Katekyo Hitman Reborn fanfic

Chocolates ou armas?
Um dia dos namorados com Reborn

" O dia dos namorados, o dia em que duas almas se encontram e consolidam seus laços, o encontro de um homem e uma mulher...o amor.Ah não! Isso é casamento! Droga...calma Tsuna, respire fundo, isso não deve ser tão complicado assim..."
- Tudo bem...Qual desses eu escolho?
- Escolha qualquer um, o importante não é a mensagem, é entregar a mensagem. Certo?
Disse a voz de uma pequena chinesinha trajando roupas vermelhas, logo ao seu lado.
- Mas... - disse meio hesitante, todas aquelas frases e poemas, sem falar nos chocolates que comprara com o maior cuidado alguns dias antes, verificando mil vezes a sua listinha antes de fazer algo, tudo para aquele dia, o dia em que finalmente declararia seu amor para a pessoa que amava. Tudo aquilo fazia suas pernas começarem a tremer e seu coração batia cada vez mais forte ao pensar no último item da lista - A hora está chegando... - continuou meio tímido, um tom de medo e desespero começava a tingir sua voz - Eu...eu vou conseguir!
- É isso mesmo décimo! - gritou o jovem garoto de cabelos prateados, meio repartidos ao meio e rosto branco como a neve, com um dos punhos fechados apontando para o teto, em um gesto de entusiasmo - Ela vai adorar, tenho certeza!
- Hahaha, isso é divertido - Falou o jovem garoto de porte esportivo e cabelos meios espetados enquanto olhava curioso e todo sorridente os milhares de cartões jogados em cima de uma pequena mesa de madeira - Então, já sabe qual vai dar?
- Eu não sei direito... todos são...
- Pega esse aqui!
Exclamou uma voz meio irritante e feliz, que tirava de entre seus cabelos meio emaranhados e despenteados, um cartão rosado, com bordas douradas , nele havendo uma figura de uma vaquinha simpática no centro, segurando um coração enorme e marrom em suas mãos.
- Isso é um vale desconto de chocolates sua vaca estúpida! Para que o décimo iria querer algo assim!? Drogaaa!!!
O jovem de cabelos prateados em um salto caiu sobre a figura daquele pequeno garoto, pegando o pequeno pela gola de manchinhas pretas de vaquinha que vestia , em uma tentativa de fazer algo que para ele seria algo bom, afinal, quantas vezes não sentirá vontade de espancar e bater naquela figura posta á sua frente.
- Gokudera-kun! Pare, assim você vai matar ele!
- Sempre bom com crianças, você poderia montar uma creche, processo é o que não iria faltar.
- Re...Reborn-san!!!
Todos exclamaram, parando para ver a pequena figura de terno, com os cabelos castanhos meio escondidos por um chapéu curvado em forma de coração surgir de entre um dos milhares cartões jogados em cima daquela mesa.
- Ciaossu!
- Mas...Mas quando? Onde? Como? Arghh...- completou em resposta o jovem sucessor da família Vongola, com uma mão entre seus cabelos castanhos e espetados, todo confuso. - Re...
- O lambo-san adora chocolate! Blehhh! - falou o pequeno e jovem integrante da família bovino, mostrando a língua enquanto se debatia, tentando se soltar daquela mão que quase o enforcava - Tsuna, me dá chocolate?
- Não...depois.
- Ahhh! - esperneava o pequeno garoto chutando uma das pernas de gokudera - Mas eu quero agora! Chocolate! Chocolate! Chocolate!
- Cala a boca, vaca estúpida! - exclamou o jovem de cabelos prateados, certificando-se de que aquela miniatura de vaca não falasse mais por um bom tempo - Seu...
- Dói! Dói!Tolere, Tolere...
A cena continuou durante alguns instantes, o garoto de cabelos prateados colocava suas mãos sobre o pescoço da pequena vaquinha e logo o garoto em trajes manchados se debatia e chorava. O pequeno garoto de terno assistia tudo, com um olhar de indiferença e tédio.
- Deixando um pouco os dois de lado.Vejo que está bem preparado. Mostre seu espírito, seja um homem Tsuna.
- Re...Reborn?
- Mas, não está se esquecendo de nada?
- Hã?
- Hm...Deixa para lá. Mostre-me o que você tem aí.
- Ah sim.Mas Reborn, o Lambo-san...Gokudera-kun!
- Espera só um pouquinho décimo...
- GOKUDERA-KUN, PARE!
- Décimo? - exclamou enquanto soltava a pequena miniatura de vaca de suas mãos e ficava em silêncio, olhando para seu chefe de cabelos castanhos, uma cor meio avermelhada começava a tingir suas bochechas, ele havia se descontrolado mais uma vez... - Décimo eu...Mas você viu, aquela vaca estúpida estava atrapalhando, e eu...Me perdoe Décimo!
