More Than That escrita por Reptiliano


Capítulo 11
Nash - Lights On (Parte II)


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, sinto que devo desculpas à todos, pela demora por um capítulo novo, mas aqui estou eu, vivo (por enquanto) e postando mais um pouco desse drama lindo e que eu amo.
Para quem não sabe, eu comecei a publicar alguns jornais no meu perfil do Social Spirit que eu chamo de "comentários do autor", pra quem gosta de compartilhar ideias com o autor (eu kkkk -q) e acompanhar a parte da criação e evolução da história. Dessa história vai ser a partir deste capítulo e daí por diante.
Por hora é só. Boa leitura!



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Os dias se passaram desde que Julia e Marcus haviam me visitado. Durante esse tempo, eu pesquisei lugares onde nós quatro iríamos passar o fim de semana. Eu mantive surpresa para todos, adiantando apenas de que precisaríamos nos agasalhar. Muito.

Estava um pouco desconfortável viajar com o ferimento, agora quase curado graças aos médicos e aos cuidados de Logan, e era justamente por isso que Marcus estava no comando do carro – seguindo minhas instruções, claro.

Durante a semana, Logan e eu tentamos pensar no que fazer com as desconfianças de Julia e Josh, mas a conversa sempre terminava voltando ao mesmo ponto: Deixar que descubram a verdade ou contar à eles. O meu plano inicial era esperar mais algum tempo para podermos viver sem que nos fosse ditadas as regras da sociedade. Logan era contra, pois já era adulto, então não via o porquê de ficarem cuidado de sua vida, mas ainda assim ele respeitou. Além disso, nos dava tempo para termos certeza de que era o que realmente queríamos. À essa altura eu já tinha certeza de que o amava e acredito que o sentimento fosse recíproco.

– Ainda falta muito? – Perguntou Julia, do banco da frente ao lado de Marcus, que dirigia atentamente – Essa subida sem fim cheia de curvas está me deixando um pouco enjoada.

– Acho que tem uma bolsa aqui em algum lugar ou um remédio – Respondeu Marcus, ciente de que ela não havia falado com ele.

Eu e Logan nos olhamos, rindo da situação. Estava claro que Marcus sentia algo por Julia. Já tinhamos conversado sobre isso antes e foi durante essa conversa que Logan me pediu para deixar os dois um pouco mais juntos. Mesmo um pouco relutante e desconfiado das verdadeiras intenções de Logan, resolvi deixar. Todas as vezes em que os dois se interagiam – mesmo da forma mais inocente possível – Logan e eu já podíamos imaginá-los namorando.

Como pai eu não via nenhum problema. Marcus parecia ser um bom rapaz e pelo que Julia e ele apresentavam, os dois eram bons amigos e de longa data. Além disso, Conversei com a mãe de Julia pelo telefone e ela havia dito que não via problema nisso também.

– Tio... Você tem certeza de que não quer parar em algum lugar? Deve ter algum motel por perto onde possamos passar esse fim de tarde para você descançar.

– Não, Logan. Obrigado. Eu estou bem. Meu peito dói quando faço muita força, estou bem.

– Que bom... E dizer aonde vamos, você também não quer?

– Vai estragar a surpresa!

– Acho que sei aonde vamos, Logan – Julia comentou

– Sabe nada! – Retruquei brincando, porém realmente acreditando/esperando que ela não soubesse. Era para ser uma surpresa, poxa.

– UMA ESTAÇÃO DE ESQUI!?

Logan e Julia ficaram eufóricos quando chegamos. Lembro-me de minha irmã contando histórias de Logan quando era criança, onde este mentalmente transformava a sala num Monte Everest.

Quando descemos do carro, Julia abraçou-me com força. Senti uma dor enorme no peito, onde o ferimento ainda cicatrizava-se, porém não me importava. Eu estava com minha filha e meu sobrinho. Até mesmo a presença de Marcus naquele momento tornou-se importante. Era bom estar com eles.

