Os Guardiões de Típien escrita por Lervitrín8
Notas iniciais do capítulo
Estou apaixonada por esse capítulo! AI MEU DEUS! Queria ter tempo para escrever só essa história HUAHAUHA
Durante a conversa com os demais guardiões, chegamos a nossa nova casa e conhecemos Maya, a garota com quem passaremos algum tempo dividindo moradia. Ela me pareceu ser uma garota bastante simpática e amigável, e espero que o convívio com ela seja bastante agradável. Swane acerta alguns detalhes contratuais com Maya na sala, enquanto eu, Dois e Cinco nos dirigimos para o quarto de casal.
— Temos que evitar ao máximo assuntos sobre Típien perto de Maya – lembro a todos.
— Fica tranquila Sete! – Dois responde, enquanto anda de um lado para o outro.
— E temos que evitar também de ficar nos chamando por números – digo.
— Fica tranquila November! – Dois brinca.
— Se ela nos perguntar sobre os números na nuca? – Cinco questiona.
— É só dizer que combinamos de tatuar o dia do nosso aniversário na nuca – Dois sugere.
— Pode ser – eu digo. – Quanto mais simples for a história, menos brecha a gente dá.
— E em relação a Três e Seis? – Dois lembra. – Ambas estão a menos de 3 horas de avião daqui. Vocês acham que deveríamos nos reunir todos?
— Não sei o porquê, mas sinto que não – Cinco diz.
— De todo modo, Malkina e Três vão acolher Seis e Théo por um tempo – digo.
— A questão é se um Daliperiano as encontra – Dois argumenta. – Nenhuma das duas sabe utilizar suas heranças com eficiência.
— Elas estão com dois tutores – lembro. – O foco delas tem que ser o treino, a partir de agora. Minha real preocupação é com Quatro, que está longe e sozinho e principalmente Oito, que não sabe exatamente nada e não tem um tutor apoiando.
— Posso ir buscar o Oito – Dois sugere e eu considero sua sugestão.
— Não seria uma má ideia – digo.
— Acho que poderíamos esperar ele conversar com o tutor dele primeiro – Cinco opina.
— Sem problemas, mas precisa ser rápido – afirmo.
— Queridos – diz Swane à porta. – Eu e Maya sairemos por alguns minutos. Vamos ao mercado comprar algumas coisas para reabastecer a casa. Se comportem.
— Pode deixar – e aceno com a mão.
— Que nota vocês dão para a tentativa de parecer familiar? – Dois implica.
— Todos aí? – chamo por telepatia. Com o tempo aprendemos a utilizar esse conteúdo com mais facilidade, não sendo mais preciso olhar para o anel. É como se tivesse uma área do cérebro destinada exatamente para isso, no qual conseguimos – pelo menos eu já consigo – acessar com bastante facilidade.
— A Seis e o Théo acabaram de chegar – afirma Três. – Malkina está preparando o quarto de hóspedes para que eles possam ocupar.
— Ótimo! – Clarisse se empolga.
— Estou conversando com Lucky sobre as opções que temos – afirma Quatro.
— O que vocês pensaram? – Ricky pergunta.
— Lucky está pensando em vender algumas pedras sem poderes do meu receptáculo. Ele acredita que conseguirá um valor alto o bastante para comprarmos uma casa para que todos nós pudéssemos residir – Quatro sugere. É uma boa opção, afinal, juntos somos muito mais fortes.
— Não é uma má ideia – Seis afirma.
— Nós estávamos conversando sobre o Oito – digo aos demais. – Ele é o único que não ativou nenhuma herança até o momento, até mesmo porque não teve estímulo algum. Sem falar que ele está sozinho e isso é muito perigoso.
— Sem falar que se os Daliperianos souberem que a proteção não existe mais, ele é um alvo fácil – Três lembra.
— Precisamos tirá-lo de lá – Quatro comenta, mesmo sendo o que está mais longe do Brasil.
— Você consegue falar com ele novamente, Três? – Ricky solicita.
— Claro, consigo sim.
