– THALIA!ANNABETH! EU CONSEGUI! – Piper gritou para a tela do notebook que mostrava a face das melhores amigas.

– Não grita sua vaca! – Disse Thalia cortando o barato da morena.

– Fala Piper, o que foi? – Disse Annabeth curiosa.

– Nós vamos pra Nova York! – As três gritaram diante da afirmação de Piper. Até que ela as interrompe.

– Espera, tem mais, minha mãe comprou uma casa, mas tem um problema.

– O que? – Disse Annabeth.

–Não vamos ser só nós três lá, minha mãe negociou com o vendedor, mas ele disse que era isso ou nada, então serão nós e mais três pessoas.

– Não sabe ao menos quem são? – Thalia perguntou.

– Ele não disse nem se eram garotos ou garotas!

– Deuses, eu preciso arrumar minhas malas.

– Eu já arrumei pro caso de irmos. – Disse Annabeth feliz.

– Minha mãe quer arrumar minha mala, - Disse Piper bufando. – mas se eu deixar vai ser tudo cor-de-rosa ou extremamente curto, ou ambos.

– Quando nós vamos? – Perguntou Thalia.

–Sábado. – Respondeu Piper sorrindo. Annabeth arregalou os olhos.

–Piper, hoje é quinta!

– Por Zeus, eu tenho que arrumar minhas coisas, tchau. – Disse a morena dos olhos azuis.

– Eu também vou, tenho que arrumar minhas coisas antes que minha mãe dê um jeito de fazer isso por mim, tchau dears. – Disse Piper mandando um beijo ás amigas do outro lado da tela.

– Tchau, Pipes. – Respondeu Annabeth.

– Tchau, Pocahontas. – Disse Thalia desligando antes que a outra protestasse.

Thalia levantou da cama depositando o notebook sobre a mesma, caminhou até o guarda-roupa, sobre o qual estava a mala. Ela xingou em voz baixa, se odiava por ser tão baixinha. Ela relutava em chamar o irmão, mas seria preciso, ou isso ou ela subia na cama e se arriscava a quebrar o pescoço. Para ser justa, Thalia só estava com preguiça de subir na cama.

– JASON!

Em cerca de um minuto o irmão mais novo apareceu à porta de seu quarto, o que era muito para alguém que dormia no quarto ao lado, e ela obviamente iria cobrar.

– O que foi Thalia?

– Onde estava? – Disse Thalia encarando-o com raiva. – Eu lhe chamei a um bom tempo.

Jason revirou os olhos por trás dos óculos.

– Estava ocupado, o que você quer?

– Pega pra mim? – Disse a morena apontando a mala sobre o guarda-roupa com uma cara inocente, e sim, ela era mais baixa que o irmão mais novo, por apenas alguns centímetros, mas era.

– Acho que o pai deixou você se mudar, afinal. – Falou Jason.

– E você? Ele deixou? – Perguntou Thalia. Os dois queriam se mudar, mas por motivos óbvios, não iriam para o mesmo lugar.

– Sim. E você não vai mesmo me contar pra onde vai se mudar. – Disse colocando a mala sobre a cama, sentando-se ao lado dela.

– Eu conto... – Disse Thalia já vendo os olhos azuis do irmão brilhar de expectativa... Que morreu assim que terminou a frase. – Assim que me contar para onde você vai.

Ela e o irmão haviam feito um acordo: nenhum dos dois falaria para o outro para onde iria se mudar para um não seguir o outro – ou como Thalia descreveria: para Jason ao correr atrás dela com cidade da irmã.

Jason revirou os olhos novamente.

– Ok então, maninha, tenho que terminar de arrumar minha mala. – Disse o loiro saindo do quarto a tempo de ouvir a menina gritar atrás dele:

– NÃO ME CHAME DE MANINHA!

A morena ouviu Jason rir no corredor, mas decidiu ignorar. Abriu a mala preta sobre a cama jogando roupas aleatórias dentro dela, dobrando apenas as camisetas de bandas, como Green Day, The Pretty Reckless entre outros.

Com certeza teria de sentar sobre ela para fechar, mas tudo bem. Ela estava indo para Nova York.

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– Mãe!Eu vou pra Nova York!

