As palavras “Minha namorada” não paravam de se repetir em minha mente, mesmo com toda a pressão que estava havendo ali me permiti dar um leve sorriso. Pena que ele não durou muito.

– Sua namoradinha é? – Caio disse olhando no fundo dos meus olhos por um momento, confesso que aqueles olhos verdes dele eram hipnotizantes. – Ela é bonita demais para você. – ele sorriu sinico e me soltou, fui em direção a Dylan segurando sua mão.

– Dy não se estressa. – murmurei para ele.

– Como vai a perna? – o garoto loiro o provou com um sorriso sacana no rosto.

– Nanda me solta, que eu vou quebrar a cara desse otário! – ele falou puxando fortemente sua mão da minha, porém eu não a soltei e ele me olhou atônito. – Me solta!

– Não vale a pena! – eu falei séria o fitando nos olhos.

– Ouve a sua garota, não queremos mais uma perna quebrada não é? – Caio provocou se virando de costas e andando em direção ao vestiário do colégio rival, porém se virou de repente – Quando você cansar desse cara, estarei disponível para você. – Caio disse a mim me lançando uma piscadinha, aquilo havia sido a gota d’água para Dylan e eu consegui sentir a raiva que ele estava sentindo.

– Vamos embora. – eu falei dando um leve puxão na mão de Dylan que me fitou enraivecido – Por favor. – pedi.

– Como quiser. – ele disse ríspido e saiu praticamente arrastando.

Minha mão estava sendo esmagada entre seus dedos, chegava a doer porém a raiva que havia em seus olhos me assustava.

– Para! – eu disse o puxando para trás – O que ta acontecendo com você? – perguntei ficando de frente a ele e o encarando firmemente nos olhos.

– Aquele cara é um otário. – ele estava totalmente irado – E você... você deve ter gostado das investidas dele não é?

Naquele momento eu não sabia o que falar, eu sabia que a minha expressão não podia ser mais incrédula eu não estava acreditando que ele realmente havia falado aquilo.

– Eu o que? – falei respirando fundo e soltando o ar rapidamente, agora o encanto das palavras “Minha namorada” haviam sumido e o que eu sentia era decepção – Quer saber? Vai lá brigar feito um animal! – soltei minhas mãos das dele e o encarava com fúria – E tomara que você quebre esse seu nariz empinado, seu idiota!

Sem esperar qualquer resposta vinda dele sai dali indo rapidamente ao vestiário, eu podia sentir as lagrimas de raiva escorrer por meu rosto. Não acredito que ele havia me feito chorar, ao prestar atenção a minha volta vi que não havia mais ninguém no campo provavelmente foram pra festa na casa de Fred.

– Ei o que houve? – ouvi a voz de Carrie me perguntar assim que adentrei o vestiário.

– Aquele idiota, é tanta ignorância... eu não sei onde que eu tava com a cabeça quando me envolvi com ele... é sério! – estava tomada pela raiva e chutei a porta do banheiro assustando Carrie.

– Problemas no paraíso. – ela bufou. – Olha toma banho ai e vê se relaxa.

– Como se isso fosse resolver alguma coisa. – respondi grossa.

– Vai logo, vai! – ela falou me jogando uma toalha.

Tomei um banho rápido, estava com raiva até de tomar banho. Vesti minhas roupas e percebi que Carrie já não estava mais ali, quando sai do vestiário a encontrei sentada em um dos bancos a minha espera.

– Ainda bem que não demorou, não gosto de esperar. – ela me lançou um sorriso reconfortante e me senti culpada por ter sido tão grossa com ela.

– Desculpe. – falei a abraçando.

– Tudo bem, namorar um cara tão diferente de você não deve ser fácil.

– Acredite, não é nada fácil. – suspirei.

– Agora para espairecer ainda mais, vamos para a festa do Fred. – ela disse me arrastando pela mão.

– Não quero encontrar ele. – falei emburrada.

– A escola toda vai estar lá, há possibilidades de você não encontrá-lo. – ela sorriu e no fundo eu queria mesmo espairecer, meu humor havia mudado tão rapidamente na verdade, em questão de minutos.

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A casa de Fred estava a maior zoeira, gente comemorando igual louco, bêbados como sempre, gente se pegando, dançando, conversando, som lá nas alturas e eu me perguntava o porque de estar ali mesmo.

Graças a Deus não encontrei, Dylan em lugar algum e Carrie só pra variar sumiu com Fred me deixando sozinha a mercê de olhares curiosos. Ouvi meu celular tocar e ao olhar o visor vi o numero de minha mãe.

– Oi mãe? – berrei no celular enquanto andava até os jardins da casa.

– Onde você esta querida? – ela falou baixo e ao perceber a minha falta de resposta ela também berrou.

– Numa festa de comemoração. – gritei de volta.

– Fiquei sabendo – ela gritou também, acredito que os vizinhos devem estar pensando que ela tem problema de surdez – Sua irmã também está ai? – olhei em volta e vi Candice com as gêmeas e claro Samantha, elas estavam bebendo. Sim até minha irmã bebia e eu não.

– Está mãe.

– Não deixe ela fazer bobagem ai, principalmente beber. – ela falou autoritária, eu me segurei para não rir.

– Está bem mãe, agora vou desligar porque não está dando para ouvir praticamente nada.

– Tchau filha. – ela gritou e então eu desliguei.

Sem nada para fazer e com a internet desativada fui remexer a galeria de meu celular e acabei encontrando lá uma foto que Dylan me mandou.

Nós estávamos no telhado, lado a lado, e eu observava as estrelas com a cabeça em seu ombro enquanto ele olhava para a câmera. Senti uma pontinha de sentimentalismo me consumir, eu costumava ser racional. Também costumava não me apaixonar por idiotas... no entanto.

Respirando fundo e olhando para o céu resolvi voltar para dentro da casa e dar uma leve chantageada em minha irmã, por beber escondida da mamãe. Mas acabei esbarrando em alguém que me segurou em seus braços de um jeito protetor.

– A gente pode conversar? – Dylan disse em tom de suplica.