Fix me. escrita por Sherry


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas voltei.

Espero que revelem qualquer erro, e boa leitura.



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22:07.

Marie deixou toda a comida pronta mais cedo do que esperava, devido a nossa ajuda; Eu queria poder dizer que ajudei muito, mas passei quase meia hora só descascando os legumes,  Lucy e a senhora que fizeram todo o resto.

Então, quando percebemos, estávamos apenas Lucy e eu.

De repente, todo aquele clima de descontração e felicidade acabou. Ela ficou séria e fria, com uma postura quase profissional. De um jeito bem parecido antes da discussão pré-termino começar com Lysandre... Ah merda, não.

— Lucy? — chamei meio incerto.

Ela estava dando a volta na bancada, para colocar a lata vazia de cerveja no lixo.

— Hm? — ela respondeu, de cabeça baixa.
— Oque você vai fazer agora? — perguntei, cercando-a na saída principal do cômodo.

E fiz bem, porque assim que levantou a cabeça, apertou o passo pra escapulir da cozinha, mas acabou dando de cara comigo.

— Estou indo pra sala, isso é, se você me der licença. — ela respondeu, cruzando os braços e levantando o queixo para mim, de forma quase arrogante.

Era quase fofa a postura dela. Quase, porque o olhar enraivecido dela, não tinha nada de fofo, pelo contrário, era meio opressor.

Sustentei o olhar no dela, e ela me encarou ainda mais firme e irritada, ao ponto das orelhas começarem a ficar rosadas. Isso sim foi engraçado, acabei sorrindo um pouco para ela.

— Agora, se você já foi idiota e imaturo o suficiente, pode me dar licença? — ela perguntou, colocando uma das mãos nos quadris — Não quero apelar para agressão. — completou, apontando o dedinho minúsculo pro meu rosto.

Ah ela estava com raiva. Provavelmente havia visto a foto que mandaram no grupo, e só não surtou antes comigo por causa da presença de Marie. Então, eu estava certo, Lucy era uma pessoa controlada afinal de contas.

— Você me agredir? Como? — perguntei, realmente curioso, mas minha voz saiu meio debochada por causa da risada que eu segurava — Gostaria de ver você tentar. — completei, cruzando os braços também.

Infelizmente, meu tom saiu mais malicioso do que eu esperava, e ela franziu as sobrancelhas, parecendo cética.
Então, muito deliberadamente, ela virou de costas e começou a andar, indo na direção da porta de serviço da cozinha, que dava para a lavanderia.

Fazer oque? Fui atrás.

E a mulher é rápida viu?! Aqueles pezinhos miúdos são bem ágeis! Já tava saindo pela porta dos fundos, indo direto pra varanda.
Apertei o passo, e ela já estava no quintal, dando a volta na casa; Provavelmente pra chegar até a sala cheia de gente, fazendo com que eu fosse impedido de me aproximar.

— Ei ei, Lucy, para, sério. Eu não vou me fazer de idiota, sei porque você ta com raiva. — falei, parando em frente a ela, impedindo-a de andar.

Ela me olhou com desdém, e cruzou os braços arrepiados. Provavelmente com frio, já que a neve caia levemente trazendo uma brisa gelada.

— Castiel, prometi a você que iríamos tentar. Nós tentamos. Não deu certo, e pronto. — ela explicou, desviando o olhar para trás de mim.

Ela olhou tão fixamente pra trás das minhas costas, que olhei também pra ver se tinha alguém ali. Mas não tinha ninguém, ela só queria evitar contato visual comigo. Estranho. Lucy gosta de conversar olhando nos olhos das pessoas.

— Eu sei que você ta decidida a me detestar por causa da foto que viu no grupo. — comecei, tentando olhar em seus olhos — Mas, você precisa entender que a coisa toda não é bem oque você ta pensando... — completei, me sentindo um completo idiota.

Afinal, eu sabia que a coisa toda tinha saído de controle, mas ela não. Então tava levando tudo pro lado errado da questão, mas quando eu falava em voz alta daquele jeito, parecia só uma desculpa esfarrapada.

— Se você sabe que eu to decidida a te detestar, então sai fora. — ela respondeu, elevando a voz, em um tom bastante autoritário.

Senti minhas sobrancelhas se erguendo automaticamente. Ela estava com os olhos brilhantes, de lágrimas. Mas não eram lágrimas de tristeza, eram lágrimas que eu conhecia... Lágrimas de raiva; Daquele tipo que ficam embaçando sua visão, e não descem pelo rosto.

