Lori vê T-Dog e Drake entrando, cada um com três caixas nos braços e Rick vem logo atrás...

– O que é isso?

– Achamos o refeitório - o marido diz

– Tem arroz enlatado, feijão enlatado, atum enlatado, milho enlatado, lata enlatada - Drake fala e para em frente ao Carl - Pega um aqui garotão, por que a vida não é fácil.

– Legal - ele murmura e juntos eles levam as caixas para a outra sala dos guardas, no corredor oposto.

Quando Drake volta, Rick e T-Dog não estão mais ali, ele para na cela que Hershel está, Lori na porta e Carol sentada ao lado dele, ele foca a visão na perna, agora um toco na altura do joelho, com faixas e mais faixas ensanguentadas, ele está desacordado e a mão direita algemada na barra da cama.

– Como ele está?

Carol o olha - Vivo ainda, não sei o que eu posso fazer.

– E porque a Marie não está aqui?

– Ela não conseguiu ficar aqui.

Ele toca o ombro da Lori - Você está bem?

– Estou, obrigada.

Drake sai e começa a olhar em volta, todos quietos, praticamente em luto, Beth e Maggie estão numa das últimas celas do andar, cortando a perna direita das calças do pai, ele sorri para elas e sobe para a cela da Marie.

– Ei.

Ela está sentada na cama e Ana a sua frente, limpando os braços dela, a toalha molhada sai toda suja de sangue.

– Eu não posso fazer nada, Drake. Tão fácil matar, mas tão difícil curar.

– Tudo bem, a Carol está lá - ele esconde as mãos que se sujaram com o sangue do velho quando ele o segurou para Rick cortar a perna atrás do corpo - Tudo bem, Ana?

– Tudo sim.

– Eu… Quero avisar pra vocês que eu vou com o Rick, o Daryl e o T-Dog limpar o bloco D.

– Só vocês? - ela pergunta

– Os presos também, eles lá, nós aqui. Por mim, mataríamos eles… Quero dizer, o que eles fizeram para estarem aqui? Logo teremos um bebê aqui. Vocês ficariam bem com eles por aí? Eu não ficaria. Eles não parecem ser amigáveis… Sei lá, a cara deles… Ou já esqueceram do grupo do Randall? - ele tem um lampejo, uma cena horrível, onde as duas a sua frente estavam presas com aqueles caras.

Marie balança a cabeça - Não esquecemos. Mas você mesmo disse: eles lá, nós aqui. Acho que não é necessário matar.

Ana não vai dizer nada, da última vez que houve discussão pra ver se deveriam matar alguém ou não, ela arranjou briga com o Dale e a Andrea. Ela torce pela última vez a toalha na bacia com água vermelha e olha para Drake - Sua vez.

Ele se senta ao lado da Marie e entrega os braços para a amiga.

Marie fica na sua cela, ela parece em choque ou algo assim, Ana sabe porque, a amiga não quer que Beth e Maggie passem pelo o que ela passou aos cinco anos de idade. Hershel é um bom homem, um bom pai e uma parte importante do grupo. Ela desce as escadas e vai para a cela, estão todos ali, é errado, deveriam dar espaço para a Carol trabalhar, fora que muitas pessoas, pode levar à uma infecção mais rápido, ou será que ninguém percebeu, a perna do velho tá no vivo ali!

– Nenhuma melhora? - ela pergunta se encostando ao lado do Glenn na porta

– Não. Hershel diria pra gente rezar - Carol diz.

Glenn e Ana olham lá pra trás, Carl vem com uma bolsa, aparentemente, pesada.

– Achei que estava organizando a comida - Glenn diz

– Fiz melhor - ele entra e põe a bolsa no chão - Dá uma olhada - quando Carl a abre, o ato das pessoas dali se assemelha a errantes indo pra cima de um vivo, eles pegam as faixas e esparadrapos com ferocidade.

– Onde conseguiu isso? - Ana pergunta admirada.

– Achei a enfermaria.

