Black Magic escrita por Lervitrín8


Capítulo 15
Ataque.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas. Sei que o capítulo tá mais curto, isso se chama falta de criatividade. Enfim, espero que curtam igual.



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Estou totalmente nervosa e minhas mãos tremem como vara verde. É o dia da apresentação do primeiro – grande – trabalho na Universidade, e tenho motivos de sobra para estar preocupada.

― Mariana, Evangeline e Natalie, por gentileza, vocês são as próximas – Henry diz ao microfone, dentro de uma das salas teatrais do local. Vou para a cabine de som, de onde colocarei as faixas musicais para o desfile. O script está em minhas mãos. Ops, estava.

― Mariana, onde está o script? – pergunto ao voltar correndo para uma das coxias do teatro.

― Estava com você até agora, Natalie – ela argumenta nervosa.

― Não sei onde deixei – admito, dando de ombros. Meu coração acelera e começo a pensar na última hora que me lembro de ter o papel em mãos.

― Parabéns, Natalie – ela ironiza. – Não é pra menos que não deixamos nada sobre a sua responsabilidade.

― Um minuto para o início do desfile – quem comenta agora é Julieta, uma das nossas professoras de música que está na banca de avaliação.

― Vá para a cabine e dê seu jeito – Mariana praticamente cospe tais palavras em mim.

Não há muitas saídas, me dirijo para a cabine de som e rezo para fazer as trocas de músicas no momento certo, adequando os temas com as faixas corretas. Só há um problema: de fato, eu não conheço nada sobre o trabalho. Elas não permitiram que eu visse nada até a hora de me entregarem o script.

O desfile começa e, por lógica, inicio com a faixa número um. A primeira modelo aparece no palco e desfila glamurosamente. Antes dela sair, Eva entra desfilando, e imediatamente troco de música. Vejo que ela balança os braços em minha direção e entendo que não é essa a música, volto para a anterior, porém, a faixa também não se adéqua perfeitamente. Estou perdida! Mariana fotografa como se não estivesse acontecendo. A próxima modelo entra e percebo que sua roupa combina com a faixa dois, mas, só executo a troca quando ela está no meio do trajeto, irritando a modelo. O desfile continua e alguns protestos são realizados vez ou outra. Realizo diversas trocas falhas e, na maioria das vezes, a música não estava de acordo com as roupas das modelos.

O resultado do trabalho saía na sequência, após Mariana entregar o cartão de memória com as imagens e os professores realizarem uma avaliação rápida. Estamos as três acima do palco, embaixo do foco de luz.

― Apesar dos incidentes, que foram notórios – diz o especialista em fotografia –, você conseguiu captar os melhores momentos de cada uma das modelos. Até parece que não houve falha nenhuma. Sempre há o que aprender e aprimorar, certo? Mariana, sua nota é 9,0.

Ela agradece graciosamente e permanece no local para acompanhar as demais notas.

― Eva, como é bom vê-la desfilando – sua professora diz, contente com o resultado. Vejo que Henry acena com a cabeça. – A seleção das modelos também foi feita por você?

― Foi sim – ela responde sorridente.

― Ótima seleção! Ótimas roupas. Eu amei! Sua nota é 9,5.

― Obrigada professora! – Eva comenta. – É uma honra aprender a cada dia com a senhora.

― Natalie – Henry começa a falar. – Não pude deixar de perceber que alguns erros aconteceram. Na realidade, aconteceram a todo o momento. Não sei o que houve. Não sei se você não tinha conhecimento do trabalho ou se estava nervosa, mas, seu desempenho atrapalhou o conjunto, num todo.

― Desculpe – falo em tom baixo. – Eu perdi o script.

― Quem conhece o trabalho por inteiro, sabe lidar com qualquer tipo de improviso, Natalie – Julieta comenta.

― Exatamente – Henry assente com a cabeça. – Penso que não há desculpas. Infelizmente, você não obteve um resultado positivo. Conversaremos sobre isso em outro momento.

― Certo – digo cabisbaixa. – Obrigada.

Saio do palco rapidamente, totalmente humilhada. Enxugo as lágrimas que insistem em percorrer por meu rosto.

― Isso é pra você aprender a não mexer mais cm a gente – diz Eva, assim que descemos as escadas para sair do teatro. – Tome aqui o seu script.

― Foi realmente comovente ver você se ferrando – Mariana completa entre risos. – Beijos querida, foi ótimo trabalhar com você.

― ― ―

Annastácia – chama a chefe e coordenadora do estágio –, você pode pegar o prontuário do paciente 09?

― Claro, só um momento – me dirijo à sala dos prontuários, onde encontro Nik aos fundos do local, sentado em uma cadeira com a cabeça baixa. – O que houve? – questiono.

― Às vezes não sei por que estou nessa – ele sussurra. – Ela é uma garota legal.

― Todas elas sempre são – lembro. – Essa não é a primeira vez que escuto você reclamar sobre isso.

― É, eu sei disso – ele levanta a cabeça pela primeira vez. – Almoçamos juntos hoje?

― Como sempre – sorrio, enquanto pego o prontuário solicitado. – Preciso ir.

― Beleza – ele acena brevemente.

