Everyone deserves better escrita por Milla Oliveira


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei que falei que só postaria quinta, mas como não vou conseguir aparecer por aqui no feriado, estou postando logo para vocês.
Aproveitem!
Obs: preparem a insulina! Esse capítulo tá tão meloso que os níveis de glicose irão subir!!



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"Eu tenho você..."

Essa frase assombrou Ultron por uma semana. Ele ficou a analisando de todas as formas possíveis e imagináveis. Era possível que ela realmente venha a tê-lo ou aquilo é só a carência falando mais alto? Ou algo além... a necessidade que os seres humanos têm de se sentirem bem com outro ser humano. Poderia ser tanta coisa. Ele não sabia o que pensar sobre isso. E quando Fernanda chegou na cozinha, descobrir o que estava se passando se tornou segundo plano.

– Bom dia, flor do dia. – ela chegou sorrindo.

– Bom dia.

– Sempre com esse humor, Ultron? Ora, vamos melhorá-lo.

– Bom dia, ser inferior. – Ele rebateu. – Satisfeita?

– Pensei que tínhamos passado dessa fase de quem é superior e inferior. – Fernanda o encarou sentando na mesa junto dele com uma caneca de café na mão.

– Só deixei de lado para te deixar satisfeita.

– Me deixar satisfeita? – Ela inclinou a cabeça indicando confusão.

– Não pense que gosto de você, já disse que isso é impossível para mim, criança.

– Mas se preocupa com meu bem-estar?

– Um pouco. Não é se preocupar exatamente.

– É o quê então?

Fernanda não sabia, mas fez a pergunta chave. Essa diferença que ele sabia que tinha era o quê então?

– Não sei.

– Eu digo o que é... – Ela chega com o corpo perto dele e sussurra – Sentimento.

Ultron ficou olhando incrédulo para ela. Não era possível isso. Essa garota iria acreditar nisso até quando?

Mais tarde, Fernanda havia saído para fazer compras para a casa. Naquele final de semana Vinícius apareceria para eles cozinharem alguma coisa. Ultron não ajudava em nada, apenas observava. Era curioso o modo dos humanos interagirem. Fernanda havia melhorado com o namorado, mas era pouco pelo que Ultron podia perceber. Mas ele se manteve paciente, sabia que, com o tempo, ela ficaria bem. Isso o fez se sentir feliz. Pera, se sentir feliz? O robô balançou a cabeça. Estava se deixando levar pela esperança da garota.

Foi no meio desse devaneio que aconteceu. Ele ouviu um grito e de alguma forma sabia que era o dela. Então não pôde ficar parado. Saiu em direção ao grito e a encontrou cercada por três marginais bem perto da casa deles. Por causa do grito ela havia levado um soco e estava no chão tentando conter o sangramento do seu nariz. Mas aqueles homens não pararam por aí. Começaram a chutá-la e Ultron não pôde esperar por mais nada. Foi correndo em direção aos três e os jogou para o lado, fazendo com que eles batessem no muro da casa em que eles estavam em frente. Se abaixou para pegar as sacolas de comprar jogadas e pegar Fernanda no colo. Deu uma última olhada ameaçadora para eles e se retirou em direção a casa da Fernanda. No meio do caminho sentiu que um tiro lhe atingia. Olhou para trás e o homem ainda estava com a arma em sua direção. Cogitou a ir acabar com eles de uma vez, mas um simples movimento de Fernanda fez com que ele mudasse de ideia: uma careta de dor. Se voltou em direção a casa novamente e foi embora, ignorando tudo e todos.

Já na casa, ele colocou as sacolas em um canto e apoiou o corpo de Fernanda no sofá. Pelo que pôde analisar, nada estava quebrado, então foi na cozinha buscar gelo e subiu para buscar a maleta de primeiros socorros. Quando voltou, se sentou no chão ao lado de Fernanda e começou a cuidar da garota. Pediu que ela tirasse a blusa e ela assim o fez, revelando que as marcas e hematomas já haviam começado a aparecer. “É, isso vai ficar feio” ele pensou. Começou colocando gelo nos hematomas. Sentia o olhar da garota em cima dele, mas o ignorava para completar o trabalho. Passou gel de arnica depois e foi cuidar do rosto dela. Pegou uma bacia com água na cozinha para lavar o sangue que estava ali. Graças a Deus o sangramento havia parado. Ela continuava a olhar para ele com uma expressão que Ultron não pôde reconhecer. Quando terminou de cuidar de Fernanda, ele finalmente fez a pergunta:

– O que houve? – Ele colocou todas as coisas na mesa de centro da sala e voltou sua atenção toda para ela.

– Lembra do que você me disse? Que você foi projetado para salvar o mundo e trazer esperança para as pessoas? – Ele apenas acenou com a cabeça. – Eu senti isso quando te vi.

– Esperança?

– Também. – Ela sorriu – Mas também segurança.

– Segurança?

– Sim, segurança. – Ela respirou fundo, provocando outra careta de dor. – Quando eu te vi eu soube que estaria a salvo. Já parou para pensar no que isso significa, Ultron?

– Talvez...

– Ultron. Você está realmente mudando. Não tão rápido quanto eu gostaria – ela deu um sorriso – mas também não tão devagar quanto você pensa. Me responda honestamente: o que você pensou quando me viu no chão?

– Que eles eram desprezíveis por fazer isso com você. Que eu deveria protegê-la.

– E quando você levou o tiro?

– Que eles mereciam morrer. – Ele fechou os punhos. – Mas você estava muito machucada para eu simplesmente fazer alguma coisa, então os tratei como são: lixo humano.

– Viu? Não tão rápido como eu gostaria. – Ela deu uma risada.

O robô entendeu o que ela quis dizer. Não tão rápido quanto ela gostaria porque, para ela, ele já seria um vingador. Mas também não tão devagar quanto ele achava, afinal teve um ataque súbito de proteção em relação a ela. Ela que estava ali, deitada no sofá atrás dele, o olhando como se quisesse fazer carinho. Isso era sentir? Querer proteger alguém a todo e qualquer custo?

– Fernanda...

– Sim? – Ela abriu um olho para mostrar que estava atenta.

– Sentir... é querer proteger alguém a todo e qualquer custo?

– Não, Ultron. – Ela colocou a mão em seu ombro. – Sentir é geral. Mas isso também mostra que você é capaz de sentir. Mas, isso especificamente, é amor. Quando amamos, nós queremos só o bem para aquela pessoa, e um instinto de proteção nos apodera. Você me ama, Ultron. Assim como ama suas crianças.

Ele absorveu aquelas palavras. Curiosamente, quando ela disse que ele a amava, não houve nenhum sinal de brincadeira, coisa que ela sempre fazia. Ela estava apenas constatando um fato. Ele a amava. Olhou para ela e viu o sorriso cínico. Aí vem a ironia que faltava.

– Oh, Homem-de-Lata, você tem um coração!


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Notas finais do capítulo

E o Ultron tem um coração, minha gente *w*
E aí? Mereço reviews?
Alias, gente, que falta de educação a minha! Bom feriado a vcs! :*



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