Assim que Julia soltou-me, ao lembrar que havia um ferimento cicatrizando em meu peito, procurei pelo olhar de Logan, do outro lado do carro. Este sorriu vagamente para mim e então foi em direção ao hotel carregando a sua e a minha bagagem. Eu queria abraçá-lo e beijá-lo assim que Julia terminou de me abraçar. Queria perguntar o que ele havia achado da surpresa, queria agir como seu companheiro, mas não podia. Não pelas pessoas que estavam à nossa volta, mas por Julia – suspirei – Precisávamos encontrar uma solução logo.

Rapidamente demos entrada e fomos para nossos quartos. Julia estranhou muito quando revelei que Logan dormiria no mesmo quarto que eu, o que me surpreendeu. Acima de tudo ele era meu sobrinho... Dei a desculpa de que Logan já estava morando comigo há meses, portanto, já estava mais à vontade para dormir com ele. Além disso, seria uma boa oportunidade para que Marcus e Julia ficassem mais íntimos. Meu instinto de pai não curtiu muito essa ideia, mas Logan sabia me persuadir muito bem.

Fui com Logan para nosso quarto deixar nossas coisas, pois sairíamos para passear em alguns minutos. Tranquei a porta só por precaução e me virei para Logan. Ele estava colocando as malas no chão ao lado do armário que havia no quarto, quando eu o abracei dando-lhe um susto.

Mesmo não olhando-o nos olhos, sabia que ele estava sorrindo e por isso o abracei ainda mais forte, sem me importar com ferimento. Doía muito mais não tê-lo em meus braços.

Logan deitou sua cabeça em meu ombro e nossos rostos se encostaram ficamos assim por alguns segundos, mas que parecia ter durado um dia, até que Logan virou-se e me envolveu com seus braços, dando a volta em meu pescoço.

Eu o beijei lenta e demoradamente. Nossos lábios tocaram-se numa suavidade que eu jamais havia provado, apenas intensificando aquele momento. Nossas línguas se entrelaçavam como se estivessem numa dança e, quando separavam-se por menos de segundos devido à nossa necessidade de ar, logo se encontravam novamente.

Pressionei o corpo de Logan contra o meu, podendo sentir seu coração acelerado, batendo junto ao meu. Minhas mãos desceram à sua cintura e logo começaram a tirar sua camisa.

– O que você está fazendo? – Logan perguntou ofegante

Eu não respondi. Não queria conversar. Queria aquela boca novamente. O quanto antes... Tirei minha camisa e voltei a beijá-lo, porém, toda a calma e tranquilidade me abandonaram e deixaram no lugar outro Nash. Um Nash faminto como um...

Tio, isso está muito estranho. Por favor, não use metáforas do tipo.

Você está estragando o momento, Logan!

Desculpa. Só não...

Deixa eu ser feliz!

Enfim... Puxei Logan pela cintura e pressionei nossos corpos novamente, beijando-o de modo voraz, até ficarmos sem ar. Ainda assim, em nossa pausa não separamos nossos corpos, mas encostamos um rosto no outro, podendo sentir a ofegante respiração de Logan e ele, a minha.

– Eu quero você – falei, finalmente respondendo à pergunta, mas Logan não teve tempo de dizer nada.

Eu o abracei enquanto minha língua invadia sua boca. Entre os beijos, conduzi Logan até a cama, onde eu o deitei gentilmente. Deitei-me sobre seu corpo, enquanto abria sua calça jeans sem separar-me de sua boca.

De repente, Logan pôs suas mãos em meu peito e me afastou para o lado, pedindo para parar.

– O que foi? – Perguntei um pouco assustado

– Eu não... – Logan ajeitou-se do meu lado e passou a mão gentilmente sobre meu peito e a parou justamente onde estava a cicatriz. Ele fitou-me nos olhos de um jeito triste – Eu não posso.

– Como assim você não pode? Ficou maluco?

Logan não respondeu, apenas suspirou profundamente enquanto encarava a cicatriz em meu peito nu. Eu olhei do ferimento para ele, completamente perplexo.

