More Than That escrita por Reptiliano


Capítulo 13
Logan - The Perfect Fan


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar, mas agora que a faculdade finalmente acabou, poderei escrever como se não houvesse amanhã, ou seja, postarei com mais frequência. Por hora é isso... Espero que gostem do capítulo e boa leitura!



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Alguns meses se passaram desde que voltamos de viagem. Tudo estava – finalmente – voltando aos eixos, ou pelo menos, melhorando. Agora eu estava organizando algumas pastas de velhos arquivos, mas a minha mente estava em casa. O natal estava se aproximando sorrateiramente e não sabíamos ao certo o que fazer e só de lembrar que a única da família que sabia sobre mim e tio Nash era Júlia, eu me estremecia.

Não que isso fosse afetar nossa festa, mas eu tinha um certo receio de tio Nash perder o controle enquanto bêbado, ou de tentar me beijar em algum canto e sermos flagrados por alguém.

Fui despertado, no entanto, de meus pensamentos ao levar um susto com Lisa, que aproximou-se sorrateiramente. Lisa era uma outra estagiária da equipe de Franky. Eu tinha uma leve suspeita de que Lisa estivesse afim de mim, pois vivia me encarando de lado e, no começo, quase saía correndo quando eu falava com ela. Achei melhor não falar sobre isso com ela, por não termos muita intimidade e para não deixar nosso relacionamento profissional estranho.

– Vai acabar me matando uma hora! – Comentei com a mão no peito – O que houve?

– Franky. Ele quer falar com você. Você fez algo de errado?

– Não... Pelo menos não que eu me lembre – Lisa fitou-me curiosa, como se eu estivesse escondendo algo.

– Tá. Tanto faz. Vai lá. Eu termino de arrumar essas pastas aqui. Sou mais rápida de qualquer forma.

Ok. Isso foi estranho.

Tentei não olhar para trás ao sair do cômodo em que estava, mas não resisti. Lisa abaixou a cabeça enquanto suspirava. Eu realmente devia tentar ser um pouco mais gentil com ela.

Seguindo em frente, em direção ao escritório de Franky, percebi vários olhares tortos em minha direção de muitos dos membros da equipe. Eles estavam com raiva, pois eu estava bem desatento à muita coisa e apenas Lisa se prontificava a me ajudar, pois todo o resto estava com medo de eu acabar ferrando com eles. E eu não podia culpá-los. Provavelmente faria o mesmo se fosse o contrário.

Pisquei algumas vezes ao afastar o pensamento. Havia chegado à sala de Franky.

– Você queria me ver? – Perguntei ao aparecer na porta do escritório – Senhor?

– Oi? Logan! Pode entrar... Uh... Fecha a porta, por favor.

Achei estranho Franky pedir para fechar a porta, mas resolvi manter a boca fechada. Já vinha fazendo besteira a um tempo, não queria mais uma na lista.

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntei tentando parecer tranquilo

– Muita coisa aconteceu.

Sentei-me egolindo em seco assim que Franky indicou com a mão.

– O que está acontecendo, Logan? – Eu não respondi. Apenas fitei-o com medo de ali, minha vida acabar e eu ser demitido – Tem algo te incomodando, não tem?

– Sim, senhor. Desculpe.

– Você puxou isso do seu tio – Franky suspirou - Eu não sei o que está acontecendo em sua vida pessoal, Logan, e também não me importo. O que você e Nash fazem é da conta de vocês, mas você precisa amadurecer. A vida não vai ser toda resumida em um drama amoroso. Você tem esses dois lados, precisa aprender a conciliá-los.

– Sim, senhor.

– Não estou dizendo para deixar suas preocupações de lado. Só... Tente focar-se no trabalho, ok? Consegue fazer isso?

– Com certeza! – Falei com firmeza, ou pelo menos, foi o que me pareceu.

– Ótimo... Uh... E como amigo: Como estão as coisas?

– Boas, eu acho – Eu sorri levemente – Tio Nash e eu estamos bem. Julia está se adaptando a nos ver de mãos dadas e coisas do tipo. Provavelmente vamos nos reunir nesse natal.

– Legal. Nash decidiu o que vai fazer quando os amigos chegarem?