– Você foi sozinho? - novamente, ela pergunta admirada.

– Fui.

Todos param o processo de enfaixar a perna do Hershel e o olham.

– Você tá louco? - Lori fala muito brava.

– Não. Matei dos errantes.

– Você tá vendo isso? - ela gesticula para Hershel - Aconteceu ao grupo todo.

– Vocês precisavam…

– Eu agradeço, mas…

– Ah, não enche!

– CARL! - ela olha para Beth sentada no chão - Ela é sua mãe, não fala assim com ela.

– Escute, filho, acho ótimo que queira ajudar, mas…

Mas nada, o Carl deixa a cela indignado. Lori olha para Ana.

– Pode deixar - a morena sai dali e olha em volta, caramba, ele já sumiu. Ela olha Glenn e ele ergue os ombros sem saber pra onde ele foi.

Marie abre sua mochila e começa a mexer nela, lanternas, pilhas, fósforos, uma baby de Jack Daniels... mas... cadê?! Ela procura mais e mais e lá no fundo, embaixo de todas as suas roupas ela a acha. Toda amassada e com as pontas gastas, e um rasgo no meio, um rasgo separando ela e a July.

– Não, não, não… - ela sai correndo escada a baixo - Eu preciso de fita! Fita adesiva!

Todos a olham confusos, ela tem as mãos fechadas no peito e parece assustada.

Ana vem da sala dos guardas - Fita? Pra quê?

Marie balança a cabeça - Pra foto.

– Que foto, Marie?

– Esquece… Depois eu vejo - ela volta para sua cela e fica lá, segurando a foto.

***************

Rick, Daryl, Drake e T-Dog entram na sala e Ana suspira - Até que enfim.

Drake beija a testa dela - Tá tudo bem?

– Mais ou menos.

Rick se aproxima dela - O que houve?

– O Hershel parou de respirar… Calma - ela ergue as mãos para a cara de espanto deles - A Lori o salvou… Drake, Daryl, posso falar com vocês?

Os três se sentam - Ela tá doida - diz baixinho - Ficou falando de foto e fita adesiva. Acho que é porque ela não conseguiu ajudar o Hershel.

– Por que não conseguiu? - Daryl pergunta

– Ficou em choque, travou. Ela é muito fria pra umas coisas mas… Quando se trata de pais e bebês… Você sabe pelo o que ela passou.

– Eu vou falar com ela - Drake se levanta

Daryl também - Não, deixa comigo.

Eles vão para a parte das celas, parando rapidamente para cumprimentar Hershel, que agora está acordado.

– Esse velho é osso duro de roer! - Drake se aproxima e aperta a mão do Hershel - Tá melhor?

Ela escuta passos do lado de fora e põe a mão na faca no cinto, mas ai lembra que pelo menos ali é seguro e se senta calma. Daryl se deita na cama dela.

– Limpamos o D.

– Drake disse que vocês iam lá. E deu tudo certo?

– Não - ele entra e senta do lado dela, depois se deita - Três morreram.

– Nossa… Foram os errantes?

– Um deles não era amigável mesmo, matou o colega, tentou matar o Rick e acabou sendo morto pelo cowboy nervoso. E o outro tentou vingar a morte desse, fugiu e o Rick foi atrás.

– E só sobrou dois. Dá pra confiar?

– Dá. Mas eu não vou - ele a puxa pela camiseta e ela cai do lado dele - Você tá bem?

– Tô. Eu queria ter ajudado o Hershel.

– Ele está bem agora. Pra quê queria a fita?

– Pra foto - ela se senta de novo e apanha a mesma na mesa de pedra e então entrega a ele - Cuidado.

Ele observa bem as duas, muito parecidas, bem mais jovens e despreocupadas, num bar com um copo grande de chopp a vista na frente delas.

– Eu arranjo uma - ele diz e então prende a foto do estrado da cama de cima.

Marie se vira pra ele - Obrigada.