– Você está brincando, não é? – Eu não conseguia acreditar – Eu estou ótimo.

– Eu sei, tio, mas... – Logan ajeitou-se sentado na cama e eu o acompanhei para que pudesse olhar em seus olhos enquanto conversávamos – Eu estou tentando fazer as coisas certas e... não me parece certo isso.

– Logan, pelo amor de Deus... Me diga que você está brincando.

– Era para ser eu!

– Ah! Logan!

– Isso não está certo, tio!

– O certo nas nossas vidas é relativo. Você ainda não percebeu isso? – Levei minha mão até seu rosto, acariciando-o – Alguns meses atrás eu me sentia estranho e sujo por estar transando com meu sobrinho. Hoje em dia eu percebo que não consigo mais viver sem você. Se fosse você, como acha que eu estaria me sentindo? Da mesma forma que se sente neste exato momento!

– Mas e se eu estiver sobre você e de repente o ferimento abrir ou houver alguma complicação e...

– Logan, acalme-se! – Puxei seu rosto e colei ao meu, do modo que estivemos momentos atrás. Sua respiração era forte e acelerada. Seus lábios quase tocavam os meus enquanto eu prosseguia – Eu conversei com o médico. Ele disse que se não fosse muito... selvagem, não teria problema.

Logan não pôde conter-se e riu, fazendo seus lábios tocarem os meus por um ínfame segundo. Pelo menos eu havia feito-o rir. O que começou a me tranquilizar.

– Duvido que ele tenha dito isso – Ele retrucou ainda sorrindo.

– Mas disse – Eu também ri e logo dei-lhe um breve selinho – Eu te amo, Logan.

Desta vez, para a minha felicidade e surpresa, Logan me beijou. Demoradamente e, aos poucos, envolvendo sua lígua sobre a minha enquanto acariciava-me no rosto.

– Eu te amo – Ele disse levemente ofegante.

As mãos de Logan percorreram meu corpo, do rosto à minha cintura enquanto nos beijávamos e deitávamos.

O que à momentos atrás eu fazia sozinho, agora fazíamos juntos: pressionando nossos corpos ao sermos levados por nossos desejos. Logan começou a abrir minha calça e a movê-la para baixo desajeitadamente, pois não queria separar sua boca da minha, o que acabou tornando a cena um pouco engraçada.

O que não foi engraçado naquele momento, foram as batidas na porta do quarto.

– Pai! Você está pronto?

Mesmo adorando o fato de Julia ter me chamado de pai, não gostei de ter sido interrompido, Logan então...

Enquanto meu sobrinho ria da situação e abotoava sua calça, ajeitei minha calça também e fui atender à porta. Suspirei profundamente antes de abrir e falar com Julia.

– Oi. Só queria saber se já podemos ir. – Ela falou sorrindo. Tinha o sorriso da mãe e o timming do pai. Apareceu na hora H! – Eu e Marcus estamos prontos, então...

– Uh... É. Estou. Vou só colocar uma roupa de frio e já volto.

– Melhor mesmo. Se sair por aí sem camisa vai congelar! – Julia fitou-me sorrindo e só agora percebendo que eu estava sem camisa num local frio – Por que você está sem camisa com um frio desses?

– B-bom é... É que... Eu... Uh... Estava tomando banho.

– Aham... – Ela disse sem saber ao certo como reagir – Quando vocês estiverem prontos, nos chamem, pode ser?

– Claro!

– Tudo bem, então...

Julia virou-se e voltou para o quarto. Pude perceber que ela estava de fato estranhando o momento, mas não fez perguntas, o que no momento foi bom.

Fechei a porta e a tranquei novamente. Virei-me sorrindo maliciosamente para Logan, que sorria do mesmo jeito de volta. Eu fui até ele e o abracei após dar-lhe um selinho.

– Agora seremos só nós dois – Falei – Finalmente!

– Não! – Logan empurrou-me gentilmente enquanto sorria – Eu vou te recompensar mais tarde, mas ela é sua filha. Você acabou de conhecê-la. Não estrague isso por uma “rapidinha”.