– Ele ia dar uma reunião, mas acho que adiaram a viagem. Só depois do feriado de fim de ano.

– E ninguém me falou nada. Merda!

Eu ri comigo mesmo.

– Era só isso que queria falar comigo?

– Não. Na verdade, eu preciso saber de algo, tanto como amigo quanto como seu superior. Lisa e você...

– Oh! Não. Somos apenas amigos. Eu não tenho interesse nela.

– Mas ela tem em você.

– Com todo o respeito, mas espero que esteja errado.

– Eu também – Franky disse rindo

Após a conversa estranha com Franky, passei o dia todo reparando no comportamento de Lisa. De fato, ela parecia ter desenvolvido algum interesse por mim e aquilo estava começando a ficar desconfortável. O problema é que as coisas estavam ruins e apenas Lisa me tratava bem. Eu só não queria falar com ela sobre isso.

Feliz ou infelizmente, quando meu turno acabou, tive que ir para a faculdade. Era o último dia de aula antes de sermos liberados para os feriados de fim de ano e isso me fez esquecer um pouco o assunto sobre Lisa.

Porém, assim que os resultados das aprovações foram entregados, fui até a cantina conversar com Hannah e contei à ela sobre essa história toda. Nós dois ficamos conversando enquanto matavamos nossa temporária fome.

– Do jeito que você fala, ela parece a fã perfeita.

– Por que você acha isso?

– Porque ela não deixa que isso interfira no trabalho de vocês. Ou melhor: na relação de vocês.

– Mas ela não diz nada e, sem querer deixou transparecer que tem sentimentos por mim. Isso tornou o ambiente de trabalho estranho. Até meu chefe/amigo já percebeu.

– Por que você não fala com ela? É melhor do que ver você enlouquecendo.

– Eu podia, mas...

– Você gosta dela? – Hannah me encarou

– Não como garota.

– Você fez sentido nenhum agora. Sabe disso, né!? – Hannah sorriu, porém começou a fitar-me com curiosidade. Aparentemente ela entendeu o que eu quis dizer – Espera um minuto! Você está me dizendo que curte beijar rapazes?

– É complicado.

– Não, não é. Ou você gosta ou não.

– Eu passei a minha vida inteira gostando de garotas e de repente eu me vejo gostando de um homem. Então sim. É complicado.

– Não, não é – Hannah dizia essas palavras com uma tranquilidade assustadora, assim como o sorisso que carregava no rosto naquele momento – Aposto que em um momento ou dois na sua vida, desde criança, você deve ter olhado para um menino ou outro. – Eu assenti um pouco envergonhado. Eu admito que isso já havia acontecido, uma ou duas vezes de fato. Mas isso prova nada. Grande parte dos héteros olham para outros héteros. É mais uma questão de curiosidade do que de vontade de ter algum tipo de relação – Meu ponto é... – Hannah, no entanto, continuou – É a coisa mais comum do mundo um homem crescer tendo relações com mulheres e de repente descobrir que gosta de fica com garotos. O nome disso é bissexualidade... Eu acho.

– Ainda é complicado.

– Eu tenho essa teoria doida de que nenhum homem ou mulher e cem por cento hétero ou homossexual. É claro que há casos extremos, como um homem que conheço, mas mesmo ele... Eu acredito que pessoas heterossexuais sentem uma pequena atração por algumas pessoas do mesmo sexo. Não é tão forte quanto um homossexual sentiria. – Hannah suspirou – Foi o máximo que consegui pensar para remover os rótulos. Odeio o fato de termos que nos encaixar em alguma categoria. Se você ama alguém, lute pelo amor de vocês. Independente do sexo. É simples.

– Meu caso ainda é complicado.

– Por que? Por acaso está gostando de algum membro da sua família? – Hannah revirou os olhos e tomou um pouco de seu suco. Em meu silêncio eu continuei fitando-a, imaginando o que ela diria caso soubesse – Espera um pouco... – Merda – Você está gostando de alguém da sua família?

Tudo o que eu disse foi nada. Não que fosse preciso, visto que meu rosto tratou de corar em resposta, mas eu estava com vergonha. Não por namorar um homem ou por esse homem ser meu tio. Mas desde que conheci Hannah e seus amigos, achei seu grupo estranho e tentei manter mais distância quando descobri que Edward estava envolvido com drogas. Aquela minha hipocrisia me matou naquele momento.

