Ficar sentada na sala de aula olhando para o relógio na parede, esperando as horas passarem, não estava sendo uma das coisas mais divertidas que estava fazendo nos últimos meses, mas estava sendo o que mais fazia, pois contava cada minuto ansiosa, na espera que o sino do recreio tocasse logo.

Quando o sino finalmente tocou, me segurei para não sair correndo até a biblioteca, pois sabia que todos os dias ele estaria lá, sentado no cantinho, entre as estantes, rodeado de livros, gostava de livros, porém não era tão fascinada por eles, mas como todos os dias estou indo a biblioteca (por cousa dele) agora consigo ver uma certa magia que eles escondem.

Meus passos se apressaram até meu destino, quando estava quase passando pela porta da biblioteca, avisto Rayle, minha "amiga" de infância que estuda na sala ao lado da minha, ao contrário de mim ela é bonita, rica e popular, as vezes, não sei se é por pena, ela vem falar comigo, então mexendo em seu longo cabelo loiro se aproxima e diz:

-Oi Lunna!

-Oi Rayle, tudo bem?

-Sim, queria te falar uma coisa.

-Pode falar, é algo muito importante?

-Para mim sim, estou convidando algumas pessoas da escola para vir a minha festa de aniversário, vai ser incrível, se você quiser vir para curtir um pouco, acho que vai ser bom para você, assim sai um pouco dessa biblioteca.

-E mesmo, seu aniversário... claro que vou ir.

-Ah que máximo, você vai poder ver o vestido lindo que meu pai trouxe de Londres para mim, vou mandar entregar um convite da festa até sua casa, tenho que ir, minhas amigas estão me esperando, bye bye!

-Até mais!

Rayle e sua vida boa, não sou a única bolsista nessa escola, mas sou a única bolsista sem graça que nunca foi a uma festa, eu gosto de festas, mas não sei como agir nelas, minhas roupas são estranhas e nunca sei o que fazer no meu cabelo; perdida nesses pensamentos sem muito fundamento, entro na biblioteca e discretamente olho para o cantinho das estantes onde ele sempre fica.

Contenho um suspiro ao vê-lo ali, ali mesmo onde ele sempre está, sentado com um livro em suas mãos, que nem me dei conta de qual era, mas que me parecia incrivelmente interessante ao ser segurado por ele, me sentei distante, porém ainda dava para observa-lo, estou sendo discreta, assim espero; de repente olho novamente é ele não está mais ali.