— Não dá. — confessei, tentando descontrair pra ver se ela sentia menos raiva.

Ela mordeu o lábio realmente aborrecida. Por um segundo realmente pensei que ela iria cumprir o aviso de me agredir.

— Não brinca com a minha paciência Castiel. — ela respondeu catucando meu peito por cima da camisa, com o dedinho gelado de frio.
— É mais forte do que eu Lucy, não tenho culpa se amo mulheres decididas. — confessei, dando de ombros.

Senti minhas costas se arrepiarem de frio. A neve começava a acumular em cima da gente, tava ficando foda de aguentar.

— É o seguinte. — ela começou, passando as mãos pelo rosto avermelhado da brisa gelada — Eu não sou nada sua, você não é nada meu. Tenho maturidade pra saber, que não tenho o direito de exigir nada de você. Seria irracional pedir satisfações das coisas que você faz. Tenho plena consciência disso, sou uma mulher equilibrada lúcida, e orientada. — ela falou, naquele tom cheio de profissionalismo.

Parecia uma enfermeira me explicando sobre o funcionamento mental de um paciente.

— Você é uma mulher inteligente e racional, sei disso. — comecei, levantando as mãos em rendição — Mas, Lucy, sentimentos não são racionais. Se você tentar ter coerência e lógica em tudo que sente, vai acabar surtando. — expliquei, passando a mão pelo cabelo dela pra afastar a neve que se acumulava.
— Como você pode ter tanta certeza disso, hein? Em qual nomenclatura você leu essa pesquisa? — ela perguntou, ligeiramente debochada.

Seus lábios estavam começando a ficar escuros de frio, mas ela não batia queixo ou se tremia. Era mesmo uma coisinha teimosa.

— Foi mais do que ler um livros, ou ouvir de um pesquisador Lucy. — expliquei, me sentindo meio velho — Eu vivi isso. Não dá pra racionalizar sentimentos, dá conflito interno, a gente fica perdido e infeliz. — completei, segurando seus ombros rígidos de frio.

Lucy me olhou como se eu fosse um alienígena, e bufou.

— Não muda oque você fez. — disse por fim, virando o rosto.

Tive vontade de sacudi-la. Que diaba teimosa.

— Tudo bem, já vi que você é teimosa pra cacete, então vou entrar no seu jogo. — dei o braço torcer — Se você acha que não tem o direito de exigir nada de mim, porque como você mesma disse “ não somos nada um do outro ”, sugiro que passemos a ser “algo”. — tagarelei, na maior cara de pau.

Lucy pareceu me examinar por alguns segundos, e então sua boca se abriu levemente, e sua respiração ficou tão pesada, que o ar quente que passava entre seus lábios começou a embaçar seu rosto, em contraste ao clima frio.

— Você ta tentando me ludibriar? — ela perguntou ofendida, em um fio de voz.

Agora foi minha vez de escancarar a boca. Puta merda, será que ela não poderia levar as coisas pelo lado positivo uma só vez? Só uma vezinha?
Qual meu problema afinal? Por que só me interesso por mulheres tão complicadas?

— Caralho Lucy, ludibriar? — perguntei desacreditado, passando as mãos pelo meu cabelo pra tirar a neve acumulada — To tentando te pedir em namorado, mulher. — completei, exasperado, quase arrancando meus cabelos da cabeça.

Houve uma pausa dramática entre nós dois. Lucy pestanejou alguns segundos, e então virou as costas fazendo o caminho de volta pra cozinha.

— Vai fugir? — perguntei a seguindo, meio chocado.
— Preciso de uma bebida pra esquentar o sangue, acho que to convalescendo de hipotermia, e tendo hipóxia cerebral. — ela falou vagamente, enquanto entrava de volta na casa a passos largos.

Não entendi muito bem os termos técnicos, mas me pareceu uma forma nerd dela falar “ Não to’ acreditando no que to' ouvindo.”

De qualquer forma, novamente me vi atrás dela. Lucy andou pela cozinha, catando coisas como, taças de Martine, azeitona, e vodca. Quando parou na bancada na pia, ela se serviu do drink três vezes, antes de encher uma taça e empurrar para mim.

— Não, to legal, valeu. — respondi, pensando que eu deveria me manter sóbrio para o desfecho da noite.
— Bebe. — ela respondeu, colocando a azeitona dentro da minha taça.