Conheci Nik quando entramos na Universidade, no primeiro semestre de Medicina. Ele sempre foi um cara mais fechado e quieto, e isso sempre atraiu minha atenção. Acredito que ele saiba que nutro por ele algo um pouco além da amizade, mas, no momento ele não pode retribuir nada. É o tipo de coisa que fazemos por quem gostamos: sacrifícios. Estou fazendo o meu, diariamente, por Nik.

O período de estágio passa rapidamente e logo chega o horário do almoço. Nik está escorado próximo à saída do hospital, a mochila pendurada em apenas um ombro. Ele sorri quando percebe minha aproximação.

― Ir para a Universidade para ter somente uma aula me desanima um pouco – ele comenta, enquanto saímos do hospital.

Diferente dos demais dias, hoje só tem uma aula de uma hora, sobre atividades práticas de pediatria, que eu, em particular, adoro.

― Sério? – questiono incrédula. – O que me desanima é passar o dia inteiro na Universidade. Daqui a pouco já estarei em casa, isso muito me alegra.

― Pensando por esse lado... – entramos no carro de Nik e nos dirigimos para a Universidade.

― Quer falar sobre o encontro com ela? – pergunto. Nik resolveu entrar para tomar um café. Estou esparramada em um sofá da sala e ele, em outro.

― O que você quer saber? – ele pergunta rapidamente.

― Sei lá, rolou alguma coisa? – fico levemente avermelhada e sinto meu rosto esquentar.

― Um beijo – ele se limita a dizer.

― E quando você vai vê-la novamente? – isso está parecendo um questionário.

― Depois de amanhã – ele responde, com um sorriso em seus lábios. – Quanta curiosidade.

― Estou só puxando papo – retruco.

― Eu sei que não – Nik levanta-se e vem em minha direção. Ele segura meus dois braços com apenas uma das suas mãos e os põe além da minha cabeça. Posteriormente, passa um joelho sobre minha barriga, sentando sobre meu colo, sem exercer muito peso. Seu rosto se aproxima do meu e aquele sorriso volta ao seu rosto; um sorriso que me faz ter arrepios. Sua boca se aproxima do meu pescoço, investindo pequenas mordidas que tornam minha respiração irregular.

― Nik – sussurro, uma súplica para que pare.

― Shhhhh – ele se limita a dizer e sinto a palma da mão livre entrando por baixo da minha blusa.

― ― ―

― Olá meninas – encontro Mari e Eva pelos corredores da Universidade, sorrindo de orelha a orelha.

― Oi Rose, como você está? – Mari questiona.

― Um pouco cansada – admito. – Parece que vocês viram o passarinho verde.

― Acabamos de sair da apresentação do nosso trabalho em grupo – Eva explica. – Deu tudo certo, ainda bem!

― Ah, que bom – sorrio. – Ricky está me esperando, preciso ir. Até mais.

Elas acenam brevemente e me dirijo ao estacionamento, onde meu irmão espera. Procuro pelo seu carro, mas não consigo avistar. Geralmente ele me espera no espaço para embarque e desembarque, porém, não está lá.

― Procurando alguém? – questiona uma garota de óculos, com uma linda echarpe amarela.

― Meu irmão – respondo. Não a conheço, logo, ela não precisa saber da minha vida. – Você estuda aqui?

Madison Montgomery, prazer – ela abre um sorriso impecável. – Sou veterana de jornalismo.

― Rose – estendo a mão para cumprimentá-la. – Faço astronomia.

Uma rajada de vento nos atinge, fazendo sua echarpe voar e nós duas correr atrás do acessório, entre gargalhadas. O vento carrega sua echarpe e não conseguimos recuperá-la e, no mesmo instante, avisto Ricky encostado em seu carro, digitando em seu celular, provavelmente à minha procura.

― Encontrei meu irmão – digo. – Até mais.

― Tchau! – ela acena delicadamente com uma das mãos.

― Onde você estava? – Ricky me questiona.

― Procurando você – respondo.

― Entendo, sou pequeno o suficiente para você não ver – ele retruca, entrando no carro. – E utilizar o celular não precisa – ele conclui assim que sendo ao seu lado.

― Ainda tá resmungando? – questiono, arrancando uma risada dele.

― Vou à Viola – Ricky avisa, abrindo a porta do meu quarto parcialmente.

― Okaaaay – respondo.

― Se comporte – ele brinca, colocando a cabeça para dentro do quarto.

― Vai logo, garoto – implico.

Assim que Ricky sai, volto a estudar o conteúdo para a prova no dia seguinte. Algum tempo depois, meu celular vibra, me fazendo parar para ver a notificação. Recebi outra mensagem do blog, como aquela que avisava sobre as fotos da Miah. Abro o site e o título me faz rir: Demonstração Homo afetiva em Público; abaixo, uma foto minha e da garota que conheci no estacionamento, ambas esbanjando felicidade.


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Notas finais do capítulo

E então?
Bom, preciso dar um aviso um pouco chato :( Muitas das pessoas que acompanham BM sabem que estou em um outro projeto ~A Oferenda~ que está me animando muito. Estou destinando bom tempo para ela. Por isso, vejo informar que BM ficará em segundo plano agora, não entrará em hiato, pois pretendo continuar postando, mas não será com tanta frequência. Espero que entendam



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