CCC Game escrita por Sasazaki Akemi


Capítulo 3
Capítulo Final I: Mente




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Eu acordei normalmente, me sentei na cama e me espreguicei. O sono ainda restava, mas não tinha outra escolha, havia que levantar para me preparar para mais um dia de aula. Me levantei rapidamente da cama e fui para o banheiro, fiz minhas necessidades básicas e sai em direção ao meu quarto novamente para colocar meu uniforme. Me troquei, arrumei meu material e fui tomar meu café da manhã, estava na hora de ir ao colégio, despedi-me de meus pais e sai.

Caminhava normalmente para o colégio, onde cheguei no portão de entrada e tive uma sensação de que estava-me esquecendo de algo, e me esqueci mesmo, havia esquecido de fazer a lição de química. Pedirei a alguém que me ajude a fazer, para entregar a tempo da aula. Cheguei a sala de ciências, notei que todos ali estavam bem, mas... quem eram?

Não conhecia ninguém que estava ali na minha sala, junto a mim. A professora era a mesma, mas a turma era completamente diferente. Claro, eu não me enturmei com eles ainda, já que ainda acabou de começar o ano, é normal.

Passou-se as aulas e chegou a aula de química, por sorte, eu mesma consegui fazer a lição de casa de química, agora a professora não ficará brava comigo. Minha ficha escolar não será afetada, como sempre. Ela deu os vistos e começou a corrigir, logo me pediu:

–Alex, me responda a questão 5.

–Claro – eu respondi normalmente – eu decorei sobre essa matéria com a ajuda da Maya!

–Maya? Uma colega sua do outro colégio?

–Sim, mas... – ué? Ela havia passado no teste de aprovação. Verdade, ela está em outra sala. É só eu ir vê-la após as aulas.

Chegou o fim das aulas, eu corri para procurá-la, mas acabei não a encontrando. Então pensei, vou ligar a ela. Peguei o celular de meu bolso e entrei nos contatos, procurei seu nome, mas não encontrei. Achei estranho, mas eu pensei que havia apagado por engano, sorte que havia decorado seu número. Disquei o número e chamou algumas vezes, até ela atender.

–Maya? Sou eu, Alex!

–Traíra... – escutei ela sussurrando no telefone. Escutei isso bem? Ela me chamou de...

–Maya, o que está dizendo? Estou voltando para casa agora, e você? – quando disse isso, já estava em frente de casa, segurei o celular entre a cabeça e o ombro direito enquanto abria a porta de casa.

–TRAIDORA! SÓ PENSA EM SI MESMO! – ela berrou no telefone, fazendo eu derrubar meu celular, onde eu já havia entrado dentro de casa.

–OLHA SÓ QUEM FALA! EU PEDI QUE CONTINUASSE GRAVANDO! NINGUÉM MANDOU ATENDER MEU TELEFONEMA! – peguei o celular do chão e berrei, minha mãe chegou ao meu encontro espantada, mas eu continuava a gritar. Minha mãe pediu que parasse, então desliguei meu telefonema e fui direto para meu quarto, onde joguei minha mochila e me sentei na beira da cama.

O que foi aquilo? Por que ela me chamou assim? Por que eu gritei com ela? Que gravação? Não lembro de mais nada. Nem lembro direito a última vez que encontrei com ela, a última vez foi... no ginásio... fazendo o jogo do... onde ela estava gravando tudo...

Todas as cenas com ela vieram a minha mente, daquela terça-feira próximo ao horário da saída, no ginásio do colégio. Ela estava apavorada, como todos estavam, como eu estava. Tudo isso aconteceu mesmo? Para mim parece apenas mais um sonho, um pesadelo.

Estava pensativa, até meu celular tocar. Era um número desconhecido, provavelmente seria mais uma daquelas propagandas das operadoras.

–Alô?

–Alex... – a voz do outro lado da linha estava rouca, parecia fraca e era me familiar. Mas de onde?

–Sim, sou eu.

–ALEX! SUA... – a voz dele ficava mais intensa, e parecia que chorava.

–Quem é?

–Por favor... volta... – voltar? para onde? A pessoa implorava, parecia nervosa, mas implorava – por favor... eu não aguento mais... volta...

–Quem é?

–Ry...an... – e escuto ele caindo e logo caindo o telefonema.

–RYAN?! RYAN! – como sou idiota, essa voz era mesmo de Ryan!

Droga! Por isso que sentia me desconfortável! Eu não encontrei Luke me esperando no portão de entrada, Maya não estava ao meu lado, Naomi e Oliver não estavam para me animarem nas aulas, Íris e Sophia não estavam lá para me tirarem a paciência e Ryan não estava lá para me falar que sou fraca. Droga! Como pude ser tão idiota assim?! Eu os deixei esperando esse tempo todo, por um dia todo! Como pude?!

Ryan tentou me ajudar a manter acordada, a me manter viva naquele ginásio morto. Foi ele que mais incentivou eu ficar de pé naquele lugar infernal, eu não vou permitir que eles esperem mais um minuto! O rosto do Ryan de desesperado, eu não lembrei, me esqueci daquela porcaria da cena. Perdi a consciência, mas sei que sai do ginásio, os abandonando lá sozinhos, foi tudo culpa minha, TUDO! Se eu nunca tivesse feito eles jogarem comigo aquele jogo!