Ok, não discuti. Uma dose não faria efeito de qualquer forma.

— Então, você aceita? — perguntei, depois de virar o drink em um gole.

Ela estava escorada na bancada com o olhar perdido. Parecia estar pensando tanto, que tive a impressão que iria ver sua cabeça sair fumaça, como nos desenhos animados.

— Você falou aquele monte de merda pra mim na cafeteria do shopping, e mandou o Lysandre postar aquela foto sua no grupo, com que finalidade? — ela perguntou, desconfiada, com a taça entre os dedos de forma bastante elegante — Você está fazendo algum jogo doentio, ou queria usar psicologia reversa comigo? — completou, me olhando com total atenção.

Ah tá, quando ela faz as perguntas malucas ela não desvia os olhos né? Deveria estar me estudando pra ver se eu estava mentindo.

— Vai usar seu truque jedi de enfermeira, pra ver se eu to mentindo? — perguntei, encarando-a de volta no mesmo nível de intensidade que ela.

Lucy parou de me encarar para servir-se de mais bebida, e eu usei aquele tempo para falar outra coisa.

— Você é mesmo rancorosa. Ainda ta pensando nas coisas que falei no shopping? — retruquei, tentando quebrar o clima — Isso é uma característica de cancerianas, ou é uma característica geral das mulheres? — tentei fazer graça.

Mas, é claro, minha tentativa foi inútil.

— Responde. — ela pediu.

Bem, na verdade, ela mandou. Mas, eu sou flexível quando estou esperando uma resposta importante pra mim.

— Lucy, não sei com que tipo de homens você tem lidado, mas eu não sou essa pessoa manipuladora e maquiavélica que você constantemente insinua que eu sou. — comecei, tentando não soar grosseiro — Não fiz nada com intenções malignas ou escondidas, posso te garantir! Pra falar a verdade, não sei que diabos eu fiz contigo, pra você ter essa ideia sobre meu caráter. — completei, apertando a taça com força, pra não descontar a raiva em palavras agressivas.

Ela me olhou com certa cautela.

— Castiel, cuidado com a taça. — ela falou, em um tom ameno, e tocou minha mão delicadamente — É de cristal, se você se cortar, vai se machucar feio. — completou, tirando o objeto de mim rapidamente.

Só então percebi que a taça tava trincando nos meus dedos.
Coisinha fraca essas taças de hoje em dia.

— Não fazem mais taças como antigamente. — me defendi, vendo que ela me encarava com certo choque.

Ela assentiu de má vontade, tipo “ vou concordar com esse doido, porque né, vai que ele começa a quebrar tudo. ”

— Ta legal, me desculpa. Não quis insinuar que você fosse manipulador ou nada do gênero. — ela começou, colocando sua taça em cima da pia — É só que pra mim, é mais fácil entender as pessoas pelas atitudes, do que pelas palavras. Acho mais coerente, é ai que a gente conhece as pessoas de verdade. — se explicou, analisando sua bebida na taça, parecendo distraída.
— É mas, as vezes, comigo, as coisas saem de controle com mais frequência do que eu gostaria, e ai acontecem situações que eu não gostaria que tivessem acontecido, e quando percebo to numa espiral de loucuras e  confusões. — confessei, sentindo-me mais leve por ter falado isso.
— Claro, coitadinho, foi assediado pela pobre garota. — ela ironizou, balançando a taça entre os dedos.

Por que ninguém acreditava que eu realmente fui agarrado pela garota? Assedio aos homens também existe!

— Olha, eu só cheguei nela pro Lysandre parar de tentar colocar as minas na minha! Imagina se ele da uma de cupido e traz alguma garota pra “alegrar meu natal”, pra cá? — confessei, estressado de tanta falação — Fui lá pedir o telefone da garota, só pra acabar com a pressão, mas a coisa ficou séria... — fui falando mas ela me cortou.
— Ah, a garota te agarrou? — ela perguntou, depositando a taça em cima da bancada com uma certa brutalidade.

Joguei as mãos pro alto, tentando segurar minha vontade de quebrar a porta do armário. Eu não podia começar a quebrar tudo só porque tava frustrado, afinal, não era minha casa.

— Ela agarrou. — contei, contendo minha voz pra não gritar — Agarrou mesmo. — completei, segurando-a pelos ombros.

