P.O.V. Lila
Aquilo doía mais em mim do que nele. E eu não devia sentir dor. Não desse jeito.
- V-você vai me deixar? - soluçou ele. Droga, fiz um garoto chorar! Parabéns Lila!
- É o melhor pra você. - o fiapo da minha voz saiu mais baixo do que eu esperava.
- Você é o melhor pra mim! Sempre foi! Sempre vai ser! - falou ele, sem deixar de soluçar.
- A diferença não é de 1 ou 2 anos, e sim de 130! - gritei, me sentindo uma velha por dentro. - E eu te amo demais, pra te machucar.
- Está fazendo isso agora sabia? - ele colocou a mão sobre a camisa, exatamente onde fica o coração. Logo depois segurou ali com força, como se quissesse arrancá-lo.
- Eu te amo... E não queria que fosse assim. - sussurrei, me virando e me preparando para ir embora. Senti uma lágrima cair. Quando me preparei para pular para longe, senti alguém me puxar. Ele me puxar.
Ele colou nossos corpos, selando nossos lábios, senti o veludo da sua pele contra a minha. A sensação que me levava á loucura estava voltando. Mas eu não podia deixar. Não podia ceder.
Separei nossos lábios e ele sussurrou:
- Se você não quer...Não precisa ser assim.
- Mas é perigoso. Você sabe. - murmurei
- Pense. Talvez eu queira correr o risco. - respondeu ele, fechando a minha boca com o indicador. - Talvez eu queira ser assim.
- Não vou deixar! - exclamei, vendo o rumo que tudo tomava
- Se ele pode, eu também! - falou ele, cruzando os braços
- V-você sabe que é diferente! E-eu tinha que ajudar o seu irmão! - respondi, lembrando DAQUELE dia. O dia em que mordi Tom, que na hora tinha sofrido um acidente e morria por falta de sangue. O dia em que o amaldiçoei. - E você sabe que não tem um dia...Que eu não peça desculpa por ter arruinado a sua vida.
- Você não arruinou nada! - retrucou Bill, triste. - Se isso é arruinar, ótimo, arruine a minha também!
- Não vou. Você não sabe como é ruim...Não morrer nunca. - sussurrei, me separando dele. - Como é ruim...Quando você finalmente vê no que se transformou...
Baixei o olhar e sumi dali, indo encontrar Stefy, para me sentir melhor.
- No ser perfeito! É isso que você é! - ouvi ele murmurar ao longe.
'' Quem me dera Bill. Que fosse verdade. Que eu fosse assim...''