Annabeth entrou gritando na cozinha vestida apenas com um grande moletom cinza que batia no meio de suas coxas com o símbolo da escola de Hogwarts. Atena sorriu desviando sua atenção do espaguete para abraçar a filha.

– Parabéns, querida.

– Oh, - Disse Annabeth soltando a mãe. – meus livros...

– Eu mando tudo semana que vem pra lá, Afrodite me avisou ontem.

– Eu te amo. – A loira deu um beijo estalado na bochecha da mãe. – Já vou empacotar tudo.

A garota subiu as escadas de dois em dois degraus em direção ao quarto, mas não antes de ouvir o grito da mãe:

– Coloque uma calça, garota!

– Não! – Gritou de volta risonha.

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Piper arrastava a enorme mala – a única que não era rosa – para fora do closet, jogou-a em cima da cama e voltou ao closet para selecionar as roupas que queria levar – muitas blusas largas e coloridas, muitas jeans, shorts e o básico.

– Acho que está bom – A morena parou a frente da mala já com todas as suas roupas. – Agora só falta conseguir fechar.

Depois de muito tentar, ela sentou em cima da mala, finalmente conseguiu. E nesse momento sua mão invadiu o quarto. Com uma mala gigante. Cor de rosa. Gritando:

– Arrumei sua mala!

– Mãe, eu já arrumei. – A morena mal terminou de falar e Afrodite colocou as mãos na cintura e voltou a gritar:

– O QUÊ?!

– Eu arrumei minha mala. – Repetiu pausada e calmamente para a loira irritada a sua frente enquanto descia da mala.

– Eu disse que ia arrumar pra você. – Reclamou Afrodite.

– E eu disse que não queria. – Retrucou Piper.

Afrodite pareceu pensar por alguns segundos, com o indicador apoiado no queixo, antes de responder.

– Você leva as duas e não se fala mais nisso.

– Mas... – Tentou Piper.

– Shiu, assunto encerrado. – Interrompeu Afrodite séria para em seguida sorrir.

– Parabéns, filha!

A mãe bateu palminhas e saiu deixando a mala gigante e rosa no quarto com uma Piper suspirante.

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Sábado

Annabeth abraçou a mãe em meio às lágrimas de ambas. Piper consolava Afrodite que chorava histericamente. Thalia observou a cena em silêncio, revirando os olhos pra o “piti” de Afrodite e virou-se para o pai e a madrasta à sua frente. Ela tinha mesmo que se despedir deles? Dirigiu-se ao pai primeiro, o grande Zeus, um perfeito idiota – mas era o qual Thalia tinha menos possibilidade de dar um pontapé e gritar “Sua vaca!”. Ela não o chamaria de vaca, no máximo de babaca.

– Pai.

– Thalia.

E essa foi mais uma conversa surpreendentemente interessante entre pai. Bem vindo à vida de Thalia Grace. Zeus pigarreou:

– Então você vai embora mesmo.

– É, vou.

– Vou tentar te visitar... – Ele fez uma pausa e pigarreou nervoso novamente. – Quando tiver tempo.

Ou seja: nunca. Disse a voizinha em sua cabeça chamada consciência. Provavelmente era a primeira vez que concordavam.

– Okay.

Silêncio constrangedor.

– Lia, vamos. – Disse Annabeth. Já disse o quanto amo essa garota? Pensou Thalia.

Thalia esperou que saíssem do alcance auditivo de seus pais para agradecer Annabeth:

– Você me salvou de uma, valeu.

– De nada.

Então ela se lembrou de uma coisa que precisava fazer. A menina voltou alguns metros sob olhar inquisidor das amigas. Thalia chegou a uma distância segura da qual Zeus e Hera – Atena e Afrodite já haviam ido durante a conversa constrangedora pai/filha – poderiam ouvi-la e gritou:

– EI HERA! – A madrasta se virou na direção da enteada com sua costumeira cara de bunda. – ATÉ NUNCA, VACA!

Thalia correu na direção do avião puxando Piper e Annabeth pela mão. Chegaram ao avião rindo como as loucas que eram.

– Você é louca, garota! – Afirmou Piper.

– Eu sei. – Respondeu risonha Thalia.