver minha preparação para o casamento. Tudo por culpa do último evento que teve no castelo, digamos que minhas roupas foram "diferentes do usual". Afinal, qual o problema de usar pantufas e moletom em uma coroação?
“O castelo é bastante aconchegante.”
“Eu prefiro o da França.”
Vozes se aproximavam no fim do corredor.
— Merda. — Praguejei baixinho
Eu continuei andando pelo corredor. Eram duas mulheres. A de cara enjoada me parou no meio do caminho.
— Com licença, você é uma criada? - Criada? Ok. Já me confundiram com coisa pior.
— O que você quer?
— Você poderia nos dizer onde fica o salão principal?
Deveria deixa-las perdidas, por serem enxeridas. Mas fui uma garota muito boazinha e indiquei o caminho do salão para elas. Quando finalmente foram embora, voltei para o caminho do quarto de minha mãe.
— Será que está tudo pronto? - Keith andava de um lado para o outro, mas parou quando me viu entrando no quarto. – Onde você estava? E por que ainda não trocou de roupa?
— Mamma insistiu em ver minha arrumação para o casamento, acho que ela tem medo que eu vá de pijamas ou algo assim. Por isso minha roupa está aqui. – Meu irmão já estava de paletó e com o cabelo alinhado. O idiota conseguia ficar bonito sem fazer nenhum esforço. – E você? Não deveria estar fazendo votos ou algo assim?
— Os votos já estão prontos desde ontem, estou aqui esperando a mamma trazer as alianças.
— Você deve estar mais nervoso do que a própria noiva.
Revirei os olhos e ri da sua tentativa de enxugar as mãos suadas na calça.
— Apenas quero que tudo fique perfeito.
— Relaxa, irmãozinho. O máximo que pode acontecer hoje é você levar um não na frente de várias nações. Ou a sua noiva fugir antes de iniciar o casamento.
Eu já falei como sou sensível com as pessoas?
— Nicole! Pare de perturbar seu irmão. - Minha amada mãe entrou no quarto. Ela estava bonita naquele vestido vermelho. Na verdade, a Rainha Nicoletta ficaria ótima até usando saco de batatas. As pessoas falam que eu sou uma versão mais jovem dela (e talvez como uma menor quantidade de beleza). – Não perca as alianças.
Ela entregou a caixinha de veludo ao meu irmão.
— Obrigado, mamma! - Ele deu um beijo estalado na bochecha de nossa mãe e foi em direção da saída. – Vou conferir o movimento no salão, vejo vocês depois.
Ele se retirou e minha mãe chamou uma criada.
— Pedi para que separassem um vestido para você.
— Não posso mesmo usar uma calça? - Falei com os olhos implorando.
— Lamento, querida. Mas você terá que usar um vestido.
Bufei, mas acabei cedendo.
A criada entrou timidamente no quarto com o vestido.
Não era rosa, não tinha brilho e nem era com várias camadas.
Ótimo. Fiquei um pouco satisfeita.
A criada me entregou o vestido e fui me trocar. Odeio usar vestidos, eles me deixam desconfortável. Além de que não consigo usa-los sem tropeçar. Mas iria fazer esse esforço pelo meu irmão.
Fiquei olhando o meu reflexo no espelho. O tecido azul do vestido cobriu as minhas cicatrizes. Ele era simples e totalmente liso.
Ao sair do provador, minha mãe aprovou rapidamente o vestido e pegou uma caixa que me deixou levemente intrigada.
Fui obrigada a usar aqueles sapatos do mal. Saltos. Por que alguém gostaria de usar algo que machuca o próprio pé?
Emburrada, calcei aquele objeto de dor.
A criada fez um coque simples e bagunçado em meu cabelo.
Finalmente eu estava ao nível da realeza. Ou quase isso.
— Você está linda, querida. - Rainha Nicoletta falou me analisando com um sorriso sereno.
— Obrigada, mamma.
Para a nossa surpresa, a porta do quarto abriu e Marilyn, a criada mais jovem do castelo, entrou.
— Vossa Alteza e Vossa Majestade. – a loira estava ofegante e tentou fazer uma reverência desajeitada.
Marilyn tinha quase a minha idade, sendo mais velha apenas alguns meses. A mãe da mesma, dona Chiara, também é criada do castelo, justamente por causa disso nós crescemos, praticamente, juntas.
— Aconteceu alguma coisa, senhorita Marilyn?
Minha mãe perguntou atenciosamente.
— O Rei Niklaus deseja a vossa presença. - Eu arqueei uma das sobrancelhas. – E a da princesa Nicole também.
— Ele falou sobre o que queria? - Perguntei. Aquilo era estranho. Meu pai raramente me chamava para conversar em seu escritório.
— Não, apenas disse que era urgente.
Eu e minha mãe trocamos olhares. Algo estranho estava acontecendo.
