Gotta Be You escrita por onlyixing


Capítulo 1
Totó ataca novamente


Notas iniciais do capítulo

Oi o/
Faz um bom tempo que eu não escrevo fanfic, mas estava com vontade de escrever algo sobre AD e aqui estamos.
Ainda não sei com qual frequência vou postar, mas vou tentar não demorar muito.
Podem deixar sugestões ou o que quiserem nos comentários, ficarei feliz em respondê-los!

Boa leitura!



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– Quem traz um cachorro para um casamento? – Rosa repetia enquanto me seguia.

Estávamos maquiadas e com cabelos alisados, usando belos vestidos de festa - graças ao Leigh - e levando um cachorro para dentro da igreja.

Tudo bem, eu desejo a felicidade da diretora. Mesmo ela brigando comigo, me dando tarefas chatas e sempre errando o meu nome, ela merece ser feliz. Mas por que raios teve que me escolher para trazer Totó até a igreja?

– Quem você acha que vai gritar primeiro? – disse, enquanto subia as escadas lentamente. Eu realmente queria evitar entrar em uma igreja lotada com um cachorro que tem um coroa de flores na cabeça.

– O padre! Aposto algumas moedas – disse ela, enquanto retocava o batom e ria.

Suspirei e parei na frente da porta principal. Totó seria a dama de honra ou algo assim? Desde quando alguém leva cachorro para um casamento?

Só sei que de todas as especulações, uma seria verdadeira: eu ia dançar. E não estou falando de valsa.

Provavelmente, a chegada de Totó tornaria tudo uma bagunça e eu seria a responsável por tudo, já que é a minha mão que está segurando a coleira.

– Não seria uma boa ideia dizer que Totó estava dormindo e nós não quisemos incomodar? – disse, enquanto sentava na escadaria. Rosalya fez o mesmo.

– Ah, com certeza. A diretora vai adorar isso – disse ela, no meio de algumas gargalhadas.

– Ah, realmente espero não estar muito atrasado... Oi! – Nathaniel apareceu correndo e falado sozinho, mas logo notou a nossa presença e parou para nos cumprimentar.

De repente, esqueci tudo o que estava pensando e toda a minha atenção foi direcionada para aquela figura. Terno preto, calça social e sapatos limpos. Uma gravata azul e cabelos levemente bagunçados. E a boca entreaberta. Ah, a boca.

– Oi! Perdeu a hora do casamento mais importante do ano? – disse Rosa, rindo levemente.

Pisquei um pouco e resolvi falar. Não que eu quisesse abrir a boca, mas talvez não fosse tão confortável assim ter alguém te encarando por tanto tempo. Só talvez.

– Oi, Nath. Você está bem.... Hm.... Bonito – disse, sentindo minhas bochechas corarem imediatamente.

– Ah, eu realmente não iria perder esse casamento. E, obrigado. Você também está muito bonita – disse ele, com aquele sorriso maravilhoso capaz de iluminar 200 cidades de uma vez só.

– Bem, eu realmente não quero atrapalhar a troca de elogios, mas parece que alguém esqueceu de segurar o cachorro – disse Rosa, apontando para Totó correndo do outro lado da rua.

Como eu pude esquecer dele? É agora que eu passo o ano inteiro de castigo comprando semente para o clube de jardinagem. Não que a ultima parte seja tão ruim, já que Jade não é de se jogar fora.

– Droga! A primeira a gritar vai ser a diretora – disse, enquanto me levantava e via Totó cada vez mais longe. Esse cachorro é participante de alguma maratona, pode ter certeza.

– Totó? A diretora realmente pediu para trazê-lo? – disse Nathaniel.

– Pedir? E ela sabe pedir? Quase quebrou o apagador na cabeça da Lia! – disse Rosa.

– A conversa está ótima, mas eu tenho um cachorro para pegar – disse, enquanto começava a correr feito Usain Bolt.

Foi nesse momento que lembrei que estava indo para um casamento. Eu estava de vestido e salto alto. Uma maratonista pronta para festa, que tal?

– Totó! Vem aqui, garoto! – gritei e algumas pessoas começaram a me encarar.

Eu tinha exatos 20 minutos para pegar Totó e entrar com ele na igreja. Seria muito fácil, tirando o fato de que eu nem fazia idéia de qual foi a esquina que ele virou.

Mesmo sem conhecer bem as ruas, continuei correndo por uns dez minutos, enquanto sentia os calos se formando nos meus calcanhares. Depois de alguns minutos, parei de correr e comecei a andar.