Chega! Sai correndo desesperada, nem avisei meus pais para onde eu ia toda apressada. Corria, quase tropeçava em mim mesma, mas não ia deixar mais ninguém sofrer daquele jeito, nunca mais! Estava ficando sem fôlego, mas cheguei a frente do colégio, eram apenas 13h, entrei pedindo permissão as secretários e corri para o ginásio, não importava como entraria naquele lugar trancado, mas entraria de qualquer jeito!

Cheguei em frente ao ginásio, ela estava trancada como antes, mas eu sei como sai e como entrarei de volta, me afastei da porta e corri em direção a ela e a atravessei, como se a porta fosse apenas uma ilusão. Aquele lugar estava escuro, mesmo com o sol lá a fora, estava com o ar de desespero, pavor, angústia, onde dessa vez, isso não ia me afetar.

–Charlie, Charlie, podemos sair? – gritei o mais alto que podia, indo em direção ao centro do ginásio, onde tudo começou, onde Maya, Naomi, Oliver, Luke e Ryan estavam caídos. Como esperado, o cabo se moveu para o "não" – Charlie, Charlie, podemos parar? – e nada.

–Garotinha tola, deixei você viver uma vida normal, mas decide voltar? – dizia a voz.

–Sim! Porque eles são meus amigos e não os abandonarei, nunca mais!

–Amigos? Eles são seus amigos? – logo que ele diz isso, varias vozes ecoavam dentro de minha cabeça. Eram as vozes de todos que estavam naquela quadra, onde apenas diziam coisas ruim de mim, menos cinco pessoas. Sim, eles, as pessoas que eu mais apoiei, que mais me apoiaram.

–Sim, eles são meus amigos e você não fará mais nada com eles! O que tu queres sou eu! Eu trouxe você, eu o chamei para brincar, e não eles!

–Se tu amas tanto eles, prove.

–Não preciso de provas, porque é isso que sinto. É isso que sinto por eles, eu adoro eles, mesmo ficando nervosa com eles. Eu adoro eles, como amigos e como minha família – nesse momento, uma lágrima de meu olho escorre e cai direto ao chão, onde surgiu uma imensa claridade, fazendo eu tapar com as mão para proteger meus olhos.

–Ei Alex, acha mesmo que vai dar certo?

A imensa claridade se foi e apenas escutei Luke perguntando se daria certo. Eu acordei, onde segurava o cabo de vassoura em minha mão em frente onde começou tudo. O que havia acontecido?

–Ei Alex, ande logo com isso – escutei Oliver dizer bem a minha frente – foi você que inventou de fazer isso, agora faz.

–Oliver... Luke... – eu olhei para cada um deles.

–Eu Alex, vai logo.

–Naomi...

–Estou pronta para gravar!

–Maya...!

–Alex, não deixarei que faça isso.

–Ryan! – eu estava tão feliz, tão feliz que eu poderia dar um abraço em cada um deles, mas não farei isso.

–O que houve? Está estranha – comentou Ryan ao se aproximar mais de mim.

–M.mas vocês não lembram? O que...

–Alex, você está louca? – perguntou Naomi.

–Não! Vocês realmente não lembram?!

–Ela está igualzinha como sempre.

–L.U.K.E! – eu sai correndo atrás dele com o cabo de vassoura, onde ele saiu correndo. Mas após algum tempo, nós paramos onde estava todos.

–Vamos colocar todos juntos, então – comentou Oliver segurando o cabo junto comigo.

–Está bem, então – todos concordaram, seguraram todos nós juntos e colocamos a última peça.

–Charlie, Charlie, você está aí? – dissemos todos juntos – Charlie, Charlie, você está aí? Charlie, Charlie, vamos brincar? – passou-se algum tempo como aquela vez, e nada. Até que Ryan chega chutando os cabos que estavam no centro, fazendo todos nós rir. Eu ria como se não tivesse amanhã.

–Ei Alex, que história é essa que você estava falando? Que nós esquecemos algo – perguntou Maya, curiosa.

–Nada não, eu estava apenas imaginando coisas – respondi.

Sim, foi tudo uma questão de imaginação. Minha mente criou aquela situação porque eu estava com mais medo do que mais ninguém, naquele momento, na sala de química. Eu senti a dor que todos sentiram naquele momento, em que estava prestes a provar que não existe. E realmente, não existe. Aprendi a minha lição, sua mente é capaz de tudo para te surpreender.


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Notas finais do capítulo

Já deixarei claro, que não escrevi essa história por causa da popularidade do jogo, nem por eu gostar dessas coisas (eu realmente tenho medo e respeito essas crenças), e sim para mostrar as minhas amigas que estavam desesperadas de medo por causa desse jogo, que é tudo de acordo com sua mente (ou seja, elas imaginaram a caneta se mover sozinha).

Além de que, gostaria de mudar um pouco, apenas drama e romance, alguma hora se cansa.

E por final, obrigada por ter lerem até aqui e até a próxima! *-*



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