— Então comente que é preciso que ele converse com seu tutor o quanto antes, devido ao grande perigo que ele corre e que se seu tutor se negar a ajudá-lo, nós vamos pegá-lo, nem que eu vá voando até o Brasil e o traga nas costas – Ricky brinca, mas sei que ele está falando sério.
— Certo! Falo com ele hoje mesmo e aviso vocês.
— Ok. Qualquer coisa chamem. Temos que arrumar nossas malas – Clarisse dá fim à conversa.
— Swane em um quarto de solteiro, Ricky em outro, e eu e você juntas, Clarisse? – sugiro.
— Por que eu não posso ficar no quarto com uma de vocês? – Ricky diz sorrindo.
— Pergunte se sua “tia” Swane vai deixar – Clarisse responde, jogando uma almofada em Ricky. Sorrio levemente e começo a arrumar minhas coisas.
— Sinceramente? Não sei pra que arrumar nossas malas, sinto que vamos sair daqui em breve! – Ricky diz, pegando sua mala e indo em direção ao seu quarto.
≥ — ·
Na mesma tarde em que soube de toda a verdade, Louise conversa comigo mais uma vez, ressaltando a importância de eu conversar com Hanks sobre a situação. Sei que preciso tomar essa atitude, mas não sei exatamente como fazer. Prometi a para Louise e Charlie – que também estava na web chat – que faria isso ainda hoje. Irei cumprir.
Meu pai chega em casa por volta das 19:00h e após alguns minutos sobe ao meu quarto, como de costume, para chamar para o jantar. Quando ele bate à porta e abre um pouco, estou sentado em minha cama.
— Preciso falar com você – digo, olhando seriamente.
— Podemos conversar depois do jantar? — ele pergunta.
— Eu gostaria que você agora, é importante.
— Tudo bem – ele entra no meu quarto e senta ao meu lado na cama.
— Não sei muito bem como dizer isso sem ser da forma mais direta possível – começo a tremer involuntariamente. Meu pai é daqueles caras durões, que odeiam ser contrariados ou não ter as coisas sobre controle. Acho que estou fazendo ambas as coisas.
— Prefiro assim – ele diz, me olhando inexpressivamente.
— Eu já sei de onde veio essa cicatriz em minhas costas, de onde é esse número em minha nuca e que seu verdadeiro nome é Thonny – solto tudo de uma vez só. Deixo seu nome por último para ele entender perfeitamente do que eu estou falando.
Seu rosto se mantém frio, mas percebo a tensão em seus ombros e costas, demonstrando desconforto com o assunto.
— Por que você não me contou nada esse tempo todo? – pergunto.
— Como você descobriu? – ele fala pausadamente.
— Acabei encontrando a número Três na internet, ou melhor, ela me encontrou e me explicou tudo sobre Típien. Sua tutora ajudou.
— E os outros?
— Três e Seis estão juntas, assim como Dois, Cinco e Sete. O único que está só sou eu e Quatro.
— A proteção acabou quando?
— Você notou que até o momento somente eu respondi perguntas? Responde, pai, por que você me escondeu isso durante todo esse tempo?
— Para proteger você, Jayden.
— Onde está meu receptáculo? – questiono.
— Você quer pra que?
— Onde ele está? – questiono mais uma vez, apreensivo.
— Está no porão.
— Certo! Vou pegá-lo depois.
— Nina sabe? – a pergunta o pega de surpresa, consigo ver no seu olhar.
— Sim.
— Desde quando?
— Desde sempre.
— Certo – tento organizar meus pensamentos e expor minha situação sem irritá-lo. – Como lhe falei, não existe mais a proteção. Sou o mais exposto ao perigo de todos, pois ainda não sei controlar nenhuma herança e além disso, estou sozinho.
— Você tem a mim, Jayden – ele altera o tom de voz, quase gritando comigo.
— Não acho que juntos conseguiremos eliminar qualquer Daliperiano que se aproxime dessa casa.
— Eles não irão se aproximar, Jayden! – ele berra, pela primeira vez. Nina sobe as escadas depressa e escuto vejo alguns relâmpagos pela janela de casa. Nina entra no meu quarto e nos olha, assustada.