- Ah...Gokudera-kun, não precisava ficar assim. Só não...não tente matar o Lambo-san, está bem?
Mal terminou de falar e uma bela figura rompeu abrindo a porta de seu quarto com toda a força,munida de um grande prato com porções fartas de alguns corações tingidos com uma cor que ele não gostaria de provar, mas que já tentara o matar.
- Reborn! AhAhhh....Reborn! Fiquei sabendo que você chegou e fiz chocolates especiais de poison cookie para você, experimente um.
- Amável como sempre.
- AhAhh Reborn!
A jovem de cabelos rosas colocou a enorme bandeja no chão e caiu com tudo em cima do pequeno garoto de terno, abraçando-o e beijando seu pequeno rosto, fazendo balançar um pouco a chupeta amarela que o garoto levava em seu pescoço.
Do outro lado, Tsuna e seus amigos observavam a cena de amor de seu tutor e da irmã mais velha de Gokudera, o qual desmaiava logo ao lado do jovem sucessor, após ver a mesma cena.Entre as longas ondas de dor em sua barriga, causadas por um trauma de infância, suas únicas palavras eram:
- Nee-san! ARGHH.
- Gokudera-kun!
- Não se preocupe comigo décimo. Eu... - e uma fisgada de dor lhe veio ao estômago - Eu vou ficar bem. Escolha... - e mais uma pontada de dor insistia em lhe atrapalhar - Escolha um cartão.
- Hahaha! Fique tranquilo Tsuna, esse aqui é duro na queda, não é mesmo?
- Cala a boca cara do baseball!
- Hahaha, viu? Vivo como sempre.
"Ele continua achando que é só uma brincadeira..." pensou Tsuna consigo mesmo, desviando seu olhar por um instante de seus amigos para os vários cartões espalhados na mesa e a mesma pergunta na cabeça:
- Qual?
- Que tal esse aqui?
O jovem que à pouco tempo ria todo feliz ao lado de seu quase amigo de cabelos prateados apontava um cartão meio avermelhado, com algumas bordas meio cortadas em partes desiguais e um bastão de baseball azul vibrante em sua capa. Com os dizeres " Você acertou meu coração, agora é homerun"
- Você acertou o meu coração? Que tipo de cartão é esse? O meu é muito melhor! Escolha o meu décimo!
Exclamou apontando um cartão prateado e grande, com uma pequena fogueira na frente, e ao abrir o cartão, uma espécie de dinamite de papel se formava e embaixo havia escrito " Você é a chama que me faz viver, a dinamite de alegria que explode quando te vejo."
- Dinamite... - sussurrou para consigo mesmo o jovem chefe, sem conseguir até então aprovar nenhum dos cartões - E esse aqui?
- "Você é o ovo da minha marmita"?
- Ops! Cartão errado!
- Reborn? Esse cartão é seu?
- Talvez...Mas mudando de assunto, você precisa de algo de efeito.
- Era para quem?
- Deixe de fazer perguntas Tsuna.
- Dói!Dói!
- Agora sim. Você precisa de algo com força, um cartão de um verdadeiro chefe da máfia.
- Che...
- Eu não terminei.
- Aiai! Dói!Dói!
- Eu estava guardando esse cartão já à algum tempo, o Dino já havia pedido para mim esse cartão para dar para uma garota dos Vongola, mas acho que é melhor dá-lo a você.
- Re...Reborn. - alegria era pouco para descrever o que ele estava sentindo naquela hora, talvez fosse a sua salvação, afinal, ele falou que estava guardando aquele cartão para Dino, então isso queria dizer que Dino já havia escolhido aquele cartão, então deveria ser algo bom, talvez sofisticado...- Mesmo? Po...Posso?
- Claro.
Estendeu a mão e logo tinha em suas mãos um lindo cartão em forma de coração, todo bordado com fitinhas douradas nas laterais, e algumas pequenas pegadinhas do que julgou ser alguma espécie de pegada de gato, ou algo similar, mas não importava, estava tudo perfeito até então. Um cartão bonito, sem desenhos enormes ou coisas sentido e...
" Você é que nem sucrilhos?"
Olhou meio descrente a primeira frase que havia dentro do cartão. "Tudo bem, esse é um cartão bonito. Deve ter algo bem legal depois, talvez um não vivo sem você, ou algo mais poético..." pensou consigo mesmo enquanto descia o olhar sobre o enorme tigre estampado, com uma cara feroz e logo abaixo os dizeres:
- " Você desperta o tigre em mim."!? Reborn!
- Acertei.Esse é o cartão perfeito.
- Escolhe esse décimo!
- Hahaha, esse também é bem legal. Divertido.
- Não escolha nenhum desses! Um cartão deve ser feito com muito amor pelas suas próprias mãos, como eu faço com a minha poison cookie.