Nos encaramos por vários segundos. Eu queria poder passar minhas lembranças pra ela, em transmissão ótica de pensamento; E ela parecia disposta a receber as lembranças, porque me encarou de volta tão concentrada, que parou de respirar por alguns segundos.

— Tudo bem, eu acredito. — falou por fim, soltando o ar.

Relaxei o corpo de imediato, e afrouxei as mãos em seus ombros mas não soltei. Ela se encolheu e soltou os cabelos, eu senti o cheiro do shampoo dela misturado com a calda de canela do pudim.

Tive o impulso de agarra-la, porem não achei que seria pertinente, então tratei de soltar os ombros dela e respirar pela boca por enquanto.

— Você acredita em mim? — perguntei meio descrente, me afastando um passo para olhar no rosto dela.

Lucy estava as bochechas meio vermelhas, ou era impressão minha?

— Acredito, claro. — ela afirmou, mexendo no cabelo.

Senti minhas sobrancelhas se erguerem automaticamente.

— Jura? — eu estava descrente.

Ela deu de ombros, e me olhou de baixo pra cima, com um sorriso que parecia meio constrangido.

— Não é difícil de imaginar que uma garota te agarrou... — ela começou se justificando, em um tom tão suave que parecia calda de morango escorrendo dentro de mim.
— Não, é?! — insisti, querendo saber se ela queria dizer, oque eu achava que ela queria dizer mesmo.

Lucy levantou sua mãozinha pra mim, e acenou, como se estivesse falando de algo displicente. Mas não acho que ela se sentia tão a vontade, já que suas orelhas estavam vermelhas como cerejas.

— Tipo, agora que eu sei da coisa toda... Você chegou perto dela, e ai ela olhou pra você e... Viu os olhos incríveis, o cabelo legal e... A sua boca... — ela falou, me olhando de um jeito engraçado.
— Oque tem minha boca? — perguntei, a voz inconscientemente baixa.

Me aproximei novamente, quase tocando nossas testas; Mas ela virou o rosto pro lado, e voltou a falar de forma mais composta.

— Sim é. Considerando que você é um homem atraente, devido a todas estas coisas que citei anteriormente, não é difícil de imaginar que uma mulher  tenha te agarrado, levando em consideração que você abordou ela mostrando algum tipo de interesse... — tagarelou, tentando se justificar — Logo, a mulher em questão se sentiu confortável de tomar uma iniciativa, oque faz sua narrativa se tornar plausível.  E levando em consideração, que confio em você o suficiente para acreditar na sua versão dos fatos... Em resumo, tudo isso, torna oque você me falou é crível. — completou, quase debruçada por cima da bancada, tentando fugir de mim.

Na altura do campeonato, eu já estava rindo, segurando-a pela cintura, enquanto ela se esticava de costas pra bancada, quase deitada por cima da taça.

— E você falou esse texto enorme pra mim, na tentativa de abafar o fato de você achar que tenho olhos incríveis, e lábios arrebatadores. — brinquei, usando a mão livre para segurar sua nuca.

Estávamos quase jogados por cima da bancada, ela por baixo e eu por cima.
Lucy estava séria, mas eu não conseguia não rir. Ela não parecia tão segura e sabichona agora, não é mesmo?!

— Eu não disse que você tem lábios arrebatadores. — ela me corrigiu, entrando no clima de brincadeira — Arrebatadores, tsc. Essa palavra é broxante. — completou, passando as mãos pelos meus cabelos.

Nossa proximidade estava perigosa. Eu podia sentir o calor do corpo dela em baixo do meu, a maciez da pele, e o hálito agradável que escapava por entre seus lábios carnudos e rosados.

— Qual palavra seria adequada pra você dizer? — perguntei, descendo o  nariz levemente pela curvatura do pescoço desnudo.

Confesso que minha vontade era de apertar ela, e até de dar umas boas palmadas por todo esse percalço emocional que ela me fez passar até aqui, mas eu não sentia que poderia ser agressivo com ela tão cedo, eu não queria estragar nossa chance juntos.

— Eu diria... — ela sussurrou, descendo as mãos pelas minhas costas — Hmm  — soltou um suspiro baixo quando deixei um beijo em seu queixo.
— Diria? — insisti, puxando-a para cima.

Finalmente saímos daquela posição inclinada no balcão, e ficamos frente a frente. Ela prendeu as mãos na minha nuca, e eu a segurei pela cintura. Tudo bem que minha vontade era de enfiar a mão em baixo do vestidinho vermelho, mas, como eu disse, não queria ir com pressa e correr o risco de estragar as coisas.