Dessa vez eles não resistem à tentação, Daryl avança sobre ela com vontade e encaixa sua boca na dela, ela já segura o rosto dele, enquanto ele se sustenta com a mão direita e com a esquerda aperta a coxa dela, fazendo a perna da Marie ir por cima da sua.

A respiração já está descompassada quando eles se separam, Daryl se deita parcialmente de lado e a puxa pra cima dele, Marie fica com as mãos no peito dele enquanto ele tem uma mão na cintura dela e a outra no rosto, ele passa o dedo pelo contorno dos lábios dela e ela fecha os olhos, quando faz isso sente a boca dele sobre a dela suavemente e ela sorri, ao abrir os olhos ele a está olhando, bem bobo.

– Sinto vontade de ficar te beijando pra sempre.

– Que romântico, Sr. Dixon.

– Mas eu também quero ouvir seu gemido, bem baixinho…

– Já largou o romantismo…

– O banheiro dessa ala está limpo e o gás ativado…

Ela sorri de lado - Está me propondo um banho, é?

Ele arqueia as sobrancelhas. Ela fica em pé - Vou te avisando que minha perna não tá lá essas coisas de lisinha sabe…

Daryl fica em pé e vai de encontro a ela, a empurrando para a parede - Quem disse que eu vou olhar pra sua perna? - ele a ergue pelas coxas e volta a beija-la, passando as mãos pelas coxas e as nádegas.

Marie o abraça com as pernas e morde a orelha dele, ele emite um som e ela ri

– Quem gemeu baixinho foi você, bonitão.

Daryl a coloca no chão, a expressão dele é de desafio - Ah, é? - e então parte para ao pescoço dela, a orelha, as mãos entram por baixo da camiseta, ele a aperta e a ergue levemente e ganha o que queria.

Um gemido suave. Isso excita muito ele. E a mão dele no ventre dela causa efeito entre as pernas dela. Ela geme de novo.

Os dois se encaram, com cara de assutado com a situação. O que fazer agora? Estão à luz do dia, totalmente expostos… Não tem nem porta ali, é uma grade que mostra tudo.

– Banho? - ela pergunta

– Banho - ele concorda.

***************

– Drake, T-Dog...

T-Dog olha para Rick, mastigando atum cozido.

Drake ergue a mão e diz de boca cheia - Presente.

– Cadê o Daryl? Nós não íamos fazer uma ronda agora?

– Não vi ele.

– Ué, mas ele não tava com a Marie… - Ana para e faz as contas, depois começa a rir.

Rick dá uma risada também - Vamos só nós… Eles provavelmente estão checando a prisão.

O grupo todo dá risada, Rick fazendo piada? Essa é nova.

– Ah, é… Checando os cantos mais remotos da prisão, onde o som de lá, não chega aqui - Ana fala entre risadas.

Drake gargalha alto - Vocês vão me fazer imaginar?! - ele tampa os ouvidos da Beth ao seu lado - Tem menor de idade aqui!

Ela dá risada e se livra das mãos deles.

***************

– Ah!

Daryl investe nela de novo. A água cai entre os corpos deles, a parede, antes gelada nas costas da Marie, agora está na mesma temperatura que ela: fervendo. As coxas dela tem marcas das mãos dele e as costas dele: cheia de arranhões, o lábio inferior dela sangra um pouco, culpa dele que mordeu muito forte e acabou cortando.

Eles já perderam as contas de quanto tempo estão ali, tempo o suficiente para as pernas dela estarem dormentes. Daryl se segura na divisória do box, ela fica presa entre ele e a parede, as pernas bem fechadas em volta do quadril dele, que se move rápido.

Ele diminui, e ela geme, agora de insatisfação.

– Porque…?

– Sh… - ele a coloca no chão e a faz virar de costas, abre um pouco as pernas dela e coloca as mãos na parede - Eu vou te revistar agora.

Ele beija o ombro dela e põe todo o cabelo cacheado molhado pro outro lado e, novamente, entra nela. Dessa vez o gemido não é baixinho.