– Tudo bem, eu vou apenas achar o caminho de casa e tomar um bom chá – disse para mim mesma, enquanto continuava virando esquinas sem parar.

– Hm, você de novo. Parece que a diretora não consegue nem cuidar de um cachorro – ouvi uma voz familiar e torci para ser um completo estranho.

Continuei andando e tentei arrumar o meu cabelo - que mais parecia um ninho de rato. Respirei fundo e olhei para onde veio a voz.

Ah, não.

– O que temos aqui? Uma integrante do Bonde das Bregas? – disse Castiel, enquanto ria da minha situação.

Meu vestido era bonito e caro. O que ele quer dizer com brega?

– Brega? Eu? Você realmente não tem espelho em casa – disse, enquanto me sentia aliviada ao ver Totó ao seu lado.

– Calma, docinho. O que está fazendo por aqui? Pensei que tivesse um casamento para ir – disse ele, se encostando na cerca de madeira de uma casa.

Respirei fundo e fui até Totó. Coloquei a coleira, prendi tudo direito e segurei com força. Se eu não estivesse na igreja em três minutos, teria que dizer adeus para todos os intervalos do ano.

– Obrigada por isso – disse, apontando para o Totó. Claro, eu realmente odiava ter que agradecer o Castiel por algo, mas era inevitável.

– Obrigada? Você me deve uma grana – disse ele, com um sorrisinho de lado.

Um tijolo, por favor.

– Acho bom você se contentar com obrigada mesmo. Ah, você mora por aqui? – disse, olhando para as casas.

– Já quer conhecer minha casa? Você é rápida – disse aquela criatura de cabelos vermelhos que implorava por alguns tapas.

– Estou perdida. Se você conhecer essas ruas, vai ser uma boa ajuda.

No mesmo instante, um táxi apareceu e pude ouvir meu nome. Encarei o veiculo e vi Rosalya e Nathaniel saindo de lá. Levantei animada e fui ao encontro deles.

– Finalmente! Por que é tão difícil te encontrar? – disse Rosa, me dando um abraço de lado.

– Ainda bem! Estava com medo de não sair daqui tão cedo! – disse, enquanto íamos até o carro.

– Bom, é melhor nos apresarmos. Eu não estou com muita vontade de ver a diretora surtando novamente – disse Nath, enquanto abria a porta traseira para mim. Oh, um cavalheiro!

Sorri e concordei com a cabeça. Eu estaria com problemas, mas não seriam tantos se eu chegasse ainda hoje na igreja.

– Por que o Castiel estava com você? – disse Nath. AH, nem me lembre disso.

– Ele pegou o Totó – disse, olhando as costas do ruivo pela janela.

Todos ficaram em silêncio até chegarmos na frente da igreja. Lá estava a diretora de cabelos bagunçados e metade dos convidados.

– Nada bom – disse para mim mesma.

Descemos rapidamente e Nathaniel pagou pela corrida. Fomos até a diretora com Totó e ela pareceu mais aliviada.

– Você está encrencada, mocinha – disse ela.

– Me desculpe. Eu deveria tomar mais cuidado... – disse observando meus sapatos - mais sujos que o cabelo do Castiel.

Ela apenas pegou Totó e entrou. Gritos e mais gritos foram ouvidos depois disso e Rosalya disse que eu deveria pagar a aposta.

Depois de entrarmos e acompanharmos a cerimônia com Totó bem longe de nós, fomos até o salão onde ocorreria a festa. Pelo caminho, tentei me recompor ao máximo para sair bem nas fotos e talvez chamar a atenção de algumas pessoas loiras - sem citar nomes.

A festa estava lotada de alunos e a comida era boa. A música era a mais velha possível, mas pelo menos dava para dançar um pouco.

Comi muito e sorri para todas as fotos que os fotógrafos tiravam. Conversei a tarde inteira com Rosa e não teve uma alma boa para me chamar para dançar.

– Kentin! Vamos dançar! – disse, enquanto já estava desesperada o bastante para sair chamando as pessoas para dançarem comigo.

– Claro – disse ele, depois de terminar de mastigar um pedaço grande de bolo.

Fomos para a pista de dança e fizemos alguns movimentos. No tempo que ficou na escol militar, Kentin aprendeu até a dançar! E eu, bem, era mais o estilo livre - sacuda tudo no ritmo da música.