— Eu diria que preciso te beijar pra saber que adjetivo escolher. — ela disse por fim, com um sorrisinho sapeca.

Senti que meu cérebro parou por alguns segundos. Ela não poderia ter dito aquilo, poderia?

Ela passeou os dedos pelos meus cabelos, e fechou os olhos. Minhas mãos suaram tanto, que tive medo de deixa-la escorregar.

Ela me beijou.

É pessoal, passamos por toda essa odisseia, onde eu praticamente persigo a garota, pra no final, ela dar o primeiro beijo.
Primeiro beijo consensual, porque o quase assédio que infringi a ela no dormitório não conta, claro.

No começo, só encostamos nossos lábios. E então ela aprofundou o beijo; Foi estranho, mas incrivelmente bom. Estranho porque, não foi só um beijo, foi sensorial. Eu podia sentir tudo, a textura dos lábios dela, o cheiro do perfume, o som da respiração, o to que da pele...
E foi incrível porque... Foi como se... Como se, finalmente eu entendesse o significado do beijo.
 Houve um encaixe natural, não da pra explicar, parecia que eu já conhecia aquele toque, aquela pele, aqueles lábios... Parecia que nós estávamos nos reencontrando depois de uma viagem enorme, e naquele beijo fluía mais coisas do que poderiam ser listadas.

Eu não sei bem quando minhas mãos saíram da cintura dela, mas Lucy interrompeu o beijo segurando minhas mãos. Que posso fazer? Foi automático, nem percebi.

— Castiel, você vai me deixar pelada. — ela anunciou, se remexendo para segurar minhas mãos.

As mãos criaram vida própria, não é minha culpa.

— Não seria má ideia. — confessei, me inclinando para beija-la novamente.

Pelo suspiro que ela deu, percebi que ela gostou da ideia. Opaa, ponto pra mim! Finalmente! Depois de tanta penúria, eu mereço uma dentro.

Mas como toda felicidade pra mim dura pouco, ela me empurrou com um sorrisinho no rosto.

—  Na cozinha da Li? Não é a proposta mais legal. — ela brincou, escapulindo de mim pelo cantinho.
— Aonde você quer ir mulher? — perguntei, no mesmo tom descontraído — Um hotel cinco estrelas em Istambul é o limite. — completei, passando para andar ao lado dela.

Lucy rolou os olhos.

— Quem sabe você prefere que eu te leve as estrelas? — perguntei, malicioso, fechando ela no corredor entre a cozinha a sala.

Sei que foi um comentário absurdo, mas ela ficou com as bochechas vermelhas.

— Por enquanto, a gente pode ir só até a sala e socializar naturalmente com o pessoal. — ela falou, tentando disfarçar o constrangimento.
— É, mas iai? O pessoal vai estranhar a gente entrando junto. — comentei, passando para o lado dela.

Lucy voltou a andar, e me olhou pelo canto do olho rapidamente.

— Isso é um problema pra você? — ela perguntou, meio na defensiva.

Diabos, mas que temperamental.

— Pra mim? De jeito nenhum. — garanti, tentando manter o bom humor.

Ela continuou o passo, mas me lançou um olhar desconfiado.
Para confirmar oque eu dizia, sobre não ter problemas em aparecer com ela, passei o braço pelos ombros dela e a puxei para perto, de forma que entramos na sala quase abraçados de lado enquanto andávamos.

Ela passou o braço pelas minhas costas e descansou a mão no meu abdome.

Me inclinei um pouco pra baixo e inalei o cheiro de seus cabelos.

— Então, isso é um sim. — afirmei, encostando o queixo no topo da cabeça dela enquanto andava — Estamos namorando. — completei, obviamente.

— É mesmo? — ela perguntou, parecendo querer me provocar.

Algumas pessoas na sala já estavam vendo nossa aproximação; Percebi o burburinho entre elas, então resolvi ir em direção a Rosalya.

— É mesmo! E olha só, você ainda acha meu cabelo legal. — me lembrei oque ela disse antes, tentando descontrair o clima pra ela.
— Acho. — ela concordou com uma risadinha doce, e beliscou minha barriga de leve.

Gostei do jeito que ela riu, aquilo me pareceu certo.
 


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos comentários que venho recebendo até aqui, mas estou trabalhando para terminar a fic antes do previsto.

Agradeço desde já.



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