Zatanna: O Conceito de Magia escrita por Larenu


Capítulo 2
Introdução às Artes Secretas


Notas iniciais do capítulo

Aviso: todas os ensinamentos de Constantine são completamente fantasiosos, portanto NÃO TENTE FAZER ISSO EM CASA. Afirmo com toda certeza que palavras ao contrário NÃO têm NENHUM PODER MÍSTICO.
Agora que estamos entendidos, metievorpa o olutìpac!
[se realmente aproveitarem o capítulo, a culpa não é minha!]



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Fazem três dias que Tong me deixou com o tal de John Constantine. Todo esse tempo, tenho pensado em quem ele é. Todas as conversas com ele me fazem imaginar que seja um idoso rico e bilionário, como o Sr. Burns de "Os Simpsons". Mas, no fundo, tenho esperanças de que ele seja mais jovem.

Estou sentada ao balcão da cozinha, comendo um simples sanduíche de manteiga de amendoim. Quer dizer, talvez não tão simples, pois o pão é um croissant francês. Sim, ele foi realmente importado da França. Dou uma mordida no pão e mastigo. Algumas migalhas caem em meu vestido praticamente preto (a única roupa que eu tenho, exceto pelo uniforme de mágica), que um dia fora branco e brilhante.

Mordo o sanduíche mais algumas vezes. Até que esse croissant não é tão ruim, afinal. Mas, de qualquer forma, ele não compensa a maneira monótona e fria com a qual meu "anfitrião" (é assim que ele se autodenomina quando fala comigo) me trata.

Sei que ele é amigo de minha mãe, mas não consigo imaginar com precisão como ele é. A possibilidade de ele ter alguma relação com o incidente que aconteceu com meu pai me perturba. Certo, talvez ele não o tenha causado. Mas tenho certeza de que Constantine tem algo a ver com o incidente.

– Olá, Zatanna – disse uma voz masculina, vinda de trás de mim.

Me viro e vejo um homem loiro, talvez alguns anos mais velho do que eu, com um cachimbo na boca, se aproximar.

– Quantos anos você já tem, Zatanna?

–Eu? Vinte e dois.

– Já? Lembro-me de quando era um bebê, tão inocente e delicada.

–Ah, vai, você não é tão velho assim.

– Como dizer isso para uma magi criada entre sapiens... Tenho mais de mil anos, Zatanna.

– Mais de mil? Você acha que eu vou acreditar?

– Não espero que acredite ainda, mas um dia o fará. Você, Zatanna, não é uma Homo sapiens.

– Não? Então o que sou? Homo sapiens sapiens?

– Não, você não é essa suposta evolução da humanidade atual. Você é membro de uma raça superior à humanidade. Você é uma Homo magi. Assim como "Homo sapiens" significa "Homem sábio" e "Homo sapiens sapiens" significa "Homem duplamente sábio", "Homo magi" significa "Homem mágico".

– Há quanto tempo existe essa espécie?

– Muito tempo. Realmente, muito tempo. Entre seus ancestrais Homo magi, temos Leonardo da Vinci.

– O pintor?

– Sim. Na verdade, apesar de sua obra mais famosa ser a pintura La Gioconda, ou Mona Lisa, Da Vinci foi um matemático, arquiteto, engenheiro, anatomista, escultor, inventor e cientista, além de pintor. Como Da Vinci conseguia ser tudo isso? Consegue me explicar?

– Mágica?

– Magia. Não confunda mágica com magia: mágicos podem ou não ser magos. Sabe, Da Vinci sempre esteve à frente de seu tempo. Quem melhor para representar o Cinquecentto renascentista?

Ele pega minha mão e me faz levantar. Guia-me até escada, e então para.

– Esqueci de me apresentar. Sou John Constantine. Mas isso, creio eu, você já sabe.

Assinto com a cabeça. Continuo seguindo-o, desta vez até o cômodo vermelho, de porta fechada, que imagino ser o quarto dele. A mesma luz de sempre é visível nas frestas da porta de madeira.

– Pode abrir, Zatanna. Acho que já está pronta.

Estendo lentamente o braço para a maçaneta. Tento girá-la, mas não consigo. Tento novamente com as duas mãos. Nada. De repente, a maçaneta começa a ficar quente. Tiro as mãos, gritando assustada.