– Você ainda não sabe dançar? – ele sussurrou no meu ouvido.

– Ei! É você quem dança bem demais! – disse, rindo levemente.

– Não se preocupe, isso é fofo – disse ele, colocando meus pés encima do seus.

Apenas encostei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos. Eu estava cansada, triste e com vontade de vomitar. Corri demais, esperei muito para que Nathaniel me chamasse para dançar e comi mais do que agüentava. Mas no final, lá estava Kentin para me ajudar e me consolar.

Kentin sempre foi um doce de menino. Somos amigos há alguns anos e sua personalidade sempre me agradou muito. Nos meus momentos de raiva, ele sempre me acalmava e me levava para comer algo feito de chocolate na confeitaria mais próxima.

Depois de ter ido para a escola militar, ele voltou bem diferente de antes e se tornou muito impaciente. Nós paramos de sair para restaurantes e karaokês, e ele não tinha um cafuné em mim até agora - longe de mim ser carente.

Ele é o meu melhor amigo desde a nossa antiga escola e mesmo depois de tantas mudanças, eu não quis parar de falar com ele. Faz algumas meses desde que ele voltou e só agora estamos tendo contato novamente. Foi um tarde longa e cansativa, mas eu posso dizer que estava muito feliz por poder abraçar Kentin e ouvir palavras gentis de sua boca.

Sempre que eu olhava para aqueles olhinhos pequenos e cabelo castanho, me perguntava o motivo de todos os garotos não serem iguais a ele. Mesmo com sua nova personalidade, eu ainda podia ver o antigo Kentin ali dentro de seus olhos.

– Kentin, obrigada por não me abandonar – disse, ainda de olhos fechados.

– Por que eu faria isso? – sussurrou.

– Porque você é perfeito demais pra mim.

De repente, aquelas musicas chatas e tediantes sumiram e começou a tocar How Long Will I Love You, da Ellie Goulding.

– O que? Minha música favorita tocando no casamento da diretora? – disse, completamente abismada.

– Pedi para Armin nos dar uma ajudinha – disse Kentin e logo entendi a situação. Ele tinha pedido para Armin arrumar uma maneira de tocar a minha música favorita.

– É sério, você ainda vai me fazer chorar muito – disse, enquanto nos movíamos no ritmo da música.

– Encare isso como um pedido de desculpas. Eu sei que fui muito grosso com você depois de voltar, então me desculpe – disse ele, com sua voz suave fazendo cócegas em meus ouvidos.

– Você não precisa se desculpar – disse, finalmente abrindo os olhos e encarando duas amêndoas brilhantes.

– Eu realmente não queria dizer isso, mas Nathaniel não para de nos encarar – disse ele, rindo levemente.

– É mesmo? Parece que o jogo virou – sussurrei baixinho.

Nós rimos e fomos até uma das mesas de doces. Era tanto doce sofisticado que eu tinha até medo de comer.

– O que é isso? Amendoim? – disse, encarando um bolinho com coisas marrons encima.

– Não sei, mas tem um gosto muito bom – disse Kentin, colocando dois na boca de uma vez só. Nós rimos e eu fiz o mesmo.

Depois de esvaziarmos algumas bandejas daqueles bolinhos, resolvemos sentar em uma das cadeiras do fundo do salão. Kentin tirou seu paletó e colocou nos meus ombros, assim que percebeu meu corpo tremer. Sorri levemente e agradeci.

– Lia? – disse ele, encarando seus sapatos.

– Hm?

– Por que estão todos comentando que você fingiu que Totó fugiu para poder ir se encontrar com o Castiel? – se eu tivesse suco na boca, teria cuspido tudo no mesmo segundo que ouvi isso.

– Eu fiz o que?

– É o que os nossos colegas estão comentando. Parece que a Peggy viu vocês enquanto estava vindo e contou para todos – disse ele, finalmente me encarando.

– Nem se me oferecessem uma viagem de cruzeiro para uma ilha paradisíaca eu iria me encontrar com esse cara – disse, enquanto encostava minha cabeça em seu ombro.

– É, eu deveria ter imaginado... – disse ele, um pouco envergonhado.

– Você deveria é ter malhado menos, seu ombro parece me chamar! – disse rindo.

De repente, todo mundo parou de dançar e a diretora apareceu no meio do salão com um vestido cheio de babados.

– Onde está o meu Totó? – ela gritava.

Lá vamos nós de novo...


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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