"Se você quiser morrer depois...sim, esse é o amor." pensou meio agourado olhando para Bianchi e logo pôs-se a procurar mais cartões.
- Talvez eu dê esse: "Amor é fogo que arde sem se ver..."
- Décimo...esse não.
- Por que?
- Sabe é meio...
- Meio...
- Eu não queria dizer isso décimo, mas eu preciso! Como seu braço direito, é meu dever te proteger e - ficou meio envergonhado, aquelas palavras queriam sair de sua boca desde a hora em que vira aquele maldito cartão em forma de carta - Não...não é muito macho, sabe?
- Gokudera-kun...
- Me perdoe Décimo! Me perdoe!
- Tudo bem, tudo bem...Apenas se levante, está bem?
- O senhor é tão bom décimo.
- Ahhh...
A porta se abriu e uma jovem de cabelos pretos e uniforme escolar entrava com tamanha rapidez que logo já estava ao lado de seu amado, abraçando-o por trás, de um jeito afetivo e que incomodava um pouco o jovem sucessor.
- Tsuna-san! A haru-chan chegou! Hahi.
- Haru-chan, o que você está fazendo aqui?
- Amanhã é dia dos namorados, então resolvi fazer alguns chocolates e quando estava voltando do caminho de casa, encontrei com a Bianchi-san e ela se ofereceu para me ensinar a fazer pastéis de chocolate, então eu vim para cá. Isso são cartões?
- É sim.
- Eu adorei esse - disse enquanto apontava para o cartão de Dino - Mas para quem você vai dar? Não diga que é para a Haru-chan? Sério? Tsuna-san, eu serei sua esposa, a esposa do décimo chefe da máfia e...
- Haru-chan, sinto muito, mas esse cartão eu não darei para ninguém. Eu...já tenho alguém em especial.
- Ah...- falou sem conseguir disfarçar o tom de desanimo em sua voz, até então animada - Mas tudo vai mudar quando você provar o chocolate da Haru! Será como uma dose de amor em cada pedaço.
- Que bom...
- Mas, quando você vai dar esse cartão?
- O décimo vai dar amanhã junto com alguns chocolates que ele comprou!
- Hahaha, o dia dos namorados é mesmo divertido.
- Mas...não são só as garotas que dão chocolates nesse dia?
- Como?
Olhou o garoto meio sem reação vendo todos seus planos indo por água a baixo com aquelas simples palavras.
- Não é mesmo? No dia 14 de fevereiro a garota dá o chocolate para o garoto de quem gosta e no mês seguinte, se ele sentir o mesmo por ela, retribui com um chocolate branco ou marshmallow, certo? Pelo menos eu acho que é assim...
- Não...é o dia?
- Sinto muito Tsuna-san.
Tudo havia acabado, a sua última esperança de se declarar para a garota que amava, poder falar com ela mais que meros quinze segundos havia indo embora junto com a esperança daquele dia, ele não poderia fazer mais nada, afinal, seria muito estranho um garoto entregar chocolates nesse dia, ainda mais ele, que era conhecido como o Bom-em-nada-Tsuna.
Todas as forças que havia reunido até então cairão sobre si e apenas quis ficar ali, deitado, esperando que tudo aquilo acabasse logo.
- Talvez eu possa te ajudar.
- Como assim?
Olhou todo esperançoso para o pequeno garoto de terno.
- Mas precisarei de um sacrifício.
- Sacríficio?
- Sim. Alguma coisa precisara ser cortada.
- Como assim?
- Você sabe. O único jeito de se declarar é sendo uma menina, certo?
- Certo.
- Então se cortarmos algo, você será uma menina. Certo?
- Cortar o que?
- Você sabe, o bom-em-nada-Tsuna aí de baixo.
Tsuna se desesperou, vendo o olhar indiferente de seu tutor munido de uma tesoura cirúrgica dando passos em sua direção, ao mesmo tempo em que protegia suas partes íntimas, temendo pelo pior.
- Nem pensar!
- Tem certeza?
- TENHO!
- Se mudar de idéia...
- EU NÃO PRECISO DISSO!
- Claro. Apenas fique com o meu cartão.
Após aquele susto, continuou a proteger suas partes íntimas com uma de suas mãos e com a outra ia esvaziando a mesa, recolhendo cartão por cartão,a medida que as pessoas iam embora e se despediam, e ao sair a última pessoa, só restara um último cartão,meio escondido atrás do chamativo cartão de Lambo. Era um cartão bem simples, tinha apenas uma arminha no meio daquele escuro que era o papel e ao abrir, apenas leu:


" O amor começa por si mesmo,
não tem lugar para ir,
mas tem lugar para começar,
confie em si mesmo,
pois eu confio em você."
- Assinado: Reborn.