– É a primeira vez que vejo um caso de incesto. – Hannah disse com uma alegria que me assustava – Quantas pessoas sabem disso?

– Quatro. Mas uma delas não estava cem por cento “ok” com tudo isso e a outra não está acostumada com as coisas estranhas do mundo.

– Não somos estranhos!

– Não foi o que eu quis dizer. Desculpe. Mas é que para pessoas como ela, essas coisas são estranhas.

– Entendo.

– O que é realmente estranho para mim é que todas as pessoas que sabem até agora não piraram. Eles não deveriam estar cortando relações à essa altura?

– Provavelmente, mas se eles não fizeram isso é porque gostam de vocês. É porque não querem perder vocês. Eles podem até se sentirem estranhos e tudo mais, mas acima de todos esses sentimentos de repulsa, eles gostam de vocês.

– Sim, eles gostam.

Meu celular começou a tocar, despertando-nos da conversa. Enquanto isso, teteei o interior da mochila na tentativa de encontra-lo às cegas. Felizmente não demorou muito. Olhei no visor para saber quem era e, pela cara de Hannah, eu devo ter sorrido.

– Olá, tio.

– Hei. Onde você está? Estou aqui na porta da sua faculdade.

– Uh... Eu estou na cantina. Você poderia vir aqui um minuto para eu te mostrar uma coisa?

– Estou um pouco cansado. Não podemos simplesmente ir para a casa para eu te encher de beijos?

– Você vai gostar. Por favor!

– Ok. Quanto mais cedo eu for aí, mais cedo voltamos para a casa.

– Estou te esperando aqui.

Desliguei o telefone sem dar a chance de ele responder algo.

– Então é o seu tio? – Hannah perguntou sorrindo

– Você gostaria de conhece-lo?

Hannah, no entanto, não respondeu. Assim como eu ficou surpresa com a chegada de Edward. Este havia tocado meu ombro, dando-me um grande susto. Era como se tivesse aparecido do nada.

Chegou com um enorme sorriso no rosto e estava muito bem arrumado, como se seu objetivo fosse chamar atenção de alguém. Edward e eu apertamos as mãos, mas ele me abraçou inesperadamente e – acredito que seja paranoia minha, mas – seu rosto passou perto demais do meu, ou melhor, sua boca passou perto demais da minha.

– Como estão? – Ele perguntou ao terminar de me abraçar.

– Bem... Na verdade, fico feliz que você tenha vindo. Eu queria mostrar algo para você.

– Que coincidência, eu queria falar com você também. Podemos ir para algum lugar mais... quieto?

– Ainda estou aqui, galera! – Disse Hannah acenando para Edward.

– Hei. Desculpe. – Edward abraçou Hannah, também inesperadamente. Havia algo de estranho nele – Então? Podemos? – Ele voltou-se para mim.

– Sinto muito, Ed. Tenho um compromisso agora. O que eu tenho para mostrar é rápido.

– Bom, o que eu tenho para dizer não é rápido, mas pode esperar. Eu falo com você outra hora então, pode ser?

Eu não respondi. Estava encarando meu tio que parecia um pouco desorientado procurando pela cantina. Levantei a mão e acenei, na esperança que ele me visse. Não demorou muito para ele me notar.

Assim como Edward, tio Nash estava arrumado e, ao que me pareceu, tentou disfarçar o desgosto pela presença de Edward.

– Olá. O que houve? – Ele disse rispidamente, parecendo envergonhado.

– Eu queria te apresentar à Hannah. O Edward você já conhece.

– Olá. – Hannah levantou-se e cumprimentou meu tio, assim como Edward.

– Aconteceu alguma coisa?

Eu ri. Não me contive. Ele parecia mais um pai preocupado do que outra coisa. Resovi tirar vantagem da situação e me levantei fazendo suspense, encarando-o nos olhos. Meus passos até seu corpo foram lentos, o que apenas contribuiu para o nervosismo dele.

– Logan...

– “O que aconteceu?” Você aconteceu.

Eu o beijei com vontade e paixão, mas ele logo tratou de nos separar para sussurar para mim:

– Do que se trata isso?