— Como você pode ter tanta certeza? – cuspo as palavras sem pensar, percebendo que os relâmpagos se intensificam à medida que a raiva cresce em mim. De imediato percebo que essa é uma das minhas heranças e tento controlar a situação fora de casa, enquanto lido com a situação dentro.
— Eu fiz um acordo com eles – meu pai confessa.
— Que? – não consigo acreditar no que acabo de ouvir.
— Jayden, você precisa entender que assim como vocês, eles estão espalhados por toda a parte, buscando um modo de aniquilar todos vocês. Procurei os Daliperianos assim que nos estabelecemos em nossa primeira residência e fiz um trato: não ensinaria nada a você e esconderia toda a verdade em troca da sua vida. Eles eliminariam todos os outros sete e como você não teria nenhum conhecimento, não teriam motivos para vir atrás de você.
— E você acreditou nesse papinho, Thonny? – estou enfurecido, me recuso a chamá-lo de pai. – Como é que você deixa para trás a sua real missão aqui?
Não espero sua resposta. Saio do meu quarto correndo em direção ao porão, mas sei que eles estão logo atrás de mim. Corro o mais rápido que posso e chego a tempo de trancar a porta antes que eles impeçam. Louise me mostrou o seu receptáculo, então procuro por algo parecido no meio das diversas caixas que existem ali.
— Abra a porta, Jayden! – escuto meu pai berrar, então esmurra na porta.
Encontro o receptáculo e imediatamente realizo as instruções repassadas por Louise e então consigo abri-lo. Pego o anel que permite a conversa com os demais guardiões e volto a fechar o receptáculo.
— Consegui abrir o receptáculo – digo aos demais.
— Bom garoto! – escuto a voz de Louise em minha mente. – E como foi com ele?
— Estou tentando fugir dele nesse momento, falo com vocês assim que conseguir.
O barulho de meu pai arrombando a porta me traz a realidade. Sem muito pensar, pego meu receptáculo em mãos e – não sei exatamente como – faço todas as luzes da casa apagarem. O porão fica na escuridão total, então, me dirijo para longe de onde o receptáculo estava guardado e o mais próximo da porta possível. Meus olhos se acostumam com a escuridão e consigo enxergar Nina e Thonny caminhando lentamente em direção ao outro lado do porão. Na mesma hora me dirijo silenciosamente até a porta arrombada e então disparo correndo para a rua. Sei que eles notaram que eu sai e provavelmente virão me procurar o quanto antes, por isso, preciso pensar rápido no que fazer. Faço os relâmpagos cessarem e, para minha sorte, as nuvens cobrem as estrelas e a lua no céu. Quando faço todas as luzes da cidade apagarem, tudo fica em um breu imenso. Corro até a praça que não fica muito longe da minha casa e subo em uma das árvores, com um pouco de dificuldade, devido ao receptáculo.
— Preciso de ajuda! – digo.
— Estamos escutando – uma garota diz, mas não sei de quem é a voz. Não é Louise e nem Charlie.
— Apaguei todas as luzes da cidade e fugi de casa. É vergonhoso dizer, mas estou em cima de uma árvore, tentando me esconder de Thonny, que fez um acordo com os Daliperianos, para que matassem todos vocês e me deixassem em paz. Não sei o que fazer ou para onde ir, mas não posso ficar aqui por muito tempo.
— Eu vou pegá-lo! – ouço um rapaz falar, provavelmente Dois, Louise me contou que ele consegue voar.
— Mas isso vai demorar muito! – afirmo.
— Umas quatro horas, talvez – ele responde.
— E se eu pegar um voo para mais próximo de vocês?
— Você está com dinheiro para vir? – a voz de outra menina surge em minha mente.
— Não estou, mas sei quem pode me ajudar! – digo, já descendo da árvore.
≥ — ·
— Olá, com quem eu falo?
— Aqui é Nina, estamos ocupados no momento, você se importa de ligar depois?
— Preciso falar com Thonny, diga que é urgente! Meu nome é Branca.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham curtido. To cheia de ideias para continuar essa trama e matar uns dois guardiões! #todebrinks #ounão
Beijos e até a próxima!