– Odeio quando você está certo.

– Eu também, às vezes. Vamos nos trocar e à noite nos entendemos.

– Tudo bem, né! Fazer o quê!?

Me certifiquei de estar bem agasalhado, pois sou do tipo de pessoa que sente muito frio. Após, eu e Logan chamamos por Marcus e Julia e então fomos passear.

Primeiramente, passamos na lanchonete para comer algo quente e organizar o passeio. Ainda ficaríamos lá por mais dois dias então poderíamos aproveitar bastante. Julia e eu estávamos animados para esquiar e patinar no gelo, porém Logan e Marcus curtiam mais a ideia de começarem a praticar snowboard. Desajeitado como eram, iriam acabar quebrando uma perna.

Como havíamos chegado, num finalzinho de tarde, não pudemos aproveitar muitas coisas, então deixamos para passear no dia seguinte. Naquela noite, haveria um show de uma cantora famosa e Julia queria muito ir, porém Marcus e eu não estávamos muito animados para assistir um show, então resolvemos todos patinar no gelo.

Julia e Marcus se entrosavam bem. Marcus era um tanto desengonçado sobre os patins, assim como Logan, que quase sempre caía. Eu me divertia ao ficar implicando com Logan, pois não só o deixava nervoso, como Julia poderia ver que nosso relacionamento era apenas de um tio e um sobrinho se divertindo juntos (o que depois me deixou um pouco triste. Não estava muito animado para mentir para minha nova filha e nem um pouco afim de desistir de Logan).

Após patinarmos, fomos jantar para voltar aos nossos aposentos. O primeiro dia não foi tão empolgante quanto achei que seria e chegar no fim do dia não ajudou em nada.

Logan e Eu acompanhamos Marcus e Julia até o corredor onde ficavam nossos quartos, mas assim que os dois entraram, eu peguei Logan pela mão e o levei até o lado de fora dos aposentos.

Os aposentos em que dormiríamos, ficava na base de um morro. Eu e Logan caminhamos bem devagar até o topo deste. Terminamos a caminhada com as pernas doendo e a respiração ofegante, mas que valeu apena no instante que Logan sorriu.

– Imaginei que você fosse gostar – Comentei enquanto fitava-o sorrindo tanto quanto ele – Eu senti que precisava te compensar de alguma forma.

– É lindo!

As luzes de toda a estação que ia abaixo do monte estavam acessas, como luzes natalinas, vagalumes ou até mesmo estrelas. Era uma vista linda.

– Obrigado, tio Nash.

– Vem... Vamos pegar um trenó para terminar o que começamos hoje cedo – Falei enquanto sorria maliciosamente.

Pegamos um trenó que ficava disponível para locações na área superior da estação e decemos de volta aos dormitórios. Passamos pelo corredor de mãos dadas e risinhos abafados, como um jovem casal de estudantes.

Logan entrou no quarto, já removendo toda a roupa, sem se importar com alguém passando pelo corredor. Eu fui logo atrás, porém esperei fechar a porta para começar a despir-me. O que me chamou atenção foi que no último instante ao fechar a porta do meu quarto, a porta do quarto de Julia apresentava uma pequena abertura, que fechou-se quase simultaneamente à minha. Imaginei que fosse o vento, ou que Julia e Marcus tivessem esquecido de fecharem a porta então nem liguei muito para isso (mesmo me preocupando com o fato de que um deles possa ter visto ou ouvido alguma coisa).

A visão de Logan totalmente nu indo em direção ao banheiro, limpou todo e qualquer pensamento puro de meu cérebro.

– Você não vem? – Ele disse já no banheiro – Estava pensando em dividir a banheira com você.

Eu não conseguia mais pensar em palavras, então tudo o que fiz, foi sorrir comigo mesmo.


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Notas finais do capítulo

Isso é tudo, pessoal! :D
Espero que tenham gostado. E até o próximo capítulo!!
Sugestões, críticas e reclamações? Comente ou mande uma mensagem! Seu feedback é importante para o desenvolvimento da história.