– Está tudo bem.

E eu o beijei novamente. Desta vez ele não me interrompeu, mas senti que ele estava realmente desconfortável com tudo aquilo, então eu resolvi parar.

– Hannah... Edward. Este é o meu namorado.

Edward não demonstrou muito entusiasmo e eu não o culpo, afinal ele era hétero – eu acho – enquanto Hannah.... Parecia que ia explodir de alegria. Tio Nash sorriu ao perceber que o máximo que conseguimos foram olhares curiosos em nossa direção.

– Vejo vocês por aí – Falei ao segurar na mão do meu tio – Feliz natal!

Durante todo o trajeto, ao voltar para casa, tio Nash disse nada sobre o ocorrido no campus da faculdade, ao invés disso, comentou sobre como foi passar o dia sem a minha presença.

Aproveitei para contar sobre o desastroso mês como funcionário do Franky e, só quando estávamos na porta de casa é que pude comentar sobre Lisa. Tio Nash não pareceu surpreso, pelo contrário, pareceu se divertir com essa ideia e ainda fez piadas do tipo “vou lá conhecer essa tal de Lisa e ver se ela é homem suficiente para me encarar”.

Ao saírmos do carro, levei um leve susto – dia cheios de susto, né? – com as luzes de natal que rodeavam a casa. Tio Nash se aproximou sorrindo. “Lindo”, foi o que consegui dizer.

– Achei que podíamos trazer algo da nossa viagem, após Julia descobrir sobre nós.

– Você achou certo. Só que... pensei que iríamos decorar a casa agora.

– Bom, eu ainda não decorei lá dentro. Você pode me ajudar, se quiser.

Nós dois entramos e, por estar frio, resolvemos tomar um chocolate quente. Enquanto fui preparar nosso chocolate, tio Nash foi pegar os enfeites de natal.

Como já era de noite e estávamos cansados, resolvemos decorar apenas a sala, que era onde as visitas geralmente ficavam. No mais, colocamos um enfeite ou outro em outros cômodos também.

Não sei porque, mas tio Nash pôs na cabeça que tinha que mudar as cortinas para a cor vermelha e não ficou satisfeito enquanto não subiu em uma escada. Mesmo sendo contra, eu o ajudei. Não queria que ele caísse e se machucasse, porém, o que aconteceu foi bem melhor.

Ao terminar de colocar as cortinas vermelhas, tio Nash desceu da escada, mas pisou de mal jeito no penúltimo degrau e acabou caindo em cima de mim. Ficamos rindo por longos segundos, com o corpo dele sobre o meu.

Quando o ar nos faltou, fitamo-nos ofegantes por rir demais. Ele se aproximou e me beijou demoradamente, de um jeito apaixonado e romântico que só ele sabia fazer. Seus lábios tocavam os meus de forma voraz e logo, uma das mãos que usava para apoiar-se no tapete deslizou sobre minha camisa.

Eu o queria naquele momento, portanto não podia “dar para trás” agora. Teteei-o nas costas até poder segurar sua nuca de leve, como se nossas bocas jamais pudessem se separar.

Enquanto buscávamos ar, tio Nash empurrou a escada para o lado de modo que pudéssemos obter mais espaço ali naquele canto, próximo à janela e eu tirava a minha camisa. Quando ele se voltou para mim, tratei de tirar a dele também.

Aos beijos e carinhos, nos ajeitamos sob o tapete. Seu corpo grande, musculoso e quente sobre o meu. Nossas pernas enroscadas umas às outras. Nossos braços envoltos do corpo do outro. Nossas bocas coladas através de nossas línguas que dançavam harmoniosamente.

Tio Nash começou a descer com os beijos através do pescoço – onde me dava muitos arrepios – e depois continuou a descer através do meu peito e do meu abdômen. Enquanto me beijava, tio Nash tirou o cinto da minha calça e, antes de continuar, fitou-me sorrindo maliciosamente. Eu não me contive e sorri de volta, para que então nós pudéssemos nos amar ali mesmo.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês no natal com o próximo capítulo. Dúvidas, sugestões e críticas? Fique à vontade! Seu feedback só ajuda no desenvolvimento da história! ^-^



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