Nós duas seguimos para o escritório do meu pai, deixando Marilyn e a outra criada arrumando o quarto.
Fiquei torcendo para não pisar na barra do vestido e bater com a cara no chão.
Ao chegar na frente do escritório, abri a porta sem me importar em bater e minha mãe me recriminou com o olhar.
— Vocês chegaram. - Meu pai se levantou e fez um gesto para as cadeiras vazias.
— O que aconteceu? - perguntei na lata, sem enrolações.
Ele lançou um olhar apreensivo para a minha mãe, no qual a mesma retribuiu.
Ok. Aquilo era estranho.
Sentei na cadeira e aguardei alguém falar alguma coisa.
— Você precisa prometer que não ficará brava e que será compreensiva. - Ele estava mais sério do que o normal.
— Isso não ajuda muito. – Cruzei os braços. – O que aconteceu?
Antes que ele me respondesse, Keith entrou na sala.
— Você já falou para ela? - Keith perguntou se sentando ao meu lado. – Nicole já sabe que vai ser casar?
Eu comecei a tossir loucamente.
— Agora ela sabe. - Meu pai lançou um olhar furioso para Keith.
Casamento? Eu não acredito que ele fez isso.
— Mas que merda... – Eu estava começando a me exaltar. – Como você ousou fazer isso comigo?
— Querida, fique calma. - Minha mãe pediu. – Seu pai vai lhe explicar tudo.
— É impossível ficar CALMA nesse momento. - Eles haviam me traído. Planejaram tudo em segredo.
— Esse casamento será bastante benéfico para a Itália. É uma grande oportunidade para ambas nações. - Keith falou me encarando.
Controlei minha vontade de bater naquele rostinho. Esse traidor. Ele fala isso, mas o próprio casamento não foi arranjado.
— Com quem eu vou me casar? -Minha pergunta foi como um sussurro.
— Com o príncipe Ahren Schreave, de Illéa.
Eu estava sem chão. Ahren era o príncipe mais cobiçado da geração, além de ser um egocêntrico e mesquinho. Ele conseguia conquistar as garotas com apenas um sorriso, felizmente eu sou vacinada contra esse tipo de galanteador e nunca dei bola para o mesmo.
— Eu não vou me casar com aquele mimado.
— Você vai casar, o acordo já foi assinado. - Meu pai falou me encarando.
Minha própria família tinha me traído.
— Por que fizeram isso sem o meu consentimento? — Escolheria me casar com um sapo do que com esse idiota.
— Você não é mais uma criança, tem dezoito anos, mas rejeitou todos os outros príncipes quando teve oportunidade de escolher. – Minha mãe era a mais calma na sala. – Precisamos de alianças com outras nações, é para sua própria segurança.
— Por que Illéa? - Falei revirando os olhos.
— Porque é o país que mais temos contato. – Infelizmente era verdade.
— Mesmo assim, essa é a MINHA vida. – Me levantei da cadeira. – E não vou deixar a minha liberdade por um casamento forjado.
— Essa não é a pior coisa do mundo, Nicole. - Keith retrucou.
— Então se case no meu lugar.
— Não posso. O meu casamento é daqui a pouco.
Argh. Que raiva.
Uma criada entrou envergonhada no escritório. Eu acho que os funcionários ouviram meu escândalo. Fico feliz por eles verem que minha vida é uma droga.
— Já está tudo em ordem para o casamento. - Falou cabisbaixa.
— Já estamos indo. - Meu pai respondeu e a moça se retirou. – Depois nós terminamos essa conversa.
— Eu quero morrer. - Choraminguei
Eu estava saindo do escritório quando meu irmão abriu a porta para minha passagem.
— Espero que você leve uma queda dentro do salão. - Sussurrei e ele abriu um sorriso.
— Eu também te amo.
Saí do escritório apressadamente. Não esperei ninguém da minha "família". Estava com tanta raiva que nem prestei atenção no que estava acontecendo.
Sou a pessoa mais azarada do mundo ou o destino está de sacanagem com a minha cara. Esbarrei na última pessoa que eu queria encontrar.
— Você continua a mesma desorientada de sempre. - Reconheci a voz imediatamente.
Ele continuava o mesmo. Os olhos azuis claros, cabelos cor de bronze e um sorriso sacana no rosto. Simplesmente, odiava tudo nele.
— E você continua o desagradável de sempre.
“Ahren Schreave, eu serei seu pior pesadelo.”
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Estou de olho Dona Nicole ( ͡° ͜ʖ ͡°)
UHSUHASUHSUHAASHSA
Tenho um recadinho para os leitores fantasma.
Eu não mordo. Okay? Okay.
A última vez que eu mordi alguém foi a minha irmã, quinze anos atrás, quando ela quebrou a minha boneca.
Por isso, fique a vontade para comentar ou favoritar a Fic.
Beijos e até a próxima! ♥