–Ah, claro. Como não me lembrei disso! Você vai ter que trocar de roupa.

– Mas a única roupa que eu trouxe, sem ser esta, é meu uniforme de mágica! – ele continua me olhando. – É isso que tenho que vestir?

– Por que acha que sua mãe insistiu que a trouxesse?

Suspiro, irritada. Caminho até meu quarto e vejo que ele me segue.

– Você vai ver eu me trocar?

– Sinceramente, se vamos viver aqui juntos, você terá que deixar suas inibições de lado. Mas deixe que eu ajudo, se você está com vergonha.

Ele abre meu armário e coloca a roupa de mágica na cama. Fico de pé ao lado, pensando no que ele vai fazer. Constantine apenas estala os dedos. Quando olho para baixo, estou com minha roupa de mágica. Um pouco tonta, pego minha cartola e minha varinha.

– Espero que agora você possa abrir a porta.

Hesitante, caminho até o corredor. Encosto na porta mais uma vez, só que desta vez com minhas luvas brancas. Giro a maçaneta, e a porta abre. Do outro lado, há uma escada. A luz vermelha que era visível do lado de fora agora passa pelas frestas de uma outra porta, no topo da escada.

Constantine sobe a escada na minha frente. Ele mesmo abre a outra porta, revelando um sótão de madeira. Consigo ver uma mulher de vestido roxo e longos cabelos pretos sentada em um banco.

– Allura, quero te apresentar uma pessoa.

A mulher se vira. Um brilho vermelho passa rapidamente por seus olhos. Consigo sentir que ela não gosta de mim, por algum motivo que ainda desconheço.

– É a filha de Sindella?

– Sim – ele responde, parecendo também ter estranhado o ódio dela.

– Sou Zatanna Zatara – me apresento.

Sinto que não devia ter me apresentado.

– Menina, seu pai é Giovanni Zatara?

– Sim, por quê?

Constantine bufa, claramente demonstrando que eu não devia ter dito isso.

– Zatanna, Allura é uma ex de seu pai.

– Ex-namorada?

– Ex-aluna – ela afirma, zangada.

Allura levanta o braço na minha direção. Seus olhos começam a ficar brancos, e sua cabeça pende para trás. Um brilho começa a surgir em sua mão. Constantine entra entre nós e abre a boca na direção dela. Surpreendentemente, fogo sai por sua boca.

Caminho para trás, começando a sentir algo dentro de mim. Minha mão que segura a varinha se levanta, em um movimento involuntário. Sinto uma palavra surgindo em minha boca. O último feitiço de meu pai.

– Ogof! [Fogo!] – grito.

Uma chama surge, saindo da minha varinha. Allura e Constantinte param, olhando para mim. Guio a chama na direção dela. Quando Allura percebe o que vou fazer, tenta me atacar. Mas então a chama encosta no vestido dela, que começa a pegar fogo. Allura caminha na direção, quase encostando na minha roupa de mágica.

– Este não é o meu fim, Zatanna Zatara. Escute as minhas palavras: EU VOLTAREI!

Com essa frase, Allura desaparece. O calor da chama extinta continua no ar. Constantine arruma a gola do sobretudo marrom e dá de ombros.

– Nunca gostei muito dela. Enfim, vamos ao que nos interessa. Como conseguiu fazer esse feitiço?

– Eu não sei. A palavra simplesmente veio. Foi a última coisa que ouvi meu pai dizer.

– Seu pai... Sabe por que ele escolheu o nome John para se apresentar? Porque é o meu nome. Fomos grandes amigos. Juntos, lideramos um quarteto de seres fantásticos. Eu, Giovanni e outros dois.

– Quem são esses outros dois?

– Etrigan, o Demônio, e a Criatura do Pântano.

– Amigos seus?

– Algo do gênero. Na verdade, não. Mas isso não impede que se tornem seus amigos. Quer dizer, eu espero.

De repente, sinto algo na minha barriga. Uma pontada de dor se espalha pelo meu corpo, tão rápida como surgiu. Tudo começa a ficar escuro. Escuto Constantine chamando pelo meu nome. Mas então tudo escurece, e caio no chão.


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Notas finais do capítulo

A origem de Allura foi modificada aqui na fic, mas ela ainda é, ao meu ver, a arqui-inimiga de Zatanna.



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